The best shit escrita por LadyChase


Capítulo 44
Fire in the water - pt 2


Notas iniciais do capítulo

Temos um problema galera, esse é o último capitulo que eu escrevi, então, provavelmente, semana que vem não tem capitulo, mas é um talvez. Quem sabe não me desce uma luz e eu escrevo durante essa semana



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Já era fim de tarde quando conseguiram visitar as 4 casas e andar por elas até se satisfazerem, e mesmo assim, havia muitas coisas que ainda não tinham visto lá fora. Os shows só aconteceriam nos próximos dias, esse foi o dia de abertura da festa, então tinham atividades em todos os lugares e as apresentações eram regionais.

E quando escureceu, todos estavam exaustos demais para continuar andando por ai, resolveram então passar o resto do tempo num bar bem apessoado em frente à praça, Ruby disse que era um dos melhores lugares para ver os fogos de abertura da festa dos fundadores.

Annabeth já tinha tirado a roupa medieval, mas tinha mantido o penteado que Thalia tinha feito, estava perfeitamente confortável em sua cadeira, então pediu para Anubis levar o vestido de volta para a barraca da escola.

Ele foi sozinho, carregando a sacola e desviando da multidão que tomou as ruas da cidade. Annabeth tinha razão, Greg estava lá, e pelo visto procurando Annabeth no meio da multidão, pobre garoto, quando percebeu que era Anubis que vinha devolver a roupa e não ela.

–Aqui Greg. Greg Holtti não é? - ele leu no crachá que os alunos que trabalhavam na barraca eram obrigados a usar. – muito interessante de saber. – e sorriu para o pobre garoto apavorado.

Já estava indo de volta para o bar quando alguém cutucou suas costas.

–Hei. – era Dakota, a amiga de Annabeth. Seu irmão, Jensen, estava do seu lado, com as mãos nos bolsos.

–Oi, é Dakota né?

–Aham, - ela tinha um misto de diversão e tristeza do olhar, algo forte que a impregnava - e você é Anubis, poderia entregar um recado para Annabeth?

–Claro.

–Eu e Dake estamos deixando a cidade. – quem começou a mensagem foi Jensen, que por falar nisso, tinha uma voz muito interessante. Anubis entendeu por que Annabeth tinha dito que Dakota e Jensen estavam na mesma sincronia, um completava o outro – vamos voltar para casa. Acabamos o que tínhamos que fazer em Hill Wind e em Arendelle.

Anubis franziu o cenho.

–Vão embora? Por que? Não querem ir lá falar com a Annie? Ela está no bar logo ali...

–Não. É melhor não. – Jensen sorriu. Um pouco afetado. – não somos muito bons em despedidas, era temporário de qualquer jeito. E Annabeth é a única pessoa que eu ia querer avisar, dizer tchau. Diga a ela que vamos sentir sua falta.

–Tem certeza de que não quer falar isso para ela? - perguntou Anubis, meio inseguro por eles estarem dizendo isso para ele, Annabeth ia ficar muito chateada por não falar tchau pessoalmente, eles estavam partindo tão do nada...

–Não. Com certeza não. Ficamos um bom tempo aqui, está na hora de voltar.

–De onde vocês são? - ele se pegou perguntando.

–Ah, meio que de lugar nenhum. – Jensen deu de ombros. – mas vamos voltar pra um acampamento, é um lugar legalzinho.

–Acampamento? Nem é verão, o que vão fazer lá?

–Não é esse tipo de acampamento. – riu Jensen. – enfim. Foi bom conhecer você também Anubis. Vou ir na frente pegar nossas coisas Dake, você vai ficar mais um pouco? - ele perguntou para irmã.

–Aham.

–Ok. Adeus Anubis. Diga a Annabeth que faria muito bem a ela deixar de ter pânico de encarar aquele menino de olhos verdes de uma vez. Ela vai ser bem feliz se fizer isso. – e Jensen sumiu na multidão. Dakota ficou.

Anubis não ficou sem graça por ter ficado sozinho com a menina, ficou impressionado por ter ido tanto com a cara dos dois irmãos em tão pouco tempo, logo ele, difícil de confiar nos outros e uma muralha impenetrável.

Depois que Jensen saiu, Dakota se virou para Anubis, sorrindo e de braços cruzados.

–Hey, diga para Annabeth que ela está certa. Em perder o medo de ver até onde ela pode ir.

