Voleur Sinderella escrita por Pequena em Paranoia


Capítulo 11
Capítulo 11 - Bad Moon Rising


Notas iniciais do capítulo

WoW *-* estou começando a gostar mesmo dessa minha fanfic HUYASHUY' agora temos muito mais diálogos que no começo e tal, principalmente agora que Ian e Dannika começam a se tornar personagens cruciais nessa "jornada". Afinal, quem será que roubou o diamante? :D



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Auckland, Nova Zelândia. 17 de Outubro. (atualmente)

“Você tem três dias para vir ao meu encontro”. A frase ecoou em sua mente, exatamente da mesma maneira que Ian disse, exatamente da mesma maneira que escutou no dia anterior. Não teve mais que um dia com esse mesmo pensamento na cabeça e teve de ligar para Rato no mesmo instante. Charlie tinha faltado à faculdade naquele dia, algo que já estava se tornando habitual, mas não diminuía suas notas de nenhuma maneira.

– Eu vou com você. – dizia Rato ao telefone, recostando-se no tronco da árvore do pátio de sua escola.

E eu vou te avisar só mais uma vez, posso me entender com Ian e Dannika. – respondia Charles com a voz falha, devia estar se escondendo de algo/alguém. Rato nada respondeu e ele certamente percebeu que não faria o amigo mudar de opinião facilmente – Eu te pego na loja às cinco horas.

E assim Rato desligou o celular num longo e quase interminável suspiro. No fundo estava se sentindo cansado e meio assustado com a aparição do “amigo” de Charles na casa dele. E quando achou que finalmente veria Dannika entrando pela porta não havia ninguém. Era como se ela tivesse desistido de entrar ou algo assim...

“Por que será que eu não tenho uma adolescência comum?” ele pensou, rindo da própria desgraça.

– Por que você não é comum?! – alguém disse na sua frente.

Primeiramente Rato tomou um susto, vendo alguém em pé na sua frente. Mas colocou rapidamente os óculos e deu de cara com um sorriso tímido no rosto de Claire.

– Cl-Claire? – ele balbuciou.

A jovem continuou sorrindo e se sentou ao lado dele, encostada na árvore igualmente.

De certa forma, parecia ter perdido aquela vida que sempre teve, aquela que tinha ao defendê-lo dos valentões e que fazia com que berrasse sem medo.

– Por onde esteve, Rato? – disse ela – Nunca mais o vi, parece até que está se escondendo de mim.

– Na-na-não! Jamais me esconderia de você, Claire. – e ela o censurou com o olhar – Eu só... Estive um pouco ocupado, digamos assim. Família doente, sabe como é, não?

Aquela foi uma mentira grande e improvisada, e Claire percebeu.

– Então você e Allen estão combinando. Ela está sempre preocupada, indo ao hospital todos os dias.

Então ele percebeu o que estava acontecendo. Claire estava sozinha.

– Você está sentindo falta dela, não está? Digo, seria bom se ela estivesse por perto depois do que aconteceu no hotel e tudo mais...

– Na verdade, acho bom que ela esteja no hospital com a avó, isso mostra que ainda tem humanidade na loira haha. – riu-se Claire, passando a mão nos próprios cabelos.

Então Rato levou o maior susto de sua vida. Ali, no dedo de Claire, estava o anel de Charles. O anel com o sonífero que ele sempre usava, que o próprio Rato usara no guarda para invadir a sala de segurança, e que estava nas mãos de Claire Perrault como se fosse uma bijuteria.

Todo o sangue de seu rosto sumiu e ele ficou ali parado. Completamente apavorado.

– Claire, que anel é esse no seu dedo?! – murmurou entre dentes.

– Eu... O achei no Hotel e achei muito bonito, sabe? Ainda que pareça uma antiguidade e seja realmente pesado.

Não tinha achado e disso ela se lembrava muito bem, pois foi o que puxou das mãos de Charlie durante sua fuga atrapalhada. O único problema era que ninguém a entenderia ou lhe daria ouvidos, estava dopada por causa do antídoto e não queria falar nada daquilo. E lembrando-se do anel lembrava-se do ladrão.

Rato fez menção de falar algo e virou-se instantaneamente para Claire, que, assim como ele, ficou estática, olhando para os olhos um do outro.

– Eu acho que tenho que ir! – disseram em uníssono.


.


Depois de passarem uma hora presos num carro no meio da estrada eles finalmente desceram. Não tinham passado de Westmere, mas estavam próximos ao mar o suficiente para chegarem a um tipo de porto com galpões gigantes e mal-cheirosos.

Havia por muitos cantos comerciantes artesanais e vendedores de peixe, em geral eles se espalhavam pela orla que o mar percorria naquela frente. Charlie e Rato chegaram com os olhos atravessados percorrendo todos os cantos sem muita convicção do que faziam ali. Na verdade, não tinham muita confiança em quem iriam encontrar depois da tarde do dia anterior.

Westmere é uma cidade perto de Auckland e o melhor ponto para que se encontrassem, não era exatamente grande, populosa ou procurada por turistas. De certo era bem discreto aparecer por aquelas bandas.

