The best shit escrita por LadyChase


Capítulo 42
Tomorrow's much too long


Notas iniciais do capítulo

Estou devendo algumas desculpas para vocês. Primeiro, eu prometi que se tivesse 5 reviews até o dia seguinte eu postaria, mas não postei. Eu recebi até mais que 5 reviews, vacilei, não postei, mas é pq tinha ido viajar e não levei o notebook.
Por que eu não postei semana passada? O notebook quebrou :):):):) joinha.
Eu fiquei só com o celular, e a fic inteira ta no notebook, portanto, não postei sexta passada.
Não sei com que frequência a fic vai sair agora, acho que postei até bastante nessas férias. Não posso prometer que esse ritmo vai continuar agora que as aulas voltaram e o sistema de provas do ensino médio na minha escola são uma bostinha.
Enfim, eu até que gosto desse capitulo, deu um certo trabalhinho para falar a verdade, mas ta ai, belezinha. Na minha cabeça tinha ficado melhor, fazer o que.
Peço que vocês vão de mente aberta e com clima de final de semana para ler esse capitulo, garanto que vai fazer uma diferença interessante. E SIM, MEU DEUS, ELE FICOU GIGANTE



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A primeira noite não foi de longe tão interessante quanto as próximas que viriam, mas são necessárias para dar um rumo a história.

Aquela seria a noite mais tensa que passariam ali, ninguém falava muito sobre assunto nenhum. Mas todos comentavam que Annabeth estava ali, Percy não se prendeu em nenhuma palavra, não se segurou a nenhuma explicação que podia chegar até ele, algo para explicar o que tinha acontecido.

Aparentemente, Annabeth havia encerrado o bimestre na academia Arendelle com um trabalho genial que ela havia apresentado antes mesmo das provas finais, ela ainda teria que aparecer para coordenar a feira de ciências, mas seu trabalho pesado havia terminado, podia voltar um pouco para casa, pegar o material necessário e voltar no começo da semana para montar a feira. Ela não ficaria muito tempo lá, não passaria nenhuma noite, seu trabalho era armar a feira, ver se tudo estava certo e depois poderia voltar, pois as aulas haviam sido suspensas por causa das apresentações que cobriam as notas das provas.

Nico di Angelo só tinha vindo ajudar a amiga a trazer até a casa material que ela não usaria na feira e dar um oi para a governanta, nenhum dos dois sabia que Sadie e os amigos poderiam chegar naquele dia.

Annabeth parecia quase desconcertada, mas Nico estava adorando, era a primeira vez que via a tão misteriosa e comentada turma de sua melhor amiga. Era um grupo grande, bem apessoado e divertido. Gostou deles de cara. Além disso, duas pessoas tinham um interesse em particular para ele, a primeira era sua irmãzinha Bianca, com quem ele nunca passou muito tempo e sempre a viu como uma criancinha que nunca cresceu. Queria ver como ela agia como os amigos. A segunda pessoa, eu deixo para suas imaginações trassarem esse caminho.

Não demorou muito para Annabeth deixar para lá seus receios e mergulhar nas lembranças felizes com seus amigos, como ela tinha sentido falta deles.

É ai que você percebe, você só começa a odiar a estrada quando sente falta de casa. Não existia casa melhor do que quando estava com aquelas pessoas.

Leo abraçou Annabeth com força e os dois riram como idiotas, Luke berrava com seus comentário e até Will não parava de gargalhar, todos estavam extremos, felizes. Engrenagens completas, parecia verão outra vez.

A noite se passou com conversas, todos se juntaram no quarto dos meninos, que vestiam bermudas e nenhum usava camiseta, não havia vergonha, estavam em casa enquanto todos estivessem juntos. Percy bloqueou Annabeth, e fez daquele momento só mais um dia com seus melhores amigos. Mas a tensão ainda estava ali, e não foi embora nem no momento em que Annabeth anunciou que iria pro seu quarto dormir pois seu dia tinha sido muito cansativo.

A ausência dela foi ainda pior, antes ela não estar ali e Percy não fazer a mínima ideia de onde ela poderia estar, do que ela não estar presente agora e ele saber que ela está ali no quarto ao lado.

O resto continuou ali, inclusive Nico, que fazia careta quando o chamavam pelo nome. Sadie era a única que o chamava pelo apelido além de Annabeth. Percy estava pouco à vontade na presença dele. Nunca tinha ouvido falar sobre ele, e agora ele aparece dizendo ser o irmão de Bianca e o melhor amigo de Annabeth, e pelo que Percy podia espiar pelo canto dos olhos, futuro pretendente de Sadie Kane.

O jeito que os dois se tratavam era inconvenientemente conhecido, xingamentos, tapas e rejeições, ele já tinha visto tudo isso uma vez.

É incrível a capacidade de um adolescente ignorar todos os outros problemas só por que estão todos juntos. Enquanto forem jovens e sem nada na cabeça, a diversão continua, e que os problemas se explodam.
Era assim que todos eles iriam agir.

Até altas horas da madrugada ainda estavam todos enfurnados no quarto, com exceção de Hazel, que tinha ido dormir. Seu namorado Frank ainda estava ali, e no momento conversava as gargalhadas com Thalia sobre uma velha história que envolvia garotas verdes e skatistas.

Haviam aqueles momentos em que Percy pegava o violão e cantava desafinado, seguido por todos, Luke batucava na cômoda com lápis uma batida conhecida, e Bianca os agraciava com sua boa voz.

Quase começava a amanhecer quando todos decidiram então dormir, estavam exaustos da viajem e sequer haviam pensado em descansar até agora. Os meninos dormiram sem cobertas e evitavam ao máximo a gritaria em respeito a Clarie, que não dormia tão longe dos quartos de hospedes. Todas as meninas foram para seus quartos, com exceção de Sadie, que com preguiça de chegar até sua própria cama, se esgueirou até o quarto de Annabeth, que mantinha a porta aberta e dormiu no sofá perto da varanda. A prima estava tão exausta que nem notou quando Sadie se jogou no sofá com uma coberta.

