As Sailors Lunares (lunar Senshi) escrita por Janus


Capítulo 14
Capítulo 14




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- Como foi? – Perguntou Urano para ele.

- Razoável. Encararam bem a situação.

- Quero ver se continua assim depois que elas voltarem.

- Eu vou dar uma olhada por ai. Estou sentindo alguma coisa indefinida.

- Eu vou com você.

- Não! Eu sou melhor para esse tipo de coisa.

- Quer que eu fique pajeando elas?

- Quero que as proteja. No momento, elas são o nosso ponto fraco. E você já mostrou que pode comanda-las.

Sem esperar uma resposta, ele saiu de lá na sua velocidade incrível. Urano ficou se mordendo de raiva. Um dia, ele e ela iriam acertar suas diferenças. Até lá, teria de suportar aqueles momentos de raiva.

- Muito bem crianças, já me disseram o que aconteceu. Agora, que tal me mostrarem onde estavam esses pendentes?

- Por aqui! – disse Diana já pulando pelas pedras e indo para a porta que dava no subterrâneo.

Sailor Urano e as crianças foram logo atrás. Quando chegaram a sala de troféus, Titã tentou saber mais detalhes.

- Salor Urano?

- Sim?

- Sobre estas estátuas... sabe alguma coisa a respeito?

Ela olhou para elas.

- Bem, aquele é o rei e a rainha do Milênio de Prata, essas quatro que estão nas paredes eu não conheço. Exceto que aquela ali parece de uma sailor.

- E é – disse sailor Ariel – é da sailor Terra.

Urano ficou intrigada com aquilo. Se aproximou da estátua e a observou melhor. Era de uma mulher madura, aparentemente feliz com a vida. Olhou para as inscrições abaixo do pilar e não entendeu nada.

- Como sabe que esta é a sailor Terra?

- É o que está escrito. Eu traduzi com o meu material escolar. Alias, o que aconteceu com nossas roupas e mochilas?

- Elas voltarão quando voltarem ao normal – disse ela – no momento, estão em um tipo de limbo. Bem seguros.

- Sei... - disse Titã olhando para a estátua – você não faz idéia do que significam estas estátuas, não é?

- Tudo o que sei – disse ela pensativa, lembrando-se de algumas coisas que Michiru e Amy andaram pesquisando – é que antes do Milênio de Prata, haviam guerreiros, antecessores das sailors, protegendo este sistema Solar. Talvez estas estátuas sejam destes.

- Parece que eram amazonas e cavaleiros estelares. Mas porque só esta era sailor?

- Miranda... Eu não faço idéia. Talvez tenha sido a primeira sailor. Vamos ver estes pendentes.

- Hã.. Urano?

- O que foi agora, Europa?

- Ë sobre o meu pai...

- O que tem? Ele tem poderes, vocês viram. Ele é um dos guardiões da Terra. O líder destes, alias.

- Bom, isso eu já imaginava, é outra coisa...

- Que coisa? – ela já estava ficando sem paciência.

- Ele.. bom, ele não chama nenhuma de nós de sailor. Sempre nos chama pelos nossos nomes. Por que?

Ela não podia responder àquilo. Ela própria não sabia. Mas era verdade. Ele sempre tratou as sailors pelos seus nomes verdadeiros. E, quando estava em uma situação em que não poderia falar assim sem evitar que as denunciasse, ele não as tratava pelo nome, seja ele sailor ou real. A única resposta que ele tinha dado a isso, foi que “não consigo ver vocês como sailors”.

- Eu não sei – respondeu ela entrando na sala onde estavam os pendentes.

Assim que entrou, ela ficou impressionada com aquelas caixas soltas. Ela sabia o que eram elas. Amy tinha conseguido uma delas uma vez, em uma antiga ruína dos diversos reinos da Terra em que as sailors atuaram durante o primeiro milênio de Prata. Eram registros. Era uma biblioteca enorme. Cada caixa podia armazenar uma quantidade absurda de informações. Se Anne soubesse o que eram, provavelmente ficaria ali por uma eternidade.

Logicamente, acompanhada por Amy e Michiro.

Na parede ao fundo, ela viu o buraco nesta. E haviam mais pendentes lá dentro. Isso significava que novas sailors poderiam surgir ainda. Quem os teria criado?

Quando se aproximou mais, viu que não eram só pendentes que estavam lá. Haviam pelo menos dois broches. Um vermelho, circular com uma cruz amarelada que encaixava-se perfeitamente no seu centro – ela tinha certeza de ter visto coisa parecida na estátua na outra sala – e, o outro, também era redondo, mas parecia que tinha o desenho de uma estrela.

Chegou mais perto para examinar e, para sua surpresa, o broche vermelho começou a brilhar. Ela saltou para traz imediatamente e ficou de guarda.

