A Coletora escrita por GillyM


Capítulo 11
Estranha coincidência


Notas iniciais do capítulo

Ola pessoal!
Mais um novo capitulo.
Boa leitura!



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*Roxy*

A porta do bar se abriu lentamente, eu continuei com meus olhos presos no copo de água que Sam me serviu, eu não estava com medo, apenas não queria ser vista. Senti que o clima entre as pessoas mudaram, elas ficaram apreensivas, mas continuaram bebendo e conversando.

-Ola Sam!

- Jessica está atrasada, o bar está lotado.

- Você sabe que só posso vir no turno da noite.

A jovem pulou o balcão e colocou seu avental de garçonete, e quando menos esperava ela falou comigo.

- Ola! É forasteira, não é?

Não acreditava em que meus olhos estavam vendo. Ela era uma vampira, recém formada, mas as pessoas não gritavam e corriam dela, Sam parecia muito confortável com isso.

- Oi? Não está me ouvindo?

- Me desculpa, estava distraída.

Diferente dos outros vampiros que conheci, ela parecia inofensiva e muito simpática, o que me deixou ainda mais confusa. Enquanto ela me conversava comigo, podia sentir o olhar de Sam a me espreitar, enquanto ele servia outros clientes.

- Já fez o seu pedido?

- Não, eu quero um hambúrguer simples com fritas.

- Vou passar seu pedido a Lafayette.

Enquanto tentava entender o ambiente que me cercava, olhei as garrafas dentro da geladeira com porta de vidro. Havia muitas garrafas com liquido vermelho e  com rótulos escritos True Blood. Eu não entendia o que aquilo queria dizer.

Olhei de relance para Sam e ele ainda não havia tirado os olhos de mim, ele deu um meio sorriso e veio até mim.

- Você está com algum problema? Parece meio confusa.

- Não, eu estou bem. Obrigada.

Ele ficou comigo por alguns minutos, tempo suficiente para eu contar novamente a mentira que contei a Lafayette. Sam parecia ser um bom homem, me deixou bem a vontade. Ele não era um dos homens mais bonitos que já vi, mas tinha o seu charme, a barba deixada por fazer, os dentes brancos e perfeitos, e os olhos castanhos e pidões, faziam dele uma boa companhia.

- Seu pedido está pronto. Burguer simples com fritas. Mais alguma coisa?

Jessica sorriu para mim como se fosse normal ser servida por um vampiro, minha confusão a deixava desconfortável.

- Esta é Jessica, ela é uma vampira, mas não se preocupe não fará mal algum a qualquer um daqui.

Sam tentou melhorar o ambiente entre ela e eu.

- Não! Não tenho problemas com isso. Eu só... Não estou acostumada.

- Sinto muito – Ela se desculpou.

- Aquilo é um jornal?

Perguntei ao avistar um maço de papeis sobre a ponta do balcão.

- Sim.

Jessica o pegou e entregou a mim.

- Fique a vontade.

Sam e Jessica voltaram a trabalhar.

Quando abri as paginas do jornal quase desmaiei, a data do jornal era de cinco anos mais tarde. Eu me recordava de Oregon, de Selene, Dave e do trem, como se tudo tivesse ocorrido no dia anterior.

Como era possível? Eu estive dormindo naquela floresta por cinco anos?

Tentei me recordar de tudo que havia me acontecido no trem, me lembrei da queda, de Dea, e do que conversamos, a ultima coisa de que me lembrava, era dele tocando minha testa com as pontas dos dedos e de acordar na floresta já em Bon Temps. Eu havia perdido cinco anos de minha vida, e não sabia o por que e nem como, mas tinha certeza de que Dea tinha tudo haver com aquilo, e também sabia que, sem duvidas nenhuma, muita coisa havia acontecido durante minha ausência.

- Algum problema?

Jessica perguntou.

Eu estava tão espantada que não consegui responder.

- Qual é seu nome?

- Eu preciso ir.

Coloquei o dinheiro sobre o balcão, peguei minha bolsa e sai correndo do bar, eu precisava de informações, havia perdido muitas coisas e não poderia ficar naquela situação.

- Espere!

Jessica parou em minha frente, já estávamos distante do bar.

- Eu não quero problemas com você.

Disse rapidamente.

- Eu também não. Só quero saber o que você é.

- Não sei do que está falando.