O primeiro de todos a acordar por Luke, de manhazinha, nem dormira direito. Ele nunca fora de acordar tarde, sempre amanhecia junto com as galinhas.

Jason e Percy dormiam em dois colchões perto um do outro, Percy dormia de bruços, babando violentamente no travesseiro, uma das pernas de Jason estava apoiada na quina da cama, onde Will tinha passado a noite, ele não iria dormir naquele quarto, mas acabou ficando naquela noite com eles.

Luke sorriu diabolicamente como sempre faz quando tem péssimos planos.

Chutou Percy até acordá-lo, seu pupilo principal sempre que decidiam aprontar. Jogaram os dois Will da cama, que rolou até cair em cima de Jason, que acordou num pulo assustado.

–Vai se fuder com força, Luke. – reclamou Jason, esfregando os cabelos loiros.

–Não seja tão mal humorada princesa. Está na hora de acordar o resto da casa. – e mais uma vez, o sorriso diabólico.

–Luke. Não. Não. – tentou pedir Will.

–Tarde demais William meu caro. Que comecem os jogos.

Eles demoraram um pouco para achar a sala de música, e mais alguns minutos para tirar a enorme caixa de som de lá. Luke sorria como o demônio. Foi mais ou menos ai que Nico di Angelo apareceu no final do corredor, vestido bermuda e camiseta preta, o cabelo comprido parecendo um ninho de ratos negro.

–Que merda vocês tão fazendo? - ele parou no meio do caminho, coçando os olhos por causa da luz que vinha das portas de vidro.

–Bom dia Sininho. – cumprimentou Luke, trazendo de volta sua habilidade para velhos apelidos que todos tanto temiam. – quer participar do despertador?

Nico di Angelo também sorria como o demônio.

–Só se vocês deixarem minha irmã pra mim. – e olhou primeiro para Will, sorrindo como qualquer outro irmão mais velho sorriria nessas situações. - A proposito Luke, acho que você gostaria de saber que tem peças bem convenientes de uma bateria logo ali atrás de você.

–Excelente! Percy, me dá seu celular. – Luke estendeu a mão para Percy, que entregou a ele um cabo e seu celular. – não é o melhor dos meus planos, mas vai ser divertido.

Luke não demorou muito para escolher a música que acordaria a casa inteira.

–Percy, você solta a música, eu toco a bateria. E Nico... – Luke se virou para o novo amigo. – dê a eles o inferno.

É lindo como os meninos se unem quando querem criar o apocalipse.

–Aproposito. – ele sorriu, parando no meio das escadas. – é Anubis.

Percy Jackson sorriu como uma criança, e todos apreciaram o último segundo de silencio...

MY ANACONDA DON’T.

MY ANACONDA DON’T

A primeira a pular da cama como se o mundo estivesse caindo foi Piper, que tropeçou aos berros em seus próprios pés, dando de cara com o traseiro de Thalia.

Foi nesse momento que Will e Anubis entraram no quarto das garotas, Will trazia duas tampas de panela e batia no ritmo de Nick Minaj.

Anubis pulou violentamente nas costas adormecidas da irmã e começou a berrar em seu ouvido..

MY ANACONDA DON’T NONE. UNLESS YOU GOT BUNS, HUN

No quarto do final do corredor, Annabeth acordou berrando.

–PUTA QUE O PARIU. – Bem digna de Anna de Frozen, Annabeth acordou com metade do cabelo na cara, sem saber se acordou por causa de Anaconda ou por causa da maldita bateria que Luke tocava no andar de baixo. Sadie foi derrubada de seu sofá, parecendo uma múmia enrolada em suas cobertas, urrando de ódio e batendo os pés com força no chão.

Annabeth saiu do quarto como um raio, pouco ligando se estava de pijama, carregando um travesseiro pesado na mão direita, passou correndo pelo corredor, e pegou a cena em que Bianca esmurrava o irmão para que esse saísse de cima dela. Piper parecia desorientada, sentada no piso de madeira o cabelo uma desordem completa e os olhos perdidos, sem entender o que estava acontecendo. Anubis viu uma Sadie meio zumbi, ainda enrolada em suas cobertas, tentando acompanhar sua prima descontrolada. Anubis automaticamente largou e Bianca e correu para fora do quarto.

–Golpe do macaco! – berrou, impressionantemente, foi esse que grito que acordou o pobre Leo no andar de baixo, que se debateu assustado na cama antes de socar o nariz no chão. Anubis foi com tudo para cima da Sadie desorientada, puxando com sua perna o joelho mole de Sadie, que caiu dura no chão. – BOM DIA RAIO DE SOL!

–Sai de cima... – Sadie choramingou.

Annabeth desceu correndo as escadas, pulando os degraus, virou quase desmoronando o corredor que dava na sala de música.

–LUKE! – ela berrou assim que avistou o amigo tocando em sua bateria despedaçada, acertou em cheio seu rosto, Luke foi para trás com o impacto.

OH MY GOSH, LOOK AT HER BUTT.

LOOK AT HER BUTT

LOOK AT, LOOK AT, LOOK AT

LOOK AT HER BUTT

E enfim todos estavam bem acordados, e Nick Minaj soou como Satã naquela manhã em que todos estavam quase mortos de sono.

E esse só seria o começo do dia.

[...]

Por horas sagradas daquele dia, eles foram as mesmas pessoas que um dia foram, em outro verão, sob a luz do sol e com os gritos e companhias de antes.

Daqui a muito anos, todos eles ainda vão se lembrar desse dia, alguns vão dizer que foi o melhor dia de todos. Outros podem dizer que podiam esperar mais um pouco para os próximos acontecimentos daqueles próximos dias.

Eles só sabiam que estavam vivos, estavam todos juntos de novo. Eram jovens e o mundo todo era deles.

Era impossível todos estarem em plena forma, considerando que não dormiram muito e que fizeram muito esforço no dia anterior, mas pelo amor de deus! Adolescentes.

