“Em caso de pânico interior, feche os olhos, respire fundo, e pense em alguma coisa bem diferente daquilo que está vivendo.”

O que tá acontecendo comigo? Enquanto refletia no por que tudo voltar de novo, me fazendo de idiota se bem que era melhor, nem percebi que Santana já tinha saído do carro e estava do lado das duas, que me olhavam com curiosidade.

“Você não vai sair daí? Não temos muito tempo.” Santana falou antes de abrir a porta e me puxar pelo braço, ainda inerte com tudo aquilo.

            “Oi Q. Já conhece a Rachel?” Britty falou me dando um beijo, ficando meu lado. Olhei pra morena a minha frente e não pude deixar de notar que hoje ela tava mais bonita que ontem com sua saia minúscula que mostrava bem as suas pernas e uma blusa que marcava bem a cintura. Percebi que ela me analisava também parando o olhar nas minhas pernas, já que eu tava com um vestido solto. Quando viu que eu a peguei no flagra corou. Como ela é linda.

“Não.” Respondi sem me lembrar da pergunta.

“Olá, sou Rachel Berry.” Ela falou estendo a mão. Que voz é aquela? Fez meu corpo se arrepiar só com essas simples palavras.

“Oi. Quinn fabray.” Quando toquei na sua mão foi como se tivesse levado um choque, mais não de dor e sim de prazer imagine como será um beijo dela. Eu preciso ir num psiquiatra urgente.

“Bom agora que as duas se conhecem, vamos indo não quero perder a primeira aula.” Santana falou puxando a Britty nós deixando pra trás. A sós.

Eu não conseguia me mexer era como se meus pés estivessem grudados no chão. Ela também parecia não saber o que fazer.

“Ei!” ouvi o grito da Santana mais não conseguia parar de olhar pra ela. Mais que droga! “Será que dá pra andarem ou tá difícil?!”. exclamou.

“Acho melhor irmos, se não é capaz dela vim nos buscar aos tapas.” Não sei como consegui mais tinha que falar alguma coisa. Ela sorriu e percebi que o sorriso dela é o mais lindo que já vi.

Caminhamos em silêncio até onde as outras duas estavam. Pouco tempo depois já estava na sala de aula tendo minha primeira aula do dia. Quem disse que eu consegui me concentrar, só pensava na voz e o toque suave daquela garota que eu já sabia que se chamava Rachel. Depois da primeira tivemos a segunda, no qual é a mesma da Santana.

“Então como foi a conversa com a sua amiguinha?”. Ela falou quando entramos na sala e sentamos na ultima fileira.

“Quem a Beth?”. perguntei.

“Você tem outra amiga, louca como aquela?”. tive que me segurar pra não dizer que tinha e que tava sentada do meu lado.

“A Beth não é louca.” Disse abrindo o meu caderno e copiando o que a professora tava passando.

“Então me diga, qual o nome que dá pra pessoas que saem por aí quebrando o braço de outras pessoas?” Disse. Assim como Beth, Santana nunca foi com a cara dela.

“Ela não fez por mal. Você sabe disso, ela achava que você tinha me machucado.” Falei.

“Eu não falei que ela é louca. Eu corria o risco de ser presa por te tirar de lá sem autorização médica. E ainda sou acusada de te machucar?” disse com horror.

“Eu não te pedi nada, você me ajudou por que quis.” Disse ficando irritada com o rumo da conversa. “Agora será que da pra prestar atenção na aula.” Falei soltando um suspiro descontento.

O problema da Santana era que ficava desenterrando coisas do passado sem precisão.

“Q, me desculpa tá. Eu sei que não gosta de falar desse assunto, e eu faria tudo de novo sem pestanejar.” disse pegando na minha mão e fazendo um leve carinho. O que durou pouco.

“Tudo bem.” O restante da aula foi feito em silêncio.

Quando a aula terminou Santana fez questão de me levar até a sala da próxima aula. Eu to me sentindo uma criança de cinco anos com todo esse cuidado da Santana. Quando chegamos à porta da sala Britty estava lá com a Rachel do seu lado.