–Você dois parecem entender bem a Annie. – ele sorriu para menina, eles deviam ser muito próximos de Annabeth, eram o tipo de gente que Anubis gostava de conviver.

–Entendo o medo dela. – o sorriso de Dakota foi quase triste, depois olhou bem para ele, como se visse alguém conhecido. – você me lembra muito alguém que conheci uma vez. Um velho amigo.

–Ele era extremamente bonito também? - ele brincou.

–Não. Ele era filho do deus da morte. – Anubis riu, mesmo ela não tendo falado em tom de piada. – e seu amigo de olhos verdes, ele é muito parecido com um heroizinho muito conhecido do lugar que vim.

–Do acampamento?

–Aham. – ela se perdeu em pensamentos, depois voltou a olhar para ele. – Você devia parar de ter medo de falar com sua mãe sabe, você sabe que ela está esperando por você. – ele congelou, Annabeth teria dito alguma coisa para ela? - Adeus Anubis, é hora de ir agora. – e sem dizer mais nada, Dakota deu as costas, e seguiu em frente, como se já tivesse feito isso um milhão de vezes na vida.

Ir embora, se virar e largar o que tinha para trás, ele entendeu isso.

Anubis tinha certeza de uma coisa, nunca mais voltaria a ver essa menina.

Ele não podia dizer o que por que, mas ela e seu irmão pareciam fazer parte de um mundo diferente do dele, mundos que nunca deveriam se cruzar.

O choque por ela saber sobre sua mãe passou, e Anubis voltou pro bar com um milhão de pensamentos na cabeça.

Quando se sentou perto de Annabeth, perguntou a ela se tinha falado alguma coisa sobre ele para Dakota ou Jensen, Annabeth negou “nenhuma palavra”, ela disse.

Anúbis foi deixado com suas preocupações.

[...]

Eles decidiram que era hora de ir embora quando Thalia ameaçou dançar bêbada em cima da mesa do bar, já tinha passado da hora dos fogos, e toda a cidade cintilou com milhares de estrelas caindo. Foi por ai que eles começaram a beber, Isis, Carter e Ruby já tinham voltado para casa. Isis tinha aberto um berreiro, de tão cansada que estava, e que não aguentava mais dormir no colo dos outros, queria sua própria cama, o irmão e a mãe a levaram embora de carro.

Boa parte deles não bebeu, já que ainda sentia as dores do dia anterior, mas Thalia era Thalia, e assim como Leo, corria pro balcão do bar em busca de uma dose a cada 10 minutos.

Eles foram decidindo ir embora aos poucos, indo por grupos, voltando para van para descansar as pernas e esperar os outros. No caso de Leo apenas para dormir, estava quase morrendo de tanto passar mal, e como punição ninguém o levaria embora ainda, deveria ter que esperar na van e vomitar no mato.

Annabeth. Anubis, Piper e Percy resolveram ir embora ao mesmo tempo, juntaram suas compras e subiram o morro que os separava da van.

Eles estacionaram a van no lugar mais alto da cidade, dava para ver todos os campos de Hill Wind dali, mesmo de noite a vista era linda.

Piper teve que voltar para trás, tinha esquecido o celular com Jason, e tinha que ligar urgentemente para Silena para contar que tinha encontrado as coisas que a irmã pedira para ela trazer.

Ficaram então só Percy, Annabeth e Anubis, subindo o morro. Foi extremamente desconfortável. Annabeth estava triste por que seus amigos tinham ido embora sem se despedir direito, Percy ainda estava fulo de ciúmes pela ceninha Anubis e Annabeth na praça.
Anubis estava deboazinha, até cantarolava pelo caminho.

Annabeth tomou folego e coragem, mas a coragem falhou num último momento.

–Então, Percy? Se divertiu hoje?

Percy encarou o céu incrédulo.

–Não se dê o trabalho Annabeth, não precisa falar comigo.

–Estou tentando ser educada. – ela retrucou.

–Então essa seria a primeira vez. – Percy estava um absurdo de zangado, sentia como se fosse começar a gritar e socar as coisas a qualquer minuto, aquela ceninha ridícula na praça tinha sido o cumulo de sua paciência.

Annabeth pisou com força no chão, é claro que Percy seria um babaca, por que estava tentando mesmo?