É só o que tenho a dizer; adolescentes.

De uma forma, era ainda melhor que a primeira vez. Agora os gritos eram de êxtase, não se ouviam mais os berros histéricos de Annabeth, as malcriações de Thalia e as desgraças de Bianca. Todos eles brilhavam, estavam todos colocando fogo no mundo.

É claro que eles são as mesmas pessoas, não é a nova personalidade que eles construíram que destruía o infinito que eles eram. Annabeth uma vez tão extrema, sempre tão irritada, estava agora mesmo rindo com a luz do sol.

Era a mais agradável das manhãs, o sol estava completamente agradável, o dia era fresco e cheio de nuvens, sem sinais de chuva.

Todas meninas foram se trocar no quarto de Annabeth, onde o banheiro não era tão movimentado e cheio de bugigangas necessárias.

As grandes portas de madeira da varanda já estavam abertas, o cortinado branco voava com a brisa que vinha, o quarto dela tinha cheiro de algodão, alfazema e livros.

Annabeth pegou as botas de montaria, calça jeans e seus novos melhores amigos, os cardigãs, seu longo cabelo cacheado caia solto pelas costas. Ela não se permitiu ficar nervosa aquela manhã. Não agiria estranho só por que Percy Jackson estava no andar de baixo.

Meu deus. Percy Jackson estava no andar de baixo.

A noite tinha sido um tormento, dissera que estava cansada demais e que viera dormir em seu quarto, mas é claro que não era assim. Ela veio mais cedo para pensar. Deitou em baixo das cobertas com seu moletom da Disney e prendeu o cabelo num rabo de cavalo, ela se lembra desses detalhes, não foi uma noite fácil, a varanda estava aberta, e de lá vinha o cheiro da chuva, o cheiro preferido de Annabeth. Demorou algumas horas até que pegasse no sono. Não sabia se comportar da maneira certa, não só Percy, mas todas as pessoas de sua antiga vida estavam ali.

Agora, com todas as meninas ali no quarto, falando alto e se aprontando para descer, parecia bem mais fácil de encarar.

Aquele dia estava reservado para o churrasco e para a piscina, a festa de Hill Wind só seria no próximo dia, iriam acordar todos cedo para participar de todas as atividades da festa. A escola de Annabeth, a academia Arendelle, ia apresentar um número de dança Holandesa que Annabeth estava quase inclinada a participar.

O quarto dela não tinha visão pro campo do lado da casa, o quarto de Athena que tinha essa vista privilegiada, mas mesmo assim pelo barulho as garotas sabiam que os meninos estavam lá agora, pois não paravam de gritar.

–É um Solar e tanto esse aqui. – foi Hazel que comentou, apoiada na varanda. Annabeth nunca tinha conversado com ela, mas no pouco tempo que esteve aqui, Annabeth absolutamente adorava Hazel.

–É bastante velho. 1878. – comentou Annabeth, distraída, tinha lido os velhos diários sobre a construção da casa. Seu antepassado, Charles Augustus Faust fora o primeiro chefe da família a morar ali, tinham vindo todos da Escócia, quando a linhagem dos Faust era inteira formada por ruivos e não por loiros. O segundo nome de Annabeth era em homenagem a mulher de Charles Augustus, Florence Lancaster Faust, uma das grandes mulheres Faust que foi homenageada muitas e muitas vezes por suas diversas gerações seguintes. Annabeth lembrava de tudo isso, sobre todas as mulheres Faust que receberam o nome Florence, adorava a história do solar, e as vezes imaginava a vida e os romances que nasceram ali. Quantas histórias aquela casa já não abrigou?

Era bem triste muitas vezes admitir que era mais legal ser uma Escocesa Faust do que uma nobre inglesa Chase. Uma vez o pai de Annabeth lhe contou que um dia os Chase foram donos da metade de Derbyshire, ela nunca procurou saber se era verdade ou não, era uma coisa que a assustava. Tanto dinheiro em uma família só.

–Annabeth, Bianca perguntou no meio do caminho, o Solar tem um nome¿ Por só agora sabemos que é um Solar, eu estava chamando de sítio, fazenda, rancho. - Thalia estava bem distraída, fingindo ler um livro de múmias cheio de imagens, era um livro infantil bem bobo.

–Netherfield. Solar Netherfield, baseado na mansão de um livro. – Annabeth respondeu ainda mais distraída, estava forçando seu pensamento a ficar longe do menino de olhos verdes esperando por elas lá embaixo, menino esse que a odiava agora. Nada melhor do que distrair sua mente dos olhos verdes do que repassar a história da sua família cheia de gente estranha.

–Que inesperado. A casa de Annabeth é inspirada num livro. – Thalia revirou os olhos e jogou o livro na cama, agora só restavam Sadie, Thalia e Hazel no quarto.

–A maioria das casas dos Faust são. Os Faust da Inglaterra têm um micro castelo chamado Pemberley. Eu e Sadie fomos juntas passar um tempo lá uma vez, não foi muito agradável. Muito grande e com cheiro de casa velha, nossa tia avó Georgiana nunca limpava as estatuas. Mamãe me disse que agora as coisas são diferentes, mas eu nunca voltei lá pra saber – lembrou Annabeth, era uma memória tão velha da infância que se assombrou por ter pensado nela. - Antigamente tinha um Netherfield na Inglaterra também, mas demoliram. Deve ser um parque agora.

–A nossa família inteira é nerd, que coisa. – reclamou Sadie. – levantem essa bunda preguiçosa, pelos gritos os meninos estão matando alguém. Hoje o dia está lindo e Annabeth tem que mostrar essa bunda branca para todos. Pega logo o biquíni menina, está me deixando bastante irritada.

–Não vou nadar muito obrigada. – Annabeth inclinou a cabeça e capturou um livro com a ponta dos dedos na parte alta da estante.

–Sabe Annabeth, você me desaponta todas as bundas da família – Sadie fez seu tom mais dramático o possível e puxou Hazel para fora do quarto.

