POV Emily

 Meu quarto era incrível. Ele era enorme e as paredes eram verdes claras. Tinha uma cama enorme com um edredom preto. Tinha TV, uma prateleira cheia de filmes e CDS (meus preferidos), um armário cheio de roupas lindas e do meu tamanho.

-Gostou? – minha mãe perguntou.

-Se eu gostei? É incrível! E eu só vou ficar aqui dois dias!

-Mas esse é seu quarto permanente. Toda vez que você vir para cá ficara nesse quarto. Eu mandei prepararem esse quarto com tudo que você gosta para você se sentir em casa. E o seu chalé não vai ser muito diferente.

-Obrigada mãe, eu adorei.

Ela sorriu e se sentou na minha cama.

-Sabe, o quarto do Nico é na frente do seu. – ela disse com um sorriso malicioso.

-Mãe!

-O que foi?

-Ele é meu quase meio-irmão!

-E daí? Nesse mundo dos deuses acontecem tantas coisas!

-Mas eu não gosto dele!

-Sei – ela disse.

 Depois disso ficamos conversando, sobre toda a minha vida. Não quero contar para vocês, ela apenas disse o motivo por ter me abandonado, sobre meu pai, e sobre mim. Em alguns momentos eu chorei e ela me abraçou, mas consegui ser forte e enfrentei tudo muito bem, aceitei tudo muito bem.

POV Nico

Logo quando Emily e Perséfone saíram na sala, meu pai começou a falar.

-Filho, estava pensando em você vir morar aqui.

-O que?

-Você sempre quis morar aqui, mas eu nunca deixei. Sempre quis que você ficasse no acampamento, mas se você quiser pode ficar aqui e treinar comigo.

Aquela era uma proposta interessante e suspeita. Por que ele queria que eu ficasse morando com ele? Deixar o acampamento? Percy, Annabeth, Emily?

-Desculpa pai. –eu disse – Mas eu quero ficar no acampamento. Mas fique tranqüilo, não vou aprontar.

-Isso inclui evitar o namoro com a filha de Perséfone?

Quase morri.

-Sim! Fique tranqüilo! Isso não vai acontecer! – eu disse rindo.

-Tudo bem. – ele disse desconfiado. – Você vai ficar no acampamento. Vai cuidar da Emily, nada mais que isso. Vai voltar para cá de vez em quando para treinarmos.

-Sim, posso ir?

-Claro.

 Fui até meu quarto. Na frente do meu quarto tinha uma outra porta, que eu nunca tinha reparado antes. Estava escrito o nome Emily. Que bom! Emily vai morar na minha frente!

Deitei na minha cama e dormi.

 Acordei com alguém batendo na minha porta. Olhei no relógio e já fazia três horas que eu estava dormindo. Levantei e abri a porta. Era Emily. Ela estava como antes, mas seus olhos estavam inchados, devia ter chorado.

-Muita emoção ao encontrar a mãe? – eu perguntei. Ela riu. – Ou decepção?

-Os dois. Eu te atrapalhei.

-Não, não. Eu não estava fazendo nada. – menti.

-Bom você pode me mostrar o mundo inferior?

-Sim, claro! Vamos.

Mostrei o mundo inferior inteiro para ela. Desde o castelo de meu pai até o tártaro.

-Já são 19h. – eu disse.

-Já?

-Aqui nós não temos noção da hora. Temos que ir jantar. Amanha eu te apresento a minha irmã.

-Tudo bem. Vamos!

Fomos até o castelo de meu pai. Deixei Emily na porta de seu quarto (muita cavalheiro, eu sei) e fui para o meu. Tomei banho e coloquei uma roupa qualquer. Sai do quarto e dou de cara com Emily.

 Ela estava linda. http://www.polyvore.com/cgi/set?id=39110904&.locale=pt-br

Estava simples e linda. Tive que me controlar para não abrir a boca. Fomos até uma sala em que tinha uma mesa gigante. Eu não via motivo para ter uma mesa daquele tamanho, sendo que só meu pai e Perséfone jantavam, e hoje tinha duas companhias.

-Boa noite – eu e Emily dissemos juntos.

Sentamos à mesa. Eu na frente de meu pai e Emily na frente de Perséfone.

-Como foi à viagem pelo submundo? – Perséfone perguntou.

-Ótima. – Emily disse – Aqui e muito... Bonito.

-Conheceu tudo?

-Não – eu disse – Ainda faltam alguns lugares.

-Amanha – Perséfone disse – Vou mostrar o meu jardim para você.

-Serio? – Emily parecia surpresa – Que legal!

-Mas – eu disse – Amanhã eu quero apresentar minha irmã.

-Isso você faz depois. – Perséfone disse – Eu só tenho dois dias com minha filha!

-Eu só tenho dois dias com ela aqui no mundo inferior!

-Ela é minha filha! – Perséfone estava brava.

-Ela é minha melhor amiga! – eu disse.

-Eu sou sua melhor amiga? – Emily perguntou assustada – Que fofo!

-Você esta mexendo com a cabeça de minha filha!– Perséfone se levantou da mesa.

-Eu preciso fazer isso, ela não pode parecer com a mãe! – Eu me levantei.

-Ela não pode ser amiga de um filho de Hades! – Perséfone disse.

-Qual é o problema com os filhos de Hades? – eu perguntei.

-Eles podem se apaixonar pela minha filha, igual ao pai se apaixonou por mim!

-Eu não vou me apaixonar por ela!

-Não quero que machuquem minha filha!

-Eu não vou machucá-la!

-Não posso confiar em você!

-Pelo menos uma vez na vida confie em mim Perséfone!

-Você quer que eu te transforme em uma flor de novo?

-Emily é a única garota que se identifica comigo, aceite isso!

-CALADOS! – Emily gritou.

Olhei para ela e ela estava chorando.

-Mãe! – ela disse – É a primeira vez que eu estou com você. Vai ter muitas vezes que nós vamos nos ver. Nico é o meu melhor amigo e não vai me machucar. Nico, aceite que ela é a minha mãe e é a primeira vez que eu estou com ela. Nós vamos ter muito tempo no acampamento.

-Emily... – eu disse.

-Parem de brigar! Os dois!

Daí ela saiu correndo chorando.

-Eu avisei – Hades disse. Era a primeira vez que ele falou na noite inteira. Ela assistiu tudo em quanto comia.

-Eu não consegui me controlar – Perséfone disse – Eu vou falar com ela.

-Não! – eu disse – Eu vou falar com ela.

-Parem! – Meu pai gritou – Ninguém vai falar com ela. Ela precisa descansar.

Fuzilei Perséfone com os olhos e fui para o meu quarto.

Eu queria muito bater na porta da Emily, mas eu não podia. Meu pai tinha razão. Cheguei perto da porta e ouvi Emily chorando. Voltei para a minha porta, entrei e soquei a parede de raiva. Deitei na cama e dormi.

Mas tive um sonho estranho.