Então se lembrou do recado que Dakota mandou por Anubis.

O quão longe ela poderia ir se tentasse?

–Qual é o seu problema, Percy? Não posso nem dirigir a palavra a você agora?

Percy parou, tinham chegado no topo do morro, infelizmente, ainda tinha mais uma decida até a van, Anubis continuou andando quando Annabeth parou para encarar Percy Jackson.

–O meu problema? Sério? Você não faz ideia? - Ele queria fechar os olhos e fingir que ela não estava lá, queria sair correndo até a van e não ter essa conversa. Queria xingar, queria bater em alguma coisa.

–Não posso saber se você nunca mais falar comigo.

Percy fez uma careta de desgosto.

–Quer saber então qual é o meu problema? Quer mesmo?

–Quero. Que merda.

–Então vou te dizer. Meu problema é você.

O estomago de Annabeth deu uma cambalhota.

–Meu problema, Annabeth, é você querer fingir que podemos ser amiguinhos, é você querer falar comigo como se anda tivesse mudado. Tudo mudou. Annabeth. – ele falava baixo, só ela poderia ouvir. Anubis estava fora do alcance de Percy. – Absolutamente tudo mudou. Você vai embora, primeiro, sabia que eu gostava de você. Você sabia! Você disse “talvez eu volte por você”, e isso acendeu a merda de uma esperança em mim por meses. E você não voltou, não pra mim. Você continuou a fugir, e nunca veio por mim. Não ouvi nenhuma palavra sobre você. E isso, Annabeth, foi uma merda. E agora você está aqui. Brincando de amiguinhos, bom, talvez você devesse brincar de amiguinhos só com Anúbis, por que eu não vou servir mais para isso. Não brinque comigo, se você tem outro, não me de esperanças se você não for voltar.

Cada palavra foi como um soco, doeu, e mesmo assim foi útil. E ele não podia ter dito nada mais verdadeiro que aquilo.

Annabeth se virou e viu Anubis, que tinha parado também, e olhava para o visor de seu celular.

O quão longe você pode ir se tentar?

–Meu deus! Anubis! – ela gritou, sua voz assustada, Percy deu um pulo perto dela, os dois estavam cochichando até agora.

Anubis levantou os olhos da tela do celular preocupado.

–O que foi?

–Olha lá! No campo! – ela apontou para o lugar atrás das costas de Anubis.

–Onde? - ele virou de costas e procurou.

–Bem ali! – ela apontou, sua voz desesperada, Anubis virou de costas para ela para procurar.

Percy franziu o cenho, procurando também.

–Não estou vendo nad... – e ele nunca pode completar, ou achar alguma coisa que com certeza não existia, por que ela tinha tomado sua decisão. Annabeth puxou Percy Jackson por seu pescoço e o beijou.

Atrás dos dois, Anubis gritou ainda de costas.

–Porra Annabeth, você podia ter sido mais criativa. Copiona. – ele reclamou, mas ninguém virou para vê-lo, pois Percy e Annabeth estavam muito ocupados perdidos um no outro.

Era uma mistura de desespero com saudade, com ódio e remorso. E ele sentiu o gosto doce dela mais uma vez, e não se lembrava que era assim tão bom, em suas memorias, em seus sonhos, ele não chegava nem perto do gosto que ela tinha. Não ouve nenhuma recusa, não ouve tempo para ele se lembrar que estava puto um minuto atrás, não ouve espaço para reclamar ou pensar em outra coisa. Percy imediatamente a segurou pela cintura, a empurrou para perto dele, por que ele não aguenta mais só ansiar por seu toque. E seus corpos estavam perto novamente, como há muito tempo não eram permitidos estar. Annabeth lhe agarrou os cabelos, sentindo os fios em seus dedos e seu cheiro de maresia lhe deixando perdida. Completamente perdida.

Os dois passaram muito tempo fantasiando sobre isso, nenhum dos dois chegou perto, a sensação de tocar nela, de sentir sua língua, de suga-la com a sua. De Morder seus lábios, de ter suas mãos segurando seu corpo, seus sonhos nunca chegaram perto. Suas fantasias eram totalmente infiéis a realidade.

Ela segurou seu rosto, ela se apertou contra ele, há quanto tempo não queria que ele se enterrasse nela, há quanto tempo ela não sonhava em sentir as mãos dele em cada parte de seu corpo?

