Nós entramos quietos pela porta do apartamento e todos se viraram para nós. Foi terrivelmente embaraçoso, o pessoal estava reunido na mesa da cozinha tomando café – estava mais para um almoço, com kimchi e arroz branco, mas normal para um café da manhã na Coréia – e pararam de comer (Mag com a colher a caminho da boca e Ann parando de mastigar) enquanto eu e Minho olhávamos um para a cara do outro, sem saber o motivo do espanto.

- Jo-eun achim salam. – cantarolei “bom dia pessoal” em coreano tentando quebrar o clima.

- Gosto da sua pronúncia, Sun. – Onew sorriu voltando ao seu prato.

- Gamsahamnida. – agradeci num sorriso sem graça.

- Sunie? – Mag chamou.

- Hum? – me virei para ela.

- Desde quando você tem o pique todo para acordar de manhã cedo ao domingo e ir correr? – ela arqueou uma sobrancelha, finalmente colocando sua sopa na boca.

- Hooum! – fiz um barulho infantil com a boca, inflando as bochechas. – Domingos me tiram o sono, você sabe.

- Domingos, é? – Ann franziu os lábios para não rir.

- Domingos tiram o sono dela. – Mag murmurou, segurando o riso.

Arqueei uma sobrancelha suspirando fundo como se não tivesse entendido a piada. Os garotos, ou não entenderam, ou fingiram não entender.

- Sunie, pode tomar banho primeiro. – Minho parecia incomodado no seu hoodie.

- Ah, ok. Obrigada. – murmurei. – Com licença. – me retirei para o quarto e depois banheiro.

●

Tomei um banho rápido e troquei de roupa já que a de corrida estava suada agora. Quando eu estava no quarto trocando de roupa, vestindo um suéter rosa por cima da calça capri (que por mais que eu soubesse que me deixava mais baixinha, eu gostava de usar dentro de casa) as meninas entraram, fechando a porta atrás de si.

- Conta pra gente, Sun! – Mag me rondou sorridente.

- Contar o quê? – falei passando a gola pela minha cabeça.

- Desembucha logo! – Ann estava parada de braços cruzados na porta.

- Vocês estão loucas.

- Nós já somos. – Ann me cortou.

- É, coonta Sun, por favor!

- Diz o que eu deveria contar. – fechei a mala colocando no canto.

- Deixa de dar uma de desentendida. – Mag encostou-se num móvel me olhando e abaixou a voz. – O que foi que aconteceu nessa corrida de vocês?

- Nós corremos. – suspirei. – Só isso. Ele me convi...

- Ele já contou essa história. – Ann me cortou de novo. – Ele te convidou para ir e blábláblá, Minho é o culpado. O que mais ele fez com você? – ela tinha um sorriso maldoso no rosto. E eu não gostava muito dele.

- Nada! – fingi arrumar a mala para não ter que encarar seus olhares maliciosos. – Por que vocês acham que sempre tem que acontecer algo quando estamos sozinhos? Até parecem que lêem minha mente, ora!

Percebi logo que a última frase deveria ser cortada. Elas se entreolharam e se agacharam ao meu lado cheias de animação.

- Nós temos esse poder, – Ann sorria. – então diz!

- Aigoo. – fiz beicinho. – Ele só me deu um selinho, suas curiosas! – murmurei.

- Só isso? – Mag ergueu uma sobrancelha como se dissesse “vocês são tão sem-graça!”.

- É, Mag, só isso. Ele deu um beijinho, simples, só isso.

- Owh. – Ann fez, juntando as mãos e fazendo uma carinha fofa.

- Ah cara, – Mag ainda tinha aquela expressão de desgosto. – vocês ficaram uma hora sozinhos e só deram um selinho?

- Maaggy. – Ann ainda estava com um tom de voz alterado pela fofurice. – Vamos combinar, foi fofo! E além do mais, agora eu me sinto excluída porque sou a única que ainda não ganhou beijinho! – ela fez biquinho.

- Isso não depende de nós. – eu sorri e me levantei.

