Diário de um Semideus 3 - A Última Filha escrita por H Lounie


Capítulo 13
Em chamas




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A morte

Dia desses contei ao sono, meu irmão, sobre Nicholas Foltz. Riu-se o maldito, não desenvolvendo o mesmo estranho sentimento de simpatia que eu em relação ao garoto. Disse-me que ele é um “Sem história”, como qualquer semideus. Que todos eles vivem apenas de fazer o que os outros já fizeram. Um trecho de um livro me veio à mente “Se essa história não existe, passará a existir”. Eu sabia que mais dia ou menos dia o jovem seria grande. O que aconteceu com ele em Chinatown na terceira vez que o vi, me fez pensar muito sobre isso.

- O que diabos é isso atrás de nós? - Nick olhava para trás a cada passo, suas mãos tremendo levemente.

- Você não vai querer saber. Um dracma, um dracma, só preciso de um. - Davis apalpava os bolsos, procurando algo.

Saindo do parque, ainda podiam ver os três gigantes que os seguiam. Conforme eles andavam parecia que seus rostos mudavam, tornando-se menos humanos e mais assustadores. Vestiam camisetas do Washington Wizards e nikes gigantescos nos pés que se moviam tortos. A cabeleira suja era parcialmente coberta por bonés do Miami Heat e se Nick não estava enganado, tinham um olho só.

- ACHEI! - Comemorou Davis, erguendo uma moeda grande em frente aos olhos - Ouça Nick, vamos correr até a rua no três. Um, dois... Três!

Ele disparou na frente de Nick, saindo do perímetro do parque e parando junto à rua quase deserta. Manhattan ainda despertava, parecendo ainda mais assustadora do que se estivesse cheia. Nick não pôde deixar de notar que Davis corria de um jeito engraçado, e mesmo sendo extremamente rápido, parecia que algo o incomodava em seus próprios pés.

- O que há de errado com seus pés? - Nick falou enquanto lutava para respirar o ar gelado da manhã.

- Não ouviu o que Cassandra falou? Eu sou um sátiro. Acho que aqui está bom - Nem mesmo olhou para Nick ao responder, encarava a estrada, provavelmente em busca dos gigantes.

- Ouvi, mas não faço idéia do que signifique, essa a verdade - O garoto respondeu, insistindo em sua mania de agitar as mãos em frente ao rosto.

- Sou meio humano meio bode - Davis lhe disse como quem diz olá.

- Meio homem meio bode? Está brincando? Você é um fauno! Como daquele filme do labirinto - Nick riu pela primeira vez naquela manhã.

- Sátiro, não fauno.

Davis deixou a moeda na calçada, e segundos depois um táxi que parecia feito de fumaça apareceu. Uma carona com as irmãs cinzentas? Claro, e por que não?

- SIRMÃ NINCEZTA, CIRZETAS, IRM... - E lá estava Nick atrapalhando-se com as palavras outra vez.

- Irmãs cinzentas - Davis revirou os olhos, impaciente - Vamos lá.

- Passagens? - Uma velha feia tirou a cabeça para fora, sua voz soou cansada e distante.

Nick sentiu um nó se formar na garganta ao ver a velha e se não fosse Davis o puxar para dentro, provavelmente nem teria entrado. O garoto caiu desajeitado no banco traseiro do táxi, logo em seguida a porta se fechou.

- Ira! Como vai? Queremos que nos deixem em Chinatown- Davis saudou a bruxa velha como se fossem velhos amigos.

- Chinatown? Vamos fazer compras? - Se não estivesse se sentindo completamente exausto, Nick teria enforcado aquele sátiro hippie ali mesmo.

Davis apenas o ignorou.

- Vespa, tempestade, como estão? - Cumprimentou as outras duas, sendo absurdamente gentil. As bruxas murmuraram algo e a que estava no volante acelerou. Disparam pela 7th avenue em uma velocidade impressionante.

“Olá, aqui é Ganimedes, sommelier de Zeus, e quando saio para comprar vinho para o Senhor dos Céus sempre ponho o cinto de segurança!”

Foi o que se ouviu em uma gravação no auto-falante. Depois, o interior do táxi virou um caos.

- Tempestade! Vire para a direita! - Gritava uma das bruxas.

- Se me der o olho Vespa, talvez eu possa fazer isso.

- O que? Dar o olho? Ela não está vendo? Como assim Davis? Sua idiota dê o maldito olho a ela! - Nick Gritou como se aquele fosse o fim do mundo. Talvez fosse mesmo. - Davis, o que está acontecendo?

Davis Green admirava a vista, como se o fim do mundo não estivesse acontecendo bem ali.

- Relaxa cara, já devemos estar chegando a Chinatown.