Mas isso não era possível ali, no meio do nada, com um amigo segurando vela, com Leo passando mal lá embaixo e um monte de outras pessoas que eles conheciam subindo o morro para leva-los para casa. Só um beijo não seria suficiente, para apagar aqueles meses, para que ela se saciasse de seu toque, para que cada toque de suas mãos não deixasse rastros de fogo em sua pele. Os dois estavam completamente vestidos, mas estavam em chamas. Não havia tempo, não havia calma o bastante para deixar que o beijo se tornasse apaixonado, era tudo desespero, era tudo o que eles sentiram falta.

–Acabou? - perguntou Anubis. – já posso virar?

Anubis mal foi ouvido, por que ainda não tinha sido o suficiente. Annabeth lhe mordeu os lábios, e ele se inclinou para sentir mais uma vez sua língua com a dela. Como alguém podia sentir tanta falta dos lábios de alguém? Como toda essa dor poderia caber em tão pouco espaço. E agora sua boca gosto de uvas, tão diferente da primeira vez, mas tão familiar, tudo naqueles lábios gritavam para que aquilo não acabasse.

E quando a respiração dela se foi, quando ele lhe deu um singelo beijo nos lábios, e alisou suas bochechas com seus dedos, não existia nada além dos dois. E o tempo, ele se parecia com o mesmo. Como se fosse ontem, como se nada que os fez se separarem por tanto tempo tivesse acontecido algum dia. Annabeth encostou seu nariz no dele, sentiu seu rosto pegando fogo, e fazia tanto frio ali agora.

–Você estava errado, sabe? - naquele primeiro momento sua voz falhou

–Estava? - ele perguntou ofegando.

–Eu voltei por você. – e lhe beijou o canto dos lábios.

[...]

Hazel ligou para o celular de Anubis para avisar que se não fossem logo para casa, Leo entraria em coma alcoólico, ele precisava urgentemente dos remédios e que era para eles se apressarem logo, não demorou nem um minuto inteiro desde o momento em que Percy e Annabeth pararam de se beijar, ela se virou para chamar Anubis, que estava desligando o celular, Piper e o resto das pessoas que tinham ficado chegaram ao topo do morro.

–Hazel ligou para vocês? - perguntou Piper, de mãos dadas com Jason. - Acho que Leo vai morrer, temos que chegar logo e enfiar o menino em baixo do chuveiro gelado. A piscina é mais fria, mas acho que na situação dele ele se afoga.

Thalia riu, estava ligeiramente de fogo.

–Vamos Chase, temos um mundo para dominar. – e puxou a amiga morro a baixo.

Luke olhou para Percy como se dissesse “o que eu posso fazer¿” e desceu atrás da namorada. Enquanto todos desciam e Percy permanecia no mesmo lugar, Anubis lhe lançou um olhar cumplice, ergueu as sobrancelhas, gritou o nome de Sadie e desceu o morro também.

[...]

A volta não foi nenhum pouco silenciosa, as vezes Thalia berrava seus planos de dominação do mundo, Leo gritava de dor. Quem dirigia hoje era Luke, eles tinham combinado que Percy ia dirigir na volta, mas ele deu uma explicação qualquer para Luke, para não precisar passar por esse teste. A mente de Percy estava mais dispersa que o normal, e quando Percy Jackson fica mais distraído que o normal a coisa fica feia. Ele era incapaz de prestar atenção na estrada, se tivesse pegado no volante provavelmente teria matado todo mundo.

Por insistência de Thalia, o volume da música estava absurdo, mas Leo choramingou com ela até ela abaixar o som, o pobre Leo sentia que sua cabeça estava estourando.

Haviam aqueles que estavam exaustos que dormiam embaralhados uns nos outros. A bebida estava mantendo Thalia acordada, mas não ia demorar muito até ela desmontar também.

Assim que chegaram na casa, a maioria disputou o banheiro. Estavam suados, com dores nas pernas e extremamente cansados. Leo se jogou no sofá, sem condições de chegar no banheiro sozinho, Jason e Will o puxaram pelo ombro e enfiaram Leo embaixo da agua gelada com roupa e tudo. Leo murmurava coisas sem sentido algum, rindo e fazendo piadas do modo que sempre fez, Jason estava agachado no chão de tanto rir e Will se apoiava na pia para não cair no chão, Leo molhava o banheiro inteiro, fazendo suas performances musicais.

