Bleeding escrita por caiquedelbuono


Capítulo 7
Acusações.




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Logan não sabia o que fazer, não sabia o que pensar. A última coisa que ele precisava era encontrar o corpo de Brian, completamente morto. Ele já conseguia sentir o cheiro metálico de sangue e percebeu que suas mãos ainda estavam sujas do líquido vermelho que antes corria pelas veias de Brian. Um desespero lhe subiu à cabeça e ele não pensou duas vezes em sair daquele lugar insólito onde um crime havia ocorrido.

Logan pensou em chamar por alguém, mas as mãos dele estavam tremendo. Mãos que estavam marcadas por um sangue que não era dele.

Ele logo entrou no banheiro do andar de baixo e permitiu que a água gelada limpasse suas mãos ensanguentadas. Ele aproveitou o impulso para molhar seu rosto. Aquilo não podia ter acontecido, Brian não poderia ter morrido daquele jeito. O que iria acontecer amanhã, quanto todo mundo acordasse e visse o corpo de Brian ali, completamente aberto, sangrando e sem vida? Quem poderia ter frieza suficiente para fazer uma barbárie daquela?

Essas perguntas não sairiam tão cedo da cabeça de Logan e, quando ele estava completamente limpo, saiu do banheiro e tratou de ir correndo para o seu dormitório. Ele queria deitar a cabeça no travesseiro e dormir eternamente. Queria esquecer aquela cena horrível. Nunca mais queria lembrar que vira o corpo de Brian naquelas condições abomináveis.

Mas o olhar aterrorizante de Brian, que olhava fixamente para o nada, como se estivesse pedindo silenciosamente por socorro, ainda insistia em pulsar na mente de Logan. Era quase como se todas as suas memórias tivessem sido apagadas e houvesse restado apenas aquela cena.

Logan abriu a porta do dormitório, completamente ofegante, e entrou o mais rápido que pôde. Encostou-se à porta de madeira e permitiu que suas costas quase suadas encontrassem o objeto gelado, o que fez com que o calor formado pela sua hesitação fosse levemente amenizado. Ele conseguia respirar novamente e acendeu a luz do quarto, que estava completamente escuro.

— Logan? — a voz de Mark estava sonolenta — É você?

— Desculpe. — ele olhou para a cama de cima do beliche e viu o amigo com a cara completamente amassada e os cabelos quase ruivos desgrenhados em cima da cabeça — Eu não sabia que você estava dormindo.

Mark esfregou os olhos e sentou na cama.

— Você demorou demais. Pensei que o trabalho com a Janeth seria rápido.

Logan não queria conversar, não queria falar com ninguém. O corpo de Brian estava completamente destroçado lá na biblioteca e ninguém além dele sabia disso. Logan queria poder contar isso para alguém, queria poder expelir toda aquela angústia que se formara em seu peito ao ver Brian morto, mas as palavras simplesmente não saiam. Ele estava tremendo novamente e não conseguia falar absolutamente nada que Mark pudesse compreender.

— Logan? — a voz de Mark estava preocupada — O que está acontecendo? Por que está tremendo?

Logan olhou para as próprias mãos e tentou se controlar.

— Deve ser por causa do frio.

— Frio? Está fazendo o maior calor.

Logan levou as mãos aos rostos e esfregou fortemente sua face.

— Eu estou cansado, Mark. — ele disse num tom de voz quase repreensivo — Janeth me fez limpar a sua sala toda, deve ser por isso que minhas mãos estão tremendo. É claro que é isso. Elas estão doendo, ok? Nada mais que isso.

Mark olhava para o amigo como se ele fosse completamente louco, mas deu de ombros e voltou a deitar sua cabeça no travesseiro.

— Tudo bem então. Mas, que você está esquisito... ah, isso você está!

Logan não respondeu. Foi em direção ao interruptor e desligou novamente a luz. Respirou aliviado por Mark não ter lhe feito mais perguntas e quando passou novamente por ele, indo em direção ao banheiro, ele pôde ouvir que o garoto já estava roncando e provavelmente estava mergulhado em um sono profundo.

