Lua De Sangue escrita por JhesyAckles


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Sim, eu iria postar só amanhã porém amanhã será um tanto corrido e eu preferi postar hoje a deixar vocês sem o capitulo. Espero que gostem :) Comentem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/166662/chapter/8

Não demorou muito e Daniel já virava o tuneo que levava até onde eu estava na caverna. Antes de falar qualquer coisa ele correu até mim e me deu um beijo. Quando nos separamos ele me olhou nos olhos e então falou.

- E então, Lana, o que você decidiu? - ele me olhava esperançoso.

- Eu irei com você, Daniel. - eu sorri

Seus olhos brilharam. 

- De verdade? - ele parecia não acreditar

- Sim. - ele me abraçou e me beijou.

- Quando vamos? - eu perguntei.

- Agora mesmo! - ele disse animado,então começou a me puxar para o tuneo.

- Daniel, - eu disse com um sobressalto. - agora não! 

- Porque? 

- O sol... - eu mordi o lábio e ele parou.

- Ah, sim... Tinha me esquecido...  - ele riu. 

- É... estou presa aqui até o por do sol... 

- O que quer dizer que tenho você só pra mim o dia inteiro? - ele me olhou com olhar malicioso. 

- Creio que sim... - eu sorri. - Tem alguma ideia?

- Algumas... - ele veio até mim e me pegou no colo. - Quer colocar em prática?

- Acho que sim. - eu sorri e o beijei. 

Nós nos beijamos com tal intensidade que eu cheguei a perder o folego. 

Era incrivel o efeito que o beijo dele tinha sobre mim, era inevitavel que meu coração batesse forte e rápido, ele pulsava tão forte que parecia que queria sair de mim, rasgar meu peito e ir de encontro ao coração dele para que fossem um só. 

Ele me colocou de pé ainda me beijando, e ainda sem pausa entre os beijos foi me guiando até que minhas costas encontraram a rocha dura e fria que compunha a parede da caverna. 

Desta vez ele parecia mais ansioso, menos cuidadoso, não sei se porque da ultima vez não sabiamos quem realmente eramos e tomamos cuidado para não machucarmos um ao outro, cuidado que dessa vez ambos sabiamos ser desnecessário.

Ele pressionava meu corpo contra a parede usando seu proprio corpo, eu podia senti-lo,   estava adorando aquilo, levei minha boca até seu pescoço e o beijei, quase faminta, eu o ouvia suspirar e sabia que estava gostando daquela sensação.

Ele desceu uma de suas mãos de minha cintura até minha cocha direita e a apertou, eu queria que ele continuasse, subi minha esquerda perna até sua cintura e ele puxou a direita do mesmo modo. Eu estava sob ele. Minha respiração estava ofegante e pesada assim como a dele. Eu podia sentir o calor querendo explodir dentro de mim. 

Pensei que seria como da ultima vez, mas percebi que estava enganada, as duas foram totalmente diferentes. 

Ele tinha pressa. Eu tinha pressa.

Podia ouvir seu coração bater de maneira irregular assim como sua respiração. 

Tiramos o que nos impedia e voltamos a ficar daquela maneira, eu podia sentir duas sensações diferentes em meu corpo, o gelado da rocha atras de mim e o calor que fervia em seu corpo. Ele se encaixou em mim e me pressionou contra a rocha as minhas costas.Eu mordia meus labios de satisfação. Aquilo me levou ao ecstase. Minha respiração nunca estivera tão irregular, era como se eu tivesse corrido uma maratona sem me cansar.

Nossos movimentos eram tão sincronizados que parecia que tinhamos ensaiado a vida toda. Ficamos daquela maneira por algum tempo, trocando beijos e caricias enquanto nos movimentavamos em sincronia. 

- Eu amo você. - ele disse com a voz rouca e a respiração falha. 

- Eu também amo você. - eu respondi da mesma maneira.