É claro que o primeiro ato de Percy assim que chegou na casa foi procurar Annabeth, ela obviamente tinha chegado antes deles, já que Anubis e Sadie estavam na sala vendo TV com Ruby. Isis estava dormindo, Clarie estava na cozinha fazendo chocolate quente e biscoitos, os outros empregados já tinham se recolhido. Onde estaria Annabeth¿

Pare de procura-la. Ele repetia como um mantra em sua cabeça.

Mas é claro que eu tenho que procura-la! Percy tinha uma estranha mania de se contrariar quando conversava sozinho com sua mente. Ela me beijou. Ela simplesmente me beijou e sumiu depois. Foi embora, sem nenhuma explicação. O que eu deveria aparentemente sentir com isso?

Só dizer que ele estava confuso é só a ponta do Ice Berg. Ele estava enlouquecendo. Não tinha muito espaço na sua confusão para decidir se estava completamente apaixonado por aquela garota ou se... se.

O que ele sentiu sobre o beijo? Talvez ele estivesse indiferente, talvez não tenha significado nada. Então por que ele estava tremendo?

Ele só tinha certeza de que odiava isso, odiava se parecer com um personagem de romance. Sempre quis evitar esse tipo de coisa na vida. Percy simplesmente odiava romances e sempre achou que o personagem masculino era um completo imbecil por ficar babando e se sacrificando tanto pela protagonista. Ele meio que sempre se imaginou sendo um herói de sua própria aventura, fazendo coisas impossíveis e se tornando uma lenda, esse tipo de coisa que os garotos pensam. Era só o que faltava na sua vida, Percy estava se tornando um livro do Nicholas Sparks.

Mas era Annabeth que tinha as aventuras, eram elas e suas amigas que passavam por aquelas provações e momentos absurdos. Percy sequer podia fingir que não sentia inveja disso. Mas então pensava em como elas ficavam destruídas depois disso tudo, e percebeu que os protagonistas da vida real não são tão heroicos assim. Na vida real você não sai dos momentos parecendo um super herói, fodão e cheio daquele charme que os heróis mostram nos livros depois que passam pela merda. Na vida real a guerra acaba com os homens, não saem bonitinhos disso, saem detonados e cheios de cicatrizes. Em tese, ele nunca tinha visto nenhum herói de verdade, ninguém que tivesse esse tipo de olhar.

Bem, mais ou menos. Naquela tarde mesmo Percy tinha visto um vislumbre de heroísmo em Dakota e Jensen, aqueles olhos de só quem passou pela guerra tem. Eles se pareciam com o jeito certo de herói.

Foi para esse lugar que a mente confusa de Percy o guiou, depois começou a rir nervoso.

–Herói de um livro? Eu com certeza não daria um bom.

Enfim, se ele fosse um livro de romance, que assim fosse. Ia fazer isso certo, ia fazer ser a melhor história de romance de todos os tempos. Por isso, parou de rir sozinho de seus pensamentos e procurou Annabeth do lado de fora da casa.

Depois de sair pela porta da varanda e se aventurar por alguns minutos na propriedade, ficou bastante satisfeito. “Ai está, eu sou um ótimo romancista” Ele tinha encontrado Annabeth, sentada nas cadeiras da piscina, descalça e de cabelo solto. “Eu a encontrei só com o instinto, não sabia onde procura-la e o vento me trouxe até ela, não é isso que os romancistas fazem? Encontram seu amor pela sorte e pelo instinto?”

Interrompeu de uma vez essa linha de pensamentos antes que ele chegasse ao “O amor guia as pessoas”. Isso seria uma tragédia para seu orgulho.

Não foi como nos livros, que o protagonista chega sem a moça o ver, e lhe faz uma surpresa. Annabeth viu Percy assim que ele entrou.

–Se escondendo? - ele perguntou, na falta de algo mais criativo e “romântico” para dizer.

–Fugindo. – ela disse em tom e piada. O que realmente era pros dois.

–Isso está errado, se você estivesse fugindo eu não deveria te encontrar.

–Parece que a gente tem um sério problema em se encontrar. – ela comentou, Annabeth estava rígida no momento que Percy se sentou do lado dela na cadeira.

–É, é ai que nós somos tão diferentes dos livros de romance. – “um sempre encontra o outro”.