Os moradores de Hill Wind eram familiarizados com Netherfield, todos o chamavam assim, a casa que surgiu junto com a pequena cidade. Mas dentro da família, ninguém chamava a casa por esse nome. Na opinião de Ruby era muito estranho dar um nome para uma casa, nem os Chase cheios de nobreza davam um nome para sua mansão.

O café foi servido de frente para a piscina, era uma mesa absurdamente farta, quando as meninas chegaram os meninos já estavam ensopados pela piscina e atacavam a mesa de comida. Leo tinha conseguido colocar 3 rosquinhas dentro da boca, e tentava apertar uma quarta sem muito sucesso, não foi a cena mais bonita do dia.

–Clarie é um anjo. – comentou Leo, quando Clarie ia de volta para cozinha trazer outra bandeja de muffins.

A pequena Isis pulava na ponta dos pés para alcançar os biscoitos no cantinho da mesa, e recusava todas as ajudas que sua mãe oferecia de ajuda-la com um tapa de sua mão gordinha de bebê. Ruby dormiu muito bem durante a noite, mesmo com Isis levantando a cabeça das cobertas há cada 5 minutos para escutar os barulhos que os meninos faziam no outro andar. Ruby era muito acostumada com barulhos, seus três filhos eram barulhentos, e quanto aos adolescentes no outro quarto, ela já tinha sido exatamente assim uma vez, não conseguia ficar incomodada com eles.

Percy vendo Isis se esforçando para pegar os biscoitos, pegou o prato e o trouxe até a altura da menina. Isis sorriu para ele, pegou cinco biscoitos de uma vez e saiu correndo.

–Nele ela não bate. – reclamou Ruby, revirando os olhos e indo atrás da filha hiperativa.

Luke e Jason apareceram de dentro da casa, trazendo para fora uma das gigantescas caixas de som. A caixa de som, a bateria e as guitarras pertenciam todos aos Faust da família de Sadie, a bateria desmontada era de Carter e a caixa de som de Sadie, uma das guitarras um dia fora de Ruby. Agora era enfeite, a parte da família de Annabeth eram os instrumentos clássicos que ninguém dava muito atenção, o piano de Angélica, o violoncelo de Athena, as duas mães de Annabeth tinham tendências fortes para os clássicos.

Em poucos minutos, qualquer pessoa na propriedade era capaz de ouvir a música alta que vinha da piscina. A manhã passou assim, com brincadeiras na piscina e música alta. Competições de quem dava o salta mais idiota e criativo para dentro da água, e principalmente a luta com bexigas de água. Uma brincadeira que tinha se tornado história em seus dias do acampamento. Correrias e berros, gargalhadas e gritos de guerra, se separaram todos em time. Ninguém estava ligando se o impacto das bexigas estava doendo, era divertido e quase todos participavam.

Annabeth e Anubis estavam sentados embaixo de uma arvore, no topo do que deveria ser uma colina. Ele desenhando guerreiros de caveira, coisa que ele sempre fazia em seu tempo livre. Ela lendo um livro de pernas cruzadas. Sadie vinha subindo pequena colina para se juntar a eles. Sua camiseta preta estava ensopada assim como seu cabelo loiro grudado na testa. Leo havia acertado Sadie em cheio não faziam nem 5 minutos.

–Vocês dois são tão idiotas. Por que não estou lá embaixo? - Sadie se jogou na grama, sentando perto de Annabeth.

Nenhum dos dois respondeu.

Lá em baixo, Percy Jackson observava essa cena sem muita importância. Os três sentados embaixo da arvore, conversando e rindo.

Annabeth estava tão feliz. Ria em bom som da prima tentando tirar uma bexiga estourada do cabelo.

Não se parecia com ela, nenhum pouco. Ele estava começando a fixar exausto de pensar essa mesma frase tantas vezes “não se parece com ela”. Ela estava absurdamente linda, talvez fosse a luz, que era muito favorável, mas naquele momento ele a achou mais bonita do que nunca. Ele não tinha os olhos de um artista, mas qualquer idiota conseguiria admirar Annabeth debaixo do sol

Pena que fosse uma megera...

–Peeeeeercy. – era Thalia, correndo para ele, de short jeans e biquíni preto, ela vinha capengando, fugindo de Luke e sua grande bexiga de agua, estava tão grande que Percy estava impressionado por não ter estourado na cara do próprio Luke. – me ajuda, Luke quer me atacar. – ela se escondeu atrás do amigo, o usando de escudo.

Luke jogou a bexiga no cabelo de Percy, e como Thalia estava bem atrás dele, recebeu a maior parte da rajada de agua que explodiu da bexiga.

–PORRA THALIA. – reclamou Percy, que estava muito cheio de si até agora por não ninguém ter conseguido molhá-lo até agora.

A manhã passou rápido demais, e antes que percebessem, os meninos já iam para dentro da casa para pegar todas as coisas necessárias para começar o churrasco, Annabeth fora obrigada a mudar de roupa depois que Leo subiu a colina a pegou no colo e fez questão de jogar a menina na piscina. Anubis apertou a mão de Leo e lhe deu os parabéns.

–Estava com vontade de fazer isso o dia todo. – ele agradeceu.

–É. Eu também estava. – Sadie estava sorrateira atrás de Anubis, e chutou as costas dele enquanto ele estava distraído falando com Leo na beirada da piscina.

Annabeth soltou um grito de satisfação e glorificou Sadie.

Depois de sair encharcada da piscina, com dificuldade para tirar as botas pesadas cheias de agua, Annabeth correu até seu quarto e vestiu shorts jean e uma blusa branca larguinha. Sequer pôs chinelos, correu descalça para piscina e atacou Thalia que finalmente estava quase seca das bexigas que Luke jogara nela, Thalia caiu na piscina com um estrondo e fez uma manobra rápida para puxar Luke pela camiseta junto com ela. Os dois caíram juntos e enroscado na água, afogando sem querer um ao outro.

