A Coletora escrita por GillyM


Capítulo 33
A beira do lago.


Notas iniciais do capítulo

Ola!!!
Boa leitura...



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“Roxy”

Ele ficou parado a me olhar dentro da água, na sua boca ele levava um sorriso irônico, e nada fazia para me ajudar a sair do rio, apenas me olhava a espera de alguma pergunta.

- Por que agora Dea? Esperou que eu fosse torturada, atacada, mordida para sangrar até a morte e nada fez. Por que agora?

- Eu esperava algo parecido com um “obrigado”, mas não tem de que.

Balancei a cabeça negativamente, realmente não entendia as intenções de Dea.

- O que você fez? Já não é tarde para aparecer?

- Não serei eu o primeiro ceifador a deixar sua cria causar o caos, por poucos minutos você condenou dois mundos que nunca deveriam ter se conhecido. Você é um problema, Roxy. O meu problema, que por pouco não virou o problema de todo mundo.

Ele disse num tom rude ao assistir as copas das arvores balançando com o vento.

- Exatamente, você não deve ser um ceifador dos melhores. – Disse ao me apoiar na pedra para que pudesse chegar a terra firme.

- Está me criticando?

- Sim, estou. Você deve ser o pior ceifador do mundo, não conseguiu nem mesmo me limpar adequadamente.

- Você que decidiu abrir as pernas para o vampiro, você que não segue as regras.

- Como se eu tivesse escolha! Eu não me lembro de ter chegado aqui com minhas próprias pernas. Aliás... Já que estamos falando sobre isso quero saber o que fez com os últimos cinco anos de minha vida?

- Minha? Sua vida pertence a mim, querida. Eu sou o chefe, e posse te demitir rapidinho – Ele ameaçou.

- Não, você não vai. E sabe o por que? Porque você não pode me matar... Eu sou o único abrigo da alma de Bill, e se eu morrer, ela volta direto para ele. Você não está mais no controle.

Ele não reagiu ao que eu disse, mas ficou a me fitar enquanto eu torcia a roupa ensopada em meu corpo. Momentos depois, ele respondeu.

- A alma de Bill só fica aprisionada enquanto ele estiver vivo, ou morto, o que você preferir. Após isso, você não tem mais serventia para mim.

- Então porque não mata Bill de uma vez, já que ele é seu problema?

- Infelizmente a alma de Bill está condenada a viver separada do corpo, só cuido daquelas almas normais, ele está fora da minha jurisdição, mas Bill não irá durar muito.

Eu não entendi o que ele queria dizer com aquela frase, ele costumava saber mais que qualquer um, eu tentei esconder qualquer reação, principalmente o frio que tomou conta de minha barriga.

- Você sabia o que aconteceria quando eu morresse, sabia que Bill se beneficiaria, porque esperou tanto?

Ele sorriu.

- Também sou um ser curioso... Eu não deixaria você morrer, esqueceu que eu tenho controle da vida e da morte, enquanto você tiver alma, eu estarei em seu comando. Ver Bill se beneficiar por uns instantes teve lá seus encantos e sua graça. Foi quase... quase, Roxy.

Foi aborrecedor o quanto minha quase tragédia divertia Dea, estava cansada de tudo aquilo, então resolvi encará-lo de frente, coloca-lo contra a parede, afinal, enquanto eu tivesse alma ele estaria no comando, não havia nada a perder, somente a ganhar.

- Você me deixou lá para sofrer... Trouxe-me até aqui e me ofereceu a Bill de bandeja... Brinca comigo como se eu fosse um ratinho. Qual é a tua? Não acho que mereço um pouco de consideração? Fiz seu servicinho sujo por um bom tempo.

Ele sorriu novamente e cruzou os braços.

- Tem razão. Quer saber o que?

- Para começar pode me dizer o que fez com cinco anos de minha vida, que me deixou na completa escuridão.

- Eu limpei você, pelo menos no que se diz respeito a alma de Salvatore, quanto a alma de Bill eu fracassei, confesso. Você e Bill ficaram muito íntimos, a ponto de ser impossível tirar esta alma de você, então eu limpei sua memória e te deixei aos cuidados de um coletor muito eficiente.

- Quem? – Perguntei surpresa, mas um nome me veio imediatamente a cabeça.

Ele sorriu e balançou a cabeça positivamente, como se já soubesse em quem eu estava pensando.

- Dave. O famoso Dave que você quase sentenciou a morte.

- Eu não posso fazer isso, você é quem cuida das almas, que controle quem vive e quem morre, se esqueceu disso?

- Adoro seu bom humor, mesmo depois de ser praticamente drenada. Espere... Tome isso.

Ele disse ao caminhar até uma moita e retirar de trás dela uma garrafa.

Sacudi o objeto que estava repleto de um liquido, a garrafa era escura e não podia se ver o que tinha em seu interior.

- O que é isso?

- Sangue. O bem estar que te proporciono neste momento não vai durar para sempre.

Rapidamente bebi todo o sangue da garrafa, Dea ficou a me olhar orgulhoso, mas quando terminei, logo retornei ao assunto importante.

- Então eu estava com Dave. Por que não me lembro disso?

- Coletores não devem se conhecer, essa é uma regra importante, então assim que te enviei para cá, apaguei a memória dele e a sua também. Não se preocupe... Dei-lhe uma boa vida junto a Dave. Vocês viveram limpos e felizes por longos cinco anos.

Eu não conseguia me imaginar vivendo ao lado de Dave, na verdade, quase não me lembrava de seu rosto. Era muito estranho não ter controle de minha própria vida.

- Onde ele está agora? Ele voltará a Bom Temps. Selene vai matá-lo.

- Não se preocupe com ela... Ela não perturbará mais ninguém, Bill cuidou dela, e eu cuidei de Dave. Ele não virá a Bom Temps, na verdade ele espera por você. Ele vai te ensinar algumas coisas.

O encarei confusa e perplexa novamente, a roupa molhada já nem me incomodava mais.

- O que pretende? – Perguntei ao me aproximar.

- Vou lhe tornar imune novamente. Você será uma coletora muito melhor do que foi. Nenhum vampiro será capaz de alcançá-la, lhe garanto isso.


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Notas finais do capítulo

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