L.C. - Hogwarts. escrita por IuriGomes


Capítulo 9
O Jogo.




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Capítulo 9

 O Jogo

   Na semana que se seguiu, o clima entre Eve e Amber melhorara. Elas agora fingiam que nada havia acontecido e os meninos seguiram esse exemplo. Na verdade, o clima estava se tornando tempestuoso entre Lion e Brian, o jogo de quadribol se aproximava e as provocações entre os dois só aumentavam. Landon achava que a qualquer momento eles deixariam as provocações de lado e partiriam para agressão física.
- Vocês querem parar?! – Explodiu Eve, com os garotos – O jogo é hoje, que vença o melhor! Agora dêem paz para os nossos ouvidos!
   Os garotos estavam andando à margem do lago. Brian e Lion estiveram discutindo desde o café da manhã, e Amber e Landon estavam realmente agradecidos que Eve tivera ralhado com eles.
- E então, como foi quando seus pais descobriram? – Perguntou Eve gentilmente a Amber.
- Eles dizem que foi bem estranho – Disse Amber, espontaneamente – Dizem que logo que nasci, mudava a cor dos olhos e outras coisas.
- Deve ser interessante – Disse Landon agarrando pedras e fazendo-as quicar no lago.
   Os garotos continuaram andando sobre a grama úmida, conversando e rindo. Brian e Lion se evitavam e já tinham andando um bocado quando Lion falou.
- Temos que voltar – Disse ele, consultando o relógio – Daqui a pouco o jogo vai começar.
   Assim que passaram pelas grandes portas de carvalho, Brian e Lion se cumprimentaram muito formalmente e cada um seguiu em uma direção, Brian desceu as escadas à direita do saguão de entrada e Lion se dirigiu a escada oposta, que levava às masmorras. Landon, Amber e Eve seguiram para os andares superiores.
- Malucos – Disse Eve sacudindo a cabeça.
- Para quem é que nós vamos torcer? – Perguntou Landon olhando para as duas.
- Não vamos torcer para ninguém – Disse Eve rispidamente – Não podemos tomar partido.
- Não estou nada animada para ir – Disse Amber olhando os campos por uma janela – Acho que vai chover.
   Amber estava certa. Minutos depois eles retornaram ao saguão de entrada, aquecidos e prontos para sair rumo aos jardins, que estavam sendo encharcados por mais uma fina camada de água. Enquanto eles desciam as escadas que levavam aos andares superiores, uma abelha particularmente grande e atarracada veio em direção a eles.
- Tome, segure essas bandeiras – Disse Brian enfiando bandeiras amarelas e pretas nas mãos de Landon – E você Amber, prenda algumas rosetas ao peito.
- Sabemos que você é da Lufa-lufa, Brian – Disse Eve olhando o gorro de lã, o cachecol e o suéter que o garoto usava, todos com listras amarelas e pretas – E achei que a mascote de vocês fosse um texugo e não uma abelha.
- Ah sim, quase ia me esquecendo de você – Disse Brian a amiga como se não tivesse ouvido – Pegue esses chocalhos e quando marcamos pontos você pode sacudi-los!
   Brian ficou parado olhando sorridente sua pequena equipe de torcida, enquanto esta, trocava olhares constrangidos. Landon abriu a boca para dizer algo, quando alguém atrás deles falou.
- O que é isso? – Perguntou Lion, usava uma grande bandeira verde com o brasão da Sonserina como capa. Segurando os mesmos itens, nas cores verde e prata – Vão torcer por Lufa-lufa?
- Err... não – Disse Amber escondendo as rosetas com as mãos.
- Não vão? – Perguntou Brian olhando desapontado para os três.
- Não vamos torcer para ninguém, ok? – Disse Eve, enfiando o chocalho nos braços de Brian – Tenho a minha lealdade pela Grifinória! Vocês vão me deixar louca! Estou indo para o campo.
   Ela saiu pelas altas portas de carvalho e não olhou para trás.
- Err... bom, estamos indo também – Disse Landon com um sorriso falso.
   Nesse momento duas meninas e três rapazes subiram as escadas por onde Brian havia descido e, atrás deles, vários alunos vinham aplaudindo. Brian se juntou a eles e Lion se preocupou em vaiar. Landon e Amber aproveitaram a oportunidade e deixaram o saguão o mais rápido possível. O caminho para o campo de quadribol difuso pela chuva que agora, caia mais rapidamente. Landon agradeceu que Eve havia guardado lugares nas arquibancadas para eles. Logo todos os assentos estavam ocupados e o ajuntamento de pessoas amenizou o frio. A multidão esperava ansiosa a entrada dos jogadores. A torcida amarela e preta era a maioria sobre as altas arquibancadas, Landon sabia que pela sua má reputação, Sonserina não era apoiada em nada pelas outras casas da escola.
- Eu não iria querer mesmo jogar com um tempo desses – Disse Claus olhando o céu como quem tenta dar um diagnóstico.
- Espero que aqueles idiotas não nos vejam aqui – Disse Eve olhando ao redor, as pessoas usavam cores amarelas e pretas.
   Logo os jogadores entraram em campo, Landon mal conseguiu ver os jogadores e a tempestade não ajudava. Instantes depois Landon supôs que o juiz teria soprado o apito indicando o inicio jogo, pois os jogadores levantaram vôo e a multidão pareceu mais agitada, porém não foi capaz de ouvir nada. Muitos erguiam os pescoços para tentar ver melhor através da cortina densa que descia dos céus.
- Como está o jogo? – Perguntou Landon para Amber que estava ao seu lado – Não consigo ver nada.
- Não sei mais que você, estão dizendo aqui do lado que a Sonserina marcou – Disse a garota estreitando os olhos.
- Que perda de tempo – Disse Eve, aborrecida – Nem ao menos conseguimos ouvir o narrador!
   Era verdade, alguém narrava o jogo, mas eles não podiam ouvir. Algumas vezes chegava a noticia de que alguém marcara e o placar pouco confiável que tinham era que Sonserina liderava com quarenta a vinte. O tempo foi passando e a visibilidade do campo diminuía, Eve desistira de tentar enxergar os vultos que passavam velozes.
- Diz logo, quanto está? – Landon ouviu alguém dizer atrás dele.
   Quando o garoto se virou, seus olhos pararam sobre um menino alto e musculoso que segurava junto de cada orelha, um objeto cor de pele.
- ISSO! – Vibrou ele, sobressaltando as pessoas ao redor – Marcamos, Flumet driblou o goleiro deles e enterrou a goles no aro, grande garota!
   A notícia que a Lufa-lufa marcara foi sendo passada pelas arquibancadas pelos torcedores esperançosos.
- O que é isso que ele está segurando? – Perguntou Hiro, franzindo a testa.
- São Orelhas Extensíveis sem fios – Disse outro garoto rapidamente – Ele está ouvindo o narrador.
   Boa parte das pessoas em volta do garoto estava concentrada esperando noticias, outra boa parte, tentava ainda observar o movimento dos jogadores no campo. Eve cochilava levemente, sua cabeça trepidando sobre o pescoço. Os minutos passavam até que o rapaz que segurava as orelhas extensíveis xingou tão alto que Eve se assustou, caiu do assento.
- Não acredito – Berrou ele – Perdemos, a Sonserina apanhou o pomo.
   Um audível “Ooh!” foi ouvido por toda a extensão da arquibancada onde se concentravam a torcida da Lufa-lufa. Landon não sabia como o apanhador conseguiu ver o pomo de ouro, uma bolinha alada de ouro muito pequena e veloz, com toda aquela água. O apanhador da Sonserina era muito bom.
   Voltar para dentro do castelo foi um alivio, os garotos esperaram por Brian e Lion, mas nenhum dos dois apareceu. Com certeza já estariam em seus dormitórios, pois não fazia sentido ficar lá fora, supôs Landon. E então eles subiram, esperando aproveitar o resto do fim do seu dia diante das calorosas e aconchegantes lareiras de suas salas comunais, Eve ainda resmungava por ter sido acordada tão bruscamente.