–Do que você está falando Percy? - ela franziu o cenho, obviamente não sabia da linha de raciocínio nervosa que Percy tinha construído para manter a sanidade.

Ele abanou as mãos como se dissesse “besteira, esqueça”.

Eles estavam conversando normalmente, sem nenhuma pressão. Nenhum dos dois notou que era a primeira conversa normal que os dois já tiveram na vida.

Do nada Annabeth soltou uma risadinha abafada.

–O que foi? - Percy lhe perguntou, as sobrancelhas levantadas.

–Nada demais, só estava me lembrando de uma coisa do ano passado, quando você me acertou com uma bexiga de agua e eu te soquei no estomago.

–É você fazia bastante isso. Acho que nunca apanhei tanto de alguém.

–A gente tentava se matar o tempo todo. – ela riu de novo.

–Acha engraçado? Sente falta disso? - ele perguntou. E de repente, ele notou que tinha se desacostumado a chama-la de marrenta, tinha se desacostumado a apanhar dela. As vezes ele se esquecia que se odiaram tanto. – já faz um ano que você não me bate. Isso é estranho, antes eu era tão acostumado com isso, agora não parece natural que você se levante e comece a me socar... sei lá, não parece fazer seu estilo agora.

Muito bem Percy Jackson. Depois de todo esse tempo, você só percebeu agora que Annabeth mudou, que ela não é mais a mesma menina que explodia com facilidade, que se ofendia com tudo que ele dizia, aquela menina que estava em sua frente não era a mesma que em outra época, aquela, com ele tinha que medir cada palavra trocada com ela, por que se dissesse algo errado, acabava com alguma parte do corpo doendo. Essa não era mais a menina que estava sentada em sua frente. A revelação disso fez sua cabeça dar pulos e soltar fogos de artifício, explodir em um milhão de estrelas confusas.

–As vezes eu sinto falta disso. – ela admitiu. Meu deus, Percy não conseguiu desviar os olhos dela, meu deus, ela está tão diferente. Completamente diferente, quando foi que eu perdi isso mesmo?– era engraçado.

–Engraçado? - Percy riu também. Tinha tomado uma decisão naqueles segundos. – sério Chase? Não era você que apanhava... porém... – Percy se levantou num pulo, Annabeth se assustou com esse movimento brusco.

–Hey, o que...? - ela começou a perguntar quando ele a puxou com força pela mão e a fez se levantar também.

–Você sente falta disso não sente? Muito bem. – ele começou a puxa-la em direção da piscina, a mente de Annabeth começou a achar o sentido do que ele tentava fazer.

–Ah não. Não. Não. Você não vai me jogar na piscina, não mesmo. – ela começou a rir e fazer força para se soltar das mãos dele.

–A culpa é sua, foi você que disse que sentia saudade de quando a gente tentava se matar. – Percy virava o corpo na tentativa de derrubá-la na água, Annabeth era forte, Percy arrastava os pés no chão para puxar seus braços.

–Então será que eu vou ter que te bater para você parar? - e os dois começaram a rir.

Percy a puxou pela cintura e a prendeu com força, ele ficou de costas para beirada da piscina.

–O que você está fazendo? - ela perguntou sorrindo, era difícil não rir.

–Eu? “Eu pretendo terminar o que começamos antes.” – ele disse exatamente as mesmas palavras que tinha dito para ela antes de beijá-la pela primeira vez.

Antes que Annabeth pudesse entrar em choque, o corpo de Percy foi para trás. E só então ela percebeu o que ele estava tentando fazer, ele estava jogando os dois na piscina.

Ela tomou folego antes do corpo dos dois bater na água gelada, e então os dois estavam se afundando nos braços do outro.

Não durou mais do que um segundo, os dois abraçados no fundo da piscina. Percy puxou Annabeth mais uma vez pela cintura e a levou para cima. Do jeito que Percy a segurou, Annabeth não tocava as pontas dos pés no chão da piscina. Ele a segurava e a mantinha presa junto ao seu corpo. Não houve nenhum planejamento, nenhum segundo de excitação, no mesmo segundo que eles foram para cima. As mãos dela foram diretamente para os seus cabelos molhados, puxou seu rosto para mais perto, e seu corpo tremeu quando seus lábios tocaram os dela. Foi a mesma sensação de se jogar de um penhasco, o friozinho na barriga era o mesmo.