“S trouxe a Rach como você me pediu.” Britty falou indo se colocar do lado da Santana.

“Obrigada B.” falou dando um beijo na bochecha antes de nos olhar e dizer. “Nós vemos daqui a pouco.” E saiu me deixando sozinha com a garota.

Ficamos paradas na porta sem nenhuma das duas saber direito o que fazer. Ela parecia tão ou mais perdida do que eu.

“Meninas acho bom entrarem logo.” O professor disse, sem nem ter percebido que ele tinha passado por nós. Entramos e vi que a sala tava quase toda lotada, tivemos que nos sentar uma do lado da outra. Ficamos algum tempo em silêncio ouvindo as explicações do professor, se bem que eu não escutava nada. Até que quebra o silêncio.

“Vocês cantaram muito bem ontem.” Ela disse sem olhar. De novo me arrepio com sua voz.

“Obrigada.” Digo a olhando de esguelha.

“Santana disse que vocês não ensaiaram que foi tudo improvisado.” Falou escrevendo alguma coisa no caderno.

“Na verdade eu não sabia qual era a música.” Disse vendo que ela me olhou pela primeira vez. Ela me olha de um jeito que até tenho medo de dizer qual é o jeito.

“Sério?” me pergunta. “Já eu mesmo com a letra na ponta da língua gosto de ensaiar um pouco antes.”

“Ela só disse na hora quando chegamos, e nem disse qual, só falou que era a nossa preferida.” Enquanto falava a peguei devesas vezes olhando pra minha boca. Quando subiu o olhar pra mim encarar, corou. Ela fica tão linda envergonhada. Para Quinn não começa, pensei. Depois desse nosso pequeno diálogo não falamos mais nada até o sinal tocar. Quando estávamos saindo lado a lado vimos Santana na nossa direção com Britty.

“Vamos comer que eu to com fome.” Disse.

Enquanto andávamos em direção ao refeitório Britty falava sobre o gato dela que ainda andava lendo seu diário, enquanto Santana mantinha a posse de Bitch e Rachel escutava tudo o que Britt falava. Quando chegamos ao refeitório e depois de pegarmos o nosso lanche eu achei que sentaríamos na mesma mesa de ontem. Qual foi minha surpresa quando Santana se dirigiu pra mesa onde o resto dos Gleeks estava.

“E aí.” Falou enquanto se sentava do lado da asiática. “Tem mais espaço pra quatro garotas aí?” ela se senta depois pergunta. Vê se pode.

Os garotos pareciam que estavam vendo uma parição do outro mundo. Não é por menos já que mesmo tendo se tornado ‘amigos’ era estranho uma Cheerio se sentar ao lado dos perdedores. E vi que todo mundo no refeitório pensava o mesmo.

“Claro.” O cadeirante fala dando espaço pra Britty se sentar do lado dele em frente a Santana, que por sua vez sem delicadeza alguma me puxou pelo braço quase fazendo minha bandeja cair, e fazendo sentar do seu lado e do lado do garoto que se veste estranho pra um garoto. E Rachel sentar na minha frente do lado do jogador de futebol amigo do Puck que não sei o nome.

“Agora que Quinn está conosco vou fazer as apresentações.” Santana falou se virando pra mim e apontando pra cada um, me dizendo o nome.

“Esse ai do seu lado é o Kurt, Mercedes, Rachel você já conhece, Finn, Artie, Mike,Tina e Puck que você também já conhece,”

“Oi.” Eu disse sorrindo pra todos.

“Oi.” Me disseram em coro.

Depois disso passamos a conversar sobre várias coisas, e por incrível que pareça me senti bem conversando. O kurt o garoto que se veste diferente descobri que ele gostava de garotos. E que Tina e Artie namoravam, ou melhor, já namoraram eles tinham acabado de terminar, mais sem deixar de serem amigos. Mais a notícia que mais me pegou de jeito foi ficar sabendo que o jogador de futebol, o Finn era ex da Rachel. Eles namoraram por um bom tempo e terminar faz dois meses, quando ouvi isso senti uma dor que veio acompanhado de raiva. Mais claro que não demonstrei já que não era nada de mais. Ou era?