A Coletora escrita por GillyM


Capítulo 28
Minha


Notas iniciais do capítulo

Ola pessoal!!!
Boa leitura



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“Roxy”

Havia muitas palavras para descrever Salvatore. Imprevisível, indiscreto e maldoso era algumas delas, mas não havia forma de explicar a sensação de estar envolvida em seus braços, de estar sob seu domínio.

Estar com ele era tão prazeroso quanto um copo de agua num dia quente de verão, mas tão perigoso quanto brincar de roleta russa, prensada ali, entre a poltrona e seu corpo, descobri que o mais cruel de Damon não era a forma como ele te mataria, mas o incrível paradoxo em que minha mente e corpo mergulhavam ao minha pele ser tocada por seus lábios.

Tentei resistir, lutar contra o abismo que estava abaixo dos meus pés, mas não foi a espantosa força vampiresca que me fez entregar os pontos, a luta da qual eu desisti fora contra mim mesmo. Perdi contra os meus princípios, contra as próprias regras que regiam meu mundo, mas não somente perdi, ganhei algo, que mesmo momentâneo, foi o mais doce instante que passei em minha longa jornada de vida.

Estiquei meus braços e o acolhi com toda força que tinha, e com toda a coragem também, quando ele percebeu que o ato passou a ser consensual, ele parou e encarou meus olhos, tentando decifrar o que aquele inesperado ato poderia significar, mas mais uma vez ele se fez indiferente e após alguns segundos desviou o olhar e voltou a atenção para o meu pescoço.

“Bill Compton”

O silencio já falava por si, eu sabia o que estava se passando naquela sala, eu deveria interceder por Roxy antes que Salvatore ultrapassasse os limites e a drenasse por completo. Antes que pudesse dar um passo em direção ao escritório, Selene se pronunciou.

- Ele vai mata-la – Ela disse entre os dentes.

No segundo seguinte já estava dentro do escritório, Salvatore estava sobre ela, de costa para mim, e ignorou totalmente minha presença. Roxy olhou direto em meus olhos, e ficou a me observar enquanto ele a sugava, por um segundo me senti desafiado. Ela não parecia assustada, seu rosto não expressava nenhuma dor, e seu corpo não reagia ao toque dele.

- Pare Salvatore! – Ordenei .

Ele continuou, provavelmente estava entregue ao frenesi que eu mesmo havia sentido em outra ocasião, embora irritado ao vê-lo sobre ela, seu comportamento era compreensível.

- Salvatore!

Ordenei mais uma vez.

Salvatore se levantou, se virou e olhou para mim, não havia sangue, nenhuma gota, nenhum vestígio, nem mesmo suas presas estavam expostas. Quando olhei novamente para Roxy e mirei as manchas roxas em seu pescoço, conclui que não se tratava de sangue ou de frenesi, talvez isto fosse o próximo passo, era de meu conhecimento que Salvatore apreciava se acasalar com suas presas.

Isso me deixou aborrecido, nem por um segundo gostaria de imaginar Roxy sendo de outro vampiro, nem mesmo humano, ainda mais sabendo que ela pertencia mais a mim do que a qualquer outro. Entretanto, nada me deixou mais incomodado do que ver Roxy tão tranquila, como se o abuso de Salvatore fosse de seu conhecimento.

Selene e Jessica logo apareceram, a ironia estampada no rosto de Selene me incomodou profundamente, certamente ela seria um grande problema para o futuro, mas precisava de seu conhecimento para dar o próximo passo.

- Jessica vigie a casa, por favor. Impeça qualquer um de entrar, até mesmo Sookie.

Salvatore me fitou carregando um sorriso irônico em seus lábios.

- O que pretende fazer? – Selene perguntou curiosa.

- Logo saberá, vou precisar de sua ajuda. Por enquanto quero que me deixe a sós com ela.

“Roxy”

Selene e Damon deixaram a sala, antes de passar pela porta, Damon me olhou e deu um meio sorriso que estava longe de ser por gentileza. Eu não consegui entender o porque ele me deixou só com Bill, estava tão sucumbida pela presença de Damon e pelo o que quase aconteceu, que não consegui me concentrar no que falavam.

A porta se fechou atrás de Bill, quando voltei à realidade me deparei com seu olhar sombrio, mas sombrio do que é comumente, poderia até arriscar dizer que havia resquícios de rancor.

- O que estava fazendo?

Ele perguntou seriamente, sem alterar o tom de sua voz.

Levantei da poltrona e me silenciei.

- Responda-me! Sei muito bem que você não se deixa levar por manipulações de mente.

- O que exatamente quer saber? – Me vi obrigada a perguntar.

Ele andou em minha direção, segurou meu queixo com as pontas dos dedos e ergueu minha cabeça para cima, para que pudesse analisar melhor as marcas que Damon deixou em meu pescoço.

- Porque o deixou toca-la?- Ele perguntou novamente, desta vez ele estava me olhando profundamente nos olhos.

- Não foi para isso que o mandou aqui? Para se certificar de que estou com a alma dele?

Ele continuou a me encarar.

- Uma gota de seu sangue já seria o suficiente, refiro-me ao passado. Quando foi que conheceu Salvatore? E por que ele não a matou como o de costume? E por que o deixou se aproximar?

- Cruzei com Salvatore durante uma viagem, nosso encontro não durou tempo suficiente para sabermos nossos nomes.

Nenhuma de minhas respostas era o suficiente para Bill, ele queria saber ainda mais.

- Durou tempo o bastante para se acasalar com ele?

Eu tentei engolir minha indignação em relação aquela pergunta tão hostil, mas minha irritação era muito intensa para ser ignorada.

-Eu não transei com Salvatore, isso nunca aconteceu... E eu não sou um animal, eu não me acasalo, não sou como vocês e também não pertenço a vocês, e não lhe direi mais nenhuma palavra sobre mim.

Ele me segurou fortemente, desta vez pelos braços, e me puxou para perto, por um momento achei que ele fosse perder o controle definitivamente.

 - Não se imponha sobre mim, não se esqueça do que sou e o que posso fazer. Este é meu território, minhas regras que valem aqui.

- Sei muito bem o que é e o que pode fazer, e o que você fará. Eu não me importo mais, e se algum vampiro quiser me dar a única chance de sentir prazer em vida, antes de me matar, eu não vou recusar.

Bill ficou ainda mais furioso com meu afrontamento, suas presas quase pularam para fora de sua boca, naquele momento ele realmente parecia um animal. Ele se aproximou de ainda mais e cochichou em minha orelha.

- Você pode negar, mas a realidade é que pertence a mim. Eu sou o único que pode toca-la.

- Você pode me impedir de fazer qualquer coisa, mas não pode impedir Salvatore – Cochichei da mesma forma.

- Estou começando a acreditar que você o quer.

- E qual é o problema nisso?

- Ele é um vampiro sem escrúpulos.

- Sim, sei que ele é, mas sou uma prostituta, já transei como muitos homens sem escrúpulos. Ele pode ser muitas coisas ruins, mas não foi ele que me entregou de bandeja para outros vampiros. Acho que o inescrupuloso aqui é você!

Ele encostou seu rosto no meu, ficamos cara a cara, olhos nos olhos, nossos lábios se separavam por milímetros.

- Não vou permitir que te machuquem... Também não permitirei que ele a toque novamente, você é minha, Roxy.

- Se me queria apenas para si, não deveria ter me jogado nos braços dele. Eu posso até pertencer a você, mas sou dele também!


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Notas finais do capítulo

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