Nothing Else Matters escrita por Cacal


Capítulo 2
Capítulo 2: Dois anos atrás


Notas iniciais do capítulo

Depois de quase três anos sem postar... Olá povo!!!! Não me matem, mas tive um pouco de dificuldades com a fic. Quero trata-la de uma forma delicada e queria muito que os capítulos fossem maiores e além do mais tenho tantas outras fics... Enfim... Esses ultimos anos foram complicados para mim. Mas eu voltei para ficar. Pois é, postarei essa fic todos os domingos. Peço perdão àqueles que leram o capítulo anos atrás e pediu por uma continuação :/

Mas enfim, aí está o capítulo. Espero que gostem, nos vemos nas notas finais o/



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“Eu nunca mais vou conseguir tocar, não só perdi meus pais... Sinto como se tivesse perdendo o mundo.” Sentia lágrimas rolarem em seu rosto, sua voz saíra embargada devido a elas e a grande tristeza que sentia já há duas semanas.

Kushina estava ali em pé à sua frente. Sakura era uma menina tão nova, não merecia estar passando por aquilo. E agora se encontrava cega e ficara sabendo pelo médico que seria difícil uma inversão, talvez uma cirurgia... Mas só em ouvir a palavra “talvez”, dita pelo próprio doutor, ela nem queria imaginar. Kushina concordava com ela, tinha medo de sua sobrinha criar esperanças e se desapontar depois.

“Não pense assim, querida.” Sua mão foi afastada assim que tocou a mão alva de Sakura, percebeu que não fora por mal. Ela só não esperava e se assustara com o ato da tia. “Desculpe.”

“Não... Eu... Será que eu vou sempre sentir medo quando alguém me tocar?”

Ela chorou, não aguentava ver a sobrinha naquele estado. Estava sendo difícil para ela também, perdera seu irmão. Por mais que eles vivessem brigados, devido à mania que ele tinha de não se importar com nada como uma criança irresponsável, sabia o quanto ele amava sua família, sua mulher, a filha. E a amava assim como ela amava ele, mas seu irmão sempre demonstrava melhor seus sentimentos. E meu Deus! Ela sempre foi tão dura com ele, nunca disse o quanto o amava. Estava sendo difícil para ela, secara as lágrimas que caia em seu rosto e na tentativa inútil de animar a sobrinha, voltou a dizer:

“Você vai se acostumar.”

“Eu não quero me acostumar, tia. Eu quero que as coisas voltem a ser como antes. Eu quero meus pais, eu quero a minha vida de volta.”

Ela a abraçou. Sentiu o corpo de sua sobrinha endurecer com o seu ato inesperado e sem conseguir permanecer com a muralha que estava tentando ser, começou a chorar no ombro de sua sobrinha. E Sakura a acompanhou no choro. Ficaram assim por alguns minutos que para elas pareciam uma eternidade.

“Você vai se acostumar. Vai ver o mundo de uma forma que nós não conseguimos ver, vai olhar essa vida com mais clareza. Você vai aprender... Vai aprender isso. E quando isso acontecer... Você... Você vai nos ensinar..., a mim e a minha família... Porque nós... Minha querida, nós vamos estar com você. Vamos ajuda-la. Nós somos sua família, querida. Você, você é minha família. E eu não quero perdê-la. Está me ouvindo...”

“Tia... Você está me apertando, muito forte.”

As duas sorriram assim que se desvencilharam do forte abraço. Kushina olhou em volta do quarto. As paredes pintadas de rosa, o armário branco de frente para a cama de solteiro de mesma cor em que as duas estavam. A janela que se encontrava fechada e protegida por leves cortinas brancas a pedido de Sakura. Seus olhos penaram de tristeza, ela não podia ver não era mesmo?

“Espero que tenha me ouvido.”

“Eu ouvi, tia. Não sou surda, só...”

“De verdade, Sakura.” Interrompeu antes que ela completasse a frase e continuou: “Não apenas com o ouvido, guarde no coração o que eu te disse.”
Encarou sua sobrinha que nada disse.

“Prometa-me, Sakura. Não quero que fique com essas besteiras na cabeça.”

“O que eu faço?”

Kushina apenas sorriu e levantou-se.

“Primeira coisa é tirar essa cortina da frente e abrir essa janela, você precisa de vento e um pouco de aroma do jardim.”

“Mas...”

“E segundo...” principiou voltando a sentar ao lado da sobrinha. “Bem do lado nós temos uma sala onde tem um piano lindo, e sei que você adorava tocar.”

“Tia, eu não posso mais tocar.”

“Você pode e você vai, se você quiser.”

