Por Acaso escrita por Miho


Capítulo 11
Capítulo 11: I Will Stay With You Forever


Notas iniciais do capítulo

RÉLOU! ~Le pedrada na cara~
Ai T-T Me desculpa! Mas é que a autora também tem prova, sabe! E ela tá pra final em Matemática, sabe! É, nas duas matérias '-' Bem pessoinhas, infelizmente chegamos ao final da Fic.
E como eu disse, as dedicatórias :3 O meu nii-san seduzente, Thiago Rosendo, aquele que sempre me apoiou e me perdoou quando eu fiz burrada, Jean Marcos, a lindona da minha nee-chan que não lê esta porra e a todos que fizeram "Por Acaso" ser o que é, comentando, recomendando, mostrando aos amigos... Tudo. Eu agradeço a vocês, meus leitores lindos :3
Amo todos, sem exceção. Até mesmo aqueles que me odeiam, digo apenas uma coisa: Eu sei que fiz a coisa errada. Eu sei que não sou perfeita, ninguém é. Sei que sou errante e esquentada. Mas eu agradeço pelo marco que deixou na minha vida, pelas histórias engraçadas, pelos ótimos momentos. Vocês que fizeram Por Acaso ser o que é! Agradeço a todos, de coração!



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– A... A M- ... A May sumiu!

Com estas simples palavras, as pessoas começaram a falar, todas ao mesmo tempo, causando um barulho irritante e ao mesmo tempo insignificante para mim. Quer dizer... A May sumiu... O que eu vou fazer? Tentei me levantar, mas Dawn segurou meu ombro.

– Não Ash. Nós vamos procurar a May. Você tem que descansar. - Ela olhou para frente. - Paul e Gary. Venham me ajudar a colocar o Ash dentro da cabana. O resto vai procurar a May, temos que encontrá-la rápido.

Eles vieram me ajudar enquanto Misty, Brendan, a outra May - A May era May Dixon, esta era May Mapple -, Ethan, Lyra e mais algumas pessoas que eu não lembro o nome, foram procurá-la.

Assim que entrei na cabana, eles me guiaram para uma cama completamente intocada. Dawn puxou o lençol e eu praticamente me joguei no colchão. Logo em seguida ela me cobriu. Sabe que esse travesseiro tem um cheiro bom? Tem cheiro de fruta Oran. O shampoo favorito da May... Droga, por que tudo tem que me lembrar dela?!

– Hm... - Sorri involuntariamente ao sentir o perfume do travesseiro de novo. Tudo bem, eu tenho que ir atrás dela! Assim que sento na borda da cama, o quarto começa a girar e... - Gwaaaah... Cof! Cof!... Eca...

Fico encarando aquela coisa pastosa e amarela sentindo o gosto ácido na boca. E lá se vai a minha Ruffles... (N/A: Foda-se, eu A-M-O Ruffles, o Ash TEM que gostar de Ruffles também! And fuck that shit!) Tudo bem, vamos lá. Me aproximo devagar da porta de entrada e escuto um barulho de isqueiro... Logo em seguida, fumaça de cigarro. Francamente, deixaram o Barry tomando conta de mim? É capaz de ele acabar tacando fogo na cabana (N/A: Foda-se! Eu quero que o Barry fume, a Fic é escrita por essa problemática aqui! E ela tem a caneta, então não me julguem!).

Dou meia volta em direção à janela. Ela está aberta. Ótimo! Mas antes... Preciso de uma lanterna... Depois de rodar um pouco pelo quarto e encontrar várias calcinhas no banheiro, consigo achar uma lanterna. Não é lá grande coisa, mas eu acho que posso me virar. Agora sim, para a janela! Passo pela abertura e caio de cara no chão. Fala sério, a janela fica a uns dois metros e meio do chão! É impossível evitar...

Antes mesmo de perceber, já estava zanzando pela mata. Eu nunca parei para observar, mas as árvores dessa floresta não são muito distantes umas das outras. E as raízes estão muito aparentes. Acho que deve ser culpa das enchentes em época de chuva... A pilha da lanterna está bem fraca, dá pra perceber pela luz amarelada que sai da lâmpada. Mas de qualquer forma, a luz da lua já o suficiente. Ah, a quem quero enganar?! SÁPORRA DE LANTERNA FOI FALHAR LOGO AGORA!