- Estou falando da ausência de cheiro e da falta de pulso em suas veias. Se não fosse pelo burguer que você comeu, diria que é uma vampira.

Eu não sabia como despistá-la, e também não saberia até onde poderia confiar nela, mas ela me passava à impressão de que nem sabia de sua própria natureza. Ela era jovem e parecia muito inexperiente, cabelos ruivos, lisos e longos, e olhos claros, não conseguia saber se eram verdes ou azuis, realmente ela era uma vampira muito bonita e simpática também.

Antes que pudesse responder qualquer coisa, outra jovem se aproximou, diferente de Jessica, ela era humana e nada simpática.

-Onde está Sam?

- Está no bar. Já aviso que está bravo, o bar está cheio e você se atrasou. Sookie só trabalha durante o dia e...

- Já to sabendo!

Ela caminhou apressada em direção ao bar.

- Ela é Tara. Trabalha no bar.

- Ela é sempre assim? Brava?

- Sempre.

Jessica já estava a conquistar minha simpatia, mas enquanto elas conversavam, um nome me chamou a atenção.

- Quem é Sookie?

- Sookie trabalha no bar também, mas ela só vem durante o dia.

- Por quê? Se durante a noite o bar fica ainda mais cheio.

- Bem... Ela tem motivos, não quero falar sobre isso.

- Claro, só fiquei curiosa.

Eu não sabia se falávamos da mesma pessoa, mas este nome não era nada comum, seria muita coincidência ter duas pessoas com o mesmo nome, numa cidade tão pequena.

- Não vai me dizer o que você é?

- Eu não sei o que sou. Nasci assim.

Ela ficou a me olhar curiosa, mas não parecia ter maiores pretensões. Eu era como um brinquedo novo para ela, algo diferente, e ela era como uma criança curiosa.

- Jessica... Eu estive muito doente nestes últimos anos, e fiquei internada por muito tempo. Eu me recuperei há poucos dias, e não estou entendendo nada do que está acontecendo. Para mim, vampiros eram mitos.

- O que aconteceu com você?

- Acidente de trem!

- Você não sabe de nada? Nada mesmo?

- Eu perdi muita coisa. True Blood, humanos falando de vampiros, sabe...

- Por quanto tempo ficou doente?

- Cinco anos. Em coma, para ser exata.

- Nossa! Você perdeu muita coisa mesmo.

- Você pode me ajudar?

- Claro. Mas como posso te ajudar?

- Comece me falando o que aconteceu nos últimos cinco anos.

Jessica e eu ficamos a conversar por quase uma hora, ela me explicou cada parte que havia perdido. Em apenas uma hora fiquei sabendo que os vampiros se rebelaram e se expuseram aos humanos, que orientais haviam inventado um sangue sintético vendido em garrafas, para que eles não matassem mais humanos.

Em cinco anos, vampiros deixaram de viver nas sombras para viver lado a lado com humanos, e para chegar nesta convivência, que ainda estava longe de ser harmoniosa, muito sangue foi derramado, tanto de humanos, quanto de vampiros. Fiquei sabendo também que Bon Temps era uma cidade mística, que muitos seres estranhos passavam por lá, mas o que ou quem realmente eram estes seres estranhos, Jessica não quis revelar.

Sendo assim, eu me senti no lugar certo.

- Jessica?

Sam veio em nossa direção.

- O bar está lotado, preciso de voce.

- Sinto muito Sam, eu a ocupei por um momento.

Disse ao tentar evitar maiores problemas para Jessica, que havia sido muito útil para mim.

- Preciso ir, foi um prazer tê-la conhecido. Vejo-te amanha a noite?

Ela perguntou animada.

- Sim.

Respondi temerosa ao me lembrar das regras de Dea.

“Ficar longe de vampiros”

Ela voltou rapidamente ao bar, mas Sam ainda ficou parado em minha frente.

- Por que está a me olhar assim?

- É que nunca vi alguém como você.

- Como eu? Perdida?

- Não. Tão simpática e bonita.

As pessoas pareciam gostar de Sam, mas mesmo assim eu o via muito solitário. Solidão era um assunto que entendia bem.

-Para onde você vai?

Fomos interrompidos por uma caminhonete que estacionou ao nosso lado.

- Como vai Jason?

Sam o cumprimentou.