Logan não poderia dizer que aconteceria o mesmo com ele. Ele ligou o chuveiro ao máximo e deixou que a água gelada caísse por seus ombros depois que ele se despiu completamente. Por mais que Brian estivesse infernizando a sua vida desde quando o vira pela primeira vez, na mesa do café da manhã, Logan não queria que isso tivesse acontecido a ele. Ele não merecia morrer daquele jeito, naquelas condições que dariam arrepios em qualquer ser humano.

A questão que mais atormentava Logan era quem poderia ter feito isso e por que. Brian podia ser arrogante, insuportável, odioso, ridículo e prepotente, mas não chegava ao ponto de ter motivos para que alguém quisesse a sua morte. Ninguém além de Logan poderia querer vê-lo morto e isso provavelmente já tinha se passado pela cabeça de muita gente...

Não! Claro que Logan não queria vê-lo morto. A água gelada deveria estar afetando o seu cérebro para que ele pensasse uma coisa dessas. Logan sabia que não tinha nada a ver com esse assassinato. Mas será que Janeth sabia? Será que Sophia sabia? Será que elas e todo o resto do pessoal acreditariam que Logan não havia matado Brian? Esse era o pensamento mais lógico e um medo profundo começou a dominar o coração de Logan. Será que ele seria acusado injustamente por ter assassinado Brian?



Quando Logan acordou na manhã seguinte, com os olhos inchados e o pensamento a mil, ele preferiria ter continuado a dormir. A primeira coisa que seus olhos captaram foram ondas claras e amarelas entrando pelo seu cérebro e formando a imagem de Sophia.

— Você não vai acreditar na bagunça que está lá embaixo. — ela disse e Logan já sabia que ela estava se referindo à morte de Brian.

Ele tentou esconder o nervosismo que estava sentindo e colocou naturalidade no seu tom de voz.

— Já é a segunda vez que você invade o meu quarto desse jeito. — ele respondeu, sentando-se à cama e jogando seus pés descalços sobre o chão — Vou começar a pensar que você quer algo a mais além de apenas vir me chamar para o café da manhã.

Sophia franziu as sobrancelhas numa expressão de raiva e aquela foi a primeira vez que Logan a viu fazer isso.

— O colégio está pegando fogo lá embaixo e você fica fazendo gracinhas? Vamos! Vista-se e vá ver o que está acontecendo. Seu queixo irá cair.

Logan levantou e foi até o banheiro para trocar seu confortável pijama por algo mais apresentável. Ele podia ouvir Sophia batendo os sapatos no chão, enquanto esperava por ele.

— Por que Mark não está aqui? — perguntou Logan, logo após sair do banheiro passando as mãos pelos seus cabelos repletos de nós — Eu o vejo cada vez menos nesse dormitório.

— Ele já está lá embaixo! — ela estava impaciente — Ao contrário de você, ele não dorme até que faltem apenas cinco minutos para o término do café da manhã.

Sophia não deixou Logan responder. Segurou na sua mão direita e o puxou com toda a sua força para fora do quarto.

— Calma! — ele pediu, quando já estavam no corredor — Eu ainda nem terminei de arrumar o meu cabelo.

Sophia corria o mais rápido que podia, enquanto puxava Logan junto com ela. Ele já sabia o que estava acontecendo, mas isso não impedia que ele se sentisse nervoso. Pelo jeito, o seu medo de que Sophia o acusasse já não poderia ser mais válido. Ela estaria do lado dele sempre, não importa o que acontecesse.

Logan hesitou quando eles chegaram à biblioteca e Sophia fez um sinal para que ele entrasse. Ele engoliu em seco, mas seguiu a menina até o lugar onde tudo havia acontecido.

Logan pôde reconhecer quase todos os alunos e quase todos os professores em uma completa balbúrdia. Todos estavam desesperados, uns acotovelando aos outros, tentando ver o estado no qual estava o corpo de Brian. Ele viu Helena, Tommy e Mark, olhando assustados para onde Brian estava morto. Sophia foi de encontro com eles e deu os braços para que Helena pudesse se segurar. Ela estava quase chorando.

Logan soltou um pequeno ruído e quase todos olharam para ele. Ondas elétricas foram enviadas para seu cérebro e ele sentiu a vermelhidão subindo pela sua face. Eles estavam o olhando com se ele fosse um assassino e quando todos se afastaram, Logan pôde ver uma cena que jamais pensou que veria: Janeth estava agachada ao lado do corpo de Brian, segurando nos seus ombros ensanguentados e chorando desesperadamente, como se Brian fosse um membro de sua família.