– Merda! - Grito enquanto bato em um tronco de árvore ao meu lado. - May! May! Cadê você?! - Tento andar um pouco, apesar de minha barriga estar embolada e alguns pontos pretos aparecerem na minha visão vez ou outra. Praticamente sem sucesso. - Porra! Tem como ficar pior?! - Pergunto, olhando para o céu como se desafiasse Arceus. Nada acontece... - Ah tah, pensei que fosse acontecer alguma coisa... Mas enfim, vamos lá... - Volto a caminhar com certa dificuldade, mas volto.

‎ Alguns minutos depois escuto um gemido meio choroso. Baixo. Um tanto quanto sufocado. May? Sem nem ao menos perceber que havia falado seu nome, eu me surpreendo com o ruído diminuindo ainda mais o volume. É ela. Sem dúvidas. Solto um suspiro meio cansado e me sento no chão, escorado a uma das enormes árvores.

– Sabe... Quando eu conheci aquela menina na campina de Pallet, não imaginava que ela iria me dar tanto trabalho... Sempre pensei que você fosse mais fácil de lidar, mas por incrível que pareça, eu entendia melhor o Gary. Mas enfim, sabe que quando você apareceu toda molhada na porta da sua casa? Eu comecei a te achar uma gracinha... Minha pequena May. Quem poderia dizer que estamos aqui agora, eu tentando te fazer acreditar em umas poucas palavras? - Sorrio e fecho os olhos, lembrando-me do dia em que ela caiu no lago. Uma das milhões de vezes... Noto que ela ficou calada; Acho que está prestando atenção.

– Eu sempre te achei demais pra mim. Sério, você é única, conhece bem o pessoal, atura o Gary, me dá conselhos, consegue suportar a Misty e a Dawn falando sobre o menino que dizem que quer ficar com a Dawn, mas tem medo do Paul... - Dou uma risada lembrando o dia em que apanhei porque achei a coisa toda ridícula. Escuto outra risada meio abafada. - E... Lembra do dia... Em que eu sumi? - Senti a tensão no ar. - E a Misty me trouxe de volta? Você parecia à beira de um ataque! - Levanto tentando fazer o máximo de silêncio possível. - E aí quando eu voltei... Você me deu aquele beijo? Às vezes é legal fechar os olhos... E ficar pensando na sensação... Às vezes, eu sinto o estômago revirar, como naquele dia. - Vejo-a escondida perto das raízes de um enorme salgueiro que fazia uma espécie de buraco entre as raízes e a terra. Os olhos fechados com um sorrisinho bobo enquanto algumas lágrimas secam.

– E aí eu fico pensando... Por que essa menina não nota que eu a amo tanto? Acho que ela tem um complexo... Ou é desligada, como sempre. - Observo sua reação. Ela abre os olhos e cruza os braços fazendo uma cara de brava e olhando para o lado de fora, só para encontrar meus olhos. Sorrio e vejo-a ficar vermelha, desviando o olhar. - E quando essa menina boba fica com vergonha... Consegue ser mais bonita do que já é. - Ela leva a mão ao pescoço e acho engraçada a confusão que se forma em seus olhos ao notar que seu tão estimado objeto não estava lá.

– D- Desculpa... - Ela balbuciou com a voz meio embargada.

Sem dizer mais nada, a morena se joga em meu pescoço, escondendo o rosto ali enquanto termina de chorar o que ainda não havia chorado escondida. Afaguei seu cabelo enquanto dava leves beijos em sua cabeça. Ela não ia escapar tão fácil assim de mim...

– Você está bem? – Sussurrei com calma. Finalmente ela estava comigo. Apenas a senti balançar a cabeça para confirmar. May estava com a pele fria, quase congelando. A abracei mais forte. – O que você tinha para sair correndo daquele jeito? Ainda mais pro meio do mato? – Ela tremeu de leve em meio ao meu abraço e eu encostei a cabeça no topo da sua, aspirando o perfume. – Ainda bem que nada te aconteceu...

