Sean chegou em seu apartamento esgotado, tinha sido mais cansativo do que ele pensava. O moreno tirou seu terno e o pendurou no cabideiro perto da porta, jogando suas chaves de qualquer jeito na mesinha do hall e se dirigindo ao seu quarto.

O garoto entrou no banheiro, tirando as roupas e entrando embaixo do chuveiro. O moreno saiu logo e se trocou antes de sair do quarto.

Ele passou pela sala e viu Ryan jogado no sofá, com um braço cobrindo a testa e totalmente alheio ao mundo ao seu redor. Sean respirou fundo e foi até a cozinha, pegando duas latas de refrigerante da geladeira e voltando para a sala.

O moreno encostou uma das latas no braço do ruivo, que o olhou por alguns segundos antes de aceitar a bebida. Sean se jogou na poltrona ao lado do sofá, e apenas tomou um gole de seu refrigerante, esperando que Ryan tivesse a coragem para começar.

O ruivo, por sua vez, não sabia o que dizer ao amigo. Não queria realmente se explicar ou proferir alguma palavra sobre o ocorrido. No entanto ele sabia que teria que dizer algo se quisesse que as coisas entre eles continuassem bem.

A amizade entre Ryan e Sean era no mínimo engraçada. Em uma definição melhor eles seriam mais irmãos do que amigos. Os dois se conheciam desde a infância, conheciam as manias, os defeitos e as poucas qualidades um do outro. Por isso Ryan sabia tudo o que acontecia com Sean, e vice versa. Era um companheirismo de muitos anos e não seria por uma garota que tudo aquilo acabaria.

Sean sabia de algum jeito que Ryan não havia feito nada que motivasse uma briga entre os dois. No entanto, ele gostava apenas de torturar as pessoas, e não disse nada na esperança que seu amigo começasse o que seria uma conversa intensa entre os dois.

- Ela estava bêbada Sean, foi tudo um acidente e ela não se lembrara de nada amanhã. – Ryan disse.

- Eu sei disso, cara relaxa. O que essa garota faz ou deixa de fazer não me interessa nem um pouco. O seu problema no momento é a Megan, ela vai matar você e a garota quando te encontrarem. – Sean disse. – Foi um milagre eu ter conseguido tira-la do clube antes que ela fizesse uma besteira.

Ryan deu um meio sorriso, enquanto apoiava os pés na mesa de centro assim como o amigo.

- É bom saber disso, quer dizer que ela se importa. – o ruivo disse.

- Se você acha... Mas me chame se precisar de ajuda para se proteger, quando ela quiser te matar. – o moreno disse, fazendo o ruivo rir.

Os dois ficaram em silêncio por algum tempo, apenas aproveitando suas bebidas, enquanto assistiam um filme qualquer de ação e muito sangue na TV. Ryan se perguntava milhões de vezes se deveria tocar no assunto delicado e no problema escondido de Sean.

- Você sabe que é mentira quando fala que não se importa com a Leah, não é? – Ryan disse, tomando um gole de seu refrigerante, calmamente. Olhando para a TV.

- O que? – perguntou Sean, quase se engasgando com a bebida.

- Cara, você nunca se apaixonou por ninguém antes. Mentira, já se apaixonou, mas eu fui proibido de entrar em detalhes sobre o assunto. Alem do que, você a levou para casa. Alguém que não se importa a deixaria sozinha pelo clube. – disse o ruivo.

- Ryan, o clube é nosso, se eu deixasse uma garota bêbada por lá se metendo em problemas e envergonhando o lugar as vendas e nossa reputação cairiam e muito. Fora que seria contra as regras deixar ela por lá. – o moreno disse.

- E desde quando você liga pra nossa reputação e para as regras, Sean? – o ruivo perguntou, pegando o amigo de jeito. – Varias pessoas já saíram bêbadas e arrumaram problemas por lá, e nós acabamos de abrir e somos o clube mais famoso da cidade. Fora que você nunca levou ninguém embora depois de uma festa, sendo parte das regras ou não.

Ryan se levantou, indo para seu quarto e fechando a porta atrás de si antes que apanhasse de Sean.

