A Coletora escrita por GillyM


Capítulo 10
Novos tempos


Notas iniciais do capítulo

Demorou um pouco mais saiu.
Boa leitura!



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Louisiana, 2010.

*Roxy*

Quando acordei estava deitada no chão frio da floresta, parecia que eu havia dormido durante dias, estava meio desorientada ao abrir os olhos. Tudo que via eram arvores altas, e o chão coberto por folhas secas. Estava tudo silencioso, e não havia sinal de ninguém por perto.

Quando me levantei a sensação de que havia corrido uma longa maratona se mostrou ainda mais forte, estranhamente eu estava cansada de dormir. Logo, há alguns passos de mim, estava minha velha bolsa, que depois de anos precisava ser trocada, pois estava com remendos. Todos os meus pertences estavam lá, não dei falta de nenhum deles.

Por quanto tempo eu havia dormido? E onde exatamente eu estava?

Estas foram perguntas que para serem respondidas, foi preciso fazer uma caminhada de três longas horas até a cidade mais próxima, enquanto caminhava pela estrada vazia, cercada por mais arvores altas, as vozes em minha cabeça berravam, aquilo normalmente não era um bom sinal, principalmente pelo fato de que havia uma voz da qual não conhecia e não tinha idéia de como ela havia entrado.

Logo avistei a primeira casa, uma casa simples e pequena, mas muito convidativa. Aproximei-me, subi os poucos degraus que levavam até a porta de madeira envelhecida, mas antes de tocar a campainha, alguém me surpreendeu.

- Hummmmmm.

Alguém sussurrou atrás de mim. Olhei rapidamente o homem que estava sentado numa cadeira de madeira na varanda da casa.

- Ola! Sou Roxy e estou procurando ajuda.

- Seu carro enguiçou em algum lugar?

- Na verdade não. Será estranho se eu te perguntar onde estou?

Ele se levantou e ficou me analisando desconfiado com os olhos.

- Tudo bem... Muitos se perdem neste fim de mundo mesmo. Você está em Bon Temps.

- Bon Temps?

- Sim. Bon Temps!

Eu não acreditei quando ele pronunciou aquele nome. Há poucas horas antes estava num trem, e muito longe de Louisiana. Fiquei confusa, e as vozes que não se silenciavam, não me deixavam raciocinar.

-Você é recém formada?

- O que? Como assim?

Surpreendi-me com aquela pergunta, que normalmente era feita por vampiros e não por humanos.

- Você é uma vampira?

- Não.

- Parece uma.

- Como sabe sobre os vampiros? Quer dizer... Isso tudo é mito.

Ele riu descontraído, mas não deixou de tirar os olhos de mim nem por um segundo. Ele não estava encantado com minha beleza, como o de costume, na verdade ao julgar por sua aparência, ele não parecia apreciar o tipo de beleza feminino.

- Por que está aqui?

Fiquei em silencio a procurar as palavras certas a dizer.

- Estou a procura de uma amiga, Melinda.

- Não conheço ninguém com este nome por aqui. Você parece confusa, esta drogada?

- Claro que não. Só estou meio perdida.

- Agora sabe onde está, vou trabalhar porque minha vida ainda não está ganha.

- Espere!

Ele me olhou entediado.

- Não tenho telefone, se é isso que vai pedir.

- Não. Deixa para lá, não é nada, pode ir.

Ele deu de costa e seguiu em direção ao carro parado debaixo de uma arvore.

- Você vai ficar aí? Parada na varanda de minha casa? O que você está querendo?

Eu fiquei em silencio enquanto ele me olhava desconfiado, eu não sabia o que fazer e nem o que dizer.

- Qual é o seu problema?- Ele disse ao caminhar de volta em minha direção.

Ele caminha zangado, mas não tinha medo dele, ele era o tipo de cara que ninguém gostaria de arrumar briga, alto, negro, corpo definido. Ele usava um lenço na cabeça e seus olhos estavam com uma leve camada de delineador.

-Espere! Eu não estou aqui para roubar, só estou meio confusa. Preciso de ajuda, estou com fome, e cansada...

- Então decidiu ficar em roubar minha casa?

-Eu não ia roubar sua casa, só estava pensando o que faria e para onde eu iria a seguir. Eu viajei por dias para chegar aqui e me perdi no caminho, estou aqui em paz, acredite em mim.

- Que vampiro te mandou aqui? Queria ver se tenho V?

- V? Como sabe do V?

- Eu não vendo mais isso desde que me pegaram, se você viajou tanto por isso, vá embora. Agora!

Ele realmente estava zangado, e eu ainda mais confusa. Mesmo que se ele traficasse V, não diria isso a qualquer pessoa.

