Harry dirigia-se ao Salão Principal inquieto. Não era por nada, mas ele secretamente desejava voltar logo para seu presente, apesar de estar gostando de passar o tempo com seus pais, além de Sirius e Remus. Mas não se sentia mal por querer retornar: se tudo saísse como o planejado, poderia ter a vida que sempre sonhou ter – crescer com seus pais por perto.

Ao chegar lá, caminhou levemente apressado para a mesa da Grifinória. Sabia que não adiantava a pressa, pois seus amigos (e parentes) iriam querer esperar até o fim de semana para sair à procura da penúltima Horcrux resultante, a Taça de Hufflepuff.

Harry estava preocupado. Não fora fácil ter em mãos essa Horcrux em particular da primeira vez, e para completar não tinha certeza de que realmente estaria no cofre dos Lestrange. Tentar achar a Taça iria ser como tentar dar um tiro no escuro, mas não havia outro jeito de acabar com seu inimigo desprovido de nariz.

Sentou ao lado de Gina, que lhe deu um selinho assim que notou sua presença.

Todos – Gina, Hermione e Rony - cumprimentaram Harry e o mesmo aproveitou o silêncio seguido dos “bom-dia” desejados por seus amigos começar a falar:

– o que acham de tentarmos achar a Taça de Hufflepuff?

– no fim de semana, você quis dizer? – perguntou Hermione.

–é, pode ser – responder Harry, já sabendo que ela ia falar isso.

– vamos procurar no cofre dos Lestrange, correto? – perguntou Ronny, com a boca cheia de comida.

– Rony, pela milésima vez, engole a comida entes de falar! – exclamou brava Hermione.

– E sim, Rony, vamos procurar no cofre dos Lestrange – informou Harry.

– mas e se não estiver lá? – perguntou Gina – vamos ter entrado pra nada e arriscar ser presos?

– bom, não temos escolha – disse Hermione – além do mais, já conseguimos escapar de lá uma vez, aposto que conseguimos de novo.

– mas e se virem nossos rostos antes de fugirmos? Não poderemos voltar à escola porque estaremos foragidos! – exclamou Rony.

– é só a gente usar um disfarce diferente do que já estamos usando – disse Gina.

– mas tem um lance lá que torna impossível criar um disfarce – disse Harry, se lembrando.

– mas pensem bem – disse Rony – quando passarmos pela cachoeirinha lá vamos ficar nós mesmos, e ninguém nos conhece aqui no passado pela nossa forma natural! Solucionei o caso.

– acho que você tem razão, Rony – disse Hermione e Rony abriu um sorrisinho de metido.

– mas continua sendo arriscado – disse Gina, preocupada.

– Gi, você não precisa ir se não quiser – disse Harry.

– não é isso, eu quero ir, mas... Sei lá, acho melhor só vocês irem – disse Gina – quer dizer, vocês já foram uma vez e conseguiram.

– tudo bem – disse Hermione – todos de acordo?

Antes que Harry ou Rony pudessem responder, Sirius, Remus e Tiago sentaram-se à mesa.

– todos de acordo para o que? – intrometeu-se Sirius.

– um lance aí – falou Hermione, sabendo que se falasse o que era, Sirius, Tiago e de repente Remus, iriam querer ir junto.

– que lance? – perguntou Tiago – tem a ver com as Horcruxes?

– não é nada não, gente – disse Gina – a gente já combinou tudo.

Não era por maldade que não queriam falar para eles, mas sabiam que iria ser arriscado demais se todos resolvessem ir.

– fala sééério, Harry – disse Tiago – diga para seu pai o que estavam falando ou irá ficar de castigo!

Todos riram.

– finalmente resolveu dar uma de pai responsável, Pontas, é pra glorificar de pé – zoou Remus.

– olha, eu vou contar, mas não significa que vocês podem vir – disse Harry – vamos no fim de semana à procura da Taça de Hufflepuff.

– que massa – disse Tiago – deixa eu ir junto! – exigiu, ignorando o que Harry havia acabado de dizer.

– não, Tiago – disse Hermione – desse vez a coisa é séria.

– é – disse Rony e baixou o tom de voz, para garantir que ninguém ouvisse, além deles – vamos invadir um lugar para conseguir a Taça.

– que lugar? – perguntou Remus curioso.

– Gringotes – disse Gina e Sirius, Tiago e Remus piraram.

– o que, como assim? – surpreendeu-se Remus.

– me leva, me leva! – tornou a exigir Tiago, querendo mais do que nunca ir.

Sirius também ficou chocado, mas estava louco para ir também.

– vocês são muito egoístas! – exclamou ele – ficam com as partes mais legais e o que sobra para a gente? Nada!

– gente, vocês não percebem como isso é perigoso? – perguntou Hermione – apenas eu, Harry e Rony vamos, pois já fizemos uma vez antes.

– não é justo! – reclamou Remus.

– é, também temos direito de fazer as coisas legais dessa missão! – exclamou Sirius.

– já era, vocês não vão, e se me dão licença, tenho que ir – disse Hermione, curta e grossa, saindo da mesa rapidamente.

– vê se pode! – riu Tiago – Harry, você não pode nos deixar de fora!

– olha, pai – começou a defender-se Harry – se fosse outra situação, que não fosse tão importante, vocês poderiam ir. Mas você tem que entender que você pode acabar preso, na pior das hipóteses, mas também podem te reconhecer e você se tornará um fugitivo!

– mas é só eu usar magia para me disfarçar, que nem vocês estão usando agora – falou Tiago.

– você não entende – falou Rony – tem um negócio lá que inutiliza qualquer transformação, como a nossa, por exemplo. Na última vez que estivemos lá, nos reconheceram.

– só que desse vez eles se darão bem pois a verdadeira aparência deles é desconhecida para todos! – continuou Gina – ou seja, mesmo que sejam avistados, poderão voltar às aulas normalmente, com o disfarce.

Tiago, Sirius e Remus finalmente pareceram desistir despois dessa discussão. Terminaram o café da manha conversando sobre assuntos mais leves.