Ironia Do Destino escrita por AninhaSweet


Capítulo 7
Capítulo 06


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura (:



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Desci logo da cabine do barco, e fiquei parada alguns metros antes dele:


– Está me devendo uma.. - Eu falei quebrando o silêncio.


– Acho que você não fez mais do que sua obrigação - ele me olhou e parecia não brincar. Na verdade todas as brincadeiras de Justin ele falava sério, raramente dava um sorriso, eu só tinha me lembrado de dois que ele tinha dado desde que ficamos presos.


– Não - eu balancei os ombros - Poderia ter dado o prazer daquele tubarão ter experimentado sua perninha.


– Você não seria doida! - ele me fitou e desta vez cruzou os braços na frente do seu corpo.


– Ah não?! Vamos voltar lá e ver então.


Justin revirou os olhos e me ignorou voltando a olhar pro mar, olhei na direção de onde estávamos partindo e eu já via que estávamos bem longe da água cristalina, agora o mar preenchia-se de novo daquela água escura.


Voltei pra cabine e entrei no quartinho do andar de baixo. Fui na cozinha e comi alguns biscoitos que estavam em cima da pia, em um potinho de vidro transparente, fiquei comendo e pensando. Eu diria até que estava viajando nos meus pensamentos, mas o odor do meu corpo estava tão forte que me puxou a força do mundo imaginário e me fez acordar. Levantei as axilas e as cheirei disfarçadamente e quase tive uma ância de vômito, deixei o biscoito em cima da pia e fui pro banheiro o mais urgente possível.


Tranquei a porta e me vi em um cubículo com uma pia minúscula e um espaço onde daria apenas meu corpo.


– ah claro, isso é o suficiente - eu reclamei comigo mesma.


Tirei a minha roupa e entrei debaixo do chuveiro, eu sentia a água me relaxar. Lavei todas as partes com um sabonete que tinha lá, até os cabelos eu tive que lavar com sabonete por falta de xampu.


Saí do banheiro enrolada na toalha, me sentei na cama e fiquei pensando em como eu iria me vestir agora, já que aquele vestido que eu estava usando estava sujo. Justin desceu as escadas e me olhou de toalha na cama, o que me fez corar de vergonha.


– O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO AQUI?! SAI DAQUI, VOCÊ NÃO ESTÁ VENDO QUE EU ESTOU DE TOALHA? - Eu berrei, essa foi a única reação que eu tive.


– Calma, Calma ! - ele levantou as mãos mostrando a inocência dele - Mas não tem nada para eu ver aqui que me faça ter vontade de ficar - ele olhou meu corpo e balançou a cabeça reprovando. A única coisa que me veio na cabeça foi tacar um travesseiro nele, mas ele desceu logo as escadas, e saiu correndo dali rindo.


Me sentei na cama mais uma vez, olhei pros lados mordendo meus lábios querendo evitar que as lágrimas caíssem, mas parecia impossível, elas transbordaram cortando a minha face como se fossem facas. Escondi meu rosto nas mãos e comecei a chorar baixinho. Justin tinha razão, eu era muito feia. Eu não tinha peitões nem bundão, eu não tinha olhos claros, nem o melhor cabelo do mundo, eu não era meiga como uma menina deveria ser, eu nunca despertaria em ninguém um amor, em ninguém, e muito menos em Justin. Ele é definitivamente, muita areia pro meu caminhãozinho.


Sequei meu rosto, peguei ar e olhei ao meu redor. Ali debaixo das escadas ainda tinha aquelas encomendas. Fui andando até ali tentando não pensar em nada que me chatiasse ainda mais, e fui abrindo encomenda por encomenda pra ver se eu achava alguma coisa que pudesse me vestir. Eu tive a sorte de a primeira sacola vir com um vestido, era um bem longo até os pés e florido, mas rasguei o pano dele fazendo ele ficar até os joelhos.


Me sentei novamente na cama, penteei meus cabelos olhando pro nada e pensando, as palavras de Justin insistiam em martelar na minha cabeça.


O resto do dia se passou, e eu tentava ficar o mais longe possível de Justin, ele também pareceu não querer muito papo comigo, e não mediu esforços para que ficássemos longe um do outro. A noite chegou e eu estava exausta de fazer nada, era um tédio profundo ficar navegando e navegando.


A paisagem não mudava, nunca achávamos nem um pouco de terra, apenas água, água e água.Sem tirar que a dispensa agora estava terminando, tínhamos que economizar o suficiente e o Justin parecia um trator, ele não conseguia se alimentar com um prato de comida apenas, tinham que ser pelo menos dois, e isso estava começando a me deixar angustiada.


[...]


