Essa viagem louca que Carlos decidiu de última hora ainda vai ser capaz de matar a gente.  Você sabe quantas coisas estanhas são encontradas pelo caminho? Ainda mais à noite? Pois é, são muitas coisas estranhas.

      Bom, deixe-me contar: Estávamos saindo de casa para essa tal de “Las Vegas” (não entendi o porque de Carlos ter falado daquele jeito); era final de tarde e é ruim sair a noite por causa dos mutantes que podemos encontrar. Esses mutantes são originados das guerras químicas que tivemos por causa de água. Os países que tinham água eram atacados por aqueles que não tinham e quando isso acontecia, eles contaminavam às suas próprias águas para os outros se contaminarem e morrerem. Mas, algumas vezes eles não morriam, mas eram contaminados e ficavam doentes, com isso eles tentavam passar o que tinham ao próximo, geralmente estupravam homens e mulheres para isso, ou injetavam seus sangues contaminados neles. Era uma época terrível, pelos relatos de Carlos.

       Estávamos-nos partindo quando achamos o Crito, nosso bichinho de estimação. De acordo com o Carlos, ele parecia metade gato e metade cachorro, ele achava estranho demais, não gostava de Crito. Colocamo-lo no carro junto da gente, afinal, não poderíamos deixar ninguém para trás, por mais estanho que fosse. Era engraçado, porque, durante o percurso, Carlos tentava ensinar Jack a dirigir. Jack já é lerdo com sua própria coordenação ao andar, imagine ao pegar no volante? Foi hilário demais. Mas aí a noite chegou, estava eu, Joanna e Curt dormindo no banco de trás e Jack e Carlos na frente, acordados; Não sei direto ao certo que houve, mas fomos todos acordados pela brusca freada do carro. 

- O que foi isso? – Perguntou Curt, atordoado

- Ah... Parece que temos companhia, só isso – Respondeu Jack

     Olhamos para frente e vimos algo horrível. Uma mistura de cavalo, morcego e ser humano. Era muito assustador, ele era da cintura para baixo cavalo, o tronco era humano, mas a cara dele era de morcego e estava parado na frente da caminhonete.

- Espero que cada um tenha trago seus brinquedos, crianças. Parece que esse treco quer jogar um pouquinho – Disse Carlos, se armando com o seu calibre 38.

- Ok. – Eu disse, pegando a pistola do cano da minha bota.

     Carlos saiu do carro, bateu a porta do motorista e ficou parado ao lado do carro, sem se mexer. O animal/homem o encarou por segundos e pulou em cima do capô do carro para atacar Carlos, que se preparou para atirar. Carlos era um ótimo atirador, nos ensinou tudo o que sabe sobre armas, apesar de ele achar errado armar crianças ele diz que é um mal necessário. A fera deu um guincho que me deixou realmente tonta. Curt pegou a minha pistola e saiu do carro, Carlos estava lutando com a fera que havia desarmado ele. Deu dois tiros nos braços da coisa, que deu outro guincho, mas esse era claramente um grito de dor. Fugiu para longe, ainda guinchando.

       Carlos voltou para o carro.

- Caralho, depois dessa... Acredito em qualquer coisa. – Disse Carlos, seriamente

    Todos nós rimos, nervosamente.