Bleeding escrita por caiquedelbuono


Capítulo 9
Conversas.




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Logan não percebeu que ficara debaixo daquela árvore até que todas as sombras existentes se reunissem na escuridão da noite. Ele ainda podia sentir os joelhos doendo, mas nada era maior que a dor que ele sentia dentro do seu próprio coração.

Ele se levantou quando seu estoque de lágrimas se esgotara e notara que ficar ali chorando só demonstraria fraqueza. A noite já havia caído e seus amigos deveriam estar preocupados. Eles eram as únicas coisas as quais ele poderia se agarrar dentro daquele colégio.

Ainda cambaleando e com a dor se apoderando do seu cérebro entorpecido, ele tentou caminhar por entre as árvores frutíferas até o seu dormitório onde ele se esconderia de todo mundo. Onde ele se recolheria na sua caverna interior e ficaria ali até que o dia raiasse e ele tivesse que ser obrigado a encarar os rostos assustadores de todos que estavam o acusando injustamente.

Mas quando Logan finalmente alcançou a porta do seu tão sonhado quarto, ele deu de cara com todos os seus amigos reunidos e suas esperanças de um pouco de paz foram aniquiladas.

Sophia e Helena estavam sentadas sobre a sua cama e ambas pareciam nervosas, enquanto a ruiva segurava a mão da loira. Já Tommy e Mark estavam em pé, andando em círculos e eles pararam quando ouviram o clique da porta e Logan apareceu completamente desnorteado.

— Logan, graças a Deus! — disse Sophia, levantando-se rapidamente da cama e indo na direção dele, mas ela congelou quando viu as suas calças arregaçadas e seus joelhos praticamente em carne viva. — O que aconteceu com você?

Logan não respondeu de imediato. Ele adentrou no quarto e deu alguns passos, analisando o local e olhando para os rostos dos amigos.

— Nada. — a sua voz estava rouca e nem parecia ser a voz que todos conheciam — Eu apenas caí depois da punição da Janeth.

— Caiu com os dois joelhos no chão? — perguntou Helena.

Logan respirou fundo e tentou se concentrar ao máximo para não ser grosso com a amiga.

— O que estão fazendo aqui?

— Eles me contaram da conversa durante o almoço. — disse Sophia — A gente te procurou pelo colégio inteiro e aqui foi o último lugar que pensamos em procurar. Achamos que a punição com a Janeth ia ser rápida.

Logan não queria ouvir falar no nome daquela mulher. Ele queria apenas ficar sozinho, curtindo a dor que se formara dentro do seu peito.

— Eu quero ficar sozinho.

Sophia se aproximou dele.

— Logan? O que está acontecendo?

— Nada! — o menino gritou — Apenas me deixem sozinho! Será que é pedir demais?

Helena ainda estava sentada na cama e se levantou quando percebeu que Logan estava começando a ficar irado. Ela correu para o lado de Tommy e começou a empurrá-lo lentamente até a porta.

— Nós somos seus amigos, Logan. — disse Mark — Pode confiar em nós.

As lágrimas já queriam inundar os olhos de Logan, mas ele se controlou ao máximo. Não iria chorar ali na frente dos amigos.

— Não aconteceu nada para eu precisar da confiança de vocês. Eu não estou pedindo nada de mais. Agora, por favor, vão lá para a sala de estar se divertirem e me deixem aqui sozinho.

Logan foi em direção à sua cama e se encolheu ali, enquanto todos acenavam afirmativamente com a cabeça e abandonavam o quarto. Todos, exceto Sophia.

A menina se aproximou lentamente e sentou na cama onde Logan tremia e tentava ao máximo esquecer a horrível punição com Janeth.

— O que a Janeth fez com você?

Logan sabia que Sophia não desistiria de fazer com que ele se sentisse melhor e isso fez com que ele sorrisse internamente. Ela estaria sempre ao lado dele, não importando o que acontecesse.

— Me abraça. — ele disse baixinho — É só disso que eu preciso.

Sophia reprimiu a boca numa expressão de pena e permitiu que seus braços envolvessem os ombros de Logan. Ele sentiu o corpo dela se encostando ao dele e aquilo era tudo o que ele necessitava para se sentir melhor. Precisava de um abraço da pessoa que ele considerava mais do que tudo dentro daquele colégio.

