POV Perséfone

Estava em meu jardim andando de um lado para o outro, fazendo as plantinhas sobreviverem naquele inferno. Depois de muito tempo fazendo com que elas voltassem à vida, eu me virei para o ver o meu trabalho e encontrei Hades parado e todas as plantas que eu tinha “ressuscitado” tinham morrido de novo.

  - Desculpe. - Ele pediu. – Não era essa minha intenção.

  Eu me joguei no meio das flores, super dramática.

  - Tudo bem. O que você quer?

  - Falar com minha esposa? – Ele disse como se fosse obvio.

  - Por que não foi tão educado antes de me trancafiar aqui?

  - Por que eu te amava.

  - Me amava... Ótimo saber que isso acabou porque eu ainda tenho que continuar presa aqui.

  - Se é tão infeliz porque não foi embora? – Ele perguntou com um olhar frio.

  Eu olhei pra ele incrédula. Apesar de não entender muito bem o que ele queria dizer.

  - Esta me mandando ir embora? – Perguntei.

  - De forma alguma. A verdadeira causa de ter te colocado aqui foi amar você. E não contava em meus planos ficar metade do ano longe de você. E como você, com certeza, deve saber, é verão. Por que ainda não foi embora?

  Aquela pergunta me pegou desprevenida.

  - Eu já estava indo, Senhor. – Eu me levantei, mas antes que pudesse me tele transportar Hades me chamou.

  - Espere! Nico e Emily se beijaram.

  - Como? – Indaguei.

  - Sim. Não podemos deixar isso acontecer, Perséfone... Eles são... Meio irmãos.

  - Não, não podemos!  - Eu andei de um lado para o outro. Eu disse aquelas coisas a Emy, mas não pensei que ela iria fazer isso... Oh, por Zeus!

  - Eu sei. Mas parece que eles estão certos disso. Eles não vão contar a ninguém.

  - O problema é que não podemos interferir! – Eu apertei minhas mãos, um pouco desesperada.

  - Não diretamente... – Ele sorriu.

  Eu olhei para ele desconfiada e logo entendi seu plano.

  - Eu vou dizer a minha mãe que vou ficar um pouco mais aqui. – Eu fiz uma breve reverencia de despedida a ele. – Não podemos deixá-los ficar juntos. Não é certo...

  - Eu sei. Mas pode ficar com sua mãe. Eu trabalho aqui em baixo e você lá em cima, se conseguir com Zeus no seu pé.

  - Eu vou ter ajuda lá em cima. - Eu sorri.

  Ele veio andando até mim e beijou minha testa.

  - Até, minha amada.

  Eu fechei os olhos e respondi:

  - Até, meu senhor.

  A última coisa que vi antes de aparecer no Olimpo foram dois olhos negros tomados por tristeza e preocupação.

  E a primeira coisa que vi no olimpo fio uma Quione super irritada e desesperada.

  - AAAAAHHHH!!! PERSEFONE! PRECISO DA SUA AJUDA!

  Me virei para a segunda deusa mais conservada do Olimpo.

  - O que você quer, Quione?

  - Sua ajuda... Em troca da minha.

  POV Emily

  Estava em meu Chalé, rodeada por roupas que tinha achado em meu closet. Troquei de roupas varias vezes tentando achar uma perfeita para o jantar. Vestidos... Calças... Blusas... Saias... Nenhuma parecia boa o bastante, embora fossem lindas e perfeitas... Ai, credo! Estou igual a Agatha. Fechei os olhos e entrei no closet pegando uma roupa qualquer. Sorteei um vestido lilás que ia até os joelhos, de frente única. Era bonito. E como eu já estava cansada de trocar de roupa, vesti ele mesmo. Arrumei meu cabelo, calcei uma sapatinha e fui  para o Refeitório.

  Assim  que entrei encontrei o olhar de Nico e sorri. Mas desviei rapidamente com medo de que alguém percebesse. Fui me sentar na minha mesa. Peguei minha comida e fui fazer uma oferenda. Quando estava quase chegando lá, Agatha e Jake entraram abraçados. As filhas de Afrodite lançaram um olhar mortal aos dois... Quer dizer, acho que era só pra Agatha mesmo. Os dois ficaram tão fofinhos juntos, né?

  Em fim... Terminei de jantar e saí indo em direção a floresta. Tinha marcado se me encontrar com Nico ali. Andei até chegar onde tínhamos nos beijado pela primeira vez. E depois de alguns segundos senti seus braços me rodeando.

  - Boa noite, meu amor.

  - Boa noite. – Respondi.

  Virei meu rosto e ele me beijou calmamente. Ele se sentou encostado em uma arvore e eu me sentei em seu colo.

  - Estava com saudades. – Ele sussurrou antes de me beijar novamente.

  Passei meus braços por seu pescoço me aproximando mais dele.

  - Eu também estava. – Respondi assim que nos separamos.

  - É bom saber. – Ele abriu um sorriso muito irresistível.

  Encostei minha cabeça em seu ombro e ele começou a fazer carinho em mim.

  - Você acha que Agatha não vai suspeitar? – Ele perguntou.

  - Não se não der a ela motivos. Acho que isso deve ficar só entre nós. Eu sinto.

  - Tudo bem. Eu não me importo. Mas temos que cuidar do Jake também. Aquele ali de bobo não tem nada. Ele é experiente nisso.

  Nico disse isso e depois se endireitou como se tivesse dito algo erra...

  - Jake traí a Agatha? – Eu me afastei dele.

  - Não foi isso que quis dizer. – Ele respondeu dando de ombros. – Ele sempre ficava com filhas de Afrodite escondido. Mas não creio que esteja traindo a Agatha.

 - Fique de olho por mim. – Eu pedi. – Agatha gosta de mais dele. Não quero que ela fique iludida.

  - Ta, tudo bem. – Ele deu de ombros. – Agora, não vamos falar deles sendo que eles devem estar, provavelmente, se agarrando no Chalé de Quione. Ou de Oceanus.

  - É você tem razão. – Eu comecei a bagunçar o cabelo dele. Depois a rir da cara de lesado que ele fazia. E aí ele começou a fazer o meso e eu não gostei.

  - Chega. – Ele se aproximou de mim lentamente. – Me deixa aproveitar, porque daqui a pouco o sinal vai tocar. – Ele me beijou novamente. E depois de novo... E de novo... E ficamos assim até ouvirmos o primeiro sinal.

  Nico me levou até dentro do meu Chalé via Viagem nas sombras. Eu já tinha me acostumado com isso. Ele me deu um beijo de despedida e disse:

  - Eu te amo.

  - Eu também te amo. – Sussurrei em seu ouvido fazendo ele se arrepiar.

  Ele me deu um ultimo beijo e sumiu nas sombras. Acendi a luz toda feliz e dei de cara com roupas espalhadas por todo lado.

   - Ai, droga! Vou ter que esperar até amanha pra Agatha vir arrumar isso. – Eu pensei alto.

  É, sabe, eu deixava isso pra ela, já que ela adora fazer isso e o closet dela nunca estar bagunçado...

  Esse é o lado bom de ter uma irmã patricinha.