Eu não queria que ele se calasse, eu não queria que ele parasse, eu não queria que aquele momento acabasse.

Mas não poderiamos ficar para sempre daquela maneira e cedo demais nos separamos. 

- Lana, eu tenho algumas curiosidades... - Daniel me disse enquanto afagava minha cabeça que estava deitada em seu peito nu. 

- Sobre? - eu perguntei, brincando com meus dedos em seu abdomen definido. 

- Os vampiros... E acho que você pode me responder... 

- Pergunte então. - eu disse curiosa por saber o motivo de sua curiosidade. 

- Porque vocês não podem sair ao sol? - sua curiosidade estava explicita em sua voz.

- Sinceramente, o real motivo eu não sei... Simplesmente, queimamos, - eu disse levantando a mão e mostrando meus dedos já quase cicatrizados. - é algo na luz ultravioleta ou algo do tipo... - eu dei de ombros.

- Como foi esse? - ele pegou minha mão e beijou dedo por dedo onde estava machucado. 

- Não calculei bem o tempo que levaria para chegar até aqui. - eu suspirei... - é só isso que queria saber? 

- Não... Vocês são imortais, certo? Então como é o envelhecimento de um vampiro, quero dizer, vocês podem ter filhos, sim?

- Podemos... Até hoje não se sabe ao certo, mas os que nascem vampiros derrepente param de envelhecer ainda jovens, normalmente é entre 15 e 25 anos... Isso vária de caso pra caso... 

- Então você parou com 18 anos? 

- De certa maneira, fui mordida aos 18 anos e me transformei... Marcus me mordeu, a pedido de minha mãe. - eu mostrei cicatriz quase invisvel em meu ombro esquerdo.

- Então você já foi humana... Eu também já fui, mas isso foi há muito, muito tempo. - ele suspirou. - Mal consigo me lembrar qual era a sensação de ser humano...

- Sente falta de sua antiga vida?

- Honestamente? Não... Minha vida mortal não era o que se pode chamar de vida perfeita, quando me transformei eu renasci, deixei pra tras a vida que tinha antes para seguir com o bando. Foi o melhor a fazer.

- Como foi sua transformação? - eu perguntei como uma criança curiosa.

- Dolorosa... - ele riu. - Achei que iria morrer... Mas na verdade tive sorte, Ruby poderia mesmo ter me matado... Não temos um controle muito bom em certos periodos e é somente ai que podemos mutar outros... 

- Como assim?

- Lua cheia... Ou como alguns gostam de chamar, lua sangrenta. Se um humano é mordido na lua cheia e não morre, se transforma, na lua cheia seguinte a mutação está completa e a mudança ocorre, a primeira não é algo muito agradavel de se ver... - ele estremesseu. -  O unico problema é que não temos um autocontrole muito bom e acabamos matando mais do que transformando... 

Eu talvez devesse ficar com medo, ou sei lá, mas a verdade é que aquilo não importava...

- Ruby me transformou e desde então me tem como filho. 

- E a sua familia mortal? 

- Ficou no passado. - ele disse com certa amargura. - meu pai era um maldito drogado e batia em minha mãe, ela por outro lado não era uma mãe muito carinhosa... Quando não estava apanhando estava na cama de algum vagabundo que conhecia na rua, eles não gostavam de mim nem eu deles, Ruby por outro lado é a melhor mãe que eu poderia ter. O bando é minha familia - ele suspirou.

- Você vive com o bando todo? - eu perguntei.

- Mais ou menos, não vivemos juntos exatamente, chamaria muita atenção... Vivo com Ruby e Mary. 

- Quem é Mary? - eu perguntei com uma pontada de ciume na voz. 

- Mary é... bem, hoje pode ser considerada minha irmã, prima ou sei la...

- Ou sei la? Vocês já namoraram, não é? 

- Sim, mas logo no começo. Ela se apaixonou por mim logo que me viu. - ele riu convencido. - tenho esse poder. 