- Não, não devemos não, acabamos de sair do Central park. Alias, o que estamos indo fazer em Chinatown?

- Cadê a moeda? É minha vez de mordê-la! - Isso atraiu a atenção de Nick por um segundo, algo de muito estranho acontecia ali.

- Não Ira! Você mordeu-a da última vez! - Garantiu a outra bruxa.

Nick segurava-se ao acento do banco como se isso de alguma forma fosse impedir que ele voasse para fora do táxi em caso de uma colisão. E uma colisão parecia algo eminente.

- Tempestade, cuidado com o ônibus! Vire à direita! SINAL VERMELHO! — A voz fria de uma bruxa ecoava pelo táxi.

Nicholas sentia-se a beira de uma síncope. Davis o estava irritando profundamente. O sátiro revirou os olhos e deu um leve tapinha no ombro de Nick.

- Qual é? Não ouviu o que Cassie falou? O lugar onde a verdadeira mágica acontece. Chinatown, dã. Todas aquelas falsificações perfeitas, aquelas imitações que parecem tão legitimas e até a própria deusa da magia tem um templo lá. Ei, freie Tempestade, freie! - Davis anunciou - Vamos bater!

Tempestade subiu com o táxi no meio fio e acelerou, desviando por pouco de uma mulher com um carinho de bebê, fazendo o coração de Nick quase sair pela boca.

- Vespa? Dê o olho para ela, sim? - Nick implorou - Davis, certo - respirou fundo - Quem são elas, o que está acontecendo?

- Só se Ira me der o dente e a moeda! - A bruxa gritou antes que Davis dissesse qualquer coisa.

- Você o usou ontem!

E a briga recomeçou. As três começaram a se estapear e aparentemente esqueceram de que tinham passageiros assustados e temendo a morte no banco de trás. Ao menos um deles estava assustando e temendo a morte. Gostaria que tivessem visto a expressão de Nicholas.

- Elas são as Gréias, ora essa - Davis explicou, deixando claro que isso deveria ser obvio.

-Que seja, mas nós dois vamos morrer e a culpa é sua Davis - Nick falou pausadamente, querendo demonstrar uma calma que na realidade não tinha.

- EI VOCÊS TRÊS, QUEREM PRESTAR ATENÇÃO NA RUA! - Berrou Davis, logo em seguida voltou a assoviar uma canção.

Os dois, sacolejando no banco de trás, batiam um no outro, enquanto na frente as bruxas continuavam discutindo. De repente, o táxi simplesmente parou, a porta se abriu e os dois foram arremessados para fora.

- Aqui está, Chinatown! - E sumiram.

Se estivessem a passeio, Chinatown poderia ser interessantíssima. Como um pedaço da China em plena New York. Sobre Chinatown: você não confundirá Chinatown com nenhum outro lugar de New York. Assim que você começar a ver velhinhos de olhos puxados, patos caramelizados expostos em vitrines, placas de ruas e nomes de lojas escritos em chinês e muita, mas muita gente mesmo, então, você pode ter certeza de que chegou a Chinatown. Além de tudo, há magia no ar de Chinatown, se você se concentrar em algo além do cheiro das comidas exóticas, os becos do lugar escondem muita mágica, que vai muito além das portas falsas, que se usa para subir seis ou sete andares de um prédio aparentemente abandonado. O enorme mercado das falsificações esconde o templo da própria Hécate, que adora confundir com mágica a cabeça dor mortais.

E Nicholas ainda queria enforcar Davis, mas sua atenção foi desviada para o local onde se encontrava. Era como ter caído em um buraco e saído na China, era quase possível sentir o poder da magia, magia verdadeira, fluindo daquelas minúsculas lojas lotadas de pessoas e itens falsificados. Fazia tudo ficar mais leve e engraçado, como estar preso em um daqueles filmes de lutas marciais e feiticeiros.

- Então, uh, já estamos aqui. Agora só falta achar a garota. Está com fome?

Davis fez aquela já familiar cara de paisagem, como se aquilo tudo que estava acontecendo fosse algo absolutamente normal, corriqueiro. Nick olhou novamente para o lugar cheio e tudo que conseguiu pensar foi “Estamos perdidos”. Era impossível que eles conseguissem encontrar alguém ali, eles tinham apenas o nome da garota e se ela também tivesse os olhos puxados eles realmente teria um problema.

- Não esquenta Nick, nós vamos achá-la. Vocês semideuses tem um dom extraordinário para problemas. Logo, logo ela irá se meter em alguma encrenca e nós vamos achá-la. Agora, eu preciso de café da manhã. Tem dinheiro aí?

Nicholas balançou negativamente a cabeça, também estava faminto, mas não tinha um misero tostão.

- Tudo bem, vamos ver o que podemos fazer.

