Sobre A Pele escrita por Selena West


Capítulo 19
Problemas nunca se vão para sempre


Notas iniciais do capítulo

Gatas e gato (agora temos um leitor garoto né). Espero que gostem deste capitulo, escrevi em tão pouco tempo que não tenho certeza se ficou muito bom. Boa leitura.



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Mattia se voltou para Alice.

“Não consigo.” Ele admitiu.

Alice o abraçou, era a única coisa que poderia fazer naquele momento. Ela compartilhava da dor de Mattia.

“Não importa. Quando as lembranças de Michela surgirem segure minha mão se preciso, por que eu estarei do seu lado. É por isso que estamos juntos, certo? Para segurar um a outro e não o deixar cair.”

“Você mudou Ali.”

Mattia não via mais em Alice a menina infantil e mimada de antes, agora ela era uma mulher forte. Não importava o que essa Alice fez com a antiga, ele gostava dessa nova versão.

Os dois se beijaram. Era este o ato que mais demonstrava o quanto os dois estavam entregues um ao outro. Desde o dia no aeroporto, eles estavam decididos a não deixar que nada os separassem. Alice puxou Mattia pela nuca para que ficassem mais perto e passou a perna por cima da dele sentando em seu colo. Mattia riu, ela era bem mais atrevida do que parecia.

“Matti, prometa que sempre estará comigo.” Alice pediu.

Mattia encostou sua testa na dela.

“Nem que para sempre dure mil anos.”

Alice sorriu e ele a beijou novamente.

Era uma cena perfeita até as gotas frias de chuva começar a cair sobre os dois. O casal correu de volta até o Fiat vermelho de Pietro. Já dentro do carro o celular de Alice tocou. O numero era de sua casa. Ela guardou o celular de volta no bolso. Mattia pensou em perguntar quem era, mas desistiu.

A volta para casa foi tranquila, apesar da chuva. A estrada estava vazia. Alice cantava com o radio, muito desafinada por sinal.


----x----


A casa de Alice surgiu no final da rua. Ela era imponente, a fachada branca era iluminada por dois canhões de luz. O chafariz tinha uma estatua grega soltando água pela boca. Alice achava tudo tão exagerado.

Parou na entrada da casa, antes que eles pudessem se despedir Soledad veio correndo até Alice.

“Cariño, sua mãe...” Soledade não conseguiu terminar a frase.

Alice esperou pelo pior.

“O que houve Sol?”

“Ela está no hospital.” Soledad finalmente disse.

No hospital? Alice se perguntava. O que sua mãe estava fazendo em um hospital.

“Ela desmaiou e não acordou mais. Então Nicolai a levou para o hospital.” A empregada explicou.

“E o meu pai? Onde ele está?”

“No escritório.”

O egoísmo de Hector deixava Alice enjoada. Como ele poderia ser tão insensível, era a esposa dele que estava internada. Ele havia prometido cuidar dela.

Alice se voltou para Mattia.

“Você pode me levar ao hospital?”

“Claro.” Mattia afirmou.


Alice sabia que Nicolai havia levado sua mãe até o hospital onde seu tio trabalhava. Sua mãe sempre ia para lá. Mattia dirigiu no limite Maximo de velocidade, Alice precisava chegar logo até a sua mãe.

O hospital Santa Madre era silencioso. Médicos e enfermeiros passavam apresados para atender os pacientes. Na recepção uma moça não muito mais velha do que Alice atendia os telefones. Alice se aproximou do balcão. A recepcionista a encarou com seus grandes olhos amêndoa.

“Posso ajudá-la senhorita?” Ela perguntou tampando o bocal do telefone.

“Minha mãe foi internada aqui. O nome dela é Fernanda Della Roca.” Alice respondeu.

“Aguarde um momento. Vou verificar.”

Alice sentou ao lado de Mattia em um dos sofás brancos da recepção.

“Onde ela está?” Mattia perguntou preocupado.

“Ainda não sei. Talvez, eu devesse procurar meu tio.”

Mattia abraçou Alice da mesma maneira que ela havia feito com ele algumas horas mais cedo.

“Ele deve estar ocupado. Espere um pouco.”