Mesmo encharcada, Thalia entrou dentro da casa, pedindo a ajuda de Leo para trazer as coisas indispensáveis para qualquer festa de adolescentes. Annabeth não repreendeu Thalia por molhar a casa toda, estava muito ocupada dançando com Sadie e gargalhando dos passos de Anubis.

Bianca estava muito satisfeita no quiosque, tomando o suco de laranja que Will tinha ido preparar pra ela, que quase não ficou com vontade quando Thalia e Leo surgiram da porta da frente carregando várias caixas de bebida alcoólica. Will sorriu muito orgulhoso para a namorada quando ela deu de ombros e voltou a tomar seu suco como se não tivesse visto Thalia trazer dezenas de litros de Tequila e Vodka.

–JASON! – Thalia berrou o irmão. – vai buscar a cerveja na geladeira, Luke e Percy ficam carregados da churrasqueira não quero nem saber, Piper meu amor, vai buscar os remédios na pia do banheiro. To vendo que vamos ter vários bêbados passando mal hoje.

–Quais remédios Thalia?

Thalia sorriu para a amiga enquanto abria a garrafa de vodka.

–Todos.

Cada adolescente não demorou mais de meia hora para ficar de fogo, Frank estava encolhido num arbusto, uma garrafa pela metade de cerveja na mão, choramingando como um bebê enquanto uma pobre Hazel, uma das únicas completamente sóbrias, cuidava do namorado.

–CHINES FRAQUINHO! – berrava Piper, de cima da mesa onde fora servido o café, mas que agora estava vazia. – NEM TOMOU 7 CERVEJAS E JÁ TA CHORANDO PEDINDO A MAMÃE. OTÁRIOS.

Anubis, que estava apenas ligeiramente tonto, pois se considerava bem forte quando se tratava de bebidas, franziu a testa para Piper e cutucou Sadie com a ponta de sua garrafa.

–Por que a Piper vira a Thalia quando bebe?

Sadie deu de ombros.

–Por que a Annabeth vira a rainha da Inglaterra quando toma tequila?

Bianca e Will estavam mais afastados, ela não bebia mais nenhuma gota de álcool, então mantinha uma certa distancia dos amigos bêbados, Will nunca fora de beber muito, por isso sua companhia era muitíssimo bem vinda.

Jason e Luke dançavam perto da caixa de som, ambos completamente bêbados.

Piper puxou Thalia pelo braço com força, e observou o namorado de longe.

–Meu namorado é gostoso pra caralho. Olha só essa bundinha, ele dança melhor que eu. – comentou Piper.

–Quem diria que íamos todas pegar loiros com um puto abdômen? - comentou Thalia. – loiro... loiros... – Thalia parou de falar por alguns segundos, estava completamente chapada.- um, três, dois... um... hmm.

–Que foi Thalia? - Piper se apoiou no braço da amiga.

–SELFIE! – Thalia berrou, pegando o celular do bolso de Piper. – tive uma ideia para uma selfie muito inspiradora.

–Adoro selfie. – foi o comentário inteligente Piper.

–ANNABETH! BIANCA! VENHAQUI.

Thalia com sua mente brilhante de bêbada, tinha notado pela primeira vez algo “surpreendente”. Juntou Jason, Luke e Will perto um do outro, mandou que segurassem Annabeth no colo para que ela tirasse uma foto. 3 loiros e uma loira.

Depois, conseguiu tirar Percy de seu delírio sobre uma festa de chá no jardim que ele planejava com Leo.

Juntou Bianca, Piper, ela e Percy e ordenou que fizessem pose para foto, Percy imitou muito bem uma menina, fazendo os 4 a mesma pose feminina e biquinho. Mais tarde ele sentiria muita vergonha dessa foto. 3 morenas e 1 moreno.

–Nooooooossa Thaaalia. Você é genial. – comentou Piper, percebendo a coincidência inútil pela primeira vez.

No meio da tarde, o fogo não estava nem perto de baixar, Annabeth e Piper davam estrelas no gramado, Percy já tinha queimado a carne 3 vezes.

Thalia e Leo tomavam tequila no quiosque.

–VOCÊ TOMA TEQUILA COMO UM MEXICANO. – ela comentou, os olhos brilhando de admiração quando Leo virava tequila pura pela oitava vez.

–YO SOU MEXICANO, HERMOSA. – ele berrou de volta para ela. – NADIE SE TOMA EL TEQUILA COMO PAPA.

–NÃO ENTENDI PORRA NENHUMA. – e riu como uma idiota.

Infelizmente, mesmo com Leo se gabando de sua incrível habilidade de tomar tequila, ele foi o primeiro a correr pro banheiro e vomitar.

É possível que a maioria nunca tenha ficada tão bêbada assim na vida. Era uma tarde muito parecida com aquela em que passaram na casa de Percy, mas ali de certa forma era bem pior. Tinha mais bebida, mais gente, e o espaço para fazer merda era infinitamente maior. Alguns ali já tinham 18, estavam na época de se considerar livres para fazer qualquer coisa estúpida sem sofrer as consequências por que agora era adulto.

Era vergonhoso descrever algumas pessoas nessa situação, no auge do fogo de Annabeth, ela carregou as 3 melhores amigas para o banheiro do lado de fora da casa, e se sentou no chão.

–Ta passando mal Annie? - perguntou Bianca, fazendo muita força para não rir de Annabeth bêbada, com os cabelos loiro caindo pelos ombros e a cabeça apoiada na parede. Annabeth nunca fora de beber, geralmente era Thalia e Bianca. Era uma novidade bem divertida observar a amiga chapada, Bianca sabia bem que quando esteve fora, Annabeth ficou assim muitas vezes. Chapada por diversão, ela frequentava as festas de Nova York com Nico, seu irmão mais velho que não tinha nada na cabeça.

–Eu jurei.. – Annabeth soluçou para as amigas. – que nunca mais ia beber, que não precisava disso nem mais.

Thalia tentou sentar no chão ao lado da amiga, mas derrapou no piso e caiu de bunda, ela sequer sentiu alguma coisa, então nem reclamou.