Helena, Tommy, Mark e Sophia se aproximaram de Logan e Sophia colocou a mão sobre o seu ombro.

— Por que ela está assim desesperada? — ele perguntou.

— É o que também estamos querendo descobrir. — disse Tommy.

Janeth ainda chorava, mas ela virou a cabeça para trás e olhou diretamente nos olhos de Logan. Foi como se todos os outros sumissem e só sobrassem ambos dentro daquela biblioteca. Janeth poderia tê-lo matado se tivesse visão de raio-x.

— Foi você, seu assassino! — ela berrou o mais alto que pôde e todos que estavam observando à cena se enrijeceram — Você o matou!

— Logan não fez nada. — Sophia tentou defendê-lo. — E você sabe muito bem disso. Ele estava com você quando tudo aconteceu.

Janeth largou os ombros frouxos de Brian, levantou-se e foi na direção deles.

— Cale essa boca, sua loirinha aguada! — os olhos de Janeth estavam faiscando e Logan ficou com medo que ela esganasse Sophia — Vai ficar do lado desse assassino quando eu fui a responsável por ter te dado um teto quando você fugiu de casa por seu pai abusar sexualmente de você?

Foi como se Sophia tivesse levado uma pancada e todos em volta da menina desviaram seus olhares para ela. Uma lágrima escorreu dos seus olhos e um músculo em sua boca tremeu.

— Você não tinha esse direito. — a voz dela estava abafada — Você havia prometido...

Janeth soltou uma risada estridente.

— Ele está morto agora. Não tenho nada a perder.

Sophia estava chorando e Logan tentou abraçá-la, mas ela se desvencilhou rapidamente.

— Você é um ser desprezível! — Sophia gritava como se estivesse cuspindo as palavras — Eu nunca deveria ter aceitado vir estudar nesse colégio imundo!

Janeth arfou e passou o dorso da mão sobre a boca.

— A escolha é sua. Pode ir embora se quiser.

Sophia enxugou a última lágrima que escorreu dos seus olhos e saiu correndo da biblioteca o mais rápido que pôde. Logan queria ir atrás dela, queria envolvê-la em seus braços e protegê-la das barbaridades que Janeth havia dito, mas a diretora ainda estava lá, despejando sobre ele acusações infelizes.

— Agora que a sua namorada não está mais aqui, poderemos conversar de igual para igual.

— Eu não matei o Brian, diretora. Você precisa acreditar em mim.

— É claro que você o matou. Você tinha tantos motivos... Brian infernizava a sua vida. Ele havia me dito naquele dia que iria transformar sua vida em um inferno. Eu o aconselhei a não fazer isso, porque eu sabia que você não reagiria bem. Eu sabia que você ia acabar matando-o. Pessoas esquizofrênicas fazem isso quando se sentem ameaçadas e isso o torna apenas uma aberração dentro desse colégio.

Logan não encontrou palavras para se defender daquelas acusações. Ele não conseguia entender porque Janeth era uma defensora nata de Brian e uma acusadora experiente de Logan.

— Por que toda essa preocupação com Brian? — perguntou Helena.

Todos os outros já tinham indo embora, mas Helena, Tommy e Mark ainda estavam lá.

Janeth olhou com desprezo para ela.

— Ah, minha cara Helena. Há tantos segredos debaixo desse colégio que ninguém sequer desconfia.

Logan aproximou-se levemente de Janeth e olhou dentro dos seus olhos.

— Quando eu cheguei aqui, você foi tão legal comigo. — a expressão de raiva de Janeth se modificou para uma expressão de surpresa — Pensei que você seria aquele tipo de diretora que o aluno pode contar quando tem algum problema, sabe? Você foi genial ao tentar me mostrar o internato e eu fui um rude batendo a porta na sua cara. Você não precisa gostar de mim e nem nada disso, mas eu apenas gostaria de saber por que me acusa sem prova alguma? Por que você tem tanto ódio de mim?

Um silêncio se formou depois que Logan perguntou aquilo. Ele podia ouvir a respiração ofegante de Janeth e percebeu que ela estava refletindo.