Foi aí que no terceiro dia, eu estava pensando que seria a mesma coisa de que todos os outros dias, que ia ser a mesma coisa chata, eu não olhando pra cara do Justin, Justin não olhando pra minha, a gente brigando por causa de comida e procurando terra pra poder descansar em paz. Eu estava andando pelo barco, olhando pro nada, quando no meio da neblina eu vi sair um barco grande. Meu coração disparou e um sorriso estampou no meu rosto. Seria nossa salvação, eu não iria precisar mais ficar com Justin nenhum segundo a mais.


A embarcação estava ainda longe, mas acho que eles já podiam ver nosso barco. Eu comecei a gritar feliz, acenar, tentar de tudo pra chamar a atenção deles. Justin ouviu minha agitação e correu pra ver o que estava acontecendo. Eu não perdi tempo e corri pra cabine pra acender as luzes, mesmo de dia aquilo ia ajudar, eu ia ficar piscando com ela até que eles notassem a gente.


– Justin, seu cabeça de alga - eu corri até ele - Me ajude a fazer alguma coisa!


– Sua idiota.. - ele correu pra desligar a luz da cabine


– O que você está fazendo?! - eu gritei - Está querendo morrer aqui no meio do nada?


– Pára de gritar, sua escandalosa! - ele colocou a mão na minha boca e me arrastou para trás do barco, eu me debatia como um peixe na rede de pesca, mas Justin me agarrava com força e eu sabia que não tinha como lutar contra ele, ele era mais forte que eu e de certa forma eu estava gostando.


Cheguei até pensar que ele queria ficar agarradinho comigo ali pra sempre no meio do mar, mas logo me veio na cabeça as ofensas dele pra mim e esse pensamento ridículo se desfez como uma nuvem de poeira.


Justin me jogou na parte acolchoada do barco e se agaixou espiando o barco que vinha:


– O que você está fazendo? - Eu perguntei confusa - Eu não estou entendendo nada.. - Foi então que ele sussurrou o que eu tive medo de ter entendido errado.


– Piratas..


– O QUE?! - Eu disse completamente assustada - PIRATAS?!


– É.. - ele me olhou - Olha a bandeira ali, em cima da caveira, você não viu?

– Eu.. - eu reparei na bandeira que estava se mechendo com o vento, era preta e uma caveira branca assustadora no meio - Oh meu Deus! - eu disse colocando a mão na boca - Mas será que esses piratas são maus?


– Não - ele olhou pra mim e sorriu ironicamente - Eles vão nos convidar pra subir no barquinho deles e vão perguntar se queremos brincar de panelinha com eles, olha que legais!


– HA-HA - Eu fingi rir - Nossa meu, você é tão engraçado - Eu dei um tapa forte na cabeça de Justin e entrei na cabine, sentei na cadeira preta e bati minha cabeça com força nos aparelhos o que me fez pedir perdão a mim mesma, não sabia que ia doer tanto.


– Vamos morrer.. - eu disse baixo quando senti a presença de Justin perto de mim.


– Você vai se você quiser, eu vou me esconder.


– Ah claro, você é um cavalheiro, um lutador viu - eu olhei pra ele com a cabeça ainda latejando da batida.


– Ah tá, você agora está achando que eu ia tirar uma espada da lateral do meu corpo e dar uma de Jack Sperrow?


– Deveria! - Eu me levantei séria - Mas você nunca conseguiria fazer tudo o que ele faz, ele é um legítimo cavalheiro.


– Sim, claro. Mas enquanto Hollywood não me prepara para ser tão bom quanto ele, eu prefiro me esconder e preservar minha vida, ou você tem plano melhor?


A verdade era que eu não tinha, e Justin nem precisou que eu respondesse pra saber, ele correu pro andar de baixo e eu corri junto com ele.


– Onde vamos nos esconder?! Aqui é quase impossível..


Justin tirou as encomendas de debaixo da escada, jogou todas pro lado e se enfiou ali atrás. Ele deixou um espaço pra mim e fez com que eu entrasse. Era um espaço muito minúsculo, Justin estava sugando praticamente todo o ar que eu tinha, o corpo dele estava quente e com cheiro de mar, o que não me surpreendia. Trouxemos as mercadorias pra mais perto, para nos camuflar um pouco e depois de uns demorados segundos de silêncio, a invasão começou.


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Notas finais do capítulo

Sejam bem vindas leitoras novas *-* e obrigada pelos reviews gente, vocês são demais!!
Hoje eu até criei coragem e respondi os reviews que vcs deixaram no capítulo anterior! kkk'
Nessa-Oliver: Infelismente eu não consegui colocar a foto do barco, não sei porque.. Mas depois tentarei novamente (:
E então, gostaram desse capítulo?! O que será que vai acontecer? Quem tiver algum palpite, tente acertar! haha'
Beijos :*



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