Charlie tomou rapidamente em seu bolso do casaco um papel de caderno amassado, abrindo-o e confirmando pela placa na sua frente onde eles estavam. O Terceiro Galpão Y. Aquele poderia não ser o maior nem o mai belo ambiente, era velho, havia pichações e as letras que o denominavam estavam escorridas, quase apagadas. Parecia que não haviam feito sua manutenção há anos.

Quando os dois chegaram mais perto viram que a tranca do portão estava aberto, havia uma corrente mais grossa que o braço de Charlie e um cadeado enorme também, aberto. Lentamente se entreolharam e abriram o portão, dando de cara com um breu imenso e ao final de sua vastidão uma lâmpada, mal-equilibrada sobre uma mesa, balançando.

Rato ficou um tanto estático naquela situação, um frio na barriga ficava lhe perturbando desde mais cedo quando conversara com Claire e vira o anel em seu dedo, mas não disseram coisa alguma para Charles, apreensivo como estava para o encontro com Dannika e Ian. Entretanto, antes que fizesse menção de falar com o loiro tomou um susto com as luzes do galpão se acendendo, uma após a outra, e iluminando tudo ao redor deles.

– Finalmente chegaram! Achei que fosse ter que esperar os três dias para que viessem.

Era Ian, sentado numa cadeira bem a frente de um dos computadores e virando-se lentamente com um sorriso aberto.

– Nós viemos. Onde está Dannika?

Os olhos de Rato se arrastaram pelo galpão, percebendo ao certo onde estavam. Tudo era muito limpo, havia pisos de concreto um pouco molhados como se água de chuva tivesse entrado em algum momento e formasse várias poças no chão. As luzes no teto eram bem mantidas e as paredes estavam repletas de monitores e computadores enormes não muito grandes, mas que pareciam mal funcionar direito, talvez por serem velhos.

– Charles, que lugar é esse... ? – murmurou Rato com um sentimento lhe alfinetando o peito. Estava ansioso e apreensivo, certamente.

– Jack, não é? – disse Ian com um rápido sorriso, andando na direção deles – Não entendo porque Charles insiste em trazer um garoto magrelo e novo como você em suas missões. – Charles ficou em silêncio, assim como seu amigo, apenas escutando as injúrias que Ian falava – Ora, vamos, estou falando sozinho aqui?

– Estou perguntando onde está ela, responda-me. – Charles falou friamente.

– Não antes de você entregar o que quer que seja que possa ser usado como arma contra nós. – respondeu o moreno.

– Eu posso assegurar de que não trouxemos nada. – falou Rato tentando parecer mais seguro de si.

De repente o som do portão do galpão se fez e lá vinha Dannika Jewel com uma luz eclodindo em seus olhos e um sorriso imenso.

– Ainda bem que não se perderam. – a voz feminina e incrivelmente melodiosa ecoou nos ouvidos deles. – Ian precisou que eu fizesse um mapa para que chegasse aqui.

Quando seus rostos se viraram eles depararam-s e com uma beleza incrível e quase assombrosa.

– Uma bruxa. – Rato sibilou para si mesmo.

Ele chegou a olhar para Charles, mas apenas viu seu olhar sério encará-la igualmente.

Dannika era alta, certamente perdia por pouco menos de dez centímetros de Ian. Tendo longos cabelos negros como breu e lisos até suas pontas, ou seja, na cintura dela, e belíssimos, grandes e expressivos olhos quase cinzentos que olhavam diretamente para Rato com fixação que o assustaram. Sua beleza era maior que a de Claire, seu corpo era mais bem formado (uma mulher de verdade) e seu sorriso brilhava como uma verdadeira jóia.

– Eu fui ali comprar alguma coisa para comermos e quando chego encontro vocês, é a melhor surpresa que eu poderia ter!

– Dannika... – Ian murmurou, antes de se interromper por ver que ela não o daria atenção. Afinal, ali na sua frente estava Charles!

E com lentos passos ela foi chegando próxima ao corpo de Charles, deixando cair algumas sacolas que carregava nas mãos e tocando o rosto de Charles com suas mãos finas e pálidas.

– Agora vai me deixar abraçá-lo? – ela disse com um brilho no olhar.

Ele também sorriu e a enlaçou na cintura com os braços fortes e apertando, enquanto ela colocava suas mãos ao redor do pescoço do loiro e rindo como se fosse uma criança. Charlie também riu e a rodopiou no ar como se fosse uma boneca.

– Meu Deus, quanta saudade eu tive de você, bobo! – ela disse, soltando-se de seus braços e rindo. – Você está... Incrível!

– Incrível? Eu?! Olhe para você. – Charles dizia sorrindo com simplicidade – Eu já tinha te visto pela internet, mas olhando pessoalmente percebo o quão bela você está.

Charlie não mentia, a moça era incrivelmente bela e encantava a todos os olhares naquele lugar, principalmente dele próprio que a olhava com um sorriso indisfarçável.

– Príncipe, querido, eu não agüentava mais não te ver! – ela dizia, passando a mão no rosto dele com ternura.