— Você lembra o que você falou para mim hoje de manhã? — perguntou Sophia logo depois que eles se desvencilharam e ela passou o dorso da mão sobre o rosto dele — Faço suas as minhas palavras para esse momento.

— Foi horrível, Sophia. Janeth me humilhou de um jeito que ninguém jamais me humilhou na vida.

— E você está chorando por causa daquela vadia velha? Ela não merece que você derrame uma lágrima sequer por causa dela.

Sophia segurou nas mãos de Logan e o trouxe para mais perto dela.

— Olhe para mim. — ela disse e o coração dele começou a ficar acelerado — Está tudo bem agora. Eu estou aqui com você e não vou deixar que ninguém te deixe para baixo.

Logan abriu a boca para falar, mas Sophia colocou a mão na frente e impediu que qualquer som saísse.

— Não fala nada.

Sophia ajeitou o travesseiro de Logan e fez um sinal para que ele deitasse. Ele franziu levemente o cenho, mas obedeceu e deitou a cabeça sobre o travesseiro. A menina se aproximou e começou a fazer um gostoso cafuné nos cabelos de Logan.

— Feche os olhos. Esqueça tudo o que aconteceu e apenas se lembre que eu estou aqui do seu lado.

E de repente, Logan esquecera tudo o que Janeth havia feito. As mãos sedosas de Sophia estavam acariciando o seu cabelo e nada mais importava. Ele poderia ficar ali para todo o sempre, ao lado de Sophia, ouvindo sua linda voz e sentindo o calor do seu corpo. Ele não precisava de mais nada para se sentir completamente curado da humilhação que ele passara. E foi nessas condições colossais que ele adormeceu.



— Uma coisa eu tenho que concordar: essa festa vai ser absolutamente demais. — disse Helena logo depois de deixar a quadra onde Janeth acabara de informar a todos os estudantes como seria a festa de sábado.

— Janeth pensa que pode agradar a todo mundo com isso — disse Logan — É apenas uma festa que acontece todo mês e não um evento histórico importante que irá mudar os rumos do planeta.

Helena revirou os olhos.

— Você diz isso porque nunca esteve em uma festa de Shavely. É simplesmente incrível: há garçons, bebidas à vontade, pista de dança, DJs maravilhosos e sem falar na decoração. Ah, e nessa vez será uma festa à fantasia! Tem coisa melhor que isso?

Sophia passou do lado de Helena e deu um leve tapinha na sua cabeça.

— Ai! Por que fez isso, sua doida?

— Você estava delirando e sonhando acordada. É só uma festa.

Helena mostrou a língua para ela.

— Não fui eu quem pediu a chapinha emprestada no domingo, não é?

— Sem discussões, meninas. — disse Tommy — Temos que ir falar com a Sra. Strauss na biblioteca agora.

— Você só pensa nisso. — resmungou Mark. — Eu ainda quero tomar um banho porque eu estou completamente melado com essas roupas de escola.

— É porque essa conversa era para ter sido ontem. Sabe, eu estou ansioso.

Sophia bufou.

— Nós iremos conversar com ela hoje, Tommy querido. Mas agora cada um vai para o seu dormitório e nos encontraremos na porta da biblioteca em uma hora. Pode ser?

Tommy assentiu relutantemente e eles fizeram o que Sophia sugeriu: cada um rumou para o seu dormitório.

Por mais que Logan tentasse, nada naquela quinta-feira ensolarada estava o animando. Sophia podia ter ajudado-o na noite anterior, cuidando dele e fazendo com que se sentisse melhor, mas ele ainda não havia se esquecido completamente. Ainda não havia contado para ninguém o que realmente havia acontecido e todo aquele rancor estava guardado dentro do seu peito.

— Você está tão calado. — disse Mark quando os garotos alcançaram o dormitório e adentraram no cômodo. — A gente quase nem conversa mais.

Mark tinha razão. O amigo estava afastado nos últimos dias, mas tanta coisa havia acontecido que ele nem se dera conta disso imediatamente.

— Eu sei, mas são tantas coisas acontecendo.

Mark assentiu.

— Você acredita mesmo que tenha sido algo sobrenatural o responsável pela morte de Brian?

A dor no joelho começou a importunar novamente Logan e ele rapidamente sentou na cama e levantou as calças de moletom que ele estava usando no lugar das suas usuais calças jeans.