Era quase irreal para Alice estar em uma recepção de hospital esperando noticias de sua mãe. Quando ela saiu de manhã, Fernanda parecia muito bem. Alice não era muito próxima dela, mas era dolorosa a hipótese de algo acontecer a sua mãe.

Uma senhora de meia idade pediu que Alice a acompanhasse. A enfermeira explicou que o tio de Alice pediu que ela fosse levada até o quarto de sua mãe para vê-la. Alice acompanhou a senhora que era alguns centímetros mais baixa do que ela e gordinha.

A enfermeira abriu a porta de um dos vários quartos do corredor e deu passagem a Alice.

“Ela está dormindo.” Alice disse a enfermeira.

“Os remédios já fizeram efeito.” A enfermeira disse mais para ela mesma do que para Alice. “ O doutor Rossi virá falar com você em breve, querida.” A senhora deixou o quarto.

Francesco Rossi era o tio de Alice. Ela não mantinha muito contato com a família da moça, por que Hector não gostava dele. O advogado o considerava um homem de cabeça fraca e coração mole. Ao contrario do pai, Alice gostava do tio. A situação que o encontraria novamente não poderia ser pior.


O cheiro do quarto era semelhante ao da enfermaria da antiga escola de Alice, asséptico. A luz era fraca. O quarto não era muito mobiliado. Alice sentou na poltrona ao lado da cama de sua mãe. Fernanda dormia silenciosamente. Alice observou a mãe. Ela ainda era jovem e bonita, não era justo que perdesse sua vida ao lado de Hector.

Um homem por volta dos trinta entrou no quarto. Era o tio de Alice. Francesco deu um beijo na testa da irmã e foi até a sobrinha. Alice viu a tristeza nos olhos dele, ou, talvez fosse sua própria refletida nos olhos do homem. Francesco era o irmão mais novo de Fernanda. Ele era alto, moreno e tinha olhos escuros como pedras ônix.

“Ela vai ficar bem?” Alice perguntou ao tio.

“Sua mãe tem um tumor no cérebro, mas é operável. Não se preocupe, ela vai se recuperar logo. O médico que vai tratar dela é um especialista no assunto.” Francesco tentou sorrir.

O médico sentou ao lado da sobrinha.

“Sua mãe é mais forte do que parece.”

Alice riu ironicamente.

“é difícil acreditar nisso.”

“Difícil? Como você acha que ela aguentou o seu pai todos esses anos?”

Alice olhou sua mãe pelos olhos do seu tio.

“Acho que você tem razão.”

“Quem é o rapaz que estava com você na recepção?” Francesco perguntou.

“Como você sabe?” Ela não se lembrava de tê-lo visto na recepção.

“Neste hospital não há segredos minha cara.”

“Ele é meu namorado.” Alice disse.

“Ele parece ser um bom rapaz. Espero que tenha o temperamento melhor do que o nosso velho amigo Hector.” Ele riu, sua risada era rouca e agradável.

“Eu não faria uma loucura desta, acredite.”

Francesco tirou os óculos e apertou a ponte do nariz.

“Tenho que ir trabalhar. Afinal alguém tem que levar o leite para as crianças.”

“Você não tem filhos.” Alice riu.

Francesco saiu do quarto deixando Alice sozinha com a mãe novamente.

Mattia entrou no quarto um tempo depois que Francesco o deixou. Alice já estava quase dormindo. Ela havia passado por coisas demais naquele dia. Mattia sentou ao lado dela e acariciou seus cabelos loiros.

Ele olhou para Fernanda que ainda dormia. Ela parecia bem mais apática do que nas outras vezes que ele a viu. Alice com certeza não tinha puxado a sua mãe. Apesar de da namorada não gostar de seu pai. Ele via nela a mesma personalidade forte e teimosia.

“Mattia...” Alice chamou.

“Estou aqui.” Ele respondeu.

“Ela vai ficar bem.” Alice ainda estava meio adormecida.

“Todos vamos eu te garanto.”


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Notas finais do capítulo

-Tenho uma vergonha da p* de descrever beijos HAHAHA >.
- Um probleminha de umtlima hora, pra explicar no proximo capitulo qual é o problema do Hector.
Até a próxima gatas e gato :*