E Davis seguiu em frente, com as mãos nos bolsos e balançando os dreads como se estivesse ouvindo alguma música.

Enquanto andavam, Nick perguntou a ele sobre os deuses, e recebeu respostas um tanto inacreditáveis. Perguntou também sobre os monstros, e sobre sátiros e sobre tudo o que conseguiu pensar e no fim Davis não parecia irritado em respondê-lo, como se fizesse isso sempre com outros semideuses novatos. Se não fosse tudo tão interessante e recheado de batalhas o TDA provavelmente teria impedido Nick de prestar atenção.

- Não queria dizer, mas tem algo forte em você - Davis falou, cumprimentando uma velhinha que oferecia bolsas no meio da rua.

- Algo forte?

- Um cheiro, você é um daqueles com potencial, entende?

- Na verdade não.

Eles não chegaram a terminar aquela conversa, muito menos tomaram café da manhã. Sobre Davis Green: Ele tinha experiência, isso certamente tinha. Mas uma coisa que fazia dele um péssimo guardião era sua completa indiferença ao que parecia complicado ou difícil de fazer, para ele sempre era tudo um mar de rosas, como se ele fosse completamente inatingível. Usava a toca multicolorida para esconder os chifres, naturalmente, e era um grande amante dos anos sessenta, tanto que o visual hippie jamais foi deixado de lado.

Voltando ao incidente em Chinatown, Davis tinha razão. Semideuses parecem ter certo dom para arranjar problemas. Sobre o incidente: Pessoas observadoras sabem quando estão sendo observadas. Alls percebeu cedo que aquele homem não era normal, mas decidiu ignorar (Um erro, senhorita Knight). Peter estava tentando arranjar comida, e Alls esperava por ele debaixo da escada de incêndio, em um beco quase vazio (Tinha algumas mulheres que ficavam ali atraindo pessoas e levando-as para lojas escondidas de falsificados) Um grito estridente chamou sua atenção e ai! Pessoas pegavam fogo (Mulheres e suas bolsas e carteiras falsificadas recém compradas). Davis e Nick ouviram os gritos. Alls estavam paralisada sob a escada. Peter tinha sanduíches frios na mão e uma sensação de que as coisas não iam bem.

- Eu não disse? Vocês semideuses... É como um dom, cara.

Davis sorriu e disparou na direção do grito, sendo seguido por Nick. E ali as coisas começaram a ficar um pouco estranhas.

O homem, de talvez trinta anos, estava realmente irritado. Era como se buscasse algo e no caminho, tocava as pessoas e simplesmente as transformava em cinzas. Usava um chapéu e óculos escuros mesmo sendo de manhã, um sobretudo e calças pretas estranhamente justas.

- Hécate! Apareça! Moros quer vê-la - Bradou o homem, sua voz ecoando pelo beco. Adiantou-se até a mulher, e um grito – como um rugido, porém mais leve – escapou do homem, era como uma grande ave abatendo uma presa.

E a mulher se desfez em cinzas. Alls soltou um grito (Outro erro, senhorita Knight) e o homem virou-se para ela. No seu rosto um sorriso maldoso se formou. Nick e Davis entraram no beco.

- Semideus - Disse o homem, olhando para Alls, tomado por uma súbita calma, transformando em cinzas a última mulher mortal que ainda assistia a cena, chocada e completamente sem ação. As mãos do homem se transformaram em garras como as de um pássaro. Um pássaro grande e cruel. Tirou os óculos, seus olhos eram vermelhos.

- Bééé! É uma fênix - A boca de Davis se escancarou, mas a sua calma não sumiu - Cara, nos temos um grande e terrível problema bem aqui.

Nick olhou da garota amedrontada (ele poderia jurar que antes os cabelos da garota eram loiros) para o homem de olhos vermelhos perto dela. Fênix? Já tinha ouvido sobre fênix. Fred havia contado.

"Os pássaros todos descendem de seus primeiros, de outros de seu tipo. Mas um sozinho, um pássaro, renova e renasce dele mesmo - a Fênix, que se alimenta não de sementes ou folhas verdes, mas de óleos de bálsamos e gotas de olíbano. Este pássaro, quando os cinco longos séculos de vida já se passaram, cria um ninho em uma palmeira elevada; e estabelecido lá, inflama-se, rodeado de perfumes, termina a extensão de sua vida. Então do corpo de seu pai renasce uma pequena Fênix, como se diz, para viver os mesmos longos anos. Quando o tempo reconstrói sua força ao poder de suportar seu próprio peso, levanta o ninho - o ninho que é berço seu e túmulo de seu pai - como imposição do amor e do dever, dessa palma alta e carrega-o através dos céus até alcançar a grande cidade do Sol, e perante as portas do sagrado templo do Sol, sepulta-o. São palavras de Ovídio. Sabe, eu mesmo chego a duvidar disso, porque, ora, pessoalmente nunca vi uma fênix, você viu Nicholas? Mas dizem que sua plumagem é vermelha com partes douradas, que pode queimar com um toque, por assim dizer e que sustenta peso dezenas de vezes maior que o seu próprio. E tantas outras coisas que esse pássaro faz, consegue imaginar algo como isso?"

