A aflição de Naruto aumentava a cada dia mais naquela cidade. Não era bem o lugar em que ele queria estar, além de Hinata estar sempre ocupada e chegar sempre exausta em casa. Ele tinha algo muito sério para falar com ela.

Sai estava saindo com uma enfermeira chamada Kate, e este estava a cada dois dias em casa. Gaara tinha pego férias e foi para a praia com Sakura. E lá estava ele, loiro, sozinho, fechado num apartamento em Kansas City, sem saber o que fazer.

Numa manhã oportuna, lá estava ele, dormindo, quando seu rabugento amigo, recém casado (há pouco tinha se casado com Ino, a garota que cursava botânica) ligou:

–Hey, Naruto!

–AAAh... – Naruto gemeu.

–Cara, você estava dormindo?

–Yes...

–E como está o inglês?

–Good, but... Estou com um problema...

–Hm... E o que seria?

–ELA NÃO PARA EM CASA!!!- Naruto berrou.

–Hm... – Sasuke sentiu-se surdo. – primeiramente, mantenha a calma. Ela não suspeita de nada?

–Não.

–Ela é tapada que nem você. Se merecem mesmo. – Sasuke riu.

–Tá bom. O que houve pra você me ligar?

–Seu patrocinador quer saber que dia você quer passagem de volta.

Afe. Naruto tinha esquecido quem tinha pagado a sua viagem.

Antes de Naruto dizer algo, a porta do apartamento de abriu, e ele levou um susto.

–Ahn... Eu te ligo depois, alguém chegou.

–Ok, cara.

Naruto fechou o celular. Ouviu a doce voz de Hinata falando com o gato que tinha ganhado dele.

Logo apareceu ela na porta do quarto, com os olhos abertos. E sorriu.

Um sorriso malicioso, sem mostrar os dentes, fazendo Naruto semicerrar os olhos em suspeita de que algo não ia tão bem.

Ela fechou a porta atrás de si e começou:

–Naruto... –Ela falou arrastando a voz.

–Hinata.

–Eu tava pensando... Meu pai nunca deixaria a gente casar, não é?

Engraçado, pensou ele, ela nunca falou em casar...

–E eu tinha feito uma jura... –Ela tirou o lenço que usava no pescoço. – Prometi ser santa até lá...

Volta e meia o tico e o teco da cabecinha de Naruto funcionavam, e ele começou a arregalar os olhos ante a leitura explícita das entrelinhas.

–Mas eu tive um plano! – Parou ela de súbito com sua insinuação.

–E qual é? – Pediu ele inocentemente.

–Ah, você já deve ter uma noção de que eu quero casar contigo mais que tudo, e para isso acontecer teríamos duas opções. Ou a gente muda a cabeça do meu pai ou eu fico grávida. Como já tentamos a primeira, teremos que trabalhar duro pela segunda...

Ela sentou-se ao lado do rapaz atônito e cochichou:

–Eu... Tive saudades, Naruto.

Levemente, ele descobriu de onde veio toda aquela ousadia, pois uma Hinata em plena consciência nunca faria algo assim. Ela exalava um fraco cheiro de álcool, e ela era fraca para ele. Não precisava muito para ficar bêbada.

Ela pegou o rosto dele e o beijou, timidamente, no início.

O toque dos lábios nunca tinha sido tão puro. Ela se arrepiou, e sua confiança no álcool pareceu sumir. Naruto suspirou, sorvendo o perfume dela.

–Eu... – ela se afastou dele, de olhos fechados. –Desculpa, eu não bebi o bastante. – Ela riu, envergonhada. – Eu tenho medo, não sou boa nisso...

–Nisso o quê? –Pediu ele.

–Em... Ficar com você. Eu não tenho jeito.

–Eu não to entendendo.

–Naruto. –A voz dela soou séria e ela abriu os olhos, revelando saudades. –Eu... Tenho saudades e...

Ela ficou em silêncio.

–Fala meu amor. –Ele pegou sua mão. –Que foi?

–Ah... É complicado! Eu sinto tanta vergonha!

–Fala Hinata. Eu quero saber...

–Eu... Vou tentar fazer você entender, ok? – Ela o olhou e sorriu.

Ele sorriu também e ela ficou mais vermelha ao vê-lo a fitando. Tomou fôlego e fechou os olhos, entregando-se. Ele fez o mesmo, esperando por ela.

Ele nunca tinha ficado de olhos fechados, a esperando. E quando ela o tocou timidamente no peito, quando o envolveu nos braços, quando os lábios dela tocaram seu pescoço... Tudo foi diferente, e ele sentiu-se ali, conectado a ela. Mesmo assim, sem fazer nada.

Ela o empurrou para a cabeceira da cama e abriu a camiseta de botões do pijama dele. À medida que o peito ficava nu, a mão dela entrava mais na camiseta. E ela o fazia lentamente enquanto perdia o ritmo de beijá-lo.

