Lifes Unexpected Things HIATUS escrita por IMMay


Capítulo 5
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo (:
Daqui a 2 capítulos as coisas começam a tomar forma... Pode parecer muita palha, mas todos os detalhes contam por aqui ;D
Enjoy it *



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- Bem, foi um prazer conhecer-vos meus queridos. Qualquer coisa, eu moro na porta acima, por isso disponham. Ah, e hoje convido-vos a juntarem-se a mim, ao meu marido e ao primo do Damon, o Lucas, que chegou ontem do México, para jantar-mos.

- Se o Damon for, lá estarei com certeza. Muito obrigada por tudo D. Clarice. – Falou a nova inquilina sorrindo.

- Eu é que devo agradecer e será um prazer receber-vos. Até logo.

-Eu também estou de saída, aproveito a boleia. Miúda, qualquer coisa, por mínima que seja, já sabes o que fazer e a quem contactar. Até logo, às dez já sabes.

- Obrigada James, até logo.

Enquanto James e a Tia Clarice se dirigiam para a saída, Inês deixara-se ficar no seu mais novo espaço a arrumar as suas coisas. Sem dúvida que estaria bem instalada. O quarto, bastante iluminado por uma janela a meio de uma das paredes que ia por todo o seu comprimento, tinha uma parede branca e as outras num tom castanho claro. As janelas deixavam a claridade entrar pelas cortinas azul claras e o grande candeeiro no centro do tecto contrastava com o sofá laranja e as almofadas azuis turquesa.

Além das malas que trazia de Portugal, tinha também as compras que fizera para o disfarce. Roupas, maquilhagem, óculos de sol... Ela teria de passar por outra pessoa. Teria de acompanhar Damon na sua “interessantíssima” vida social, pensava ela, então, mesmo ela dizendo não ser necessário, fizeram questão de esbanjar dinheiro naquilo tudo. Não que se importasse muito, visto que lhe haviam pago para isso.

Duas horas e meia depois, conseguira deixar tudo em ordem e decidiu guardar algumas compras que tinha feito na cozinha. Sim, porque ela não sabia dos hábitos alimentares de Damon e seria bem mais seguro comer algo confeccionado por ela.

Ela foi entrando pela sala, vestida casualmente com umas calças de ganga skinny escuras e uma túnica branca larga, descaída no ombro. Damon estava sentado no sofá, observando uma fotografia, apático.

- Posso?

Damon acordou subitamente dos seus pensamentos, erguendo o olhar, surpreso.

- Sim, claro que podes. Agora também vives cá. Estás a ajudar-me... Por isso.

- Sabes que não é bem assim. A casa é tua, estou a invadir o teu espaço... Mas espero que entendas que é por uma boa causa. – Inês aproximou-se do sofá, sentando-se a uma certa distância de segurança e Damon interrompeu-a, com o semblante sério.

- Sim, eu entendi. Acho que tens razão. Ah... Fica à vontade para usares o que quiseres, a sério. Faz como se estivesses em tua casa, faço questão.

- Obrigada Damon.

- Acho que não ficaste com muito boa impressão e, realmente, não devia ter dito aquilo. Eu peço desculpa.

- Deixa lá, eu entendo... Bem, acho que devíamos começar de novo. Eu sou a I... a Kayla. – Falou, deixando a mão suspensa para que Damon a apertasse, esboçando um sorriso.

- Prazer, Damon. – Correspondeu, sorrindo. – Posso fazer-te uma pergunta?

- Ahh... Sim, claro.

- Esse é mesmo o teu nome verdadeiro? – Damon não reparara no diminutivo usado por James quando os apresentara.

- Pelo menos para já, é melhor ficar assim Damon. Desculpa..

- Eu entendo, já estava à espera. Bem, eu vou almoçar... Quer dizer vou encomendar comida, queres acompanhar-me ou já almoçaste? Digamos que não fui às compras esta semana, ou melhor nem saí de casa.

- Eu por acaso fui às compras e trouxe algumas coisas, se quiseres, claro... e não te importares...

-Claro que não, força... Por acaso, estou farto de pizza. Até agradeço.

- Então, eu vou tratar disso. És alérgico a alguma coisa?

- Só a raparigas respondonas... – Murmurou, com ar de ironia.

A rapariga que já estava afastada virou-se, aproximou-se do sofá e murmurou no mesmo tom:

- Ouço melhor do que o que tu pensas. – E voltou a dirigir-se à cozinha.

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- O que é isso? – Perguntou Damon surpreso levantando a tampa da panela.

- Isso o quê?

- Este molho amarelo, tem o quê? Cheira a comida indiana...

- É caril... Por isso o cheiro e a cor. É frango de caril, nunca comeste?

- Comia quando vivia com os meus pais, agora é só quando lá vou a casa ou em restaurantes. A minha mãe fazia às vezes, mas nunca pensei que soubesses fazer... – Riu-se o loiro, sentando-se à mesa.

- Eu vou tomar isso como um elogio... É melhor. – Retorquiu acompanhando-o à mesa. – Prova tu primeiro.

- Não... Nem penses, pode estar envenenado... – Falou com tom de gozo à rapariga.

- Como queiras... – Disse, enfiando uma garfada na boca. Depois de ver o gesto dela, Damon sorriu, repetindo o mesmo.

- Uau... Quem diria... Quem te ensinou a fazer isto? A tua mãe aposto!

