L.C. - Hogwarts. escrita por IuriGomes


Capítulo 10
A Procura.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/167352/chapter/10

Capítulo 10
         A Procura

   Landon ajudou seu pai a tirar o malão do porta-malas do carro. Assim que Hunter foi solto voou para as janelas da parte mais alta da casa. A casa dos McGray era protegida por poderosos feitiços antitrouxas, no jardim à frente da casa, uma árvore fora enfeitada e Landon pôde ver pequenas fadas que brilhavam dormindo descansadamente sobre as folhas cobertas de neve. O interior da casa continuava exatamente igual ao que ele se lembrava. Bud esperava-os no hall de entrada, abandonara o boné e usava um felpudo gorro natalino cobrindo parte das suas orelhas.
- Que prazer em revê-lo – Disse Bud fazendo uma leve reverência – Seja bem vindo, senhor.
- Olá Bud – Cumprimentou, Landon.
   O elfo apanhou o malão e a gaiola vazia e subiu as escadas. O Sr. McGray o seguiu dizendo que iria tomar um banho.
- Venha querido – Chamou Sue indo para a cozinha – Deve estar com fome.
   A cozinha também continuava a mesma, exceto por alguns novos eletrodomésticos que na verdade eram adaptados para funcionar magicamente. Landon puxou uma cadeira de madeira envelhecida e se sentou. Logo sua mãe trouxe uma garrafa de suco de abóbora, tirou a tampa em formato de abóbora e colocou o conteúdo da garrafa em dois copos. Depois de alguns minutos de conversa ela trouxe também alguns biscoitos com gotas de chocolate.
- Ele é meio doido – Disse o garoto tomando um gole de suco – Fica nos encarando a aula toda.
- Nunca se ouviu falar dele – Disse Sue – Andou pelo mundo todo lutando contra as artes negras.
- Sim, foi o que ele disse – Disse Landon se espreguiçando – Mamãe, vou subir. Estou cansado.
   O garoto beijou o rosto da mãe e saiu da cozinha, subiu as escadas e quando ia abrindo a porta do seu quarto, olhou a porta ao lado e sentiu um aperto no coração. Nessas férias teria todo o tempo para procurar o que Matthew havia esquecido, não precisaria fazer isso agora, estava muito cansado. O garoto abriu a porta de seu quarto e analisou o ambiente. Estava do jeito que se lembrava e isso não o agradou. Ele já estava familiarizado com seu dormitório em Hogwarts. Sentia falta das enormes janelas em forma de arco, das várias estátuas de águias espalhadas por toda a torre, das outras duas camas e de seus donos. Landon foi direto para seu malão que estava sob a cama, abriu-o e tirou várias bandeiras da Corvinal, prendeu-as por todo o quarto e depois ficou parado observando o efeito. Agora sim ele estava em casa. Deitou na cama e logo adormeceu, nem ao menos se despiu.
   Acordou tarde na manhã seguinte e adorou não ter que correr para alguma estufa ou sala de aula. Tomou um demorado banho quente e desceu para o café da manhã. A cozinha estava aquecida pelas panelas que soltavam vapor e a enorme porta de vidro decorado estava bloqueada por uma grande quantidade de neve.
- Bom dia dorminhoco – Brincou Sue, sentada á mesa escrevendo uma carta – Sente-se.
   Ele se sentou ao lado de seu pai, que lia o Profeta Diário. Sua mãe apontou para a pia com a varinha e depois para a mesa e torradas voaram para o prato do garoto.
- Acho que está na minha hora – Disse Paul dobrando o jornal e se levantando – Tenho que ir trabalhar.
   Ele beijou a mulher e o filho e saiu da cozinha. Segundos depois eles ouviram o barulho inconfundível da lareira crepitando. Landon não gostava muito de viajar de pó de Floo, pois se o bruxo não fizesse direito poderia sair com dores nos cotovelos e nos joelhos. Landon comeu em silêncio, arquitetando seu plano para procurar o objeto do seu irmão. O lugar mais óbvio era o quarto, seu irmão nunca saia de lá e sem Matthew e Damon por perto ele teria tempo para procurar.
- Mamãe, estava ótimo – Disse Landon se limpando com guardanapos – Vou subir, eles deixaram muito dever de casa.
   Ele subiu rapidamente, foi direto para a porta do quarto do seu irmão e girou a maçaneta. A porta estava trancada, isso ele já esperava, mas não deixou de se sentir um tanto desmotivado. Voltou para seu quarto, ficou andando para frente e para trás. Pensando. E então lhe ocorreu uma coisa.
- Bud, venha aqui – Disse ele para as paredes.
   No momento seguinte, ouviu-se um estalo e o elfo se materializou à frente do garoto.
- O que desejar, meu senhor.
- Preciso que abra o quarto do meu irmão pra mim. Preciso pegar umas coisas... hmm... coisas para a escola.
   O elfo o fitou por alguns segundos.
- Sim, senhor – Disse ele abrindo a porta do quarto e se dirigindo á outra porta.
   O elfo encostou as mãos na porta e com um pequeno clique, ela se abriu. Landon agradeceu o elfo segundos antes dele desaparecer de novo. Landon entrou no quarto. Raios de sol entravam pelas fendas das cortinas, o quarto não mudara nada desde que ele estivera ali. Os tecidos verdes e prateados que cobriam as paredes davam uma certa sensação de claustrofobia. O garoto bateu a porta atrás de si, foi diretamente para o armário de madeira e abriu-o. Vestes longas ocupavam boa parte do armário, ao lado delas, livros antigos de escola estavam empilhados. Landon apanhou-os, folheou um por um, não sabia exatamente o que estava procurando. Revirou as vestes, vasculhou seus bolsos e não encontrou nada. Abriu gavetas de uma cômoda que ficava abaixo da janela, na primeira gaveta havia apenas frascos velhos de ingredientes para poções, na segunda gaveta encontrou tinteiros vazios e alguns pergaminhos rabiscados, folheou-os também, mas a maioria estava em branco. Procurou também atrás dos tecidos que caracterizavam a Sonserina, a procura de algum cofre ou algo parecido. Estava começando a se sentir idiota por fazer aquilo e talvez Amber tivesse razão, talvez não fosse nada demais. Se abaixou, olhou embaixo do armário, da cômoda e só quando foi conferir embaixo da cama que viu algo que o intrigou. No canto onde era o encontro de duas paredes, havia uma taboa do soalho um tanto torta, diferente das demais. Landon entrou embaixo da cama, deitado no chão frio, rastejou até a taboa solta. Decididamente ele era idiota, não imaginava seu irmão se rastejando para esconder algo embaixo de uma taboa. Fazendo um pouco de força, ele conseguiu fazer a madeira se soltar, se adiantando com esforço, ele conseguiu esticar a mão e afundou-a no buraco do soalho. Apalpou algo grande e pesado, puxou-o para fora e foi capaz de ver que era um livro velho e desgastado.
   Depois de sair debaixo da cama, examinou o livro. Olhou alguns segundos e notou que era o mesmo que ele vira meses atrás. Não fora capaz de reconhecer os símbolos da capa naquela época e também não era capaz agora. Devia haver algum motivo para aquele livro estar escondido. Era muito velho, por todo o livro traças haviam roído a borda das páginas e estava bem mofado. Estava folheando a metade do livro quando uma coisa fez seu coração disparar.
   Um estampido forte foi emitido de dentro do armário, Landon ficou paralisado. Ele virou seus pescoço tão rápido que sentiu-o estralar. Saiu correndo para abrir a porta do armário e quando o fez, uma sensação de alivio correu por todo o seu corpo. Um dos livros que ele empilhara rapidamente na pressa de procurar, caíra. Landon apanhou o livro e o depositou no alto da pilha, tomando o cuidado para que ele não voltasse a cair. Assim que ele bateu a porta do armário, voltou sua atenção para o livro que achara. Continuou folheando, nada fazia sentido, símbolos estranhos e gravuras que ele não podia entender. Quando virou uma página com muito cuidado para que ela não se desprendesse do livro, ele viu. Um pergaminho novo estava dobrado. Landon desdobrou-o, no segundo seguinte foi capaz de identificar a letra, era a mesma que ele vira na lista das pessoas que iriam ficar em Hogwarts. Reparou que não eram símbolos, eram letras e ele pôde ler.

