Lua De Sangue escrita por JhesyAckles


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Espero que tenham gostado dos capítulos anteriores e espero que gostem desse.
Bem, um aviso, a partir de hoje terei um dia certo para a postagem de capítulos, postarei toda sexta feira, a tarde ou a noite.
Assim terei mais tempo de adiantar os próximos e vocês poderão comentar mais (:
Boa leitura.



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Eu não sabia o que responder para ele. Foi tudo muito rápido. 

Pela primeira vez me senti totalmente dividida entre o dever e o desejo. 

Duas certezas? Se eu fosse não poderia mais voltar. Se eu ficasse não poderia mais ve-lo.

Nunca me encontrei em impasse maior. Mas eu precisava tomar uma decisão. 

Daniel me deixou proximo a minha casa, nos despedimos com um beijo como de costume, então me dirigi até a entrada de minha casa.

Ao crusar o portão senti seu cheiro. Não bastava tudo o que tinha feito, ele ainda tinha que vir até minha casa? 

Respirei fundo para tentar me acalmar e entrei em casa, mas não adiantou, entrei soltando fumaça. Abri a porta com um estrondo e berrei. 

- O QUE DIABOS VOCÊ QUER AQUI LUCAS? - eu mau conseguia olhar pra ele. 

Ele e Marcus estavam sentados no sofá absortos em uma conversa. 

- Ei, Lana, isso é jeito de falar com o Lucas? - Marcus me repreendeu.

- Com todo respeito, papai, mas sim, é. Ele não merece ser bem tratado. - eu o fuzilava com o olhar. 

- O que você fez a ela, Lucas? - Marcus perguntou confuso vendo meu odio. 

- Eu? O que EU fiz ela? Pergunte a ela oque ela mesma fez a ela.

Isso deixou Marcus confuso e desconfiado.

- Do que é que vocês dois estão falando. 

- Pergunte a ela qual é o tipo de gente com quem ela tem passado dia e noite dentro da floresta. - Lucas falava com ironia. - Ou melhor, pergunte a ela com que tipo de 'coisa' ela tem ficado.

- Lana...  - Marcus começou mas eu o interrompi;

- Isso não lhe diz respeito Lucas - eu trovejei. 

- Lana, responda. - Ele disse sério.

- Que diferença faz para você com quem eu passo  ou deixo de passar a noite, Marcus? Você não é meu pai!

- Mas a amo como se fosse. - ele agora alterava a voz. - responda a pergunta, agora.

- Conheci um rapaz e estamos juntos, está satisfeito?

- Não, não estou. É um humano? 

- Lana, você sabe que não pode brincar com a comida.  - Lucas voltou com o irritante tom de ironia. 

- Comida? Não seja estupido, eu não pretendo seca-lo. - eu respondi rispida.

- Então pretende transforma-lo? - Marcus perguntou.

-Transforma-lo? - Lucas gargalhou. 

- Tão pouco isso. Aliais, isso não diz respeito a nenhum dos dois, a vida é minha e eu faço o que quiser dela! - eu estava totalmente revoltada com aquele interrogatório.

- Lana, isso diz respeito a mim sim. Você é minha filha, você é minha sucessora. 

- É só com isso que você se importa não? Essa droga de liderança, mas tenho uma novidade para você. ISSO NÃO ME INTERESSA. - eu o encarava desafiante. - Eu não quero ser a droga de uma líder, eu não quero ninguém seguindo minhas ordens. Não quero ser exemplo pra ninguém. 

- Como pode dizer isso, Lana? Você sempre quis isso, você treina pra isso desde sempre. 

- Não Marcus, VOCÊ sempre quis isso, VOCÊ sempre me treinou pra isso. Tudo o que eu sempre quis foi viver minha imortalidade do meu jeito. - eu quase gritava. como se isso fosse necessario.

- Eu não estou entendendo. 

- Mas eu estou. - Que otimo, Lucas lembrou que podia falar. - eu estou entendendo perfeiamente essa mudança. 

- Ah, é? Então explique o motivo disso, Lucas, porque eu, honestamente, não consigo entender o que se passa na cabeça dessa garota mimada. - eu já ia protestar mas Lucas recomeçou a falar.

- Isso se deve ao novo amiguinho dela, Daniel, não é isso? - ele me olhava, como se me desafiasse. - Humano, você acha. - ele riu. - de humano aquele imbecil não tem nem a cara.

- Como assim? - Marcus perguntou para ele enquanto olhava para mim.

- O que você ouviu Marcus, ele não é humano, e acho que sei o que ele é. - Lucas colocou um sorriso malicioso e cruel no rosto enquanto me olhava.

- O que é que está acontecendo aqui? - minha mãe perguntou entrando na sala. Otimo, mais um para me acusar. 

- Olá, Diana, chegou em uma boa hora. 

- O que ele é, Lucas? - Marcus perguntou seco, pareceu nem ter notado a chegada repentina de minha mãe. 

- Um lobisomem. 

- Eu só posso ter entendido errado, Lucas, o que você disse que ele é?- Marcus agora me fuzilava com o olhar, mas ao mesmo tempo um misto de sentimentos passou por seu rosto, rancor, odio, raiva e dor... 