- Engraçadinho. - eu revirei os olhos.

- É, ficamos juntos um tempo, mas não gostava tanto dela assim e terminei... - ele disse se lembrando - mas isso é só um detalhe, também está no passado. A verdade é que minha transformação foi uma das melhores coisas que me aconteceu... mas, já falamos muito de mim, agora é sua vez, e você? Sente falta de ser humana? 

- No inicio, sentia muita... Hoje em dia nem tanto, - eu dei de ombros. - foi um pouco revoltante, no começo, não poder mais ver o sol me parecia totalmente inaceitavel, e ter que abandonar minha vida foi terrivel... Eu era uma otima aluna no colegio, era popular, namorava o cara mais lindo e invejado da escola... É, eu era uma garota extremamente futil. - eu dei um risinho. - Mas minha vida era boa, era quase perfeita... e mudou radicalmente e muito depressa, eu me revoltei com minha mãe por me arrancar da minha vida perfeita, ela não tinha esse direto, e depois disso eu não podia mais ver Samuel, nem minhas amigas nem ninguém... o desejo de sangue era quase incontrolavel, minha garganta queimava de sede... O desejo por sangue ainda é muito grande mas agora já o controlo bem e as vezes quase nem percebo... Posso ficar dias e dias sem me alimentar que não sinto tanta falta. É, - eu ri. - acho que podemos dizer que virarmos  monstros de filme de terror foi a melhor coisa que nos aconteceu. 

- Não. - ele me puxou pra cima dele e me olho nos olhos. - conhecer você foi a melhor coisa que me aconteceu. - eu sorri e lhe dei um beijo.

- Daniel, quantos anos você tem? 

- Já te disse, tenho 19... 

- Há quanto tempo tem 19 anos? - eu ri.

- Credo, isso me lembrou a cena de um filme onde uma fada brilha ao sol... - nós rimos.

- Bem, somando tudo eu tenho 250 anos... Mas estou inteiro. - ele riu.

- E como está. - eu o acompanhei na risada.

- E você, quantos anos tem?

- 200... - eu ri - Mas até que estou conservada... - ele riu também.

Então algo me veio a cabeça, algo em que eu não pensava há muito tempo.

- Daniel, existem muitos bandos de lobisomens?

- Nem tantos... Um por país, normalmente, o bando é grande mas assim evitamos encontros e brigas desnecessárias com outros...

- Você sempre esteve com o seu? 

- Desde que me transformei, porque?

- É que eu queria saber de uma coisa, mas isso já aconteceu há muito tempo...

- Eu tenho boa memoria, diga o que é.

- Há alguns anos, não sei exatamente quantos, foi antes da minha transformação, e também não sei exatamente onde foi mas... - eu hesitei. 

- Sim...? 

- Haviam duas vampiras, estavam caçando na lua cheia e foram mortas por um bando de lobisomens...  Você... - eu engoli em seco temendo a resposta. - sabe algo a respeito disso? 

- Eu... - ele olhou para o lado como se puxasse algo pela memoria. - Acho que sei sim. 

Eu congelei, então era verdade... 

- O que você sabe?

- Eu me lembro disso, foi pouco tempo depois que me transformei. Lembro bem dessa noite, tivemos que nos mudar por causa desse episodio... 

Ele me olhou e eu lancei um olhar incentivando que continuasse. 

- Bem, lembro dessa lua cheia, na verdade lembro de tudo desde que me transformei... Estava na mata com os outros do bando, eu estava junto com Mary, estavamos a procura de alimento, sabe, animais ou um humano que estivesse lá no lugar errado e na hora errada... Me lembro que foi a primeira vez que me deparei com os de sua especie... 

- Então você as viu? - eu prendi a respiração. 

- Sim, mas já estavam mortas...  

Confesso que aquilo me deu um certo alivio, eu temia que Daniel fosse o responsavel pela morte delas, se esse fosse o caso eu não teria escolha... 

