Garota Do Rock. escrita por Benny


Capítulo 2
Aluno novo.


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem desse episódio e deixem reviews. Mil desculpas por ter ficado tanto tempo sem postar, é que minha vida ficou muito cheia nos últimos meses, mas agora voltei com tudo e prometo postar capítulos todos os dias se possível.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/168147/chapter/2

Jane não conseguia imaginar quantas vezes já pensara em desistir de tudo e simplesmente fugir para outro estado e passar a trabalhar como garçonete em alguma lanchonete suja de beira de estrada. E apesar da idéia tentadora, com certeza seria melhor do que vir pra essa escola todos os dias ou tentar ser social com seu pai, ela não conseguia se ver longe de Phill ou Lizzy: eles foram seus amigos nos momentos mais difíceis e não parecia certo dar as costas agora.

Durante o caminho até escola Jane achou melhor contar aos dois à conversa que tivera pouco antes com Peter, e sobre o encontro que teriam após as aulas.

Lizzy pareceu precavida, embora Phill estivessem dando todo o apoio.

– Sei que ele foi um canalha com você, mas baby, quem sabe ele não está disposto a melhorar? Homens são assim, você os abandona e eles voltam com um sorriso no rosto e promessas atrás de promessas.

– Eu acho que você não deveria ter uma recaída tão fácil. – explicou Lizzy, lutando com o segredo do seu armário, que parecia emperrado outra vez. – Homens não merecem segunda chance.

Jane sorriu por dentro, porque sabia que pedir conselhos aos dois sempre fora assim: ideias completamente opostas e opiniões contraditórias. Phill diria para ela ir por um caminho, enquanto Lizzy, sempre mais racional, lhe diria para pensar bastante e tomar aquele caminho.

– Droga de armário! – gritou, dando um soco com força. Aquilo atraiu o olhar de algumas pessoas ao redor. – Ele sempre emperra, e eu já cansei de pedir ao diretor que mandasse alguém consertar! É uma merda ser bolsista numa escola de gente rica.

Jane fazia de Lizzy suas próprias palavras. E se sua mãe não estivesse tão empenhada em dar a ela uma educação melhor, Jane estaria estudando numa escola pública do seu bairro.

Foram para as primeiras aulas, que infelizmente não tinham juntos, e tiveram que se separar. Jane caminhou para a classe do professor Langdon enquanto Phill e Lizzy desceram o pátio para a aula de educação física.

Aquele era o pior momento da semana, já que eles nunca se separavam na escola, e ela era obrigada a aguentar dois turnos de aula de trigonometria numa sala cheia de mauricinhos e patricinhas com gritos histéricos. Odiava aquilo tudo, mas se mantinha forte porque não estava disposta a desistir.

A sala era assustadoramente pequena, parecia que Jane tinha esquecido disso, havia duas janelas voltadas para o campus e as carteiras eram duplas, como todas da escola. Ela agradeceu em silêncio quando percebeu que não era a última a chegar à sala, alguns lugares ainda estavam vazios, apesar da quantidade exorbitante de alunos para um lugar tão diminuto.

Jane sentou-se na mesa logo a frente do professor, e afundou na cadeira até onde conseguia. Retirou seu livro de trigonometria da mochila e tentou, desesperadamente, lembrar de alguma coisa que me fosse útil. Mas os números e as contas nunca lhe pareceram mais inelegíveis, e fechou o livro sem esperança nenhuma de que fosse conseguir tirar uma nota boa no teste.

Os alunos atrasados chegavam correndo, procurando seus lugares na sala e abrindo livros e cadernos. Jane apoiou a cabeça sobre minha mochila e obrigou-se a imaginar que, talvez, a prova poderia ser cancelada.

O professor Langdon, parecendo anormalmente zangado aquela manhã, entrou na sala. Todos correram para se sentar e imediatamente a sala inteira mergulhou num silêncio assustado.

O professor pigarreou, esticando os braços no que parecia ser um dos seus costumeiros discursos pomposos.

– Turma, gostaria que vocês recebessem com carinho e respeito um novo aluno. Ele chegou a pouco tempo da Califórnia e acho que vocês saberão como fazê-lo se sentir incluído.

Jane ergueu a cabeça, inesperadamente tensa. Porque seu sexto sentido parecia estranhamente alerta. Olhou para a porta fechada, onde uma sombra podia ser vista através do vidro, se movendo do lado de fora. Em seguida a maçaneta se abriu e todos também olharam para o recém-chegado.

Ele usava uma calça jeans rasgada em pontos estratégicos, botas pretas de motoqueiro que ecoavam pelo assoalho de madeira, e uma blusa de manga longa com gola em V, que exaltava ainda mais seu peito ligeiramente musculoso. O recém-chegado sorria, com os cabelos castanhos repicados em diversas direções. Seus olhos percorreram a sala e se fixaram em Jane por poucos segundos, e imediatamente ela baixou a cabeça.

– Este é Brian Peterson. – informou o professor, que não conseguira abafar o murmurinho das conversas entre em alunos. Metade das garotas soltava risinhos frouxos, enquanto se amontoavam para conversas que ninguém conseguia escutar.

O professor lhe entregou o livro de trigonometria e alguns exercícios, e em seguida correu os olhos pelas mesas. Jane arfou de tensão, virando a cabeça para os dois lados em busca de outra mesa vazia. Mas só havia um lugar vazio em toda a sala, bem ao lado dela.

– Srº Peterson, - ele disse, apontando na direção de Jane. – Sente-se ao lado da senhorita Marshal. Tenho certeza de que ela vai poder lhe informar melhor sobre as aulas que você precisa repor e vai ajudá-lo no que precisar. Não é mesmo, srª. Marshal?

Ela engoliu em seco, jogando seus cabelos para o lado e sorrindo amarelo para ele. Brian parecia estar se divertindo com aquilo tudo, e de repente Jane sentiu um ímpeto de levantar da cadeira e sair correndo da sala.

– Com certeza, professor. – respondeu.

Brian agradeceu ao professor e caminhou até a mesa de Jane, enquanto ela tentava fingir que estava muito interessada em algumas ranhuras na mesa. Ele puxou a cadeira e sentou-se, inundando-a com o cheiro do seu perfume. Algo que lembrou a Jane madeira recém cortada.

– Bom dia, colega de classe. – disse, com a voz firme e sem oscilações.

O coração de Jane saltou no peito, e ela ficou desesperada porque não sabia o que fazer. As pessoas estavam comentando que o aluno novo poderia ter tido mais sorte ao invés de sentar-se ao lado da Jane estranha.

Ela se perguntou como aguentaria duas horas ali.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Sejam bons comigo e deixem reviews, opinião sobre a história eu também aceito.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Garota Do Rock." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.