Eu não fazia idéia de que horas eram. Acordei-me de repente. Assustada e suada, novamente.

- Algum pesadelo? - Ouvi a voz de Anna ao meu lado.

- Não...

- Alguma visão? - Ela falou de ímpeto, achei que ela estava tirando sarro da minha cara,mas ela estava séria.

- Não... Eu não vi nada.Só tive mais um daqueles sonhos com Marianne sabe. - Eu sonhava freqüentemente com Marianne,minha prima,foi ela que assassinou meus pais.

- Entendo,mas vai passar. - Anna disse vindo me abraçar mas eu recuei.

- Eu não tenho 5 anos para você ficar vindo me abraçar quando tenho pesadelos.

- Desculpe. - Anna recuou os braços para perto do corpo,eu sabia que ela adorava abraçar e confortar as pessoas,mas não era disso que eu precisava no momento.

- Precisamos matá-la. - Falei de ímpeto,Anna ficou me fitando.

- Quem?

- Marianne. - Ela arregalou os olhos para mim.

- O que é isso Annie?Não podemos matá-la. Isso é trabalho para o Ministério da Magia,e para Azkaban.

- Já esperamos demais Anna.Eles nunca fizeram nada,nunca.Eu sei que você também quer vingá-los,você também quer matá-la,só não quer admitir isso pra mim e pra si mesma. - Anna fitava o chão,eu sabia que lá dentro ela tinha esse sentimento de vingança,o mesmo que eu tinha.

- Chega disso Annie,não podemos fazer nada sobre Marianne.Agora,volte a dormir,são 5 da manhã e amanhã será um longo dia. – Anna voltou para sua cama e se deitou.

- Eu não vou deixar para lá,isso é assunto nosso,não do Ministério,se eles não fizerem algo a respeito de Marianne,eu farei.

- Você não tem coragem,você não vai desafiar sua irmã mais velha,que sacrificou tudo por você,pela sua segurança,indo atrás de Marianne seja lá onde ela estiver! – Anna se levantou,agora ela gritava.

- Está me chamando de fraca?De medrosa?Pois eu não sou,eu não tenho medo de você e não tenho que te obedecer, você não é minha mãe.  – A expressão no rosto de Anna mudou.Agora ela estava pálida e abalada.Eu nunca tinha falado com ela desse jeito.

- Então você escolheu a morte a sua irmã? – Ela estava chorando,Anna era uma grande manteiga derretida.

- Se isso significa vingar meus pais,sim,prefiro a morte,foda-se minha vida de merda,ficamos todo esse tempo escondidas em casa ou em Hogwarts por nada.O que foi feito por nós?Nada.Absolutamente nada,então a morte é a melhor opção que tenho. – Pronto.Agora Anna se afogava em lagrimas,ela era realmente emotiva.

- Eu não vou ... Deixar você sacrificar a si própria ... Por nada.Nem sabemos onde ela está,não sabemos o que ela planeja... – Eu a interrompi.

- Desculpe Anna,mas não tem jeito.Sei que você sente o mesmo que eu,o desejo de vingança.É a nossa saída para esse sofrimento que nos persegue a anos,o sofrimento da morte deles,o sofrimento de não poder fazer nada para ajudá-los. – Eu chorava também,mas não era de tristeza,era de raiva.Raiva de Marianne e de mim mesma,por não poder fazer nada.

- Vamos esquecer isso,vamos dormir,amanhã resolveremos,quando Julieta e Luna voltarem de onde quer que estejam,por favor,vamos acordar Ally e as outras. – Ela estendeu a mão para mim e eu a peguei.

- Tudo bem.

Ela me abraçou forte,dessa vez eu não recuei.Quando ela me soltou,eu voltei para cama,queria que Julieta e Luna voltassem logo,eu queria ir atrás de Marianne logo,mas eu não podia.Até que um pensamento me veio: Não posso ir atrás de Marianne enquanto Adam está vivo.