Nós finalizamos aquela conversa e pulamos para outra. Era chato ouvir repetidas vezes Mag esnobando por ter ganhado um beijo melhor que o meu (o que eu não concordava. Quero dizer, com certeza eu prefiro o beijo do Min ao do Key, e não que eu quisesse experimentar o do Key para confirmar minha teoria) e Ann se sentindo inferior por não ter ganhado nenhum ainda do Tae.

- Bom. – falei. – O que a gente vai fazer hoje, aliás? O sol está abrindo lá fora.

Decidimos perguntar aos garotos o que eles iam fazer. Na verdade, Ann e Mag quem perguntaram, eu estava muito ocupada em mastigar meu kimchi (sim, eu tinha aprendido a comer) com arroz, porque, aliás, a corrida havia me dado fome.

No fim das contas, todos eles iam ficar em casa, ou fazendo alguma coisa, ou no tédio. Onew, por exemplo, ia praticar um pouco de canto porque não tinha mais nada para fazer e ninguém estava o deixando dormir. Jonghyun e Key iam jogar no PS3 e Minho e Taemin iam estudar japonês.

Mag queria ficar com Key e Jong para jogar também, mas eu e Ann não deixamos.

- Então para onde nós vamos? – Mag falou emburrada. – Me digam um lugar melhor para eu mudar de idéia e não ficar em casa jogando.

- Porque não vamos ao shopping? Ainda não fomos a um. – Ann disse.

- O que nós vamos comprar? – Mag perguntou. Ela estava fazendo de tudo para ficar em casa, e não era nem tanto pelo jogo... – O que deve ter de tão diferente em um shopping daqui e de Manhattan?

- Simplesmente vamos lá Margareth. – Anna soltou um suspiro longo como se dissesse “sai daí ou vai ser pior para você”.

Voltamos para o quarto para trocarmos de roupa (eu só coloquei uma calça e continuei com meu suéter) e avisamos aos garotos aonde iríamos antes de sairmos de casa.

- Ok. – Jong falou. – Aonde vocês vão?

- Shopping. – Mag disse. – E não se preocupem com nós, vamos almoçar por lá mesmo.

- Qualquer coisa liguem para nós! – Key disse.

- Ok. – disse Ann por fim. – Tchau meninos, até mais tarde.

●

- Teria sido mais divertido se eu tivesse ficado. – Mag falou bufando enquanto arrastava os pés no chão.

- Qual é Mag, nós mal chegamos! – eu olhava com Anna para a vitrine de uma loja de acessórios.

- E nós precisávamos dar um pouco de privacidade para eles. – Ann falou.

- Mas eles não pareceram incomodados quando me chamaram para jogar! – ela cruzou os braços inflando as bochechas.

- Você se convidou para jogar. – eu sorri mordendo o lábio inferior.

- Por que não entramos nessa aqui? – Anna apontou para a loja de acessórios. – Você pode levar alguma coisa pro Key também, Mag. – ela incentivou.

- Okay, okay, vocês são más. – Mag inspirou estufando o peito.

Nós entramos na loja e logo fomos recebidas por uma moça baixinha (ela era mais baixa que eu!!)  que aparentava ter, no máximo, vinte anos, de cabelos brilhantes em cachos. Ela disse “sejam bem-vindas” em coreano curvando-se e nós agradecemos em sua língua, nos curvando também.

- Vocês são estrangeiras. – a moça sorriu falando em coreano ainda. – Americanas?

- Isso. – Ann sorriu de volta. – Você fala inglês? Nós ainda somos ruins em coreano.

A baixinha riu e afirmou que falava pouco inglês, mas que ia nos ajudar. Ela era simpática e muito fofa. Na verdade eu estava apaixonada por aquelas pessoas e tinha certeza que se pudesse me parecer com uma coreana, eu faria alguma coisa por isso. Ah, não, isso não inclui cirurgia plástica, Deus me livre!

A vendedora estava muito perto de nós, então foi só nos entreolharmos para que nós soubéssemos que os nomes deles e “SHINee” não deveria ser pronunciado em nenhuma circunstância. Ela era jovem, com certeza deveria conhecê-los e apreciar a música.

