Em sua cama, a pequena pimenta rosa pensava em seu amado. A saudade fazia certas partes de seu corpo latejar de dor. Os olhos queriam vê-lo, os dedos queriam tocá-lo mais uma vez. Estava exausta. Exausta da falta dele.

Logo Sai e Gaara voltaram do trabalho, e Hinata, ao sentir o perfume de Sakura, voou nos braços dela, agarrando-a com um grande sorriso.

–SAKURA!!!!! - a pequena gritou.

–Uau, Hinata, como sabia que era eu?!

–Eu estou sendo treinada, como um cachorro, para identificar as pessoas pelo cheiro...

–Hm, isso é estranho. Mas mesmo assim, como sabia que era o meu cheiro?

–Ah, Gaara tem uma almofada com ... - Hinata foi impedida de falar pois Gaara tampou sua boca, arrancando uma risadinha de Sai:

–Ah, então é por isso que você sempre dorme com uma almofada brega e cor-de-rosa... - Colocou a mão no queixo, fingindo pensar.

Sakura e Hinata riram, e Gaara ficou vermelho, tornando a cena cômica. E aí algo aconteceu. Mais alguém riu. Um riso baixo, contido.

–Tem mais alguém aqui? – pediu Hinata.

–Hm... Sim. Mas você terá que usar seu olfato pra adivinhar quem é. – Falou Sakura.

O cheiro, na primeira tacada, era familiar. “Hanabi”, ela tentou. Mas era masculino. “Papai”, ela pensou. Mas algo nele lembrava-a de proteção. “Neji”, ela se esforçou para tentar adivinhar.

Logo, o cheiro de Sai começou a interferir.

–Sai, onde você está?

–Bem aqui, Hinata. – Ele tocou seu ombro.

Começou a sentir que a pessoa, o cara que ela estava tentando adivinhar estava na porta. Ele tinha um cheiro muito parecido com Sai, só que mais másculo e mais forte.

E como se seu cérebro finalmente funcionasse, ela adivinhou: O loiro japonês que habitava em seu coração. A ponte a um mundo cheio de amor e romantismo.

Colocou a mão na boca, paralisada. Não estava acreditando.

–Na-Na-...

O loiro correu para ela e a abraçou.

–Desculpa, amor, tudo estava uma merda no Japão, por isso não conseguia falar com você.

Ela tocou o rosto do rapaz, admirando-o. E ele quase a esmagou no abraço, como se quisesse que ela se fundisse a ele, pra nunca mais ficarem separados.

Sai foi para a cozinha preparar um chá. Gaara e Sakura foram pegar as malas. E Naruto e Hinata ficaram ali, matando a saudade um do outro.

–Naruto...- a morena resmungava, chorando

–Calma, eu to aqui.

–Eu senti sua falta. Achei que tinha achado outra namorada no Japão e não ligava mais pra mim.

Naruto riu.

–Hinata, então era isso que você pensava?? Eu nunca vou achar outra namorada, eu nunca vou procurar outra. Enquanto eu tiver um fio de fé em Kami-Sama, eu vou estar com você. Não te trocaria por ninguém. Por mais que me sentisse sozinho lá no Japão, sua lembrança sempre ardia em meu coração, me fazendo forte.

Hinata sorriu. Naruto estava ali, com ela. Muitas vezes pensou que ele estava ocupado no Japão. Até pensou que ele tinha se casado. Mas ali, em seus braços, estava segura pelo amor dele. O seu toque lhe pareceu mágico, diferente de antes, mais doce, quente. Ela não se lembrava de como ele era forte para protegê-la e fofo para não quebrá-la nos braços firmes. Estava a salvo.

Logo Gaara voltou com as malas, mas sem Sakura.

–Aqui estão as malas. Eu vou ter um dedo de prosa com a Sakura.

Sai, na cozinha, soltou uma irreverência:

–Sei qual será o “dedo” de prosa haha...