- Bem Sam. Quem está te acompanhando?

- Esta é...

- Sou Roxy – Me apresentei antes que Sam o fizesse.

Jason apertou minha mão e encarou fundo nos meus olhos, em apenas poucos segundos eu consegui ler suas expressões corporais. Jason era jovem, bonito e viril, parecia ser inconseqüente também, e foi galanteador desde o primeiro instante  que me viu.

- Sou Jason Starkhouse.

Ele beijou minha mão.

- Você é namorada de Sam?

Dei um meio sorriso e olhei para Sam, que soltou uma gargalhada.

- Se ela fosse minha namorada, já teria lhe dado um soco Jason.

Enquanto os dois falavam, eu só conseguia pensar em Jason, na verdade no sobrenome dele, Stakhouse, sem duvidas ele seria parente de Sookie Starkhouse, ou seria muita coincidência.

- Jason, pode me levar a um hotel?

- Seria um prazer.

Ele desceu da caminhonete e se dirigiu ao lado do passageiro, abriu a porta para eu entrar, como um gesto de cavalheirismo.

- Obrigada Sam.

- Volte sempre, foi um prazer... Roxy? Certo?

- Isso mesmo. Amanha virei te visitar novamente.

- Será muito bem vinda.

Eu gostei de Sam, cada vez que falava com ele me sentia ainda mais familiarizada, eu gostaria de lhe ver novamente.

- Quer que eu avise Lafayette que está indo embora?

- Diga a Lafayette que agradeço a ajuda dele. E que em breve nos encontraremos.

Entrei na caminhonete e Jason me levou em direção ao centro da pequena cidade.

- Então... Você sempre morou aqui?

- Sempre. Minha Irma e eu. Por que vai ficar num hotel?

- por que não tenho onde ficar.

- Você pode ficar na minha casa, é melhor que um hotel.

- Você é rápido Jason. Já está querendo me levar para sua casa.

- Não... Só quero que seja bem recebida. Os nossos hotéis não são tão bons assim. E eu posso te falar sobre a cidade, as pessoas...

Aquilo me pareceu ser uma boa idéia, tirar as informações de Jason não seria algo difícil e facilitaria minha missão em BonTemps.

- Eu vou se prometer não tentar transar comigo.

- Eu jamais pensaria nisso... Quer dizer, eu não gay, eu gosto, eu quero transar com você, mas isso se você quiser é claro. Nossa, eu não quis dizer isso, eu...

- Relaxa Jason, eu entendi.

Transar com Jason não parecia ser algo ruim, ele era bonito, alto, exibia músculos bem torneados, um colírio para os olhos de todas as mulheres, mas transar com ele para obter informações não seria necessário.

Chegamos à casa dele, uma pequena casa, bastante bagunçada, ele tentava colocar as coisas em seus devidos lugares, e esconder a bagunça, confesso que foi engraçado vê-lo tentar, enquanto ele fazia uma cara de cachorro sem dono. Mesmo com a mente vazia, ele não parecia ser uma pessoa ruim.

- Você gosta de vinho?

- Claro.

- Só um minuto, vou lhe servir um pouco. Não fui ao supermercado, então não tenho muito a lhe servir.

Enquanto ele pegava o copo de vinho, eu fiquei a observar as fotos que estavam sobre um móvel de madeira, havia muitas fotos lá, quase todas de Jason ganhando troféus, ma suma delas me chamou a atenção.

Na foto Jason estava pousando ao lado de uma garota loira, muito familiar. Tentei vasculhar minha mente e descobrir de onde eu a conhecia. Instante depois, sua imagem veio em minha mente, era Melinda, a garota que me deu carona há dez anos, em Kansas. Não poderia ter me esquecido dela, foi ela a culpada por eu não conseguir coletar aquela alma, no motel da estrada.

- Jason, quem é esta garota?

- Esta é minha irmã. Conhece?

Com certeza eu iria me encontrar novamente com Melinda, mas não sabia o que aconteceria quando isso ocorresse.

- Melinda. Achei que não a veria novamente.

- Não, esta não é Melinda, você deve estar confundindo.  Minha irmã se chama Sookie. Sookie Starkhouse.

Outra estranha coincidência.


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Notas finais do capítulo

Preciso saber o que vocês estão achando da história!!!
Criticas e elogios será muito bem recebidos.
Bjus