- Ganhei. – ela falou sorrindo vitoriosa –
- Trapaceira. – eu resmunguei rindo, eu sempre caía nessa –
Rukia me abraçou em seguida, eu fiquei um pouco surpreso com a ação repentina dela, mas em seguida a apertei mais contra mim.
- Obrigada. – ela sussurrou com o rosto escondido em meu peito –
- Não há o que agradecer. – murmurei enquanto beijava a cabeça dela –
Ela se afastou um pouco de mim e colocou suas mãos em meu rosto, me olhando firmemente.
- Eu te amo.
Ela falou com tanta intensidade que por um momento eu perdi a noção de onde estava, senti meu rosto queimar e eu já sabia que estava corando, ela sorriu encantadoramente e em seguida colou seus lábios aos meus, fechamos os olhos no mesmo instante enquanto nossas respirações se mesclavam no ar.
- Eu também te amo. – sussurrei sem me afastar –
Ela deslizou as mãos para minha nuca e me puxou em sua direção, eu a beijei lentamente enquanto sentia aquele conhecido êxtase me invadir, nada mudara desde a primeira vez, eu podia sentir o coração dela e o meu baterem descompassados, sobrecarregados, acelerados, e eu descobrira por que sempre sentia os dedos frios de Rukia tocarem minha nuca, era o nervosismo dela que fazia com que suas mãos ficassem frias, e eu continuava a sentir aquilo quando ela me abraçada, quando acariciava meu rosto e quando colocava as mãos em minha nuca como estava fazendo agora.
Eu comecei a sentir falta de ar, e novamente fiquei irritado por ter que precisar respirar, nos separamos somente o suficiente para buscar ar para nossos pulmões, permanecemos abraçados e quando íamos nos beijar novamente, o intervalo acabou, a campa tilintou em nossos ouvidos, nos fazendo voltar a realidade. Rukia se afastou ofegante, e após me dar um rápido beijo, sentou-se em sua cadeira. E lá íamos nós de novo para mais aulas.

O fim do dia de aula chegou e todos os alunos começaram a sair calmamente, com exceção DELE. Ótimo, agora ele estava conversando animadamente com Rukia, quer dizer, ele estava falando com ela, já que Rukia parecia nem nota-lo, pois escrevia algumas anotações em seu caderno.
Kaien estava inclinado em sua cadeira, e em seguida ele tocou no braço de Rukia, eu senti o sangue ferver, me levantei com raiva e caminhei a passos largos até os dois, e antes que eu chegasse até ele, alguém foi mais rápido e empurrou o braço de Kaien, o fazendo se levantar, Rukia já estava de pé e eu cheguei até eles, como ele conseguia fazer isso? Eu nem havia percebido sua aproximação, Byakuya estava frente a frente com Kaien, protegendo Rukia com seu corpo, ele era incrivelmente rápido e silencioso.
- Quem você pensa que é? – Byakuya falou friamente enquanto encarava-o ameaçador –
Ao contrário do que fez comigo, Kaien não revidou, ele deu um passo inseguro para trás, droga, por que eu não causava isso nele? Agora fiquei irritado com o Byakuya, preciso ter umas aulas com ele.
- Não ouse tocar em minha irmã novamente, do contrário terei prazer em lhe mostrar as conseqüências.
Kaien não respondeu, deu um passo para o lado e em seguida passou o mais longe possível de Byakuya, e foi embora com rapidez.
Rukia abraçou Byakuya enquanto ele tentava decidir se me ameaçava ou se acalmava a expressão para a irmã, ele optou pela segunda opção e beijou a cabeça dela.
- Que bom que...
- Também acho. – ele falou, a frase ambígua – Me de um...?
Rukia segurou um dos braços de Byakuya, parecia prever algo terrível.
- Calma, nii-sama.

Byakuya virou-se para mim, olhando-me gelidamente, caminhou em minha direção e encarou-me severamente.
- Preste atenção, Kurosaki Ichigo, ela está sob sua proteção e eu acho melhor você começar a se preocupar mais com ela.
- Mas eu já ia...
- Você é lento demais. – ele me interrompeu – Seja rápido, decisivo e confiante, ou será você quem conhecerá as conseqüências.
- O-ok... – sussurrei amedrontado, como ele conseguia causar tanto terror? -
- Nii-sama.
Nós dois nos viramos para Rukia, ela tinha os braços cruzados e a expressão calma, mas o que há de errado com ela pra ficar tão...calma em um momento como esse?
- Shiba-san queria me ajudar a levantar, apesar de eu ter recusado, Ichigo não teve culpa e de qualquer forma ele já estava vindo em minha direção, e eu não preciso da proteção do Ichigo, sei me cuidar. E vocês dois, parem com esse ciúme infantil.
Eu e Byakuya nos olhamos paralisados, em seguida voltamos a olhar pra ela, depois voltamos a nos olhar.
- Viu como ela age? – reclamei –
- Eu concordo. Depois de tudo o que eu fiz agora e ela me dá esse fora. – Byakuya falou –
- E depois você diz que eu tenho culpa. Na última vez que salvei ela daquele atirado, ela começou a rir de mim. – falei a entregando –
- Quer dizer que essa não foi a primeira vez que o atirado deu em cima dela? – ele indagou surpreso, eu acho –
- Não. Desde o primeiro dia. E cá entre nós, ele é bem feio né?
Byakuya colocou a mão no queixo e fechou os olhos.
- Concordo, concordo. – falou balançando a cabeça positivamente –

Rukia passou a mão pela face e em seguida começou a rir, eu e Byakuya a olhamos irritados.
- Viu? – falei indignado –
- Vi. – ele falou também indignado, eu acho, eu já falei que é difícil decifrar as emoções dele –
- Vocês são hilários, e juntos então... – ela continuava a rir – Vamos.
Nós nos olhamos e rapidamente fomos para os lados de Rukia.
- Você ta muito perto. – Byakuya reclamou –
- Mais longe e eu nem vou poder ver a Rukia. – reclamei –
- Seria melhor assim. – ele murmurou –
- Pra você, não? – repliquei –
- Por favor, poderiam ficar juntos e em paz ao menos enquanto eu estiver por perto? – Rukia falou enquanto revirava os olhos, entediada –
- Se você não estiver perto... – Byakuya começou –
- O que eu estaria fazendo... – eu continuei automaticamente –
- Perto DELE? - dissemos juntos apontando um para o outro –
Rukia riu novamente.
- Desisto. – ela murmurou e começou a caminhar –
Nós ainda ficamos parados por instantes, somente depois de segundos percebemos que Rukia já se afastara, nos olhamos por instantes e depois voltamos a olhar na direção que ela tinha ido.
- Ei, Rukia, espera. – dissemos juntos enquanto caminhávamos apressadamente atrás dela –