Ele deu um tom bem pejorativo para “dedo”, fazendo Gaara enrubescer e sair de pura vergonha.

Na verdade, Gaara era tímido, mas só demonstrava isso em casa, quando ficava mais solto. 

–Falando em prosa, Hinata, muita gente tá com saudade de você. Neji e Tenten mandaram abraços. – Falou o loiro, soltando Hinata.

–Ah, sério? E como eles estão?

–Na verdade, a Tenten está com descolamento na placenta, fazendo a gravidez ser de risco, mas eles estão muito bem, e felizes também. Ela está grávida de gêmeos.

–NOSSA, SÉRIO??? Puxa, ela deve estar tão feliz...

–Eu vi bastante Neji, pois ela tem que ficar de repouso, e nunca sai de casa, mas ele está tããããão feliz... Nem parece mais aquele cara rabugento que eu tinha medo...

Eles riram.

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Depois de tomar chá com Sai, era noite já.

–Bom, crianças, eu vou dormir. Hinata-Sama, não se esqueça de sua aula de inglês amanhã, viu?

–Hai.

–Nossa, Gaara e Sakura ainda devem estar “conversando”... - Comentou Sai, baixinho.

–Pois é, a conversa deve estar boa – falou Naruto, entendendo o que Sai insinuava.

Hinata ficou vermelha.

–Hey, cara, onde você vai dormir? Na minha cama que não.

A cor de Hinata piorou.

Naruto riu. Poxa, estava com saudade dessas reações exageradas de Hinata. Beijou sua testa.

–No sofá está ótimo.

–Hm... Ok, então. Boa noite pra vocês. Não façam muito barulho.

–Tá bom, Sai. –responderam em uníssono.

Quando ele sumiu, Hinata ficou vermelha de vez. Naruto olhou para ela, confuso.

–O que foi, Hina-chan??

–Nada, só lembrei de uma coisa.

–E o que seria?

Colocou o rosto entre as mãos, querendo se esconder. E Naruto sacou o que era.

–Hinata, está pensando que eu vim do Japão até aqui só pra transar com você? Você acha que eu só penso em você como isso? – Ele falou baixinho.

–Não é isso, é que... é esperado que isso aconteça. Seria normal.

–Bom, mas eu realmente vim aqui pra te ver. Sexo seria um bônus.

Ela riu, nervosa.

–Bom, de qualquer jeito, eu vou tomar um banho.

Ela foi para seu quarto e Naruto a seguiu, silencioso. Ao chegarem perto da cama, Naruto se jogou em cima da garota, que inevitavelmente caiu na cama.

–HINA-CHAN! ESTAVA MORRENDO DE SAUDADES! – Cochichou para a garota, estreitando seu braço na cintura dela.

*tosse* -Nossa, como você é pesado.

–Eu sei. –Furtou um rápido beijo da garota. – Agora vai tomar um banho. Eu não sou obrigado a dormir com gente fedida.

–Hey, você não ia dormir no sofá?

–Eu menti.

Hinata ia protestar, mas desistiu.

–Ok. Já venho.

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No banho, Hinata lembrou o quanto seria impossível para ela, na manhã daquele dia, pensar que Naruto dormiria no seu quarto. Ela sorriu, boba, ao perceber que o Uzumaki, seu amado, estava deitado em sua cama neste momento.

Quando voltou ao seu quarto, Hinata, que passava a maior parte do tempo com os olhos fechados, resolveu abri-los.

Hinata conseguia ver, por alguns instantes, e então sua visão começava a embaçar, e quanto mais ela forçava para ver, mais sua cabeça doía.

Mas desta vez, quando abriu os olhos, viu Naruto esticado em sua cama, roncando.

Puxou um cobertor, se aninhou nos braços do rapaz e dormiu, apagando a luz do pequeno abajur, no criado-mudo.

E, ao deitar, beijou o braço musculoso ao seu lado.