A Coletora escrita por GillyM


Capítulo 34
Um olhar do futuro


Notas iniciais do capítulo

Ola pessoal.
Boa leitura.



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Caribe – Tempos depois.

“Roxy”

A grande janela estava aberta. A brisa marítima balançava as grandes cortinas brancas, e trazia ao quarto a calmaria. Os lençóis que me envolviam naquela grande cama eram feitos de fios egípcios, e os travesseiros, todos os oitos, eram feito de penas de ganso importados da Europa.

Levantei-me envolta ao lençol e caminhei até a sacada, as gaivotas voavam tranquilas, e o azul do céu competia com o do mar. Um ponto na costa chamou minha atenção, fixei o olhar e percebi que se tratava de Dave surfando, como um humano qualquer.

A vida que ele levava era completamente diferente da minha, eu nunca imaginei ser possível viver tão normalmente carregando um fardo tão grande como o de coletor, se bem que Dave não se tratava de um coletor qualquer, embora não tenha conhecido outros, ele estava muito a minha frente, era inteligente e esperto, sempre pensava em tudo.

Minha amizade com Dave era harmoniosa, ele também não se lembrava do tempo que ficamos juntos, mas não fazia muita questão disso. Quando humano Dave era um agente funerário, um negócio de família que ele havia herdado, por isso estava tão acostumado com a morte, eu me sentia confortável com ele.

Para as outras pessoas, como vizinhos e outros conhecidos, nós éramos um casal muito feliz. Dave estava um pouco diferente de antes, sua pele estava bronzeada pelo sol, disfarçando a palidez natural de coletor, seu cabelo castanho escuro cobria os olhos, eu adorava o jeito com que ele o jogava para o lado para poder ver melhor, também adorava a forma com que ele sorria, seus olhos pareciam sorrir junto aos seus lábios e isso era o que mais me chamava a atenção nele, adorava seus olhos castanhos, ele era um típico surfista caribenho, corpo malhado e sempre molhado a pegar sol.

Embora um colírio para os olhos, eu nunca havia o tocado, na verdade evitava pensar nele, pois aquela amizade tinha data marcada para acabar, em pouco tempo Dea apareceria e limparia nossas mentes, seriamos estranhos um para o outro novamente.

Desci as escadas da velha mansão de praia da qual impressionantemente Dave era proprietário, ele passou todo seu tempo livre, décadas na verdade, investindo em ações, o que lhe rendeu uma boa fortuna, e só saia do Caribe para encontrar V, como da primeira vez que o encontrei na lavanderia.

Entrei na cozinha e abri a porta da geladeira, peguei a garrafa de vidro que continha minha dose semanal de V, fiquei a beber em avaliar o que havia me acontecido após ter sido levada de Bom Temps. Nos últimos meses aprendi muitas coisas com Dave. As três primeiras regras eu já conhecia, mas aprendi a segui-las devidamente. Coletores não devem se conhecer; as almas escolhidas devem ser coletadas a qualquer custo; nunca se relacionar com vampiros. Confessa que a ultima fora mais difícil de seguir, após ter bebido tanto sangue de Bill, era impossível não sonhar com ele todas as noites.

Outras coisas importantes foram aprendidas, como viver em segurança e lugares muito ensolarados como o Caribe, por exemplo. Vampiros evitam lugares assim, deste modo é muito mais difícil cruzar o caminho de algum, entretanto viver nestes lugares também tem seu lado ruim, sem vampiros por perto não há V a disposição, por isso Dave me ensinou a chegar aos melhores traficantes sem ser detectadas por eles.

Há muitos humanos que conhecem muito mais que o mundo de vampiros, eles sabem de muitas coisas, estes humanos são chamados de Folners, são eles os nossos fornecedores, os mais seguros que conhecemos.  Neste mundo sobrenatural cada um tem seu segredo e isso deve ser mantido assim, desde que cada um faça sua parte na cadeia alimentar do mundo. Sempre me perguntei como os Folners conseguiam sangue, mas nunca perguntei a ninguém, Dave me ensinou que quanto menos eu souber dos outros, melhor seria para mim mesmo.

Nunca mais ouvi falar de Bill, Sookie ou Salvatore, na verdade, não me permitia lembrar este tempo ruim, fiquei surpresa de minha existência e a de outros coletores não ter virado noticia para todos os vampiros do mundo, parece que Bom Temps guardou muito bem meu segredo.

Muita coisa em mim havia mudado, eu já havia coletado muitas almas, algumas muito difíceis, mas com a ajuda de Dave me saí muito bem. Junto a ele descobri que por mais difícil de confessar, nós, coletores, não éramos seres do bem, e nosso trabalho não era nada limpo, e nunca teríamos um lugarzinho no céu. Eu sempre senti o mal em mim, aquilo não fora uma grande surpresa, na verdade, a prática de colher almas era algo que comecei a apreciar a fazer, elas me faziam sentir intocável, o V me fazia sentir forte.

Realmente Dea tinha razão, eu havia me tornado uma coletora melhor que antes.

Liguei a televisão da sala de tv e me sentei no sofá a espera a volta de Dave, mudei várias vezes os canais até que um me chamou a atenção. Eu já havia assistido muito debates sobre a convivência pacifica com vampiros, mas aquele programa era diferente, lá estava um vampiro a ser entrevistado, aquele vampiro em questão era o presidente da organização mundial pró-vampiros, uma organização composta de humanos também, ela defendia a paz e conciliação entre humanos e vampiros, embora muitos grupos humanos radicais e ou religiosos  tivessem muita força e influencia no mundo. Em poucos meses, muitos ataques de vampiros contra humanos e vice-versa ocorriam com muita frequência.

Embora todo o assunto do debate ser interessante, não fora ele que me chamou a atenção. O vampiro todo pomposo e com cara de bons amigos era nada menos que Bill Compton, sua aparência não lembrava nem de longe o vampiro eu havia conhecido, desta vez ele vestia roupas claras, com cores felizes, para causar boa impressão é claro, mas eu conheci aqueles olhos bem de perto, e eles ainda carregavam um tom sombrio que me fez estremecer.

Efeito colateral ou não de seu sangue, eu o queria novamente.


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Notas finais do capítulo

Um review para animar meu dia?
Bjuss