- Afastem-se – disse ela olhando para aquilo atentamente.

O brilho aumentou e ele começou a flutuar, indo em sua direção. Ela ficou imóvel, aguardando. Súbito, ele se desviou e a contornou, indo diretamente para Joynah, que estava mais atrás. Ele parou na sua frente, e ficou brilhando.

- Mas... o que significa isso? – perguntou Joynah com os olhos arregalados.

- Acho que ele é seu – disse Calisto – foi a mesma coisa que aconteceu conosco. Os pendentes brilharam e cada um ficou parado na nossa frente, até que os tocamos.

Urano ficou mais séria. Tinha sido exatamente assim que ela tinha se tornado uma sailor.

- Bom, não faça cerimônia – disse sailor Moon – pegue logo ele.

Joynah estendeu a mão e o broche pousou nesta, parando de brilhar.

- Parece que você é uma sailor também – disse Miranda sorrindo – mas... porque ela não se transformou?

Joynah abriu o broche e olhou impressionada para o seu interior. Havia apenas um tipo de cristal lá dentro. Muito bonito, só que... não tinha mais nada.

- O que eu faço com isso agora?

- Guarde ele – disse Urano – depois descobrimos o que significa.

- E onde vou por este trombolho?

- Que tal na mochila nas suas costas? – perguntou Diana sorrindo.

Serena olhou para ela e notou que ela tinha se tornado humana, mas não entendeu o porque.

- É mesmo! Nem lembrava que ela ainda estava ai...

Urano se aproximou da abertura da parede e viu os outros pendentes.

- Deve haver uns cinqüenta ai...

- É muita sailor – disse sailor Moon ao seu lado.

- O bastante para um exército. Bem, já que todas as sailors foram escolhidas, vamos fechar isso.

Urano tentou fechar a porta, mas ela nem se mexeu.

- Acho que está presa...

- Deixa eu tentar – disse sailor Moon.

Para a sua surpresa, a porta se fechou facilmente, sem nenhum esforço. Ela olhou para Urano mas esta apenas balançou a cabeça, desistindo de tentar entender.

- Espere um pouco... abra de novo.

Ela abriu, e Urano ficou confusa.

- O que foi?

- Eu juro que tinha visto outro broche ai... mas não tem nada – olhou para as crianças atrás delas – viram outro broche flutuando também?

Nenhum deles tinha visto nada. Todos tinham ficado com a atenção focalizada no primeiro broche que tinha ido até Joynah.

- Tudo bem, feche isso e vamos embora.

No caminho, Urano parou de volta em frente a estátua da sailor Terra, e observou atentamente ao broche que esta tinha em seu peito. Não teve dúvidas, era o mesmo broche.

- Não é o broche que veio para mim? – perguntou Joynah percebendo aquilo.

- É... parece que você vai ser mesmo a sailor Terra – disse ela balançando a cabeça – como se já não bastasse essas cinco ai, ainda vai ter mais uma...

- Ei! – reclamou Miranda – O que você quer dizer com isso?

- Crianças, vocês não tem nenhuma experiência, e isto que eu faço não é diversão.

- Mas a Serena é a sailor Moon! – insistiu a sailor Europa.

- Sim, mas ela é sailor desde os sete anos. Já tem uma respeitável experiência. Vocês são novatas, e novatas sempre acabam atrapalhando.

- Minha mãe não diria isso.. – disse sailor Titã.

- Não aposte nisto – disse ela sorrindo. Com exceção de sailor Moon, ninguém ainda sabia quem era a sailor Urano.

Saíram do subterrâneo e Sohar estava lá, esperando por eles. Urano foi até ele.

- Encontrou algo?

- Sim – respondeu em voz baixa – pegadas. E não são das crianças.

- Aquelas criaturas flutuavam. Não iam deixar pegadas...

- Eu sei. Tem mais alguém aqui. Alguém que não posso sentir muito bem.

- E por que não nos atacou ainda?

- Não sei. Talvez esteja com medo, ou então, esperando um momento apropriado. Não podemos deixar as crianças longe de nossas vistas.

- Não se preocupe.

- Sério? Cadê a Sereninha?

Urano olhou assustada ao redor e não a viu.

- ESSA NÃO! Pode senti-la? – perguntou para ele.

- Sim... E não gosto de onde ela está. Se eu estiver certo, ela está em frente ao portal de emergência. E como faz parte da família real, poderá abri-lo. Eu já volto. Fique de olho neles.

Sohar saiu correndo, deixando Urano, mais uma vez, como babá das crianças. Como ela não tinha percebido que a pequena princesa tinha desaparecido?