- Eu e Mary estavamos voltando para casa, já estava quase amanhecendo, então nos deparamos com os corpos, o que era normal para mim, noite de lua cheia normalmente encontramos muitos deles, mas o que me chamou a atenção é que, dos três corpos presentes os dois que estavam totalmente dilascerados eram diferentes, o sangue tinha um odor estranho... - ele dizia olhando pro nada como se revivesse aquele momento. - eu parei com curiosidade e as observei, Mary queria ir embora mas eu quis saber o que eram... Então o sol começou a sair e elas simplesmente viraram cinzas... Por isso te perguntei, isso sempre me deixou curioso... - ele franziu a testa. - Mas foi estranho... Eu não sabia da existencia de vampiros na epoca e fiquei confuso, quando eu e Mary voltamos para onde o bando estava, já na forma humana, todos estavam agitados, contando o que havia acontecido... Fui até onde Ruby estava e perguntei a ela o que tinha ocorrido, ela me contou que haviam vampiros na região e que duas deles haviam sido mortas, e que provavelmente eles iriam querer uma guerra... Ruby estava lá, e me contou, as duas estavam caçando e foram atacadas. Não tiveram chance. 

- É verdade então? Os lobisomens as mataram? Manuela e Sophia... - eu disse com a voz tremula. - Ruby não pode fazer nada?

- Eu disse que elas foram mortas, não disse que as matamos.  - ele me corrigiu, eu fiquei sem entender e o olhei confusa. - Isso foi o que te disseram, não? 

- Então é mentira? 

- Eu não sei qual versão da história te contaram, mas sim, é mentira. 

- Marcus disse que as encontrou mortas e seguiu o rastro de vocês... 

- Essa parte pode ser verdade. Mas, Lana, escute, - ele me olhava nos olhos. - eu te juro, nós não as matamos. A história não foi exatamente como ele lhe contou, não estou dizendo que seu pai mentiu, o que eu digo é que ele foi induzido a acreditar em uma falsa versão da história.

- Como aconteceu? 

- Ruby viu tudo e me contou, havia um terceiro vampiro no lugar, ela se escondeu e viu o que ele fez. Segundo ela, as duas estavam se alimentando, então um vampiro chegou de surpresa e elas não puderam fazer nada... Pelo que Ruby me falou, a vampira mais velha poderia ter se salvado, mas tentou proteger a mais nova que estava assustada... Algo assim... E, Lana, - ele parou e me olhou com um olhar sério. - Eu confio totalmente em Ruby, se ela diz que foi assim eu acredito. Agora cabe a você acreditar.

- Eu acredito. - eu disse com convicção. 

Não que eu não acreditasse em minha mãe, e muito menos desconfiasse de Marcus.

Eu passei, o que posso considerar toda a vida ao lado dos dois, Marcus não mentiria sobre o acontecido, ele acreditava que fora daquela maneira. Mas haviam peças do quebra-cabeças que não estavam se encaixando, porque não deveriam estar ali ou porque faltavam na caixa. 

Um vampiro matara Manuela e Sophia, não um lobisomem... então eu me perguntava, será que era alguém que conheciamos, com quem conviviamos? Ou era apenas mais um estranho...  

A verdade tinha de ser dita ou uma guerra teria inicio, mas será que iriam acreditar?

- Daniel, tenho um pedido a te fazer. - eu disse em um rompante. 

- Faça. - ele me olhou curioso.

- Quero que me leve até os seus, quero conversar com Ruby.  - Ele me encarou surpreso.

Não sei se isso era o certo a ser feito.

Não sei se isso era seguro.

Por impulso o fiz, talvez fosse o melhor. Eu precisava saber mais sobre isso, não podia deixar que Marcus começasse um derramamento de sangue, culpado ou inocente.

Eu iria fazer alguma coisa, disso, eu tinha certeza.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bem, ai está, o proximo será postado na proxima sexta.
Espero que gostem, e para os proximos prometo surpresas.