Sobre A Pele escrita por Selena West


Capítulo 5
Nova Amiga.


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora, mas eu to cheia de trabalhos pra fazer, sem contar o ENEM O.o tenho mais um capitulo pronto, logo, logo posto ele aqui.
bjs



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O portão da escola estava quase se fechando quando o motorista deixou Alice na E.M.  A garota se apressou até a entrada. Antes que pudesse entrar um puxão a distanciou dos portões. Ao olhar para trás Alice se deparou com Viola Bai. Um calafrio percorreu a espinha de Alice.

Viola fez sinal para que Alice a seguisse. Apesar do medo que crescia em seu peito. Alice ignorou a voz em sua cabeça que a mandava voltar para a escola onde estaria segura. O corpo dela apenas seguia os passos de Viola pelas ruas. A escola cientifica E.M ia se distanciando conforme as duas garotas andavam.

Alice verificou o ponto de ônibus onde estava procurando alguém que a conhecesse e pudesse entregá-la para o seu pai. Ela deu um suspiro de alivio ao perceber que todos ali eram desconhecidos. Alice sentia as pontas dos dedos formigarem, acontecia sempre que ela sentia medo. Viola não parecia nada preocupada por cabular aula.

“O-onde vamos?” Alice perguntou apreensiva.

“Dar uma volta pela cidade.” Viola deu um sorriso amigável para Alice.

“No horário de aula? Não podemos. Viola você ficou doida !”

Viola arqueou uma sobrancelha para Alice que se arrependeu de ter dito que ela enlouqueceu.

“Minha cara Alice não seja tão careta. Só vamos tomar um sorvete juntas nada demais.”

“ Não sei...” Alice queria poder sair correndo e implorar para que a senhora Fiore abrisse o portão para ela.

“Ali é só um sorvete.” Viola usou o apelido de Alice que nem seus pais utilizavam.

“Só a gente?” Viola deu uma gargalhada.

“Você vê mais alguém aqui?” Alice negou com um aceno de cabeça. “ Então querida somente nós duas.”

Alice se sentiu mais segura ao saber que Giulia e Alessandra não iriam também. O ônibus que Viola empurrou Alice para dentro tinha um letreiro que dizia “Centro”. Alice nunca andou de ônibus em toda a sua vida era uma experiência nova. As duas garotas sentaram no último banco do ônibus que estava praticamente vazio. Viola cantarolava alegremente, parecia uma criança que iria a um passeio ao zoo. Alice se sentia mais a vontade, quase feliz por estar com Viola. Talvez ela não fosse tão má como tentava parecer, ou não.

A sorveteria ficava no meio do centro da cidade. As paredes eram pintadas metade de amarelo e a outra de rosa, as mesas estavam em volta de um enorme balcão com uma variedade inimaginável de sabores de sorvetes. Uma moça sorridente de cabelos cacheados atendeu Alice e Viola.

“Bom dia meninas. O que vã querer?” O crachá da garçonete sorridente dizia Fran.

“ Quero três bolas. Menta, chocolate e creme de baunilha.” Viola pediu animada.

“ Quero um milk shake de morango.” Alice pediu.

“é pra já!” Fran respondeu animada.

Viola e Alice sentaram em uma mesa ao lado da vitrine da sorveteria. Dali dava para ver o movimento na rua. Alice se perguntava o que se passava na cabeça de Viola naquele exato momento. Ela nunca pareceu gostar muito de Alice, principalmente depois do episodio lamentável no vestiário feminino. Por um momento Alice pensou que talvez tivesse caído em uma armadilha de  Viola. A garota se repreendeu mentalmente, por que não podia simplesmente deixar que alguém se aproximasse dela sem ter um ataque de nervos. Viola parecia amigável com ela sem nenhuma segunda intenção.