— É uma explicação bem lógica para as condições em que se encontrava o corpo dele.

Mark pegou uma toalha dentro do armário e a colocou sobre o ombro.

— Eu não concordo com você.

— Por quê? Pensei que ficaria do meu lado.

— É só que isso tudo é muito surreal para ser verdade. A conversa com a Sra. Strauss vai fazer você perceber isso.

E ao dizer isso, Mark entrou no banheiro e deixou Logan completamente confuso. O que será que o amigo estava querendo dizer?

Logan deu de ombros e esticou suas pernas doloridas sobre a cama. Os joelhos ainda doíam e estavam bastante vermelhos, mas a dor não o importunava tanto quanto no dia anterior.

Ele transportou seus pensamentos até Sophia. Pensou no quanto ela fora legal cuidando dele e tentando fazer com que ele se sentisse melhor, apesar de tudo. Já havia alguns dias que ele pensava nessa possibilidade e depois disso ele teve certeza de que estava apaixonado pela menina. Não havia outra explicação para que ele pensasse nela em todos os momentos. Só restava saber se ela nutria o mesmo sentimento que ele ou se tudo aquilo que ela fazia por ele era realmente apenas uma amizade. Ele se lembrou de como ela ficara sem graça quando Helena interrompeu o seu quase beijo e se lembrou também que ela agarrou sua mão quando estava indo para a classe. O que mais ele precisaria para entender que ela também gostava dele?

Foi quando Logan, de supetão, levantou da cama e resolveu ir até o dormitório de Sophia. Ela já havia invadido tantas vezes o seu dormitório e ele achou que ela não se importaria se ele invadisse o dela agora. Ele até poderia imaginar o seu rosto pálido rindo vendo o garoto entrar do nada no seu quarto.

Logan parou diante à porta do dormitório de Sophia, bateu duas vezes na porta e logo em seguida a abriu, colocando apenas sua cabeça dentro do quarto e vendo uma cena que ele jamais pensou que veria na vida: Helena estava com uma toalha amarrada no cabelo molhado e apenas trajava um sutiã e uma calcinha.

Ele não teve tempo de ter nenhuma reação, pois Helena soltou um grito audível do outro lado do planeta quando percebeu a presença do garoto e lançou um travesseiro que estava sobre a cama na cabeça dele.

— Logan, seu depravado! Será que uma moça não tem nem o direito de se trocar sem ser vista por tarados alheios?

Logan deu um leve sorriso e entrou no quarto com os olhos fechados.

— Desculpe, eu não sabia que você estaria trocando de roupa. Mas não se preocupe que eu já estou com os olhos fechados. Pode terminar de se arrumar.

Helena deu um suspiro.

— Você deveria saber que não é agradável para uma mulher trocar de roupa com plateia mesmo que ela esteja de olhos fechados. Ainda mais se essa plateia for um garoto.

— Não estou vendo nada. Vai demorar muito mais se você ficar falando.

Logan, ainda de olhos fechados, se aproximou da cama e sentou-se no colchão macio. Ele sabia que Sophia dormia na parte de baixo do beliche e ele pôde sentir o cheiro dela por entre os lençóis.

— Pode abrir os olhos, seu tarado invasor de quartos de mocinhas indefesas. — disse Helena sentando ao lado dele na cama.

Logan obedeceu e abriu-os e Helena estava trajando seu básico visual: uma camiseta regata e um short jeans que não cobriam nem metade de suas pernas.

— Você deveria cobrir essas pernas. — observou Logan.

Helena olhou para ele indignada.

— E quem é você, o meu namorado? Ah, e antes que a Sophia seja obrigada a passar pelo menos constrangimento que eu passei, é melhor avisá-la da sua presença.

Logan assentiu e Helena levantou da cama e foi em direção à porta do banheiro por onde Logan podia ver o vapor do chuveiro saindo pelo vão embaixo do objeto.

— Sophia! — Helena berrou — Não saia do banheiro pelada porque temos a presença de um homem aqui!

Logan estava se divertindo com tudo aquilo. Ele não se lembrava de que Helena poderia ser tão engraçada.

A menina ruiva voltou sua atenção para o garoto e seu rosto se enrijeceu em um sinal de repreensão.

— Você fica aí se divertindo, mas eu estou brava com você, Logan. Queria ver o que iria sentir se uma garota entrasse no seu quarto com você só de cueca lá dentro.