- Não, Marcus, você não ouviu errado. Se minhas suspeitas se confirmarem, ele é sim, um lobisomem. 

- Isso é verdade Lana? - minha mãe perguntou atordoada. 

- Eu... - eu não conseguia encontrar a voz, o odio por Lucas estava muito intenso.

- Responda. Agora! - Marcus esbravejou.

- E se for? - eu gritei mais alto. 

- Lana, você sabe o quão perigoso eles são. - minha mãe falava assustada.

- Não, eu não sei, sei? - eu respondi e trinquei os dentes. - Eu achava que eles eram apenas um mito até uns dias atras, vocês nunca se deram ao trabalho de me contar a verdade não?  

- Você não sabe do que eles são capazes...

- Sim, eu sei, mas só porque alguns mataram sua mulher e filha não quer dizer que todos são assim!

- TODOS ELES SÃO ASSASSINOS, LANA! - Marcus trovejou. - TODOS ELES MATAM SEM PIEDADE. ELES SEPARAM FAMILIAS, VOCÊ NÃO ENTENDE ISSO? ELES. SÃO. ASSASSINOS.

- ENTÃO NÃO SÃO MUITO DIFERENTES DE NÓS, NÃO? NÓS TAMBÉM SOMOS ASSASSINOS - eu tentava elevar minha voz mais alta que a dele mas quando vi que ele se calara voltei a falar no tom normal - Eles separam familias? Nós também separamos, ou você acredita que todos aqueles caçadores, campistas são sozinhos no mundo?  Eles matam sem piedade? Você por acaso teve piedade de suas vitimas? Você ao menos as deixa inconciente antes de cravar seus dentes nelas? Não, eu já o vi caçando, você sente prazer em ver o medo nos olhos delas antes de seca-las. - eu o olhava com um certo desprezo. - Você não é melhor que nenhum deles. 

Marcus apenas me encarava com muita raiva. 

- Lana, não fale assim com Marcus. - minha mãe interferiu.

- Falo como quero. E você não tente defende-lo. 

- Como pode defende-los dessa maneira? - Lucas perguntou, ele tentava disfarçar o sorriso de satisfação em vão.

Ele conseguira o que queria. 

- Você, cale a boca antes que eu te mate. Já fez estrago o suficiente, não acha? - eu disse entre dentes

- Lucas, é melhor você ir embora. O clima não está muito bom, e logo vai amanhecer... Conversamos outra hora, sim? - Minha mãe disse cautelosa. 

- Tudo bem, Diana, aqui não está muito agradavel. Até logo. - ele disse e saiu, senti um enome alivio quando ele se retirou e torci com todas as minhas forças para que ele não conseguisse chegar em casa a tempo do sol nascer.

- Lana, como você pode? 

- Como eu pude o que? Me apaixonar por ele? Honestamente não sei, mas a culpa não é minha, o que está feito está feito. 

- Se apaixonar por ele? Lana! - minha mãe disse surpresa. 

- Eu não acredito no que estou ouvindo. Ele é um lobisomem e você uma vampira. São de mundos completamente diferentes. 

- Você e mamãe também eram, e olhe como estão. 

- Isso é diferente. - Marcus tentou se explicar.

- Dane-se. Cansei dessa conversa.-  Eu disse e sai de casa.

Corri em direção a caverna, sem olhar para o céu para ver se era seguro, corri sem olhar para tras. Por frações de segundos consegui chegar a caverna, o sol nascia atras de mim e antes que eu pudesse entrar no tuneo completamente ganhei algumas queimaduras, nada muito sério, logo estariam cicatrizadas, eu tinha coisas mais importantes com que me preocupar no momento. 

Eu senti um enorme alivio por estar sozinha naquela caverna, poderia ficar sozinha com meus pensamentos. 

Eu relembrava aquela discução e lágrimas rolavam por meu rosto. Sim, vampiros também choram. 

Eu não conseguia pensar em nada.

Como Lucas pode fazer isso comigo?

Marcus irá com tudo para cima de Daniel, e eu não poderei fazer muita coisa. Terei de fugir com ele. 

Se antes eu estava confusa, sem saber qual dos dois caminhos seguir, agora não havia outra opção.

Eu teria de ir embora.

Teria de deixar tudo e não olhar pra tras.

Eu estava completamente apaixonada por um lobisomem, Marcus queria matar todos, Lucas não descansaria enquanto Daniel não estivesse fora do caminho para me ter novamente, coisa que jamais aconteceria. 

Eu nunca me senti tão sufocada, em toda minha vida eu nunca tive que tomar uma decisão que definisse tanto o rumo da minha vida, sempre pensei nisso como pequenos detalhes, decisões, pra que? Eu tenho a eternidade pela frente, não tem como nada dar errado, se der, é facil concertar e tentar de novo, tempo é o que não me falta... Mas esta regra não se aplicava a isto, se eu tomasse uma decisão errada seria pra sempre... 

Peguei meu telefone e liguei para Daniel, ele atendeu ao primeiro toque. 

- Alô? 

- Tenho uma resposta para você. 


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Notas finais do capítulo

Deixem um review se acharem que mereço ;*