   - Vocês viram quanta água tinha? Ele só conseguiu capturar porque o pomo dançou diante do nariz dele! – Disse Brian irritado – E me deixe cortar essas folhas em paz.
   Brian se irritara mais uma vez na aula de herbologia quando fora provocado por Lion. Desde que a Lufa-lufa havia perdido o jogo, Brian culpava as condições do tempo para justificar a derrota do seu time.
- Vamos pessoal – Disse o Professor Longbottom andando entre os alunos – Lembrem-se de cortar o centro das folhas para extraírem uma maior quantidade de seiva, esta possui propriedades anestésicas.
   Eles continuaram enchendo de seiva um grande balde até que o sinal soou. Como já era véspera de inicio das férias de natal, o castelo estava todo decorado com guirlandas e sinos que tocavam canções natalinas sempre que alguém se aproximava. Aquela noite, Landon admirou mais uma vez as doze grandes e imponentes árvores de natal dispostas no Salão Principal, decoradas com fadinhas cintilantes de todas as cores que saltavam de galho em galho provocando um efeito visual formidável. O jantar estava maravilhoso como sempre, com um pouco de tristeza Landon olhava a decoração de natal do salão. Sempre quis passar as férias em Hogwarts, se imaginava fazendo guerras de bolas de neve e andando livremente pelo castelo junto de seus amigos. Sentia saudades de seus pais, é claro, e nenhum de seus amigos haviam inscritos seus nomes para passarem as férias no castelo, isso o consolava um pouco. Ele conferira a lista e localizara nela, o nome Matthew McGray escrito caprichosamente. Tudo estava pronto, teria tempo para procurar o que seu irmão havia deixado para trás. Landon procurava não pensar na idéia de que estaria fazendo isso motivado pelo desprezo de seu irmão, ele nunca fora assim... tinha que ter alguma coisa errada.