Fran entregou os sorvetes às garotas e se retirou da mesa ainda com seu sorriso simpático. Viola atacou seu sorvete como se ele fosse fugir a qualquer momento. Alice deu apenas alguns goles em seu Milk shake, não sentia fome alguma. As garotas conversaram sobre a escola e os namorados de Viola e como eles ainda ligavam para ela todas as noites implorando por mais uma chance. Quando as atenções se voltaram para os namorados que Alice não teve, os garotos que ela não beijou. A garota ficou incomodada pela sua falta de experiência. Viola riu com vontade de Alice corando a cada pergunta.

“Ah por favor, não posso deixar minha amiga morrer virgem.” Viola ergueu os braços teatralmente.

Alice sentiu um calorzinho no peito com a palavra amiga sendo dita por Viola.

 Será que era assim que se parecia a felicidade, um calor no peito? Se perguntava Alice.

“ Você vai a minha festa de aniversário. E nós arranjaremos na escola um garoto para te acompanhar.”

“Você está me convidando para a sua festa?”

Alice mal podia acreditar que estava sendo convidada para a festa de Viola Bai. A festa de aniversaria dela era um dos maiores eventos da escola E.M só os alunos mais legais eram convidados.

“Não, estou te chamando para limpar o chão caso alguém vomite nele. Claro que estou te convidando garota!”

“Wow. Legal.”

“Amanhã na escola escolheremos alguém para você.” Alice sentiu suas bochechas corarem.

O plano era escolher um garoto que agradasse Alice e o convidar para is a festa de Viola. Como a própria Viola disse com uma gargalhada rouca o resto era com Alice e seu “amigo”.

Alice e Viola haviam ido para o portão da escola cientifica exatamente no horário que os alunos estavam saindo. Alice avistou de longe o motorista. Despediu-se de Viola e correu até o carro como se nada tivesse acontecido. O sabor doce da felicidade ainda estava na boca de Alice, ou talvez fosse apenas o mil shake. O motorista, Geno, não pareceu notar nada de diferente apenas assentiu quando Alice lhe deu boa tarde e entrou no carro e sentou no banco do passageiro.

A casa dos Della Roca estava vazia. Era comum que os pais de Alice não estivessem em casa durante a tarde. Soledad esfregava o chão da cozinha com vigor nenhuma mancha escapava de seus braços fortes. Ela era colombiana, seus olhos negros e dóceis faziam Alice pensar que gostaria que Sol fosse a sua mãe. Soledad havia se mudado para a casa dos Della Roca há exatos dez anos. Ela e Alice tinham uma relação mais próxima, do que a garota jamais teria com sua mãe.

Alice hesitou na porta da cozinha cheia de sabão. Esperou alguns segundos até que a empregada percebesse a sua presença ali. Soledade tirou uma mecha do seu cabelo espesso do rosto e fitou Alice parada na soleira da porta. Ela sempre sabia quando Alice queria dizer algo a ela, não era preciso palavras.

“Sol. Preciso de sua ajuda.”

“Claro cariño. O que você quer?” Soledad levantou do chão e tirou as luvas de borracha.

“Preciso comprar um vestido novo. Vou à festa de Viola no próximo fim de semana.” Alice enrolou a ponta de sua camiseta. ”Você pode me ajudar a escolher o vestido e um presente para Viola?”

“ Claro!” Soledade sorriu.

“Tem mais uma coisa Sol.” Alice mordeu o lábio. “Quero que se passe por minha mãe no estúdio de tatuagem. Preciso de uma autorização por ter menos de dezoito anos e minha mãe nunca me daria.”

Soledad ficou boquiaberta.

“Cariño. Desculpe, mas não posso fazer isso. Seus pais me demitiriam se descobrissem.”

“Se eu contar sobre o seu namorado que vem visitá-la em seu quarto todos os sábados, eles te demitiram ainda mais rápido.” Alice se odiava por fazer aquilo com Soledad. Ela realmente queria fazer uma tatuagem.

“ Cari... Tudo bem.” Soledade engoliu em seco e tentou segurar as lagrimas até que Alice saísse da cozinha.


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Notas finais do capítulo

Só eu acho a Viola bipolar? hehe e essa Alice do mal? comentem please *----*