E onde o último beijo tinha sido cheio de desespero e saudade, aquele era cheio de desejo e possessão.

As pernas de Annabeth se cruzaram no quadril de Percy, e ele poderia ter explodido, já que em suas fantasias mais comuns ele sonhava com ela enroscando suas pernas nele, ele absolutamente amava as pernas dela, uma de suas mãos desceu até sua perna, Annabeth estava convenientemente de short, e ela se sentiu tremer sobre as mãos dele enquanto Percy passava a mão por suas cochas e a levantava, colocando suas pernas numa posição mais conveniente para o prazer dele, e em resposta ela mordeu seus lábios da maneira mais possessiva possível.

E Annabeth sentiu a ereção dele, e foi como se ela pudesse se derreter nele, apertou mais seus quadris contra ele, Percy soltou um gemido ao ser prensado contra o corpo dela. Ele beijou seu queixo, sua garganta, desceu com seus lábios até chegar na base de seu pescoço, Percy seguiu a linha de sua clavícula com a boca, e as mãos dela se cravaram em suas costas quando gemeu.

Percy sentiu satisfação em perceber que encontrara um ponto extremamente sensível nela. A resposta dela foi percorrer sua mão por seu corpo, pois sabia que podia tocá-lo, e que ele tremia sobre as mãos dela. Começou a ficar difícil segurá-la sem ter um apoio para as costas dela, ele estava perdendo sua força, ele se sentia mole e flexível, e a cada vez que explorava a boca dela com sua língua, ele se sentia se desmanchar mais um pouco. Eles não sentiam a água gelada, não sentiam o frio, estava tudo num calor absurdo, eles pegavam fogo na água.

Ele se pegou querendo estar fora da piscina, derrubá-la no chão, sentir a pressão de seus seios em seu peito, poder tirar qualquer peça de sua roupa, ver os lugares que antes eram escondidos de seus olhos. Mas eles estavam na piscina, ao ar livre, não faria aquilo agora, poderia muito bem ter feito isso nos próximos minutos, quando com certeza sua última barreira teria sido rompida, quando não restasse mais receio nenhum.

“E aquele foi o melhor beijo subaquático de todos os tempos”

Porém os dois não puderam continuar quando uma voz veio, interrompendo todos os desejos e fantasias de Percy.

–AH MEU DEUS. POR QUE ISSO CONTINUA ACONTECENDO COMIGO? – era a voz de Nico di Angelo, de pé à beira da piscina, com a mão no rosto, frustrado.

–Anubis? - perguntou Annabeth, espantada, como se tivesse se esquecido de todas as pessoas que habitavam o mundo quando estava nos braços de Percy Jackson. – que merda você está fazendo aqui?

–Ah. Não sei sabe. A mãe de alguém chegou do nada e a filha dela não estava em parte nenhuma então ela me pediu para procura-la. Mas podem continuar, vou queimar meus olhos na lareira quando voltar para casa, só que sua mãe vai querer saber por que eu queimei meus olhos e vai vir aqui te procurar.

–Minha mãe está aqui?! – ela berrou.

–Está, e ta bem nervosa também.

Ela percebeu que ainda estava enrolada no quadril de Percy, e desceu, finalmente sentindo com os próprios pés o chão da piscina. E De repente os dois sentiram um frio desgraçado.

–Por que ela está aqui?

–Não sei. Mas estava nervosa, pediu para eu chamar você imediatamente... Mas acho que ela vai ficar bem surpresa com seu estado... Até demais...

A mente de Annabeth foi a mil.

–Anubis. Pule na agua.

–O que?! – ele gritou.

–Pule na agua, agora.

–E por que eu faria isso?

–Por que você me deve uma. E se três pessoas aparecerem molhadas na casa ninguém vai desconfiar de nada. Nem eu nem Percy fazemos seu estilo. Ninguém vai contestar a mim e Percy se você estiver molhado também. Podemos dizer que estávamos tentando jogar uns aos outros na agua e todo mundo caiu.

–Bem inteligente. – Percy comentou.

–Obrigada.

Anubis fez uma careta feia.

–Sim, eu realmente te devo uma. Ah, eu vou me arrepender disso. – e se jogou na piscina. Annabeth sempre achou que o cabelo dele ficava muito engraçado molhado. – satisfeita agora? - ele perguntou, tentando subir na beira da piscina, ensopado e pingando como um gato de pelo comprido molhado.