–Então por que você ta bebendo tanto?

Annabeth parou pra pensar.

–Por que é complicado.

–O que é complicado Annie?- Bianca encorajou ela a falar.

–É história grande. Muito grande.

Piper se sentou no chão também, apoiando o cotovelo na coxa e a cabeça na mão.

–A gente nem vai sair daqui tão cedo. Pode falar.

–Ok. – Annabeth concordou. A voz saindo engraçada. – era ua vez, Annie Chase, caso eu. – alguns monossílabos faltavam em sua frase, Piper se lembraria disso para zoar dela depois. – quando ela era pequena, Annie sabia que gostava de menininho, mas ela não gostava de nenhum menininho. Tende? Os papai de Annie eram mó chatos. Não davam atenção pra Annie, por que ela era problema preles. Ai a Annie começou a gostar de um menininho, o menininho, o meninho era uma putinha. E quebro o coração da Annie.

Piper começou a rir alto, Quem passava perto do banheiro se perguntava o que raios quatro meninas faziam trancadas lá. Annabeth continuou sua história.

–Ai a Annie descobriu que a tia dela era mamãe dela e a mamãe dela era a tia dela. E que mentiro para Annie, e ela ainda gostava do menininho. Ai a Annie fico putinha e fugiu. Por que o menininho não era legal com ela e por que ela tava triste. Ai ela foi bora. Conheceu novos amiguinhos. Mas ai ela canso e quis volta. E o menininho não queria mais ficar nem perto dela. Por que menininho não “se importava” mais com ela. Annie volto tarde, muito tarde. Agora todo mundo odeia ela, e Annie vai ficar sem o menininho. E ela fica bebendo de novo por que assim ela pode fingi que o meninho não existe, mas é errado. Muito errado.

Bianca sorriu fraco para a amiga, Piper e Thalia riam por que estavam bêbadas demais para entender. Mas Bia viu que Annabeth estava bebendo por aquela mesma desculpa de sempre, esquecer. Bianca já fez isso tantas vezes, que quase sentiu pena de Annabeth, mas ela sabia que tudo aquilo aconteceu por que Annabeth fez merda, e a amiga nunca perdoaria Bianca se ela ficasse com pena das coisas que ela fez.

Com o tempo fogo de todos foi baixando, mas não o suficiente para alguém tomar uma decisão prudente, eles resolveram explorar o bosque.

Com certeza não foi a melhor das ideias que eles tiveram aquele dia.

Agora eram poucos que sentiam os efeitos do álcool. Annabeth não era um deles

Agora só restava a vergonha de ter bebido, ela fizera uma promessa a si mesma, de que não seria uma completa idiota. De que não daria o gosto a Percy Jackson de achar mais um defeito nela.

Thalia estava pulando em todo o caminho para o bosque, cheia de lembranças.

–Parece o acampamento mais uma vez. Só que dessa vez não temos que caçar as malditas bandeiras e não temos a senhorita Elizabeth Dare.

–Ou ursos. – comentou Bianca. – não tem ursos? Certo Annabeth?

Annabeth riu.

–Não, não tem ursos. E não deveria ter ursos no acampamento também. Alguém lembra o quanto o Sr.D ficou puto para caralho quando contamos do urso? Ele achou que estivéssemos brincando, mas ai um dos monitores voltou correndo do bosque e faltou o Sr. D só quebrar a cara no chão.

–O acampamento ficou cheio daqueles guardinhas florestais para tirar o maldito urso que ninguém sabe da onde saiu. Quase fecharam o acampamento.

As memorias que ressurgiram ali eram as melhores. Infelizmente todos eles sabiam que nunca voltariam ver as colinas do acampamento meio-sangue. Era o acampamento da escola, geralmente os alunos iam até só o segundo ano do ensino médio. Agora eles estavam terminando o terceiro, não iriam pro acampamento, iam fazer outra viagem de formatura.

Annabeth quase podia fingir que não estavam “recriando” os passos daquele dia, tanto tempo atrás, num bosque do acampamento. Mas ela sabia que era essa a intenção, lembrar dos velhos dias. Coisa que ela não estava tão animada para fazer quanto Thalia.

–Corram, meus monstrinhos. Corram! – berrou Thalia, enquanto todos disparavam floresta a dentro.

–Pega-pega é a brincadeira mais retardada que sua imaginação podia ter criado Thalia. – reclamou Percy, alcançando a amiga, enquanto Leo corria atrás de todos como se fossem crianças.

–Não seja tão lazareto Percy. Parece até uma garotinha que não quer molhar o cabelo. Se divirta otário.

Não demorou muito para o primeiro grupo de pessoas desaparecer dentro do bosque, eles chamavam por Hazel, Piper e Will aos berros, mas os três sumiram no meio do mato.

Enquanto isso, Percy e Annabeth ainda se repeliam, andando em direções completamente opostas. Percy as vezes parando para notar como o idiota que era, como Annabeth ficava bonitinha correndo feito doida, nunca sendo pega por ninguém, ela corria como um raio por entre as arvores. Parecia uma criança feliz. E Annabeth, sem graça por sua observação, fingia não ter percebido o quanto Percy ficava lindo suado e com a camiseta colada no corpo.

Tombos desastrosos aconteceram, como Jason caindo em cima de Luke, os dois voaram para cima de uma poça de lama e folhas secas. Thalia se rendeu a ajoelhar no chão e apertar a barriga de tanto rir.

Foi mais ou menos por ai que Anubis e Sadie desapareceram também.

[...]

–Não é possível Sadie, essa casa é sua também. Como não sabe voltar para onde todo mundo estava? - Anubis interrogava a loira que caminhava ao seu lado. Os dois tinham sido burros o suficiente para se perder enquanto fugiam de Bianca, que era quem corria atrás dos outros naquele momento.

–Eu não moro aqui. Nunca venho aqui a não ser para ver Annabeth, e não sei em que mundo você vive, mas eu e ela ficamos lá dentro da casa, quentinhas. Não saímos por ai explorando o bosque.