- Nós vamos levar uma lembrança para todos eles? – perguntei a Mag e Ann em inglês.

- Não é uma má idéia. – Ann estava olhando na parte de acessórios para cabelo. – É uma forma de agradecer a eles.

Naquela loja nós ficaríamos responsáveis apenas de comprar as lembranças dos garotos, mas foi impossível não comprar algumas coisas para nós. Cada uma comprou o que achava que cada um gostaria de receber e compramos mais coisas que interessaram a nós. Não conseguimos decidir o que comprar para Onew e Jonghyun, então preferimos deixar os presentes deles para vermos em outra loja. Aliás, eles mereciam também. Mereciam pra caramba por aguentar-nos no apartamento, sendo que eles são os únicos solteiros ali.

Ok, tecnicamente nenhuma de nós está num relacionamento sério com eles, mas também não podemos nos denominar solteiras.

O preço da loja estava até bom e nós estávamos realmente fazendo uma festa, porque o won (a moeda coreana) é bem barato e nós agora podíamos gastar a diária do hotel que estávamos guardando para os próximos dias.

Cada uma saiu com uma sacola da loja nas mãos e as aquisições da primeira loja foram assim:

Mag: lenço rosa escuro com estampa de caveirinhas pretas, apliques coloridos de cabelo, óculos escuros estilo wayfarer com armação azul-piscina, capinha nova rosa para iphone. E de presente para o Key ela achou um bracelete rosa. Era incrível como até nas cores eles tinham os mesmos gostos.

Ann: óculos pretos em formato de coração, uma tiara preta de lacinho, brincos de raio e um gorro preto para o Taemin, porque ela disse que achava uma fofura o Tae de gorro. Graças às fotos deles nos aeroportos da vida nós tínhamos uma noção do que eles usavam diariamente.

Eu: Pulseira fininha preta com o pingente de asinhas, um lenço listrado cinza-escuro e preto, cachecol preto xadrez e óculos escuros de modelo aviador para o Minho. Eu só achava que ele ficava muito, muito sexy com eles. 

Nós ainda passeamos por algumas outras lojas para achar os presentes de Jong e Onew e acabamos comprando camisetas. Nós não sabíamos tanto assim o gosto de acessórios deles, então compramos as camisetas. Camisetas sempre são bem-vindas. Para o Onew nós compramos uma branca com estampa de um triângulo grande com dois bracinhos. Não era tãão estranho quanto parece ser, era simples, mas legal. Para o Jong foi comprado uma camiseta com uma estampa mais diferente, era uma fita de foto antiga com caveiras.

Obviamente nós ainda passamos em outras lojas, e conseguimos gastar mais um pouco. E era incrível a quantidade de coisas que compramos com o dinheiro. Nós estávamos com nossos braços carregados de sacolas e nem quisemos pensar que talvez iríamos ter de pagar bagagem extra na volta para casa. E olhe lá se tudo aquilo daria nas nossas malas.

Na hora do almoço paramos na praça de alimentação e sentamos para comermos, descansarmos nossos braços e pernas e também conversarmos mais e mais, é claro.

Eu estava bem feliz com minha bandeja com hambúrguer, um copo de refrigerante e um sunday de chocolate.

- Sun! – Mag puxou a porção de batatas fritas dela. – Você não pede fritas e fica comendo as minhas depois?

- Mag, – Ann falou calmamente. – você sabe que ela não gosta de comer uma porção inteira.

- Mas tem que comer da minha? – ela ergueu as sobrancelhas.

- Não seja malvada, Maggy. – fiz biquinho e ri.

O celular dela tocou e ela puxou a bolsa revirando tudo a procura. Ela olhou na tela do iphone e levantou os olhos para nós, séria dessa vez.

- Quem é? – perguntei mordendo mais um pedaço da batata.

- Matt. – sua voz saiu baixa.

- Matt? – Ann ergueu as sobrancelhas colocando seu copo na mesa. – Aquele Matt?

Mag assentiu com a cabeça enquanto o celular tocava mais uma vez, então respirou fundo antes de atender.