A garota continuava calada, ainda com os olhos úmidos enquanto apertava meus ombros com força. Lentamente se afastou e eu a encarei, aquela face chorosa e vermelha. Segurando seu rosto com cuidado, me inclinei de leve, roçando nossos lábios. May soltou um pequeno gemido e entreabriu os lábios. Então nosso beijo se intensificou, ela abraçou meu pescoço com fervor e eu desci uma das mãos para suas costas, trazendo-a para mais perto de mim. Não posso descrever a sensação de sentir os lábios da garota que amo contra os meus. E ainda mais, quando realmente é um beijo. Ah, confesso que fiquei meio desnorteado naquela hora.

Apenas nos separamos por causa do maldito oxigênio que se fez presente naquele momento. Logo depois nos encaramos e nos beijamos novamente, dessa vez um beijo mais ardente, mais desesperado. Mais necessitado de ambos os lados. May me pegou desprevinido assim que disse entre os lábios:

– Eu... também te... te amo. - Ofeguei e senti o estômago revirar.

Ela não estaria dizendo aquilo apenas porque eu estava ali, beijando-a, estava? Acho que não. Ela estava sendo sincera. Comecei a deitá-la nas folhas ressecadas para começar a beijar seu pescoço. Mas algo me chamou a atenção e eu parei. Ela bufou, irritada. Ele estava ali, me encarando. Havia gritado meu nome, acho que foi isso. Levantei e o encarei longamente, com o orgulho estampado nos olhos.

– O que você estava fazendo com ela? - Drew me perguntou, transbordando ódio nos olhos.

– Nada que seja da sua conta. - Respondi secamente. May levantou e se afastou um pouco. A boca do menino se torceu num sorriso maníaco.

– Ora Ketchum, quanta falta de educação! - Ele riu longamente, apoiado numa árvore.

– O que você quer aqui?! - Gritei, fechando os punhos com força. Ele me encarou com cinismo, quase com um pouco de pena.

– Sinto lhe dizer, Ketchum... - Ele puxou algo prateado de dentro da calça. À luz da lua não consegui ver realmente...

– Não! Drew, não faça isso! Não, Drew! - May gritou levando as mãos à boca. - Eu te imploro! - Ao ver o pequeno cano brilhar, refletindo o mínimo brilho da lua, senti o estômago revirar. Aquilo era uma arma?

–... Mas se eu não posso ficar com a May... Ninguém pode. - Ele riu como um maníaco, encarando meu rosto assustado. - O que foi? Está com medinho de morrer, hum? - Ele apontou para meu braço esquerdo. - Que tal brincar um pouco, Ketchum? - Logo em seguida puxou o gatilho. Antes que eu pudesse perceber, meu braço latejava com uma dor lacinante.

– Pare Drew! Você está louco! - May gritou, horrorizada.

– Ghh... V- você é um covarde... C- covarde! - Falei num grito estrangulado enquanto levava a mão direita ao ponto que sangrava.

– Se eu fosse você não faria ameaças, Ketchum... - O outro riu novamente. - Sabe, eu sempre gostei muito de você, May... - Ele olhou para a garota maliciosamente. - Sempre tão bonita, gentil, inteligente... Só que com mau gosto... Uma pena. - Dizia enquanto brincava com a arma nas mãos. - Bem, bem... Que tal Ketchum? Alguma palavra final?

– G- Ghh... Q- Que tal... você ir dar o cu... hein, sua bichinha retraída? - Grunhi apertando o ferimento. Drew gargalhou histericamente como um louco antes de apontar a arma para mim.

– Até que foi bom te conhecer, Ketchum... Seria uma pena viver sem matar um babaca como você... - Soltou um risinho abafado. Logo em seguida puxou a trava.

Confesso que não entendi muito bem o que aconteceu logo em seguida. Drew estava mirando diretamente na minha barriga. Algo se moveu ao meu lado, e aí o barulho da arma sendo disparada. Ao longe, um grito de homem. Estranhamente, não senti nada. Apenas algo molhado respingou em meu braço. Abri os olhos e encarei a pessoa que caia no chão com a blusa azul-celeste manchada de vermelho.

– MAY! - Comecei a chorar. Olhei ao redor e não vi mais ninguém. Aquele miserável havia fugido! Fiz menção de levantar. - Eu vou buscar ajuda... Eu vou... Você vai ficar bem, vai sim. Você vai ver. - Um puxão fraco me deteu.

– Não... - Ela disse com a voz fraca. - Fica... Por favor. - May disse com os olhos cheios de lágrimas. - Me desculpa... Fiz uma burrada, né? - Ela franziu o cenho de dor quando tentou forçar uma risada.