- Eu só preciso comer e descansar. Não quero V.

Ele me olhou irritado, mas sua expressão logo foi mudando.

- Trabalho num bar, pode vir comigo se quiser, então você se vira.

- Obrigada, isso seria ótimo.

Entramos no seu carro velho e todo personalizado, seguimos em direção ao centro da cidade.

- É uma cidade pequena, eu conheceria esta tal de Melinda. Qual o sobre nome dela?

Ele dizia enquanto dirigia.

- Na verdade eu não sei, minha avó morou aqui por muito tempo, ela já faleceu.

- Sinto muito. Quem é Melinda então?

- Melinda é alguém que ajudava ela em tudo, eu nem sei se ela está viva ainda, só queria umas informações... Recordações.

- Por que agora?

- Eu não sabia que tinha uma avó, morei em lares adotivos e só agora soube da existência dela. O nome dela foi o único que consegui achar nos arquivos de adoção. Os outros já morrerão.

- Como chegou aqui?

Estranhamente eu não me lembrava de como havia chego naquela floresta, eu não me lembrava de absolutamente nada.

- Carona na estrada.

- Não deveria fazer isso, ainda existem vampiros cruéis por aí.

- Como sabe sobre os vampiros?

Ele me olhou incrédulo, como se eu estivesse a dizer maluquices.

- Querida onde esteve nos últimos cinco anos?

- Oregon.

- Não existem vampiros em Oregon? Vou me mudar para lá. Estes malditos vampiros só trazem problemas e Bon Temps parece um satélite que os atraem até aqui. Nesta cidade nenhum humano está em paz.

-Você está me dizendo que todos os humanos sabem sobre os vampiros?

Ele riu.

- Você bateu a cabeça numa pedra antes de vir para cá? Esqueceu-se de tudo, foi?

Ele me olhou perplexo e eu não conseguia imaginar o que estava a se passar, parecia que eu havia perdido muito coisa.

- Ah merda! Você não sabe, não é?

- O que eu deveria saber?

Ele me olhou novamente, balançou a cabeça negativamente e não disse mais nenhuma palavra. Eu o respeitei e fiquei em silencio ouvindo as vozes em minha cabeça que estavam mais calmas naquele momento.

Chegamos ao bar chamado Mellote, um lugar aconchegante, me aproximei do balcão.

- Ola! Seja bem vinda – O homem que trabalhava no bar me recebeu.

- Eu estou com cara de forasteira?

- Não, é que conheço todo mundo aqui. Qual seu nome?

- Roxy. E o seu?

- Sam, sou dono do bar.

- Prazer em conhecê-lo.

- O prazer é todo meu. Estamos sem uma garçonete hoje, então seu pedido vaio demorar a chegar.

- Não tenho pressa.

- A não ser que Lafayette, nosso cozinheiro, apresse seu pedido.

- Lafayette?

Seria muita sorte encontrá-lo tão rapidamente, eu iria só procurá-lo mais tarde, mas já que a sorte bateu a minha porta, talvez fosse a hora certa de falar com ele.

- Então... Quando você irá me apresentar o Lafayette? Assim ele me servirá mais rápido.

Ele me olhou confuso.

- Achei que já o conhecesse.

- Por que achou isso?

- Bem... Você chegou com ele.

Eu realmente estava muito confusa, era a única explicação para não saber que estava todo o tempo com o cara que estava a procurar. Por isso ele sabia de tudo, sobre vampiros e V.

- O que quer para beber? Refrigerante? Cerveja? True blood?

- True Blood?

- Nós temos apenas tipo A, no momento.

- Você vende sangue aqui?

- Nós precisamos, há muito vampiros por aqui, vocês são exigentes.

- Pode ser tipo A?

Ele perguntou apreensivo, mas tentava se passar por despreocupado. Olhei ao redor e todos me olhavam.

- Eu não sou... Vampira.

Eu não acreditava que estava falando isso em voz alta. Estava receosa de me passar por louca.

- Não?

- Não. Eu quero apenas água, bem gelada. Obrigada.

- Me desculpe, achei que fosse uma vampira, e como você chegou com Lafayette, pensei até que fosse conhecida de Bill.

- Bill?

- Bill Compton.

- Bill Compton está aqui?

- Então você o conhece?  

Todo o ambiente começou a mudar, ficou mais pesado e sombrio, gostaria de dizer que aquilo era por ter ouvido o nome dele, mas não era. Um vampiro estava se aproximando e eu estava  torcendo com todas minhas forças, para que não fosse Bill Compton.


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Notas finais do capítulo

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