Na manhã seguinte, Landon, Amber, Lion, Brian e Eve seguiram para o pátio da escola, onde tomariam carruagens para levá-los até a estação de trem. Uma carruagem só para eles e passaram a pequena viagem toda discutindo o que fariam nas férias. Amber era a única que sabia o que Landon faria, ele não se sentira a vontade para contar uma suposição daquelas para os outros.
- Ha ha ha... vocês são mesmo engraçados – Disse Eve sarcasticamente aos outros – O que eu poderia fazer?! Não dava para assistir o jogo com um tempo daqueles e também, eu não estava dormindo.
- Como não? – Perguntou Amber abafando risinhos – Você caiu da cadeira!
- Ai, ai – Suspirou Brian, secando as lágrimas – Não consigo mais rir... vamos, estamos chegando na plataforma.
   Brian, Landon, Lion e Amber iam se dirigindo à grande locomotiva vermelha, mas Eve parou. Eles olhavam para onde ela ia e Eve correu na direção oposta e abraçou um rapaz alto e forte. Usava um boné que estava salpicado de neve e grossas vestes que o protegiam do frio. Segurava um grande malão e Landon pôde ler as iniciais E. B. gravadas. Depois, Eve se aproximou deles.
- Bom, nos vemos depois das férias – Disse ela, sorrindo para todos.
- Não vai embarcar? – Perguntou Lion, franzindo a testa.
- Ah não! Não preciso dele para voltar para casa. Moro em um povoado próximo, Hogsmead.
- O único povoado totalmente bruxo da Grã-Bretanha – Disse Landon – Deve ser muito bom.
   Nesse momento o trem começou a soltar mais fumaça.
- Vão rápido – Disse Eve se afastando – Precisam pegar lugares. Vejo vocês depois das férias. Não me encham o saco com muitas cartas. Tchau.
   Os garotos se apressaram e conseguiram uma cabine só para eles. Passaram todo o trajeto relembrando os acontecimentos do semestre anterior. Brian teve vontade de ir ao banheiro quando começaram a falar do jogo, voltou alguns minutos depois.
   O trem estacionou na plataforma nove e três quartos, os garotos desceram carregando seus malões. Landon se despediu de Lion que seguiu em outra direção e depois de Amber. As famílias de Landon e Brian estavam juntas e assim que os viu, a Sra. McGray e a Sra. O’Donnel saíram correndo para abraçar seus filhos.
- Ah querido – Disse Sue, beijando a testa do garoto – Fico tão feliz que tenha voltado para passar o natal conosco.
- Tem aprendido muita coisa, espero – Disse Paul empurrando o malão e segurando a gaiola de Hunter.
- Nos despedimos aqui então, McGray – Disse o Sr. O’Donnel estendendo a mão para Paul – Nosso carro está daquele outro lado.
   Uma família se despediu da outra e os McGray seguiram em frente, no estacionamento da estação se dirigiram à um carro preto e reluzente.
- Esse é o carro do que lhe falamos na carta – Disse Sue andando de mãos dadas com seu filho – Como nós vivemos em Londres, o ministério deixou que seu pai comprasse um para nós.
- Ainda estou aprendendo a usá-lo – Disse o homem encolhendo os ombros – Eu guardo as malas, vocês podem entrar.
   Dizendo isso, o Sr. McGray apertou um botão em um controle preto e as luzes traseiras do carro piscaram e um som indicou que as portas haviam sido destravadas. Landon estava adorando estar com seus pais mais uma vez, tinha muita coisa para contar e durante o caminho para a casa, encheu-os de histórias sobre seus dias em Hogwarts. Quando finalmente terminou, Landon pode ver no fim da rua, sua casa coberta de neve, fazendo-a parecer um grande bolo de aniversário.


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