Logan deu de ombros.

— Não vejo nada demais. Vai dizer que nunca viu um garoto só de cuecas?

— Claro que não! Você está achando que eu sou alguma espécie de pervertida?

— Vocês, meninas, são tão estranhas. — observou Logan — Fazem quase tudo juntas, trocam de roupa uma na frente da outra, mas quase piram quando um garoto vê uma de vocês com trajes íntimos.

— É constrangedor.

Um silêncio se formou depois que Helena disse aquilo e alguns minutos depois Sophia abriu a porta do banheiro e saiu de lá completamente vestida.

— Logan? — ela parecia surpresa — O que faz aqui? Quando ouvi Helena gritando não pensei que o tal “homem” pudesse ser você.

Logan se sentiu ofendido ouvindo aquilo.

— Pensou que fosse quem? O Tommy?

— Não, mas pensei que talvez pudesse ser algum professor.

E o que um professor estaria fazendo no seu quarto?, pensou Logan. Ele parou para analisar Sophia e percebeu que ela estava mais linda do que nunca: seus cabelos loiros estavam escovados e ela usava uma maquiagem que destacava os seus olhos verdes.

— Bom, já que estamos todos prontos, será que já podemos ir até a biblioteca? — perguntou Helena.

Logan e Sophia acenaram afirmativamente com a cabeça e os três amigos abandonaram o dormitório.

Enquanto desciam as escadas que rangiam a cada passo que davam, Sophia abafou aquele barulho com a sua voz:

— Algo me diz que você queria se vingar de todas as vezes que invadi o seu quarto. Estou certa?

— E a melação vai começar. — disse Helena, levantando as mãos para cima e se calando imediatamente quando viu o olhar raivoso de Sophia.

— É, você invadiu o meu quarto tantas vezes. — disse Logan um tanto quanto timidamente — Pensei que não se importaria.

Sophia deu o sorriso que Logan queria tanto ver.

— E eu não me importei. Achei muito fofo da sua parte.

Helena revirou os olhos.

— Isso porque não foi você quem ele viu quase nua no quarto.

— Helena! — bradou Sophia — Pare de falar!

— Ok, a maioria venceu. Vou ficar calada até que cheguemos à biblioteca.

Mas não deu tempo de Sophia ou Logan falar qualquer coisa, pois eles já estavam praticamente ao lado da biblioteca e eles podiam ver um Tommy impaciente parado em frente ao cômodo, batendo os pés rapidamente no chão.

— Finalmente! — disse o menino — Pensei que vocês não viriam.

— Tommy, não estamos nem atrasados! — disse Helena — Aposto que está aqui há mais ou menos uns dez minutos.

Ele acenou afirmativamente com a cabeça e Logan percebeu que estava faltando uma pessoa naquela pequena reunião.

— Onde está Mark?

— Ah, ele passou no meu dormitório e disse que tinha um assunto importante para resolver que incluía uma garota da aula de matemática. — disse Tommy.

Logan franziu o cenho e achou isso muito estranho. Mark nunca havia comentado nada com ele sobre garota nenhuma.

— Mark tem uma namorada? — perguntou Sophia — Essa com certeza é a piada do século.

— Deixem o garoto. — disse Tommy — Mas nós só estamos perdendo tempo. Daqui a pouco é hora do jantar e ainda nem falamos com a Sra. Strauss.

Todos assentiram e entraram no cômodo mal iluminado. Certa repulsa ainda preenchia o corpo de Logan por entrar dentro do lugar onde tudo acontecera. A cena do corpo morto de Brian voltou a inundar sua mente e ele desejou sair correndo de lá.

A biblioteca estava um pouco vazia, exceto por alguns alunos sentados nas mesas que outrora serviram de lugar para que Brian enforcasse Logan e toda aquela intriga começasse.

Eles localizaram a bancada logo ao lado da porta onde a Sra. Strauss sempre se encontrava e viram a velha senhora de cabelos brancos anotando algumas coisas em um grande e grosso caderno vermelho.

Tommy pigarreou e a Sra. Strauss abandonou a caneta e lançou seu olhar cansado para os garotos.

— Posso ajudá-los? — a voz rouca e catarrenta da bibliotecária percorreu o ouvido de todos.