- Alô? – ela disse no telefone fazendo uma pausa para a pergunta. – Matt? Ah, sim, Matt. – ela fingiu. – Oi Matty.

- Por que ela ainda guarda o telefone dele na agenda do celular? – Ann me perguntou num tom mais baixo para que ele não ouvisse do outro lado da linha, até porque a praça de alimentação estava até silenciosa e quase vazia para o horário. Ou talvez os coreanos fossem mais educados e silenciosos que os americanos.

- Eu não sei. – eu mordia a batatinha prestando atenção na Mag com meus cotovelos na mesa.

- Nesse momento? – Mag falou para o celular. – Num shopping. – mais uma pausa. – É, Coréia. – outra pausa pequena. – Não, Coréia do sul, é claro. O que eu faria na Coréia do norte? – ela revirou os olhos. – Hã? O que eu estou fazendo na Coréia do sul? – ela suspirou antes de responder. – Bem, vim encontrar o cara que eu gosto. Acho que você deve saber disso. Ou não...

Eu não acreditava ainda. O que o completo idiota do Matt, ex-namorado da Mag, estava fazendo ao ligar para ela? Certamente ele sabia onde estávamos, porque Ed (isso, o cara que se apaixonou por mim) era primo do Matt e com certeza tinha fofocado para o ele onde a ex estaria. Depois dizem que homens não fofocam.

E Matt é um merda. Eu nem sei por que Mag ainda é coleguinha dele, porque ele é um canalha do caramba. Ele era até um cara legal, antes de fazer o que fez com a Mag.

Uma vez, no verão, ele teve que ir até a Califórnia para o aniversário da mãe dele. Só que a mãe dele não gostava tanto assim da Mag (o Matt também não era nem seu filho favorito, aliás), então ela não fez esforço nenhum para ir até o aniversário da bruxa. Digo, sogra. Só que, olha que clichê, o Matt, todo fiel como aparentava ser, bebeu como um gambá e transou com umas primas vadias que catou na festa. Voltou para Manhattan de bem com a vida e não contou absolutamente nada para a namorada. Então, Mag um dia navegava pelo Facebook e... Muito bem, lá estavam as fotos do crime na página do álbum de uma das primas. Matt com a cara vermelha de tanto beber, parecendo um drogado nas fotos, lambendo os pescoços de suas nada-inocentes priminhas. E prefiro não comentar as fotos das páginas seguintes do álbum intitulado “cool party”.

E depois ele foi todo santo tentando se redimir dos erros e tudo mais, um completo sacana.

- Na verdade, – Mag falava para o Matt. – eu estaria bem melhor se você não tivesse me ligado. – ela apertou os lábios para não rir. Eu e Ann fizemos o mesmo. – Mas estou falando sério. Eu estava me divertindo o bastante e vem você e estraga meu dia. E, aliás, eu ainda preciso comprar o presente para meu namorado e você está me ocupando com sua ligação.

Eu me curvei na mesa para não fazer nenhum barulho de risada. Eu amava quando ela fazia isso.

- Ela é boa. – Ann murmurou e tapou a boca.

- Claro. – Mag sorriu ainda no telefone. – Tudo bem, eu passo. Tchau Matt. Ah, eu vou ficar bem, obrigada. Tchau.

Mag tinha o seu melhor sorriso de vencedora na cara. E quando eu achei que ela ia desligar, ela me passou o telefone fazendo “Ed” com a boca.

Eu olhei para Ann ao meu lado antes de colocar o celular no ouvido.

- Alô? – falei baixinho.

- Sunie? – a voz do Ed soou no meu ouvido. E isso não fazia nenhuma diferença no estado do meu coração. Quero dizer, ele continuava calmo. – Sun! Sou eu, o Ed. Tudo bem?

- Oi Ed. – falei desanimada. Agora eram Mag e Ann que me fitavam com atenção. – Eu to ótima, e você? – na verdade eu nem me preocupava muito com o estado dele.