[...]

Ao entrarem na casa, Annabeth tinha toda a razão, ninguém desconfiou de nada sobre ela e Percy. Anubis tapou todas as especulações quando entrou pingando no tapete e de cabelo escorrido.

Sadie começou a rir como o diabo, se apoiando nos joelhos.

–Como isso aconteceu? - perguntou Piper, dividindo uma poltrona com Jason.

–Annabeth estava sozinha na piscina. Encontrei Percy quando estava procurando por ela. Eu quis jogar ela na piscina, ela acabou jogando Percy, e Percy me derrubou. No final, a culpa é toda dela. – ele inventou toda a história em 3 segundos. – sou inocente.

Athena saiu pela porta do escritório que um dia tinha sido de seu pai, com Ruby em seu encalço, as duas pareciam nervosas.

–Annabeth! – ela chamou, correndo para abraçar a filha, ignorando que ela estava encharcada. – filha, você caiu na piscina?

–Pois é mãe. Quando a senhora chegou?

–Não faz nem 10 minutos, depois quero que me conte tudo sobre a feira de ciências. Agora, preciso falar com você, é muito sério. – o rosto dela escureceu.

–O que aconteceu agora? -a voz de Annabeth diminuiu, ela sabia que era uma notícia ruim. Estava pronta para isso, não conseguia mais se surpreender com nada.

–Vamos ter que ir para a Inglaterra. O mais rápido o possível, uma coisa horrível aconteceu.


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Notas finais do capítulo

Antes de tudo, antes de comentar qualquer coisa, preciso apresenta-los a Dakota Turner e Jensen Strider, e quem deduziu que eles são semideuses estão completamente corretos. Sim, são semideuses.
Alguém ai não entendeu nada? Pois bem amigos, Dakota e Jensen fazem parte de um novo projeto meu, uma nova fic que talvez eu poste ou não. Eu decidi apresenta-los a vocês, e não consegui me segurar, coloquei eles em The Best shit, a pergunta que muita gente fez no último capitulo é se eles vão continuar na fic, a resposta é não, infelizmente. Eles nunca mais vão aparecer em the best shit ou ter qualquer coisa a ver com o enredo da história, eles só apareceram para vocês terem um gostinho de leves da minha próxima história.
Vai se chamar “A onde os anjos temem pisar”, e vai ser separada em duas fases, “O signo dos 4” e o “Inverno dos 4”. Só para dar um spoiler de leves em vocês, Dake é filha de Phobos, deus do medo, por isso essa mocinha sabe do que o Anubis e Annabeth tem medo.
Deu para todos notarem que quando Dake disse que Anubis lembrava um amigo dela, ela estava realmente falando do Nico di Angelo do tio Rick, e o “heroizinho de olhos verdes” é nosso querido filho de Poseidon. Digamos assim que é um universo paralelo, para não ficar confuso, Dake e Jensen vem de um mundo diferentes e com cópias de Percy Jackson semideusas, algo assim. Quer saber, nem tentem montar um mundo em que existem dois Percy Jackson, um mortal orgulhoso e um semideus lerdo.

Agora, falemos do que todos querem ouvir PERCABETH ESTÁ DE VOLTA VADIAS! Finalmente, depois de todo esse tempo, percabeth de novo. Eu sou muito enrolona, socorro. Vou deixar o show para vocês agora, e como virou costume, vou deixar um pequeno questionário para entretê-los.


1-Annabeth e Anubis ou Percy e Thalia¿ (bromance question)
2-Mais engraçado da fic
3-Mais carismático
4-Mais fofinho
5- Mais filho de uma puta
6-Mais lindo maravilhoso gato
7-Mais popular
8-O mais amado
9-Me faça uma pergunta ;*

Os que ganharem mais votinhos serão anunciados como Miss the best shit, então galerinha QUERO TODO MUNDO COMENTANDO TODO MUNDO RESPONDENDO TODO MUNDO GRITANDO POR QUE PERCY JACKSON E ANNABETH CHASE SE PEGARAM. É SÉRIO GENTE. QUERO VER TODO MUNDO COMENTANDO, VAMOS VER ATÉ ONDE EU POSSO CHEGAR COM MEUS REVIEWS, VAMO BATER ESSE RECORDE



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