The True Forks (com nova autora) escrita por Tainá Mosch


Capítulo 5
Apenas mais um passo.


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que eu escrevo bastante aqui, então decidi criar um blog para a fanfic, onde posso deixar meus recados para vocês, colocar novidades, curiosidades, tirar dúvidas e também avisar sobre os capítulos novos e manter vocês atualizados. Espero que visitem! Link: www.thetrueforks.wordpress.com. Vou poupar minhas palavras para o blog, e aqui só vou desejar uma BOA LEITURA!



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"Às vezes é fugindo que nos vemos mais perto do perigo".

NARRAÇÃO DE CATHERINE

Música: Smile Like You Mean It - The Killers


A expressão de Dean ao meu lado era pensativa, séria. Ele parecia perturbado, preocupado. Provavelmente tudo isso por causa dos casos, que pareciam assombrá-lo. Pude perceber um meio sorriso em seu rosto quando ele olhou para mim.

– Você está gostando do colégio? – ele perguntou.

Por conta dos casos, acabei me matriculando no colégio de Forks e começando um curso diferente do qual eu ia fazer no conservatório de música. Mas eu estava bem, apesar de tudo. Escolhi justamente o curso técnico de Artes, assim eu poderia explorar mais amplamente a minha área, sem ser apenas musicalmente. O piano chegaria amanhã, e eu estava empolgada para voltar a tocar. Sentia muita falta das minhas noites de sonata. Eu só espero que os vizinhos não se incomodem. Escolhi o lugar mais isolado da casa para guardar o piano. Um canto da sala, que agora seria provavelmente o meu lugar preferido.

– Estou. – eu sorri levemente.

– Olá! – Brad chegou com seu sorriso brilhante estampado no rosto.

– Olá – respondi.

– Cathy, quero que conheça Jennifer, uma amiga nossa. Você precisa de amigas aqui. – ele disse, ainda sorrindo.

Jennifer era uma garota branca e ruiva, corpo de curvas com roupas simples. Seus olhos castanhos ficavam escondidos atrás de seus óculos de grau. Ela sorriu para mim.

– Pode me chamar de Jenn. – ela disse.

– É um prazer. – eu devolvi seu sorriso.

– Posso me sentar aqui? – ela se referiu à cadeira do meu lado esquerdo.

– É claro. – eu respondi.

Ela se sentou e começou a me contar sobre a possibilidade dela trocar seu curso de administração pelo o curso de Artes.

– Estou nesse. – eu contei.

– Ah, é mesmo? E o que você está achando? – ela perguntou.

Passamos alguns minutos conversando sobre o meu curso, depois ficamos ouvindo a conversa de Dean e Brad na mesa. Eles falavam de várias coisas, mas eu estava com dificuldade para seguir sua linha de pensamento. Comecei então a observar em volta todas as mesas no pátio do colégio. Havia muitas pessoas interessantes ali, mas houve um homem que me chamou a atenção. Ele estava sentado em uma das mesas perto das grandes janelas, sozinho. Seus cabelos eram castanhos escuros, quase pretos, e seus olhos eram marcantes e escuros também. Ele olhava diretamente para mim. Depois de alguns segundos comecei a me sentir desconfortável.

– Ele não tira os olhos de você. – Jenn comentou, sussurrando.

– O que? – perguntei distraída.

– Ele – ela sussurrou novamente, apontando-o discretamente com os olhos.

– Ah – sussurrei também. – Quem é ele?

– Damian. – ela sussurrou. – Ele é meio esquisito.

– Por quê?

– Ele deve ser uns três ou quatro anos mais velho, algo assim. – ela sussurrava. - Estava aqui nos primeiros casos.

Um arrepio correu por todo o meu corpo.

– Primeiros casos? – perguntei.

– A primeira vez que a doença apareceu foi aqui nesse colégio, e ele era um estudante.

– Isso foi há quanto tempo?

– Acho que três anos, ou mais, não me lembro.

– Ele já era assim antes?

– Assim como? Esquisito?

– Não, digo... Sozinho, isolado.

– Ele era bem popular. – ela sussurrou, cumprimentou os meninos saindo, depois continuou. – Depois que ele perdeu seu melhor amigo para a doença, largou o colégio. Voltou no ano passado, teve uma crise, desistiu de novo, e agora está aqui mais uma vez.

– Que triste.

– É estranho também.

Assenti depois me virei para ele, que não estava mais sentado ali.

Jenn se despediu e foi para sua aula. Ainda faltava um pouco para meu horário chegar.

– Altos papos com a Jenn, não é mesmo? – Dean murmurou perto do meu ombro, sorrindo.

– Ela está pensando em mudar para o curso de Artes. – comentei.

– Isso seria legal, não?

– Me sentirei menos perdida. – sorri.

Ele devolveu meu sorriso.