“É impossível...”

“Já ouviu falar em Beethoven que mesmo surdo criou sinfonias lindas?”

“Mas...”

“Nossa, preciso tirar o arroz do fogo. Vou indo, querida. Pense nas coisas que eu te falei.”

...

Fazia mais de um mês que ele estava em Amsterdã. Um mês de altas loucuras. Pela manhã ficava isolado no quarto onde estava hospedado e a tarde saia e bebia, bebia e bebia... Até a manhã seguinte, acordava sempre no mesmo lugar ao lado da mesma pessoa.

“Good morning, darling!” sentia seus cabelos sendo tocados por dedos finos e longos sorriu ao saber de quem se tratava, não somente pelo tato dos dedos dela em seus cabelos, mas também pelo modo sensual como sua voz soprava aquelas três palavrinhas oriundas de sua terra natal.

“Que horas são?” indagou assim que se levantou indo em busca de suas roupas espalhadas pelo chão.

“Ainda está cedo, porque não volta a se deitar aqui comigo.” Pronunciou cada palavra com certa dificuldade, ainda estava aprendendo japonês.

“Você está se saindo bem...” principiou ao vestir a calça, sentando para calçar os tênis. “Mas eu tenho que ir...” Não sabia que desculpa daria dessa vez, não havia nada para fazer poderia ficar ali com ela horas e horas, só não queria. Já estava cansando-se de sua companhia. “Preciso visitar um amigo.”, disse por fim.

...

Dois meses se passaram desde a última conversa motivacional que Sakura tivera de sua tia. Não houvera muitos avanços desde então. A Haruno permanecia na cama só ia até o banheiro que ficava no mesmo cômodo. A comida era trazida por sua tia que não lhe dizia nada do que meros agrados. De vez em quando recebia a visita de seu tio e de Naruto que ficava por horas a conversar com a prima, contando todos os detalhes de seu cotidiano. Era a visita que mais lhe agradava. O jovem Uzumaki contava-lhe de como estava o dia, abria as cortinas (para o seu desagrado), dizia como estava vestido e como ela estava vestida. Todos os detalhes possíveis ele lhe falava.

“O céu está nublado, vai chover.” Observou decidindo não abrir as cortinas.

“Posso sentir... Por favor... Abra a janela.”

Naruto se surpreendera com o pedido. Sakura mal gostava quando ele abria as cortinas e ela mesma lhe pedia para abrir as janelas. Ficara surpreso e contente, e com um sorriso estampado no rosto fizera o que a prima lhe pedira.

“Está aberta.” Avisou vendo-a se mover da cama.

Sakura podia sentir. Pusera os pés descalços no chão e com cuidado se levantara. Podia sentir o chão gélido e aquilo a confortara.

“Em que direção?” indagou com os braços estendidos para frente como que pedissem auxilio.

“Aqui. “ respondeu para que ela seguisse sua voz.

E foi o que ela fez. O quarto não era grande e a Haruno só precisou de alguns curtos passos para chegar até a janela. Sorriu ao sentir o ar gélido percorrer sua face, de repente um vento frio entrara pela janela. Era um aviso de que a chuva se aproximava.

“Acha que será uma chuva forte?” perguntou ainda não sabendo por onde olhar.

“Talvez uma chuva passageira, não muito forte.” Sorriu ao ouvir a voz vinda atrás de si.

“Você entende de chuva?”

“Não, mas assisti o jornal de hoje.”

Sakura pode perceber que ele sorria como se estivesse orgulhoso de si pelo ato. Esse era seu primo, um bobo. O conhecera muito antes do acidente. Nunca fora muito próximos, ele era irritante às vezes. E também, moravam em cidades diferentes, o que dificultava muito as coisas.

“Então, a chuva é apropriada para banho?” finalmente perguntou o que queria desde o inicio.

Naruto hesitou por um instante. Encara sua prima a sua frente toda animada virada para a janela. Fazia tempo que não a via tão empolgada. E fazia tempo que não chovia. Então era a chuva que traria sua prima de volta a vida? Respondeu que sim e os dois se puseram a fazer os preparativos a espera da chuva.


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Notas finais do capítulo

Então o que acharam?
O capítulo ficou curto e essa foi uma das minhas dores de cabeça com relação a essa fic. Acho que vai ser difícil eu fazer os primeiros capítulos grandes, eles ficarão curtos mesmo. Mas que mal tem em capítulos pequenos não é; Machado de Assis que o diga, não?

Até domingo, gente.

Bjs ;*

Obs: As aspas no dialogo são devido ao capítulo se tratar de um "flashback"