— Eu não odiava você. — ela disse, finalmente — A única coisa que eu queria era te ajudar, porque eu sabia que tinha problemas. Queria poder entender seus ataques de fúria e saber como controlá-los. Queria ajudar você a se curar. Mas eu percebi que sua doença é mais grave do que eu pensava quando você teve a frieza de matar o meu filho.

O queixo de Logan caiu e ele não conseguiu respirar por algumas frações de segundo. Janeth só poderia ter ficado louca ao falar uma coisa daquelas. Não fazia o menor sentido.

— O quê? — Tommy foi o primeiro a falar — Brian era seu filho?

Janeth soltou um longo suspiro.

— Nem ele e nem ninguém sabiam disso. Eu fui tão idiota em tê-lo abandonado quando ele nasceu. Eu era irresponsável demais e não queria ter um filho para cuidar. Minha mãe era diretora desse internato e depois que Brian nasceu e eu o abandonei, ela morreu de desgosto e eu herdei a escola. Meu marido havia fugido para fora do país quando descobriu que eu estava grávida e eu estava completamente sozinha. Pensei que nunca mais o veria e que sempre carregaria a culpa de tê-lo jogado fora como se ele fosse um objeto imprestável. Mas meus dias se iluminaram quando uma mulher estranha veio fazer a matricula dele quando ele tinha apenas quatro anos. Quando vi que o garoto se chamava Brian e tinha as mesmas feições do meu filho, a alegria tomou conta de mim e eu comecei a cuidá-lo, mesmo que à distância. Eu nunca tive coragem de contar isso a ele.

Lágrimas voltaram a inundar os olhos de Janeth e ela caiu em um choro desmantelado.

Agora tudo fazia o maior sentido para Logan, mesmo que aquela informação ainda não tivesse sido absorvida por completo. Por isso Janeth sempre defendera Brian e não medira esforços para acusar Logan de ter batido nele sem ao menos ter um conhecimento mais apurado dos fatos.

— Eu não podia imaginar que ele era seu filho. — disse Logan.

— Eu pretendia contar isso a ele, mas agora você estragou tudo o matando. Ele morreu sem saber que era meu filho e tudo isso é culpa sua.

— Pare de acusá-lo! — bradou Helena — Já basta o que fez com a Sophia. Chega de jogar as coisas na cara das pessoas. Você deveria pensar em retirar o corpo do seu amado filho que está se deteriorando ali ao invés de ficar acusando Logan sem ter prova alguma.

Janeth cerrou os punhos e uma das veias do seu pescoço ficou inchada.

— Eu irei provar que ele é culpado. E quando eu fizer isso, todos vocês calarão suas bocas imundas.

Helena colocou a língua para fora, como se estivesse pronta a vomitar.

— Eu tenho nojo de você. — ela disse e Logan nunca imaginou que veria Helena defendendo-o desse jeito — Tenho nojo de estudar num colégio onde a diretora é uma mulher mal amada e prepotente, que só pensa em si própria.

— Não gaste sua saliva, Helena. — disse Mark, que colocou a mão sobre o seu ombro e fez um leve movimento para que ela se virasse — Não vale a pena.

— Vocês irão engolir tudo o que estão falando. — Janeth engrossou levemente a voz — E quanto a você, Logan, saiba que não terá mais punições leves como a que eu tinha previsto para hoje. Me encontre no mesmo horário no pomar, para um outro tipo de punição que você nunca irá esquecer.

— Pode aplicar quantas punições você quiser e eu as cumprirei com a minha consciência limpa.

Logan, Helena, Tommy e Mark olharam para Janeth pela última vez e abandonaram a biblioteca.



Sophia não tinha aparecido para as aulas de biologia e durante o intervalo de vinte minutos que existia entre cada período de aula, Logan foi até o seu dormitório. Ele sabia que ela estaria lá.

Ele bateu na porta duas vezes e pôde ouvir a voz chorosa e abafada de Sophia:

— Vá embora! Não quero falar com ninguém.

— Sou eu Sophia, Logan.

Ele não obteve uma resposta imediata, mas deixou escapar um sorriso quando viu a maçaneta girar num clique e o rosto inchado de Sophia aparecer por detrás da porta.

— Vim ver como você está.

Sophia não disse nada. Apenas abriu completamente a porta e voltou a deitar na parte de baixo do beliche que ela dividia com Helena. Logan entrou no cômodo e fechou vagarosamente a porta.