Não era comum que Nick gravasse algo, mas parecia que a história da Fênix havia sido contada há poucas horas. E as coisas eram mais fáceis quando eram contadas, e não lidas.

- Não. Não pode ser Davis, Fênix era um pássaro.

- Sim, e o Olimpo se encontra nos Estados Unidos agora - Davis lançou a Nick um olhar que parecia falar “Qual é?” - Bééé, garota, não o deixe tocar você!

A menina estava completamente assustada. Tirou o arco dos ombros e uma flecha da aljava. Errou o tiro. Lançou outra. Era de madeira, nenhum dano visível na fênix.

Diziam que apenas ferro pode retardar uma fênix. Não matar, porque você sabe, elas renascem das cinzas tempo depois  

- Ferro.

- O que disse garoto? - Davis olhou para Nick com surpresa.

Nick apenas tirou o pequeno controle do bolso, atrapalhando-se com os botões, clicando por engano no de número dois. Deveria ser o um, uma espada deveria surgir, mas ao invés disso, em suas mãos tinha uma lança. De ferro. Não teve muito tempo para ficar impressionado, a garota corria perigo. Lançou-se em direção a fênix, em um ato impulsivo e digno de um portador de TDAH. A fênix saiu do caminho com facilidade, soltando uma gargalhada estrondosa.

- Semideus - Repetiu sua fala - Meu problema não é com você.

Nicholas o ignorou e voltou a investir contra ele, outro desvio. Nick foi ao chão. A fênix veio sobre ele com as garras esticadas, no mesmo momento que ele estendia a lança e a espetava no coração do homem fênix. Cinzas caíram sobre ele enquanto o último lamento da fênix ecoava no ar. Bateu as cinzas, assustado. Davis aparecia ao lado, balindo. Juntou um pouco de cinzas em um frasquinho que tirou do bolso do colete, murmurando que aquilo poderia ser útil.

- Temos que sair daqui - O sátiro berrou, chutando as cinzas, espalhando-as.

Nicholas o ignorou, mantendo os olhos na garota. Os cabelos dela voltaram a ser escuros, tanto quanto a noite. Os olhos estavam mais claros. A pele anormalmente pálida. Deveria ter sido impressão, isso do cabelo.

- Você é Aldora Knight?

Ela o olhou com cautela, estudando-o antes de responder.

- Como sabe? - Tinha uma voz aveludada e doce, como uma cantiga antiga que ouvira.

- Me mandaram procurar você - Proferiu, clicando 2 e fazendo a lança voltar ao controle.

- Pessoal? Não quero interromper, mas precisamos mesmo ir. A fênix pode voltar.

- Eu não vou com vocês - A garota falou, recolocando o arco nas costas.

Dobrando a esquina e entrando no beco estava um garoto. Correu ao ver Alls com dois estranhos. E havia tantas cinzas no chão (Estava preocupado agora).

- O que está acontecendo aqui? - O recém chegado exigiu - Está tudo bem, Alls?

- Sim Peter, eles são semideuses.

- Não, eu não - Davis falou - Eu sou um sátiro, um guardião.

Davis entrou a eles um cartão, Peter o pegou e amassou na mão.

- Peter, tinha uma fênix aqui. E esse garoto disse que mandaram ele me encontrar.

Davis bateu os pés no chão, impaciente. Olhava para os lados como que esperando outro monstro aparecer.

- Pessoal? Podemos ir conversar em outro lugar?

Peter olhou de Alls para Nick. Em seguida para o paranóico Davis.

- Vamos, mas... Ei, o que quer aqui?

Seguindo o olhar de Peter, todos se deparam com um estranho que ria abertamente. Tinha um capuz que escondia parte de seu rosto, tinha pele escura e cabelos compridos.  

- Ai meus deuses - Davis tirou a toca, revelando um par de chifres entre os dreads.

- O que isso Davis? Quem é ele? - Nick perguntou, fazendo a espada surgir no controle.

O olhar do homem era frio, como se algo faltasse ali. Mesmo sorrindo parecia triste, como se viver fosse algo extremamente deprimente. Sorriu uma última vez, sumindo em névoa.

- Oizos.

- Quem?

- Personifica a angustia e a tristeza. Não é alguém que você queria ver. 


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