- Estou melhor agora. – eu podia quase vê-lo sorrindo. – Quando vocês vão voltar? Nós estamos com saudades, tem tempo que não nos encontramos, não é? Eu queria poder te ver no seu aniversário.

- Ahn... – eu soltei um longo suspiro começando a ficar com dor de cabeça daquilo. – Eu acho que não vamos voltar antes do meu aniversário. – eu nem tinha certeza daquilo ainda, mas não me importava em mentir para ele. – E eu não estou com nenhuma pressa em voltar. – sorri. Mag colocou os polegares para cima sorrindo para mim.

- Por que... Por que você está sendo grossa? – sua voz estava toda melosa. Ainda não me afetava nem um pouco.

Era incrível como eu conseguia ser mais fria ainda com quem eu não gostava. Quero dizer, eu dificilmente digo não, mesmo para as pessoas que odeio, mas eu estava conseguindo ser tão boa em cortes quanto a Mag.

- Estou só querendo que você entenda que não estou muito a fim de falar com você.

Eu não sabia de onde aquilo estava saindo, mas Ann e Mag aprovaram.

- Por quê? Por que isso, Sun? Nós nem podemos ser amigos?

- Ed, sinceramente, você me disse naquela noite que não queria ser só meu amigo. Que me queria como namorada ou nada mais. Então, eu só estou sendo grossa porque eu não quero alimentar alguma esperança que possa ainda haver em você.

- Por que você está se aventurando tanto por esse cara? – sua voz tinha se alterado, agora estava mais alta e nervosa. – Vocês três!

- Nós precisamos de aventuras na vida, certo? Nós estamos fazendo isso porque nós gostamos deles. De verdade. – eu só queria desligar, aquilo estava me chateando.

- Mas e se vocês quebrarem a cara? Eles são famosos, manter relações com esse tipo de gente é difícil. E eu te conheço Sunie, você não se adaptaria a um tipo desses.

- Ah, é? – eu voltei a apoiar meu braço e meu cotovelo na mesa. – E a que tipo eu me adaptaria, Ed? A um tipo como você? Que tudo o que quer é prazer e diversão?

- Eu já disse que eu realmente te amo, Sunie. – sua voz estava me irritando de mais.

- Eu já disse que não me importo de quebrar a cara com a pessoa que me faz sentir feliz! – minha voz também tinha se alterado e eu só percebi quando uma criancinha passou olhando para mim. – Eu me importo mesmo é de ter um relacionamento com alguém que nem mesmo consegue fazer meu coração bater um pouquinho mais forte!

- Sunie...

- Pode, por favor, desligar antes que eu me irrite mais, Ed?

- Me desculpe. – ele pediu. – Eu sempre faço tudo errado...

- Ed. Desligue.

Eu o ouvir suspirar antes de desligar do outro lado. Eu entreguei o celular a Mag e apoiei minha cabeça nas mãos, massageando as têmporas.

- Você me surpreendeu. – Mag falou.

- A mim também. – Ann estava meio atônita.

Eu sorri para elas e bebi o resto do meu refrigerante, sem falar mais nada. Meu coração tinha ficado pequeno e eu queria um abraço do Minho agora para esquentá-lo outra vez. Eu não gostava do Ed, mas odiava fazer isso com as pessoas. Deixá-las magoadas.

- Que foi agora? – Ann passou uma mão na minha cabeça.

- Me senti mal por ter sido tão agressiva.

- Ah Sun. – Mag falou. – Qual é, ele não é um santo nem nada.

- Mas ele também não tinha feito nada de ruim para mim. – respondi. – Tipo, eu me coloco no lugar dele. Se eu me declarasse para o Minho e ele me dissesse coisas chatas assim? Eu ficaria arrasada.

- É. – Ann falou ainda acariciando meus cabelos. – Mas você já tinha sido doce com ele no começo sendo sincera. Até o deu uma chance, mas ele insistiu como uma mula manca, agora deixe ele se ferrar um pouco. E o Minho nunca faria isso com você, boba.

Eu sorri para elas encolhendo meus ombros.

Elas estavam certas. Deixe ele se ferrar um pouco por estar estragando minha felicidade.