O quarto de Sophia era o mais chamativo que ele poderia imaginar: as paredes eram de tijolos, mas elas eram pintadas com um tom de rosa bem claro; havia alguns pôsteres de grandes galãs do cinema colados na parede; e dois murais estavam pregados do outro lado do quarto, próximos à janela, um com o nome de Sophia escrito com letras rosas e outro com o nome de Helena escrito com letras roxas, onde se podiam ver fotos das garotas nos mais variados momentos, mas todas nos confins de Shavely.

Logan aproximou-se de Sophia, que estava embalada pelos cobertores e ainda em prantos e colocou a sua mão sobre a dela.

— Não fique assim. — ele acariciava sua mão — Parte o meu coração ver você chorando desse jeito.

Sophia sentou na cama e Logan enxugou uma lágrima que ousou sair dos seus olhos.

— Eu estou aqui com você agora. — ele disse — Não precisa ter medo de nada.

— Ela não tinha esse direito, Logan. Tínhamos um trato. Ela jamais contaria o meu segredo e eu jamais contaria o segredo dela.

Logan assentiu mentalmente, tudo fazendo sentido dentro da cabeça dele.

— Então você sabia que Brian era filho dela?

Sophia acenou afirmativamente com a cabeça.

— Eu tinha oito anos quando fugi de casa. Janeth me encontrou enquanto eu dormia no banco de uma praça. Ela me trouxe para cá e disse que cuidaria de mim. Eu confiei nela e contei tudo o que o meu pai fazia, e ela me contou que Brian era seu filho. Ela destratou o nosso acordo. Eu estou morrendo de vergonha, ninguém podia saber disso.

Logan apertou a mão de Sophia e olhou no fundo dos seus olhos verdes e cativantes.

— Você deveria ter vergonha se você fosse a Janeth. Sabe o que eu sinto quando estou perto de você? Orgulho. Muito orgulho. Eu conheço você faz o quê, três dias? E mesmo assim, você já é a pessoa mais importante para mim aqui dentro. Você é uma menina linda, forte, corajosa, que sabe o que quer. Não há motivos para ter vergonha.

— Logan...

— Você aprendeu a superar tudo o que você passou. — ele apertou ainda mais a mão dela e pôde sentir o sangue correndo pelas suas veias — Quero que saiba que pode contar comigo para tudo o que precisar. Estou do seu lado e estarei para sempre.

As muitas palavras que Sophia poderia ter escolhido para respondê-lo foram camufladas pelo abraço que seus corpos se envolveram. Logan podia sentir o calor do corpo dela sobre o dele e percebeu o quanto isso era importante. Percebeu o quanto ele dava valor à sua amizade, que embora fosse nova, ele sabia que era verdadeira.

— Obrigada, Logan. — ela disse quando eles se desvencilharam — Obrigada por você simplesmente ter aparecido na minha vida.

Ele queria assentir, mas a única coisa que ele fez foi aproximar sua face da de Sophia. Ele podia ver que ela estava se aproximando na mesma velocidade e seus lábios estavam a apenas alguns centímetros de se encontrarem. Mas, eles se afastaram rapidamente quando alguém abriu a porta e entrou fazendo barulho.

— Sophia, onde você se meteu? Procurei você pelo colégio todo! Você se esqueceu de que ia ser minha dupla na tarefa de história e... — Helena se interrompeu quando viu que eles estavam sentados um ao lado do outro quase se beijando — Opa! Foi mal. Acho que atrapalhei alguma coisa.

— Não. — disse Sophia, ao mesmo tempo em que Logan disse “sim”.

— Sim ou não? — ela perguntou confusa.

— Não, claro que não. — disse Sophia, levantando da cama e batendo as mãos sobre a sua roupa — Logan estava apenas me consolando depois da cena na biblioteca.

Helena enrijeceu os lábios.

— É realmente verdade aquilo?

Sophia não respondeu e fitou o chão. Logan olhou de soslaio para Helena e soltou um ruído de apreensão.

— Ah, ok. Desculpe. — Helena deu um leve sorriso amarelo — Acho melhor irmos para a aula então, não é?

Logan e Sophia assentiram e eles saíram do dormitório, mas Helena não percebeu quando Logan segurou na mão de Sophia e eles foram para a sala de aula de mãos dadas.


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