–Isso é ridículo. Pelo menos você podia fingir que não está sem graça.

Sadie parou, mas foi só por um segundo, fraquejando de modo imperceptível.

–Do que você está falando?

Anubis riu, uma risada gostosa que fazia as borboletas na barriga de Sadie farem cambalhotas, mortais e ginastica olímpica. Mas naquele momento, deixou a menina realmente incomodada.

–De como você fica toda sem graça quando fico sozinho com você. É fofo, você sabe.

–Você é uma pessoa muito iludida sabia disso? - sim. Ela estava irritada. Bastante.

–É você que morre de amores por mim.

Sadie pisou meio manco, quase tivera o impulso de pisar com toda sua força no pé de Anubis e deixa-lo sozinho depois disso, mas se controlou, não ia saber voltar sozinha de qualquer jeito.

–Primeiro, você não faz exatamente o meu tipo. Idiota. E segundo, eu tenho namorado.

Agora foi a vez de Anubis pisar burro e parar no meio do caminho.

–Nate? Está falando do NATE? - ele soou um pouquinho mais irritado do que pretendia.

Sadie sorriu satisfeita. Bem, ela não estava mais com Nate, não exatamente, tinha ficado com ele nem 3 dias, mas foi por que ele era um menino inconformado com o fim do namoro e insistiu por um dia inteiro por um beijo de despedida.

–Quem mais seria?

A careta que Anubis fez foi horrível.

–Ele é uma bichinha escrota. Até você sabe disso.

–Você também, deveria começar sair vocês dois juntos, iam se dar muito bem.

Anubis segurou o braço de Sadie com força e virou o rosto dela para ele. O cabelo dela voou de maneira bem teatral quando ele a virou, ele queria comentar mas estava zangado demais para elogiar sua virada.

–Já te expliquei aquela história. Foi um mal entendido. Seu namorado é um idiota Sadie. Achei que você tivesse mais dignidade. – nesse ponto Sadie podia achar que Anubis estava quase desapontado, mas ele era convencido demais para algo do tipo. Anubis tinha conhecido Nate muito brevemente, quando Annabeth voltou, Sadie ainda estava namorando ele, Anubis teve que aguentar o menino por várias semanas frequentando praticamente os mesmos lugares que ele. – Ele paga de gótico emo expressivo para chamar atenção do papaizinho rico dele. Usa drogas e finge que entende de música para te impressionar. Ele é nojento Sadie...

–E você se acha muito melhor não é? - Ela o encarou nos olhos, cheia de petulância.

–Qual é, beijar ele deve ser nojento. Ele sequer deve saber o que é um beijo de verdade.

–Ele sabe fazer bem mais que isso, queridinho. – Foi a gota d’água. O que podia se parecer com fogo surgiu nos olhos de Nico di Angelo. E ele empurrou Sadie de forma bruta contra uma arvore. Num primeiro momento, doeu, e ela o encarou, esperando que ele gritasse com ela.

Não foi exatamente o que aconteceu, Sadie se encolheu contra o tronco da arvore quando a língua de Anubis invadiu sua boca, e ficou sem reação nenhuma quando ele se prensou contra o corpo dela e segurou sua cintura com força. Ela tentou segurar o gemido que queria escapar dos seus lábios, mas saiu como um engasgo de tortura.

Sadie odiava quando outras meninas diziam que a “língua do garoto tinha gosto”. Língua tem que ter gosto de língua, não de comida. Mas quando sentiu o hálito de menta passar da boca dele para dela, ela entendeu o que elas queriam dizer. E ficou tonta.

Ela não tinha exatamente correspondido ao beijo dele, até Anubis interromper o beijo para morder seu lábio inferior e depois depositar um selinho no canto de sua boca. Ele estava de olhos fechados, ela não. Ela viu a expressão no rosto dele, e seu corpo tremeu.

Não, não vai acabar agora. Ela se pegou pensando.

E quando ele quis se afastar que fosse só por um segundo, Sadie o agarrou pela camisa e o bateu contra a arvore, e sentiu o corpo dele tremer contra o dela. Ela decidiu que não ia querer ver a expressão do rosto dele agora, não ia se arriscar, fechou os olhos e seguiu perdida na escuridão e nos lábios dele. As mãos de Anubis desceram de sua cintura para o seu quadril, e sua boca pro pescoço dela. Ela agarrou os cabelos dele, por puro instinto, e ignorou o cutucão que sentiu.

E então ele parou. E Sadie tentou parar a expressão de desapontamento.

–Isso, Kane. – ele disse, entre a respiração entrecortada, como se tivesse corrido uma maratona. – é um beijo. Não o que seu namoradinho faz com você. - Anubis agarrou seus lábios com os dentes mais uma vez. Ela queria gritar, a raiva subiu por sua garganta, mas estava ocupada demais perdida na boca dele.

Mas mesmo assim, a raiva de Sadie Kane podia ser maior, e ela o empurrou para longe dela.

–Você é um idiota, Nico. Que merda está tentando provar? - ela berrou.

–Que você me ama. - Anubis soltou. E não se arrependeu.

Sadie cerrou os punhos com força, se segurando. Se não o fizesse, ela ia soltar a mão nos dentes dele.

–Que merda você tem na cabeça?! O mundo não gira em torno do seu pau.

Ele não se zangou com ela.

–Não importa mais Sadie, por que agora eu sei.

–Eu não te amo cacete! Para de tentar provar as coisas para si mesmo! Eu sequer vou com a sua cara.

Anubis riu. E ela quase deixou seu punho cumprir seu destino.

–Não importa, por que você me deu um novo objetivo, Sadie.

–Ah, dei? E posso saber o que?

–Eu vou fazer você dizer que me ama. E nunca pense que vai poder fugir de mim.

[...]