– Você não parece perdida. - ele disse.

– Você parece preocupado, Dean.

Não pude me controlar, eu estava incrivelmente preocupada com ele. Era como se quando seus olhos se perdessem no meio do nada, milhões de pensamentos devorassem ele por dentro, e isso era horrível.

Sua expressão foi se fechando enquanto ele tentava disfarçar mexendo na manga da blusa, ou batendo as mãos em suas calças jeans escuras.

– Eu só estou assustado sabe?

– Mais do que eu com aquele gato? – brinquei.

Ele sorriu novamente e virou-se para mim.

– Não, eu acho que você ganha. – ele disse.

Rimos juntos.

– E quando eu vou experimentar um novo suco?

– Você é alérgica a abacate? – ele perguntou.

– Por quê? Eu tenho cara de quem é alérgica a abacate?

– Só estou checando. – ele sorriu levemente. – Que tal hoje?

– Ótimo. – sorri. – Preciso ir, está na hora.

– Até mais! – ele disse assistindo-me levantar da cadeira.

– Até mais para você Brad! – eu disse.

– Até logo! – ele abriu seu imenso sorriso para mim enquanto eu saía.

+++

No segundo intervalo de aulas, Dean e Brad estavam na mesma mesa. Passei por todas as pessoas até chegar até eles. Não pude deixar de olhar para a mesa à frente, onde o tal de Damian estava no horário do almoço. Agora não havia ninguém lá.

– Emily! – Brad gritou por alguém.

– Algum problema? – ela chegou perto de nós.

Dentro de roupas delicadas de cor verde claro, ela se aproximou. Seus olhos eram expressivos e dourados, e seus cabelos eram de um belo castanho acobreado. Suas pequenas ondas caiam por seu ombro quando ela se sentou depois de Brad pedir que assim o fizesse. Havia um rapaz com ela. Seus cabelos jogados um pouco para trás eram castanhos, e seus olhos eram dourados como os dela. Ele olhava para mim, depois desviou seu olhar para as pessoas ao redor. Eu sentia como se o conhecesse de outro lugar, mas era praticamente impossível.

– Não é nada. – Brad disse. – Só não queria que ficasse sozinha por ai como sempre, mas acho que hoje você tem companhia.

– Esse é meu irmão. – ela apontou para o rapaz. – William.

– Não sabia que tinha um irmão. – Dean comentou.

– Pois é, eu tenho. – ela forçou um sorriso.

Ficamos todos em silencio por alguns segundos.

– Catherine, não é? – ela disse virando-se para mim.

– Isso. – confirmei.

– Você está fazendo que curso?

– Artes.

– Puxa! – ela parecia entusiasmada. – Will também está cursando Artes. Ele é um ótimo pianista. O que você toca?

– Piano também. – eu forcei um sorriso.

– Qual seu pianista favorito? – ele finalmente disse algo.

Sua voz era grave, aveludada. Demorei alguns segundos para responder, tentando acordar da hipnose em que suas simples palavras me deixaram.

– Yiruma. – por fim, eu disse.

– Nunca ouvi falar.

– Ele é ótimo, deveria ouvir.

– Gosto muito de Mozart. Na verdade, parei de tocar por um tempo e agora resolvi fazer o curso para reacender as chamas, sabe?

Algo nele fazia-me sentir segura. Não conseguia controlar aquela sensação estranha dentro de mim.

– Ah sim. Fez muito bem de voltar. – eu sorri levemente.

– E você pinta, faz alguma outra coisa?

– Eu pinto um pouco, mas só por diversão mesmo.

– Sou bom com os abstratos. – ele sorriu.

Devolvi a ele um sorriso, nunca tão verdadeiro.

– Você quer um refrigerante? – ele ofereceu olhando para a cantina do pátio.

– Seria bom. – eu respondi.

Levantamos em direção à cantina juntos. Pude ver um sorriso escondido nos lábios de Emily quando me virei para ela na hora de sair. Ri interiormente com a possibilidade dela querer me juntar ao irmão dela, ou algo do gênero. Parecíamos ser muito diferentes. Papel e pedra, fogo e gelo, sol e lua... Seria aquilo então um eclipse? Sorri com meus pensamentos.

– O que você quer?

– Pode ser o mesmo que você.

– Na verdade só você vai tomar. – ele disse.

Olhei em seus olhos dourados por um momento.

– Tudo bem. – murmurei. – Chá gelado.

– Qual desses? – ele me mostrou as duas opções em suas mãos.

Tradicional ou maçã?

– Maçã. – escolhi.

Ele entregou-me em minha mão. Ficamos em pé em outro canto do pátio, longe das mesas.

– O que você sabe sobre os tais casos? – perguntei, curiosa.

Ele engoliu em seco e olhou diretamente em meus olhos, mudo.


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