Logo ela se separou dele e, ainda sentindo o calor dos lábios, abriu o casaco de forma rápida, mas sem perder aquele jeito meigo, mas efetivo.

–Agora, eu mostrei um pouco.

Ele nem conseguia pensar, tão intensa que ela era.

–Prossiga, Hina-chan.

Ele sorriu encorajando-a, e ela acatou.

Ela foi menos inibida, agora. Ela tirou o restante de roupas dele e ficou só de lingerie, rindo quando os olhos dele viram o conjunto. Ela se inclinou sobre ele e ele, já excitado, soltou um leve gemido.

–Isso é possível? – Ela falou, ainda junto da pele dele.

–Hn?

–Eu, assim, hoje, e você...

Ele se moveu rápido, antes que ela percebesse, ele estava deitado sobre ela. Ela riu, pura.

–Então você estava com saudades?

–Sim, eu... – o fio de pensamento dela foi cortado por ele, que mordiscou sua orelha.

–Você...

–Não me peça para falar agora, e não fale também. Só se for necessário... – Soltou ela, fraca.

Ele sorriu. Não pensava em outra mulher, todas iriam parecer sem graça depois dela. E as suas reações eram tão puras, tão verdadeiras, que ele definitivamente não conseguiria ficar com qualquer outra mulher.

Ele seguiu a linha do pescoço até o ventre, fazendo-a contrair-se toda.

–Naruto, não... –Ela colocou a mão sobre o ombro dele, parando-o.

–O que foi?

–Nada. Só acho que vou morrer...

Ele se motivou por essas palavras e levantou o quadril dela, tirando delicadamente a peça que estava no caminho.

–Pare, Naruto. Por favor... – suspirou ela.

–Eu não estou te ouvindo – brincou ele e voltou à boca dela, desferindo-lhe o mais safado de todos os beijos. Enquanto a mantinha ocupada ali, tirou o sutiã dela.

Desceu novamente pelo pescoço, provando o sabor de sua pele fazendo Hinata gemer, mas agora sem o impedimento do sutiã, e logo mais abaixo, sem a calcinha... Estava feito.

Ele parou depois do gemido dela. Nunca tinha ouvido algo tão prazeroso. Ela estava fraca, só ficou estirada ali mais um pouco, retomando o ar, que parecia fugir.

Enquanto ele estava ali, do lado dela, sem perceber, ela chegou mais perto dele.

E ele se surpreendeu quando ela passou as pernas pela lateral do seu corpo, apoiando-se em seu abdômen. O olhou de cima.

–Vamos lá, Naruto! Ânimo! Eu estou aqui e quero muito ser sua. Você me entende, né? Eu já sou sua, mas...

Não foi preciso explicar. Hinata mostrou mais uma vez o que queria.

XOX

Quando ele acordou, Hinata já o estava admirando, vestindo um vestido cor-de-rosa.

–Vamos almoçar?

Ele sorriu. E tomou coragem.

–Hinata, senta aqui.

Hinata sentou do lado dele.

–Minha pimenta rosa... Você sabe que eu te amo. Mas acho que não sabe quanto. – Passava a mão delicadamente em sua bochecha.

–Você veio até aqui... Eu acho que sei sim. Ela sorriu.

–Eu não quero só te beijar, eu não quero só fazer amor com você e depois ir embora. E se você encontrar um outro cara, um que o seu pai aprove? Eu não poderei te ver com outro. Você é minha, e eu sou seu.

Ela derramou uma lágrima.

–Eu quero tê-la. Pra sempre. Mesmo que eu tenha que te sequestrar e a gente fuja. Eu te amo. Não é uma atração física, não é uma viagem nas drogas. Eu verdadeiramente te amo.

–Eu sei... –Chorou ela.

–Então você pode... – ele foi e pegou algo na mala. - Ser minha mulher? Não posso voltar para o Japão sem saber isso. Vim só para saber.

–Naruto, você não está... –Ela se levantou, mas ele já estava ali, de joelhos.

–Por favor, Hinata.

Ele abriu a caixinha de cetim, e dentro dela, o anel mais lindo do mundo, com as iniciais deles, estava lá.

–Naruto, eu...! – Hinata chorava.

–Aceita ser minha esposa, Hyuuga Hinata? Prometo te amar por toda a eternidade.

Ela balançou a cabeça.

–Por favor, não mude de ideia. – Resmungou ela.

–Você ta boba? Eu atravessei o oceano pra te ver, acha que eu vou mesmo mudar de ideia??

Ele colocou a aliança no dedo dela, e a abraçou antes de beijá-la.

Hey, fala pro patrocinador mandar a passagem pelo correio.

Ah!

E pode ir comprar um smoking bem bonito, pois será meu padrinho.

Mandou para Sasuke umas duas horas depois.