O moreno também foi para seu quarto, indo logo se deitar. Só que o garoto apesar de conseguir encontrar uma posição confortável, não conseguiu pregar os olhos. Ele estava cansado e tinha que dormir pelo menos um pouco, para conseguir ir a escola dali a algumas horas.

No entanto, algo não deixava com que ele dormisse. Algo revirava seus sonhos, rodava em sua mente, deixando ele tão confuso como antes. Em algum momento da madrugada ele desistiu de tentar, olhando para o teto, deitado de barriga para cima com um dos braços lhe fazendo apoio.

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A manhã chegou logo e os raios de luz do sol, invadiram o quarto da loira de uma forma tão severa como a bebida que descera por sua garganta na noite anterior. A garota acordou de mau humor, com o despertador ao lado de sua cama ferindo seus ouvidos com o irritante toque e fazer sua cabeça latejar mais do que o de costume.

Leah saiu da cama e tomou um banho gelado para tirar a ressaca da noite anterior. Sua ultima memória era estar no bar do clube, e ela se perguntava como tinha chego a sua casa salva, afinal ela não tinha ido de carro para o clube.

A garota decidiu esquecer e se vestiu rapidamente para não se atrasar, indo até a cozinha apenas para tomar um remédio contra suas dores e sair de casa voando.

A loira dirigiu até a escola, saindo do carro normalmente e se dirigindo até seu armário que para sua felicidade (ou não), ficava perto do de Megan. Ela abriu seu armário e pegou seus livros para a primeira aula, dando uma checada rápida no visual antes de notar uma movimentação.

- Como se atreve a aparecer aqui?! – uma voz gritou ao seu lado. – Depois do que você fez na noite de ontem você deveria estar do outro lado do mundo onde eu não pudesse sentir sinais de você sua traidora!

Megan estava perto demais da garota agora, e mesmo ela não podendo usar suas armas na escola, ela também levava facas, que eram muito mais acessíveis e invisíveis que um revolver.

- Do que você esta falando Megan? – Leah perguntou, calmamente.

- Não aja como se não soubesse o que você fez! – a morena gritou a plenos pulmões.

Naquele momento uma pequena multidão já se reunia em torno das duas, entre as pessoas Sean e Ryan, que preferiam não escolher um lado na briga das duas garotas.

- Megan, eu nunca faria nada para te deixar brava. Eu realmente não sei do que você esta falando. – Leah disse, e passando os olhos pelos alunos ao seu redor, encontrando Ryan ao lado de seu fiel amigo. – Ryan, diga a ela que eu não fiz nada.

Megan lhe lançou um olhar mortal, como se pudesse fritar a garota apenas com seus olhos. Para a sorte de Leah, Megan estava entre ela e Ryan.

- Não ouse falar com ele. – Megan disse, por causa do ódio do momento e do enorme esforço para não puxar o revolver preso em sua cintura, a voz da morena saiu baixa e entre dentes.

- Fale para ela que eu não fiz nada Ryan. Na verdade eu mal te vi na festa, não foi? – Leah perguntou.

Ryan baixou os olhos, ele iria ceder se olhasse para a garota, e se abrisse a boca às balas no revolver de Megan seriam divididas entre ele e Leah.

A loira ficou um pouco fragilizada pela maneira como ele se comportou, ela estava começando a ver Ryan como um amigo e não como um inimigo. Alguém que ela pudesse contar dentro da organização, mas não parecia ser bem assim.

Megan ergueu a cabeça e se aproximou de Leah, fincando suas unhas recém pintadas no braço da loira e a puxando para que pudesse cochichar em seu ouvido.

- Se você pensar por um momento em falar com Ryan outra vez eu esquartejo você e queimo os pequeno pedacinhos para que pericia nenhuma possa achar você, não importa a tecnologia que eles usem. Fora que eu vou acabar com você no treino de hoje, já que você decidiu aprontar com meu namorado ontem à noite. – a morena disse.

Megan virou as costas para uma Leah totalmente confusa. A morena passou entre Ryan e Sean, o ruivo seguiu sua namorada sem dizer uma palavra. Já o moreno, se deteve por uns instantes, se perguntando por um momento se ele deveria... Não, seria uma perda de tempo. Disse o moreno a si mesmo, seguindo o amigo e a irmã.