Fui logo falar com ele a quer saber que se dane já esta tudo ruim mesmo. Cheguei lá ele estava na porta como se estivesse me esperando, suspirei e entrei.

Ele ficou me olhando por uns cinco minutos e ficou um silencio estranho que era constrangedor só para mim.

-OK- falei quebrando o silencio, já não agüentava mais. - Sei que eu desobedeci às regras, não devia ter feito isso, imagino a decepção para vocês, digo você e Artemis e eu na minha função deveria dar exemplo, desculpa.

Ele continua me olhando.

-Pois bem, acho que não preciso te dar sermão, mas saiba que estou muito decepcionado, ainda mais em tempos difíceis, bom como punição você será responsável junto com o Nico em cuidar dos campos de morango. (n/a: ok não tive idéia melhor K)

Ótimo! Pensei comigo mesma, vou ter que passar mais tempo com aquele ridículo.

-A parti de hoje na verdade. – Ele continuou, eu assenti e ele fez sinal que eu estava liberada, sai de lá bem rápido, ai que merda, eu sou uma inconseqüente mesmo.

Iria para lá mais tarde, talvez quando ele não estivesse mais lá. Resolvi colocar minha armadura e treinar minha pontaria. Peguei meu arco e algumas flechas, minha pontaria estava boa, consegui acerta sempre no alvo ou bem perto.

O acampamento vazio estava um tédio, estava evitando as outras caçadoras, não queria dar explicações pra elas, alias eu nem precisava ner? Elas que me devem explicações das atitudes delas, mas eu não sou tão ignorante assim, alem de tudo somos amigas ner? Voltei para o meu chalé solitário e tirei aquela armadura e tomei um rápido banho, coloquei uma roupa fresca e fiz um rabo de cavalo, ok eu estava parecendo uma menininha.

Fui para o campo dos morangos cantando qualquer coisa, dei uma olhado no campo como previsto não tinha ninguém lá, quando eu digo ninguém o Nico.

-Ainda, bem não queria encontrar aquela coisa. - Falo comigo mesma. –Nossa o aroma daqui é ótimo, ai eu amo morangos até que não vai, Aaaaaaaaí- E o aroma de terra invade minhas narinas, eu tinha caído de cara no chão, que merda!

Ouço uma risada e me recomponho rápido.

-O que você esta fazendo deitado aqui? – Perguntei, e adivinhe quem estava deitado no chão?

Ele estava gargalhando.

-Sabia que falar sozinha é o primeiro sinal de loucura? – Ele falou, e eu corei.

-Fodas. –Me levantei e não tinha idéia do que eu tinha que fazer, mas eu não ia perguntar.

-Então, já sabe o que fazer? – Ele perguntou e eu assustei o que ele era algum leitor de mentes?

-Na verdade não... – Falei olhando para minha blusa, que estava imunda, tentei limpar ela e ate que estava dando certo.

-Bom a gente tem que cuidar para continuar dando morangos normais e colher os maduros, vai dar um pouco de trabalho, mas nessa época do ano que tem poucos campistas, não tem muitas despesas nem muito consumo então por enquanto é fácil. –Ele falou e eu tentei prestar atenção em tudo e memorizar bem.

-Bom se você der uma olhada bem tem alguns bichinhos perto, então eu pensei da gente ir ao deposito, e pegar algo para colocar aqui pra ver se eles vão embora. - Ele falou e eu assenti, fomos então lá ao deposito, pegamos alguns vidrinhos e depois nos separamos e começamos a espalhar pelo local.

O Nico sumiu de novo, será que ele estava deitado ou apenas me abandonou? Aquele folgado.

-NICOO- Gritei, mas nada, comecei a andar procurando ele, e encontro ele deitado, chego mais perto, não acredito que ele esta dormindo.

-ACORDA SEU PREGUÇOSO, VAMOS NÃO TEMOS O DIA TODO- Falei gritando, mas ele não respondeu, ele não podia ter o sono tão pesado, o chutei no braço, mas ele ainda não acordou, notei que ele estava muito vermelho.

-Nico. - comecei a balançar, ele e ele finalmente abriu os olhos, que alívio. – Vem – Falei ajudei ele a se levantar e apoiei-o nos meus ombros e levei-o para o meu chalé.

Deitei ele na minha cama e peguei meus primeiros socorros, que sempre levo junto as caçadoras.

Vê que ele estava muito quente, também né? Estava usando aquele casaco pesado e preto dele, ele estava com os olhos fechado talvez desmaiado, mas não faz diferença, tirei seu casaco e ele estava com um suéter de lã por baixo, meus deuses esse menino é louco?

Ele ficou com metade do corpo exposto, não pude deixar de olhar, corei na mesma hora. Dei um remédio para ele e coloquei uma toalha molhada na sua testa tentando diminuir a temperatura.

Aproveitei para tomar outro banho estava imunda, coloquei um short e a blusa do acampamento, estava com saudade dela.

Cheguei à sala o Nico estava acordando e tomou um susto comigo, e se assustou mais ainda quando viu que estava sem blusa, tive que rir da cara que ele fez.

-Aproveitou que eu estava inconsciente e abusou de mim? –Ele falou e eu ri.

-Coitado, os remédios ainda devem estar fazendo efeito

-HAHA, ele falou colocando a blusa de volta.

-Vê se amanha usa roupas mais frescas e use um protetor sei lá, cansei de ser babá de criança.

-Aham falou viu adulta.

Ele estava saindo e acho que ouvi um obrigado.

Fui jantar e me juntei às meninas, expliquei a elas que eu fui escondido em um show e falei para elas dos problemas que deu lá, mas que já estava tudo bem que não era motivo de preocupação delas.

Não se tocou mais no assunto, ficamos rindo  de bobeiras e depois elas foram para um chalé e eu fui para o meu, resolvi da uma arrumada nele, ele estava horrível, arrumei minhas fotos de novo.

Fiquei observando elas e sorri com algumas lembranças que veio na minha cabeça, suspirei.

Deitei e logo dormi.

Acordei e estava quente, como sempre, fui tomar café da manha e depois coloquei minhas botas e fui para o campo dos morangos aproveitei e comi alguns.

>> > > > > > > > > > > > >

Algumas semanas depois

>> > > > > > > > > > > > > >

Faltava apenas uma semana para chegar os campistas, nesse meio tempo eu e o Nico estávamos quase terminando nosso “castigo” e viramos melhores amigos, achei isso estranho já que ele era um garoto, e também não entendi porque  eu estava no acampamento ate agora, mas estava ansiosa para ver a Annie.

Eu e o Nico ficávamos ate tarde perto da caverna da estranha da Rachel e ficávamos conversando sobre tudo, contei para ele as minhas aventuras, ele me contava suas idas ao mundo inferior, era divertido conversa com ele.

-Então até amanha. –Ele disse, na porta do meu chalé, nem sei por que ele me trazia toda noite, era meio que ridículo isso.

Ele me deu um beijo na bochecha e eu o olhei com uma cara muito estranha que o fez rir.

-O que foi? Beijo de amigos, ou isso é proibido também?- Ele perguntou com tom de deboche.

-Amigos só na sua cabeça, caveirinha- Falei e entrei.

Achei ate engraçado, coloquei a mão sobre onde os lábios dele tinham encostado, mas balancei a cabeça evitando qualquer pensamento ridículo e tomei banho e dormi para evitar qualquer pensamento indevido.