Já era de noite quando todos os adolescentes se reuniram todos juntos de novo. No final da tarde cada um se ocupou de outras atividades, Bianca e Will sumiram atrás da casa, provavelmente se agarrando, Hazel e Frank se sentaram na varanda e curtiram a companhia um do outro, alguns meninos tiraram a camisa (para a alegria de Thalia e Piper e a desgraça de Annabeth) e foram para o campo jogar bola. Foi mais ou menos por ai que as meninas viram Sadie saindo bufando do bosque. Vermelha e irritada como o diabo.

–O que aconteceu com ela? - Piper perguntou? Estavam as três sentadas na grama.

Annabeth ergueu o pescoço, e viu seu melhor amigo saindo do bosque.

–Eu te conto o que aconteceu, Anubis quis pagar de esperto.

–Será que ele fez algo para ela? Tipo, aquele tipo de coisa? - perguntou Thalia, olhando para Luke no gol, querendo reclamar “Ele já é skatista, músico, rico e esportista. Teria mais alguma coisa no menu?”.

–Ele gosta dela. – foi o que Annabeth disse.

–Gosta?

–Aham. Ele me disse. – ela disse isso como se não fosse nada, estava mais ocupada arrancando a grama com os dedos.

–E por que ele te diria.

–Por que eu sou a melhor amiga dele e ele gosta de confessar as coisas para mim como uma menininha? - Annabeth deu de ombros. – só espero que ele não tenha feito nenhuma merda.

Quando a noite caiu, todos se juntaram na frente da casa após o jantar. Um grupo jogou uma toalha de piquenique na grama e se cobriram com cobertores, Leo e Jason foram pro meio do mato buscar toras para fazer uma fogueira ao natural, demorou bastante tempo até fazer o fogo parar de apagar. Ninguém foi esperto para pegar as toras que eram usadas para acender a lareira da casa.

Annabeth, Luke, Bianca, Thalia e Will ficaram na varanda, de frente pros outros, as meninas dividiam o cobertor gigante de Annabeth. Clarie apareceu de dentro da casa, trazendo uma bandeja cheia de canecas com chocolate quente. Fazia muito frio no campo, era possível ver a névoa que cobria o campo e a floresta.

Isis e Ruby estavam dentro da casa, assistindo filmes da Disney na TV da sala com um balde de pipoca doce e mantas quentinhas.

Todos lá fora estavam cansados, exaustos. Mas ninguém queria encerrar o dia ainda.

–Música. – a ideia partiu de Bianca. E todo mundo concordou. Ela, Luke e Percy foram juntos para sala de música, os três eram os músicos por excelência. Annabeth tocava muito bem o piano, mas não poderia trazer um pro lado de fora.

Voltaram os três com dois violões, tambor e o violoncelo de Athena. Annabeth sorriu, iriam fazer anos que ninguém o tocava, Athena ficaria muito feliz de vê-lo sendo usado de novo.

Bianca era um gênio com o violoncelo, aprendera a tocar antes de aprender a escrever. Passaram então a discussão de que música poderiam tocar primeiro, mas as meninas já sabiam. Não podiam cantar outra música se não aquela naquele momento, e o violoncelo de Bianca se encaixaria perfeitamente. Foi Luke que começou a cantar, e até Annabeth, cuja voz ali era conhecida, ficou surpresa por vê-lo cantar pela primeira vez, nunca tinha visto o skatista tocar, muito menos cantar.

Today is the greatest day I've ever known
Can't live for tomorrow
Tomorrow's much too long

Sadie e Annabeth entraram em conjunto,

I'll burn my eyes out
Before I get out

Quando a maioria reconheceu a música, um coro de vozes começou a cantar, Percy puxou os outros.

I wanted more
Than life could ever grant me
Bored by the chore
Of saving face

Ele só queria parar de encará-la. Queria poder fingir que ela não chamava sua atenção sempre que se mexia.

No fundo, todos eles eram as mesmas pessoas. No fundo, ainda eram os jovens apaixonados que botaram o acampamento abaixo.

É uma pena que todos tenham que crescer, é uma pena que tenham mudado os ideais. E Percy se pegou pensando como seria amar aquela menina loira, sentada na varanda, olhando as estrelas, como todos os outros faziam, e cantando por que se sentiam infinitos.

Today is the greatest day I've ever known
Can't wait for tomorrow
I might not have that long
I'll tear my heart out
Before I get out

Ela devia ter sorrido mais, amado mais seu pai. Ele devia ter reclamado menos, devia ter percebido antes.

Eles deviam ter feito um monte de coisas quando tinham a chance. Ela queria poder voltar um ano, não ter gritado com ele por que uma garota mimada como ela jogou suco em seu cabelo. Queria não ter perdido o controle.

Ele queria ter sido menos ingênuo. Queria ter visto que não amava aquela sua antiga namorada, queria ter visto que não era daquele jeito que funcionava o amor. Queria ter tido tempo de salvar sua marrenta.

Today is the greatest
Today is the greatest day
Today is the greatest day
That I have ever known

Aquele tinha sido o melhor dia entre todos. E é incrível saber que até aqueles corações partidos podiam ser felizes. Foi naquele dia, na fogueira, que um monte de decisões foram tomadas. Foram sobre as estrelas, aninhados por cobertas e chocolate quente que eles se sentiram infinitos como não se sentiram em muito tempo. Foi naquele dia, que eles perceberam que tinham todo o tempo do mundo.

Eles eram tão jovens.


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Notas finais do capítulo

Músicas usadas no capitulo:
Anaconda - Nicki Minaj
Today - willamet stone


Se não se importarem, vou fazer um pequeno questionário com vocês, e gostaria bastante que vocês respondessem.
Primeiro o usual, até o nyah pergunta isso:
1: Qual foi sua parte preferida desse capitulo?
2: Vocês gostaram da parte do Nico e da Sadie?
3: Que tipo de "atividades" vocês gostariam de ver no dia seguinte deles?
4: Altas expectativas para a festa de Hill Wind? O que querem que aconteça lá?
5: Sugestão de músicas, por favor.
6: O final do capitulo foi satisfatório?
7: Me façam uma pergunta :)



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