- Sim, foi a minha mãe... Porque? Ainda não sentes o ácido a corroer na tua garganta do veneno?

- Pronto, ganhaste, está bem? – Rendeu-se, pondo as mãos no ar. - Já entendi que não me vais envenenar ou asfixiar com uma almofada ou algo assim... Está bom, parabéns.

- Eu sei... E obrigada, já que sou boa pessoa.

- Que idades tens? Ou também não me podes dizer?

- Que idade me dás? – Questionou, olhando-o seriamente nos olhos.

- Ah... 23? – Respondeu acanhado e com algum receio.

- Muito bem... Se não deres mais nada como surfista dedica-te à astrologia. Acertaste.

- Sim, acho que é uma boa proposta... Até estava a pensar fazer isso agora e passavas a ser minha assistente. Que tal? Ahahah

- Não me parece rapaz... Aahha.

- Estás cá há muito tempo? Quer dizer na América...

A rapariga deu uma olhada breve ao relógio vermelho na parede castanha da cozinha.

- Mais ou menos umas 98 horas...

- Uau, acho que devem ter sido os 4 dias mais estranhos da tua vida.

- Estranhos sim, mas não foram maus de todo...

Fez-se um silêncio ensurdecedor na mesa. Ambos ficaram a olhar para o prato e Inês desviou o olhar para a janela com viste panorâmica para a cidade.

- Kayla... Não é estranho para ti? Deixaste tudo para trás... Deves ter uma família, amigos,... uma vida.

Ela voltou a olhar para ele, sustendo a respiração, tentando disfarçar a surpresa.

- Às vezes é preciso arriscar. A mudança faz parte da vida... Além disso era uma oportunidade única. – Ela sorriu, voltando o silêncio à mesa. Damon ficara arrependido com as perguntas que fizera, mas não se conseguia conter, era tudo muito novo, muito fora do normal. E ela... Que tinha deixado tudo para trás. Ele de certa forma revia-se nela, quanto a esse aspecto. Também ele deixara muito para trás, com a diferença de poder ver os seus entes queridos quando quer. Eles não estavam a um oceano de distância.

- Bem acho que está tudo no sítio. Eu... vou arrumar o resto... Com licença. Até já.

- Até já.

Chegando ao quarto, a rapariga olhou o telemóvel verificando algumas mensagens de amigos que tinham sabido da notícia apenas nesse mesmo dia. Decidiu ligar o computador e aceder ao facebook. Lá estavam os seus amigos todos, uns a desejarem-lhe sorte, outros a dizerem que iam ter saudades, outros a resmungarem por não terem sabido de nada...

Na noite antes de partir, fez uma festa de despedida e a partir daí, nunca mais. Apenas tinha ligado para os pais, todos os dias e, aí apercebia-se da falta que eles lhe faziam e do quanto eles também sentiam a falta dela. Ela já sabia que ia ser complicado, estava perfeitamente consciente disso. Mas, também sentia que tinha acontecido no momento certo, que era exactamente algo assim que ela precisava. Acabado de arrumar tudo, decidiu colar algumas fotografias na parede. Damon não as deveria ver, e se as visse, elas não eram explícitas, eram só ela e as amigas, ele não a distinguiria, portanto não daria nada a entender. Da família ela não poria, eram demasiado reveladoras.

Depois de tudo feito e de algum tempo para assentar as ideias, decidiu que era melhor apressar-se antes da hora do jantar. Tomou um duche rápido, vestiu um vestido preto justo ao corpo com uns botins rasos e um blaiser rosa, pôs o indispensável numa mala, secou o cabelo, fez uma maquilhagem leve e depois olhou-se ao espelho. Tinha saudades de ver o seu eu, ver que não tinha fugido. Escapando aos pensamentos, amarrou o cabelo, colocou a peruca e as lentes, e voltou a olhar-se. Agora era, definitivamente, Kayla, por fora. Pegou a mala e ouviu a porta bater.

- Entra. – Gritou.

- Posso? Desculpa invadir o teu espaço, era para te dar as chaves de casa, encontrei a cópia. É para se precisares... Toma. – Falou, Damon, já pronto para o jantar, com um pólo azul claro e calças de ganga, estendendo-lhe a mão. Ela agradeceu, tomando as chaves, junto com um sorriso. – Estás pronta?

- Sim, é só... – Ela borrifou o perfume junto ao pescoço, um cheiro agradável, doce, mas não enjoativo... De certa forma, floral e fresco. – Já está. Estou bem? Quer dizer, para a situação...

- Óptima, claro... – Respondeu, abrindo-lhe a porta e deixando-a passar, observando-a melhor. “ Demasiado óptima, até...  “ pensou para si mesmo.

- Bem, ao sairmos desta porta, somos namorados. – Explicou, andando pelo corredor. - Ou seja, não estranhes a forma como eu vou agir, tenta corresponder normalmente a tudo e faz de conta que sou mesmo tua namorada, age comigo como se fosse real, ok? Supostamente, hoje apresentas-me ao teu primo, por isso não te esqueças.

- Claro, claro... Eu sei.

- Temos que deixar transparecer a relação, mas nunca deixar de ser discretos... Se é que me entendes.

- Sim, tudo entendido. Vamos?

- Vamos.


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Notas finais do capítulo

Reviews plz (:
Dão sempre incentivo e dá para ver se está ou não bom (:
beijos *



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