As Quatro Dádivas

Uma, duas, três e por fim... quatro.
A primeira é ágil,
Pode ser aconchegante,
Pode ser agonizante,
Dança diante dos olhos,
Um espetáculo bruxuleante,
Tema sua fúria,
Em segundos pode consumi-lo.
A segunda pode ser turbulenta,
Pode queimar-te como o fogo,
Pode arrancar arrepios gélidos,
Não se surpreenda, ela não possui forma,
Hora habita os céus como os pássaros,
Hora rasteja pela terra.
A terceira brinca com o espaço,
inteligentemente, esgueira-se por fendas
Acaricia a todos mas, quando enraivecida
Não deixa nada no lugar,
É passageira. Com a mesma rapidez que vem, se vai.
A última é a base de todas as outras,
Apaga,seca e suja,
Sua força é subestimada mas,
Sua resposta é uma das mais temidas.
Uma, duas, três e por fim... quatro.
São as quatro dádivas.
Irmãs, não toleram o desequilíbrio.
Vivem onde lhes convém
São assim, quatro.
E ai daquele que provocar a desordem
nas magias elementares.

Landon não entendeu absolutamente nada, levantou o pergaminho para ver o verso, mas não havia nada escrito. Então olhou a página do livro, as linhas estavam arrumadas iguais no pergaminho, a diferença era que no livro eram símbolos e no pergaminho eram letras. Se tratava de uma tradução.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Muita tensão ao escrever esse capítulo. Demorei muito para escrevê-lo e tive a inspiração em uma entediante aula de química.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "L.C. - Hogwarts." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.