The True Forks (com nova autora) escrita por Tainá Mosch


Capítulo 3
O primeiro eclipse. - Part 2


Notas iniciais do capítulo

Demorei um pouquinho, mas acho que valerá a pena. Não tem muito o que dizer aqui, apenas BOA LEITURA!



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Dean me levou para casa, e me despedi ainda tensa. Ele jogou-me um sorriso desconcertado.

Ele sabia.

Subi degrau por degrau lentamente, me sentia zonza. Chegando em meu quarto notei que a cortina se balançava de dentro para fora com o vento que entrava pela janela aberta. Fechei-a e tirei minhas roupas para tomar uma ducha quente.

No banho, me mantive pensativa. Aquela sombra, aquele vulto... Era de minha cabeça, ou realmente alguém estava nos seguindo? E quem diabos nos seguiria? As perguntas giravam em torno de minha cabeça enquanto minha pele ficava rosada em baixo da água quente. Estava quase fervendo, mas recompensava todo o frio.

Não conseguia controlar minha paranóia. Olhava de um lado para outro, com medo do que estava prestes a encontrar. Mas no final, não havia ninguém além de mim na casa.

Troquei-me no quarto e respirei fundo antes de descer na cozinha. Ainda estava com medo. Fervi água para preparar um chá de ervas doces. Sentei-me no sofá para esperar.

O sofá era verde musgo, e macio. Havia um raque de cor mogno com televisão e alguns cds que restaram da mudança do último morador. Todos os móveis estavam lá quando eu cheguei. Confortáveis, não havia do que se queixar.

Comecei a pensar sobre Nova York e o porquê de eu ter deixado minha antiga casa - ou melhor, nem era uma casa. Muito movimento, muitas pessoas e barulho. Tudo o que eu queria era tocar meu piano e viver encarando aquelas teclas pretas e brancas enquanto meus dedos deslizassem sobre elas. Mas eu não podia ter aquilo que queria em Nova York. Era impossível ficar em paz naquele lugar, e tudo o que eu desejava era o silencio de minha alma. Eu me sentia bem sozinha, mas agora era diferente.

Forks era o lugar certo para mim. Havia um conservatório de música onde eu poderia estudar, e a casa ficava em um lugar tranquilo para que eu pudesse pensar. O meu piano chegaria em alguns dias, e enquanto isso eu passaria minhas noites tomando chá. E agora, talvez, pensando no que ocorrera naquele fim de tarde. Será mesmo que eu encontraria minha paz ali depois de tudo?

O chá estava pronto e eu me levantei para pegá-lo. Haviam apenas três copos e nenhuma xícara. Por que eu não tinha uma xícara? Aquilo não importava.

Agarrei um copo em uma mão e coloquei a água quente com a outra.

Peguei o saquinho de chá que havia separado e coloquei dentro do copo. Sacudi, sacudi, sacudi...

O chá estava pronto e morno. Perfeito.

Tomei-o tranquilamente encolhida no sofá. Pensei em ligar a televisão, mas desisti. Logo que acabei de beber, subi ao quarto para dormir.


+ + +

Não demorei muito para dormir, mas acordei centenas de vezes no meio da madrugada. Sempre porque acabava sonhando com o maldito vulto.
Na terceira vez que acordei, passei as mãos nos olhos e olhei em volta. Ele estava lá, perto da janela. Ele estava me encarando com seus olhos brilhantes e as mãos nos bolsos. Seus cabelos balançavam com o vento da janela que estava aberta. Saltei rápido para acender o abajur ao lado da cômoda. Quando me virei ele não estava mais lá.

Levantei-me com as pernas bambas para fechar a janela. Meu medo não me impediu de olhar se havia alguém lá fora. Graças à Deus eu estava sozinha, mas só agora. Ele havia estado lá, o homem que tivera seguido Dean e eu no dia anterior. Não era uma alucinação, eu estava completamente certa. Havia alguém atrás de mim.


+ + +

Assustada, não dormi praticamente nada naquela noite, mas tive de acordar bem cedo para a escola de música. Era preciso chegar na diretoria se todos os papéis da inscrição estavam corretos.

Quando eu estava saindo, meu telefone tocou.

– Alô?

Era minha mãe.

– Está tudo bem em Forks, como vão as coisas?

– É um ótimo lugar. - tentei parecer calma.

– Conheceu muitas pessoas?

– Poucas. Fiz um amigo.

– Ah, isso é ótimo! Espero que esteja se divertindo.

– Estou sim, mãe. Mas agora preciso desligar, vou ao conservatório.

– A mamãe te ama.

– Também te amo, mãe.

Desliguei.

– Como foi a sua noite, está se sentindo melhor?

Vire-me. Dean já estava na calçada, ao meu lado.

– Não dormi nada.

– Algum motivo importante pra isso? - ele perguntou, seu olhar era preocupado.

– Não, só ansiedade. - forcei um sorriso.

Dean estava com o mesmo cabelo bagunçado de sempre, uma calça jeans e uma blusa de manga comprida azul marinho. Enquanto isso, minha blusa amassada continuava escondida por baixo da minha jaqueta simples de malha, junto com o meu jeans escuro. Sorri levemente ao lembrar do quão desleixada eu era.

– Iremos fazer um novo tour, certo?

– Sem sustos. - completei.

– Eu espero. - ele sorriu.

Devolvi um sorriso.

Eu não conseguia tirar da minha cabeça o que acontecera naquela noite. Olhar para os lados havia se tornado um vício. Me perguntava se Dean percebera minha paranóia enquanto andavamos pela calçada.

Um arbusto em frente a uma casa se mexeu. Em alerta, olhei em sua direção.

Era um gato.

– Veja só! O mesmo de ontem. - Dean brincou. - E quase te assustou de novo, pelo o que vi.

– Vou acabar pegando um trauma de gatos. - desconversei com uma piadinha.

Ele olhou para mim. Seus olhos castanhos esverdeados me amarraram ao seu olhar. Por um instante eu esqueci que um psicopata poderia estar me seguindo naquele momento.

– Dean! - alguém gritou.

Seus cabelos também bagunçados e escuros balaçavam com o vento. Ele possuia uma beleza marcante. Seus olhos eram castanhos escuros e seus braços eram fortes de pele mulata. Não havia como não olhar para ele.

– Esse é o Brad. - Dean o apresentou.

Brad sorriu, seus dentes eram brancos e perfeitos.

– Ela é muito bonita. - ele disse.

Eu sorri.

– Cathy. - eu disse.

– Prazer, Cathy. É a nova namorada do Dean?

Dean jogou um olhar furioso para Brad.

– Ah, desculpa, acho que me enganei. - Brad disse, contendo a risada. - Mas como ele foi burro! Você é mesmo linda.

– Obrigada. - respondi sem graça.

– Por que estava gritando meu nome? - Dean desviou a conversa.

– Ocorreram mais casos.

– Casos?

– Sim, aqueles do ano passado. Mais pessoas morreram e eles estão achando que é a mesma causa.

– Ah meu Deus. - Dean murmurou.

Me mantive calada entre os dois.

– Onde vocês estão indo? - Brad perguntou.

– Cathy está indo ao conservatório.

– O conservatório está interditado. - Brad disse, sério.

– Mas por que? - me intrometi.

– Dean - ele respirou fundo antes de continuar. - Um dos casos foi lá.

Dean olhou em minha direção. Brad ainda o encarava. Eu não aguentava mais o silencio.

– Será que alguém pode me explicar o que está acontecendo?


...Continua



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