– Por que fez isso? - Sussurrei enquanto aninhava sua cabeça em meus braços. - Por que May? Não devia ter feito isso! Não!

– Shh... Não estrague o momento, tá? - Ela tossiu um pouco e eu vi sua boca avermelhada por conta do sangue. - Me perdoa? - Seus olhos estavam começando a perder o brilho. Abaixei a cabeça e toquei sua testa com a minha... Por que? Por que ela? Perguntava enquanto as lágrimas escapavam, molhando seu rosto.

– Claro que sim... - A essa altura, sua blusa já estava empapada de sangue, que começava a me melar também. Eu não me importava. Não ligava. Não queria saber. Ela sorriu e com dificuldade levantou a mão completamente vermelha até meu rosto. O cheiro metálico me invadiu o nariz.

– Eu te amo... - Arquejou. - Promete... Que vai seguir a vida... Não me deixa atrapalhar tudo... Promete pra mim...

– Não May... Não posso fazer isso... Eu não consigo! - Sua respiração falhou. Logo em seguida a mão dela caiu ao lado do corpo com os olhos vítreos, encarando o nada com a boca entreaberta. - May... May! Não! May, não me deixa aqui! MAY! - Comecei a gritar enquanto alguém me puxava para longe dela. Não era justo! Por que ela? Por que não eu?

Vi meus amigos rodeando ela, preparando-se para levantá-la. Comecei a berrar, queria continuar do lado de May. Não podia me afastar dela, eu a amava. Senti a vista embaçar por conta das lágrimas e chorei com força. Caí no chão da floresta aos soluços enquanto batia no chão repetindo "não, não, não!" até minhas mãos ficarem doloridas. Não devia ser assim. Não podia ser assim.

– MAY! - Falava aos soluços. - V- VOLTA... VOLTA PRA MIM...

~ FlashBack Off~

– Calma Ash... Calma... - Misty repetia enquanto esfregava a mão nas minhas costas.

– E- Eu queria... Eu queria que ela estivesse aqui... Eu queria que ela não tivesse feito aquela idiotice... E- ela poderia estar viva... - Soluçava desesperado.

– Sofrendo? Sofrendo porque você morreu? É isso que queria? Que a May estivesse debruçada sobre seu corpo, ouvindo as suas últimas palavras? Era isso que você queria, Ash? - Gary reclamou ao meu lado. Todos já estavam prestando suas últimas homenagens. Apenas quem continuava comigo eram: Max, Misty, Gary, Sr. Dixo e Sra. Dixon. - Queria vê-la sofrer?

– Preferia ter ido junto com ela... - Resmungei, passando as mãos nos olhos inchados de tanto chorar.

– Vamos querido, venha se despedir dela... - A Sra. Dixon segurou o lencinho na frente do nariz e começou a chorar no ombro do marido. - V- Vá querido, vá...

Formamos uma pequena fila para os mais íntimos. Depois que todos se despediram de May, eu fui o último. Tirei o colar que ela jogara no chão da cabana no dia fatídico do bolso. Ele já estava bem velhinho... Um pouco riscado aqui e ali, mas ainda assim belo. Sem notar comecei a chorar por cima dela.

Com certa dificuldade, coloquei a correntinha de ouro ao redor de seu pescoço, passando a mão por seu rosto adormecido. Agora, eternamente adormecido. Senti o meu estômago embrulhar só de pensar que seria a última vez que veria seu rosto delicado, os lábios fartos e a expressão serena.

– Eu te amo... Eternamente, eu irei te amar. E nada vai mudar isso, minha querida May... Nunca. Sinto muito, mas não consiguirei te esquecer. - Beijei-lhe a cabeça, como da última vez e me afastei, vendo a tampa ser lacrada e a caixa descer lentamente para a cova. Eu nunca irei parar de pensar nela. Nunca.

Fim.


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Notas finais do capítulo

Enfim, chegamos ao final de "Por Acaso". Quero que saibam que eu gostei muito de fazer essa história. Conheci pessoas maravilhosas que quero levar comigo para o resto de minha vida. Espero que tenham gostado, meus amores... Foi um prazer enorme tomar o tempo de vocês com minhas "histórias". Rs' Obrigada a todos que comentaram, recomendaram, disseram coisas tanto positivas quanto negativas. Obrigada =)



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