Ela se sentou e olhou para as crianças. Ficou assustada quando viu Titã brincando com uma das caixas que estavam naquela sala onde ficavam os pendentes.



Sereninha estava apertando vários pontos daquela porta de pedra. Como, a cada toque, uma luz se acendia, ela achava que era um tipo de jogo.

- Princesa?

Ela se voltou assustada e viu Sohar.

- Eu.. só estava brincando... eu vi isto aqui e...

- Tudo bem – disse ele tocando em uma parte da porta e apagando todas as luzes – vamos ficar junto dos outros.

Ele a pegou no colo e a levou embora. Ele sentia que havia alguma coisa por ali, mas não sabia exatamente onde. Atras de uma parede semi destruída, aquela criatura com cabeça de tigre estava praguejando por Sohar ter impedido a pequena princesa de abrir o portal.

- Mas...?

Sohar chegou com a princesa e viu que todos estavam formando uma roda. Aproximou-se e viu o que chamava tanto a atenção deles. No centro da roda estava Anne segurando uma caixa e, acima desta, havia um holograma de uma mulher com roupas brancas. Era parte do banco de dados de Milênio de Prata, mais especificamente da sua fundação. A imagem estava contando sobre como Serenity lutou contra Metállia pelo controle a Lua.

Ele olhou para Urano e esta apenas deu de ombros. A pequena princesa entrou no meio da roda e ficou olhando também impressionada a história.

- Pelo menos, isso irá ocupar o tempo delas.

- Eu quero ver você convencer Titã a não tentar levar tudo aquilo junto com ela, quando forem embora.

- Bom, é só falar que ela só poderá levar o que puder carregar. Quando... – disse em voz baixa – Michiru vai chegar?

- Em mais quatro horas – respondeu ela olhando para o céu – ela já está freando a nave.

- Bem antes do portal se abrir. Não sei como estas crianças não estão com sono.

- Você teria sono nesta situação? – perguntou ela rindo.

- Para falar a verdade, sim. Eu já estou com sono.

Ele se sentou ao seu lado e ficou olhando as estrelas.

- Pena que Lita não está aqui. Esse céu está lindo. As estrelas estão incrivelmente nítidas.

- Sei o que quer dizer. Seria uma perfeita noite romântica...

Sohar olhou para traz e viu Herochi sentado lá, de cabeça baixa.

- O que foi Herochi?

- Hum? Há padrinho... nada não. Apenas que eu acho que.. err.. acho que minha amada não vai querer saber de mim.

- Por que? – perguntou ele se voltando para ele – disse a ela como se sente?

- Sim... mas ela andou me dizendo que sou um tanto frio. Que não sou romântico...

- Está falando com a pessoa certa – disse Urano sorrindo – esse cara aqui é o melhor paquerador do reino.

Ele abriu a boca para dizer algo, mas ficou quieto. Não ia dizer o nome dela ali. Ainda não.

- Bom, o que você acha que seria ser... romântico?

- Não sei... dar flores, passear, fazer carinho...

- Você não sabe nada, garoto – disse Urano olhando séria para ele.

- Pois é... é justamente isso. Eu não sei...

- Herochi...

- Como posso dizer a ela que eu a considero como a Lua que ilumina a noite? O raiar do dia de meu coração?

Urano e Sohar se entreolharam.

- Como poderia declamar a tão bela e delicada alma poemas de terceiros, que expressam opiniões de outros, e não a minha própria, sobre como sua visão conforta meu coração desolado?

Os dois já olhavam para ele com uma expressão de assombro. Ele realmente achava que não sabia o que era romantismo?

- Ela é como uma deusa para mim. Não no sentido de poder, mas de sinceridade, de harmonia. Seus cabelos parecem as vezes como ondas do mar, quebrando mansamente em meus dedos. E, quando faço isso, me sinto um peixe fora d’água, com medo de me afastar de tão manso lago e morrer em terra seca. Como posso ser romântico com alguém assim? Alguém que com sua alma ofusca minha visão, e pela qual eu adoraria me cegar?

- Eu... acho que vocês querem ficar sozinhos – disse Sohar se levantando, logo seguido por Urano.

- Vocês? – perguntou ele não entendendo.

Urano apontou com o dedo e ele viu, atrás de si, Joynah, com as mãos no coração e olhando com os olhos brilhando para ele.

- Joynah.. eu. Mhhhhh!

Ela o agarrou e lhe deu um beijo estupendo em sua boca, usando sua força para não deixa-lo escapar.

- Joynah... – disse Sohar se afastando – não esqueça de deixa-lo respirar...

Após se afastarem alguns metros, Sohar e Urano rapidamente pegaram cadernetas eletrônicas e começaram a rascunhar nestas.

- O que foi mesmo que ele disse sobre os cabelos? – perguntou Urano para ele.


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