— Pode sim. — disse Tommy — Nós viemos aqui para conversar com a senhora.

A Sra. Strauss franziu as sobrancelhas.

— Que assunto quatro crianças como vocês podem querer tratar comigo a não ser sobre pegar algum livro emprestado na biblioteca?

— Viemos falar sobre o assassinato que ocorreu aqui. — Logan foi curto e grosso.

Uma gota de suor pareceu escorrer sobre a testa da Sra. Strauss e ela levou à mão aos cabelos desgrenhados.

— Eu não sei nada sobre isso.

— A senhora não sai dessa biblioteca por nada. — disse Tommy — Com certeza deve ter visto algo estranho por aqui.

— A única coisa estranha que eu vi, foi Brian pedindo para que eu o deixasse ficar mais um pouco na biblioteca porque ele queria fazer o tal trabalho de biologia. Ele me disse que havia sido expulso do grupo e que agora estava correndo atrás do prejuízo.

Logan não se conformava do quão mentiroso era Brian. Mesmo depois de morto ele conseguia fazer com que Logan sentisse raiva dele.

— E a senhora o deixou ficar aqui? — perguntou Sophia.

A Sra. Strauss acenou afirmativamente com a cabeça.

— Eu lhe entreguei a chave da biblioteca e pedi para que ele trancasse tudo e levasse até os meus aposentos depois. Mas eu acabei pegando no sono e só acordei no dia seguinte. Quando percebi que ele não tinha entregado a chave, vim correndo para a biblioteca e encontrei o corpo dele naquele estado deplorável.

— Então foi a senhora quem avisou para o colégio todo? — perguntou Helena.

— Sim. Saí correndo o mais rápido que pude e fui contar para Janeth. Ela entrou em desespero e saiu correndo até a biblioteca.

— Que horas eram quando a senhora deixou Brian sozinho na biblioteca? — perguntou Logan.

— Eu não me lembro muito bem. Mas eu acho que eram nove da noite.

Logan comemorou mentalmente. Durante esse horário, ele estava cumprindo a punição com Janeth e isso, na prática, livraria completamente a sua culpa. O assassinato havia ocorrido enquanto ele estava limpando a sala da diretora. Mas é claro que Janeth não acreditaria em nada do que a Sra. Strauss dissesse e jamais livraria a culpa de Logan pela morte do seu filho.

— Isso prova que Logan é inocente! — disse Sophia.

— Ah, então é por isso que vieram falar comigo? — A Sra. Strauss apontou para Logan — Para que eu pudesse livrá-lo da culpa de ser um assassino?

— A senhora também acredita nisso? — perguntou Tommy.

A Sra. Strauss deu um leve sorriso.

— Não sou só eu quem acha isso. O colégio inteiro tem certeza que ele foi o responsável. Eu posso não saber muito bem o que se passa fora dessa biblioteca, mas eu confio em Janeth e sei que ela não está falando nada além da verdade.

Com certeza ela não sabia como Janeth poderia ser baixa e brutal. Na verdade, ninguém sabia disso. Era o que a diretora fazia: ocultava sua verdadeira identidade para que todos a idolatrassem. A Sra. Strauss estava falando dela como se ela fosse uma divindade superior que deveria ser obedecida e respeitada.

— Eu entendo que a senhora possa acreditar que eu sou o culpado. Os indícios apontam para mim. Mas a senhora não estava aqui na biblioteca quando Brian tentou me enforcar. Não viu o que realmente aconteceu.

— E daí que ele te enforcou? Você fez coisa pior.

Aquela discussão não ia adiantar de nada. Logan já havia se arrependido de ter ido falar com a bibliotecária.

— Logan é inocente. — indagou Sophia — Eu estava ao lado dele quando Brian tentou enforcá-lo e nós iremos descobrir quem é o verdadeiro culpado e ele pagará por tudo o que está fazendo.

A Sra. Strauss deu um sorriso irônico.

— Será divertido vê-los tentando provar o irreal. Agora, se não se importam, tenho muito que fazer. Seria muito agradável se abandonassem a minha biblioteca.

Os garotos assentiram e a frustração em seus rostos ficou mais do que evidente quando eles saíram da biblioteca com uma mão na frente e outra atrás, completamente perdidos e sem nenhuma perspectiva de como poderiam solucionar aquele quebra-cabeça.


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