Dear Devil - The Last Hope escrita por Pode me chamar de Cecii


Capítulo 36
Chapter Forty-two - Food Chain - Ø


Notas iniciais do capítulo

pra compensar a demora, fiz esse maiorzinho. estamos realmente acabando a fic. mais dois ou tres caps, e o epilogo, acaba. leiam as notinhas finais, ok? espero q gostem



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Ele chegou lentamente por trás de mim, me assustando.

- Derek? – chamou e eu me virei instantaneamente. Gabriel.

Suspirei. Vi em seus olhos que ele já sabia do que vinha acontecendo. Sentou-se ao meu lado e permanecemos calados por alguns minutos. Foi o silencio mais agradável que já havia presenciado. Só então pude encara-lo.

- Sinto muito. – disse. Ele sorriu. – Eu... Não deveria ter feito isso, não é?

- Você deu uma segunda chance, Derek. – disse calmamente. – Quando a salvou. Está dando mais uma chance agora?

Eu ri sarcasticamente. Sim, estava. Ou não?

- Pelo menos não preciso ser eu.

- Você sabe que precisa. Eu não o faria. Ninguém mais pode fazê-lo. E a vida será perpétua até que o fim chegue. E o fim não chegará, a não ser que a dívida seja paga. – citou. – Ou que a morte pelas mãos do seu dono a pague.

Deixei uma lágrima insignificante cair. Gabriel fingiu não perceber.

- O frio o fará. Ela nem tem asas.

- Não a subestime.

O vento frio sempre me acalmava.

Eu tinha uma inacreditável habilidade de esquecer. Ou fingir para mim mesmo que havia esquecido. Mas a sutil lembrança daqueles olhos castanhos punha abaixo toda a minha farsa, que o vento levava. Levava juntamente com os pensamentos que vinham em montes, me sufocando, asfixiando.

Pisquei algumas vezes para evitar que gelo se acumulasse em meus olhos. A neve caía arduamente pintando a paisagem de branco e cinza, em conjunto com o céu. Nada vivo era visto por ali.

Meus casacos inúmeros me deixavam quase imóvel, por causa de tanto peso. Eu me sentia em uma armadura medieval, pronto para a guerra. Minha visão era limitada a alguns poucos metros à minha frente. A pequena entrada que havia sido aberta a pouco tempo onde, um  dia, fora uma enorme estação de metrô que ligava a cidade subterrânea à cidade emersa estava bem camuflada. Aquilo havia sido em tempos de paz, quando o frio era apenas o frio, e o fogo apenas o fogo. E o bem e o mal podiam ser distinguidos. Contrastes demais.

Senti uma grande porção de neve me atingir na face. Virei-me naquela direção. A tempestade parecia se intensificar. Virei-me para entrar pela passagem estreita. Era um bom horário para nós, mas eles esperariam. Poucos anjos caídos suportavam o frio dali. Permaneci mais alguns segundos observando a nevasca à minha frente antes de me virar.

E então eu vi.

A silhueta que se aproximava mancava com a dificuldade de andar. Mas se aproximava rapidamente. Não precisei que se aproximasse para que eu soubesse quem era. O quê era. Corri naquela direção. Os olhos castanhos me encararam de forma sublime antes que ela caísse em meus braços. Olhei para aquele belo rosto, de feições delicadas, traços finos. Era sim, aquela a garota, aquele o demônio, do qual eu livraria a terra.

Saquei a pequena faca que carregava por precaução. Os olhos permaneciam abertos e ela sorriu sarcasticamente, sem forças de se mover. Apontei a faca para seu peito. Ela quase não vestia roupas. Apenas o mesmo corpete de sempre e uma meia-calça rendada, completada por botas negras de salto-alto. Ela respirava ofegante. Pressionei a lâmina. Antes de sentir seus lábios quentes virem sobre os meus, com toda a força de um ser saudável, e a lâmina simplesmente caiu na neve enquanto eu me perdia em seu beijo.

Apanhei a mesma e afastei o corpo dela. Apronte-me para dar o golpe. Mas fora tarde demais. Com uma extrema habilidade, ela acertou um chute em minha mão, derrubando minha arma. Derrubou-me no chão, apanhou a faca. E apontou-a contra mim.

Fechei os olhos, esperando o golpe fatal, sentindo seu corpo sentado sobre o meu. Mas, pelo contrário, apenas ouvi um leve sibilo em minha orelha pedindo silêncio.

A passagem era deserta. Como sempre, apenas o lixo nos fazia companhia. Sentávamos um de cada lado da fogueira, eu apenas observava enquanto ela se deliciava no fogo.

Eu esperava a hora em que ela começaria a falar. Mas estava muito divertida no fogo. Soltou-me um leve sorrisinho e continuou ali. A pele, incrivelmente, não se queimava. Assim como anjos haviam se acostumado com o frio, ela se acostumara ao calor extremo. Pigarreei.

Ela riu.

- Ok, por onde que que eu comece? – perguntou.

- Do começo.

Ela pigarreou desta vez. E começou.

- Eu fui enganada.

Simples. Era isto. Arqueei uma sobrancelha. Ela revirou os olhos.

- E vocês também. Minha missão era vir aqui. Salvar vocês. Ir embora. Fim da guerra aí.

Fui obrigado a rir. Minha discrição me surpreendia.

- Salvar-nos... A quem? E de que?

- Humanos. Dos próprios aliados, garotão. Fui... Levada a crer que eles não queriam o... Bem. De sua espécie ridícula. – o “ridícula” me surpreendeu. Sim, sabia que era assim que éramos vistos, mas jamais a ouvira falar assim. – Pena que era o contrário. E agora que estou aqui, dizendo que fui enganada (ouça bem, fui enganada, mas não sei se estou errada), pretendo fazer algo que realmente preste.

- Como?

- Lutar por vocês.

- E por que eu deveria aceitar? Por que não a mato agora?

“- Por que ainda não matou, se é o que pretende?”


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Notas finais do capítulo

1 - nao me matem
2 - gente, eu qro realmente o q querem da fic. o final vai depender disso, na boa... pouca gente comenta. como sei se estao gostando?
3 - bem, qro saber o q axam de mais temporadas. pretendo pelo menos mais duas, mas as otras dependem de vcs. vo postar as sinopses se quiserem, ok?
4 - escolham o q preferem ter primeiro: betagem da fic ou novas temps
4 - espero q tenham gostado, ate o proximo