– Senti sua falta também. – ele sorriu, abraçando-a novamente.

– PAREM! – gritou Ian de uma vez, chamando a atenção deles. – Dá pra perceber que situação ridícula essa?! Vamos ao que realmente interessa!

Os dois olharam para Ian e seu rosto ruborizado e uma veia em sua testa saltada. Estava completamente irritado com a situação e Dannika não conseguiu segurar e começou a gargalhar sozinha, ainda que tentasse cobrir a boca com a mão, mas não parava de rir.

– Alguém pode me explicar o que está acontecendo? – disse Rato com um sorriso bobo.

Então Dannika parou lentamente com sua risada, mirando Rato no mesmo instante.

– Então você que é Jack Lourette, o filho de Zach Lourette, o dono da loja de CDs? – ela disse. Rato e Charlie ergueram as sobrancelhas no mesmo instante – Ora vamos, eu fiz o dever de casa... Você é um cara legal a meu ver, Jack.

–... Um cara legal que ajudou nosso melhor amigo de infância a roubar bancos e joalherias e fortunas nesses últimos tempos. – interrompeu Ian, chegando mais próximo à moça – Dannika, temos que resolver logo tudo isso.

Ela revirou os olhos, obviamente descontente.

– Certo então, puxem algumas cadeiras. Temos que acabar logo com isso que eu estou morrendo de fome. – riu-se, acenando para que as cadeiras na frente dos computadores fossem retiradas.

– Dannika, estamos falando sério. – desta vez quem disse foi Charlie, passando a mão pelo ombro dela – Por mim eu continuaria aqui me divertindo com você e relembrando os velhos tempos, mas temos coisas sérias a tratar.

Rato não pensou exatamente naquilo que estava fazendo, mas quando viu que Charles seguia os comandos dela ele o seguiu, entretanto estava meio assustado e com um pé para trás diante daquilo tudo.

Os quatro sentaram-se num tipo de roda do outro lado do galpão, ao próximos da mesa aonde havia a lâmpada pendurada. Ian foi o primeiro que se levantou e apagou metade das luzes que iluminavam o local, sentando-se novamente.

– Bom, já podemos conversar como pessoas civilizadas que não ficam rodopiando, certo? – ele lançou um olhar reprovador para Dannika, que mal lhe deu importância.

– Ian, corte o papo furado. – falou Charles, friamente, completamente diferente de como estava antes ao falar com a moça – Só viemos aqui para saber o que diabos está acontecendo. Preciso daquele diamante mais do que imagina e para isso estou disposto a arriscar muita coisa.

– Charles, nós sabemos disso. – disse Dannika com um sorriso no rosto – Eu disse para Ian que, apesar de termos te visto saindo da cobertura, não havia sido você quem roubou o diamante do tio dele.

– Mas era eu quem o deveria ter feito.

A voz de Charles saiu falha e quase assustadora para Dannika, quando viu o sorriso dele sumir.

– Mas você...

– Dannika, você sempre foi especial para mim e, assim como Ian, sempre será uma das poucas pessoas que realmente... Amei. – a palavra lhe engasgou na garganta – Entretanto, eu vou atrás desse diamante custe o que custar. E estou aqui sendo um completo imbecil em dar-lhes a chance de me prenderem. – ele disse sem hesitar – Vocês já sabem e vocês me viram. Não existem muitas maneiras de me conformar com isso. E se meu contratante soubesse de tudo já teria mandando que eu os matasse.

Charles não era mais aquele mesmo garotinho com quem brincava no jardim da mansão branca, que ria bastante como um bobo e que brigava com a madrasta. Ele estava um pouco mais... Frio.

– Então diga-me, Charles. – disse Ian – O que seria capaz de fazer para, hipoteticamente, reaver o diamante? Seria capaz de nos matar? Ou, talvez, de juntar-se a nós?

– Espera um pouco, – interrompeu Rato – você está convidando-o a se juntar a você para conseguir o diamante de volta?

Ian e Dannika se entreolharam num rápido segundo antes de se virarem para Charles e Rato.

– Sabem onde estamos, não sabem? – ela falou calmamente – O único benefício de ser herdeira de uma grande fortuna e não ter mais pais é que faço o que quero com meus patrimônios. E, muitas vezes, descubro coisas inesperadas. Como este galpão.

– Não está falando sério, está? – indagou Charles, mantendo a posição séria.

– Charles, este lugar me pertence desde os meus dezesseis anos. Agora eu estou lhe oferecendo, príncipe. – a melodia que saia dos lábios de Dannika era encantadora e realmente lhe seduzia aos ouvidos. Como se fosse uma armadilha na qual caíssem gradativamente.

– E o quê, exatamente, vocês dois ganhariam se eu encontrasse o diamante. Sabem muito bem que eu o quero para mim...



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Notas finais do capítulo

E o capítulo acabou... Se eu fosse continuar com esse diálogo seria um tanto trabalhoso >.< e aumentaria DEMAIS, por isso dividi! Logo logo postarei o próximo o/
Bad Moon Rising é uma música da banda Creedence Clearwater Revival



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