The best shit escrita por LadyChase


Capítulo 37
O tempo naquele dia


Notas iniciais do capítulo

Dessa vez a unica coisa que posso fazer é me explicar, era para eu ter postado há bastante tempo, o problema é que meu notebook quebrou, ficou quase um mês no concerto, e é único lugar que eu salvei the best shit, ou seja, sem meu notebook estamos perdidos.
Então assim que recuperei meu bebê terminei esse capitulo, ou seja: O capitulo não está revisado e deve estar no pior dos estados



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–Nico di Angelo? – a voz de Thalia saia engasgada, como se estivesse doente. – Bianca veio aqui ontem, aconteceu alguma coisa? - seu tom de voz se elevou para preocupação.

Bianca. A festeira mais irritante tagarela idiota fundo do poço que Annabeth amava com toda sua existência.

–Não. Minha irmãzinha está ótima eu espero. Eu meio que vim falar de outra amiga sua.

Thalia franziu o cenho.

–Quem?

–Ah, ela está b... – AnubisNico ameaçou puxar Annabeth para que esta aparecesse na porta, mas ela deu um tapa discreto em sua mão. – ai. – ele reclamou.

Não tinha sido tão forte sua bicha.

–Que foi? - Thalia parecia confusa e sem paciência para o estranho na sua porta.

–Ah... Nada, foi um mosquito idiota, egoísta e covarde que me mordeu.

–Então, de quem quer falar?

–Ahn...

–Desculpe, se não for dizer nada, eu preciso entrar e ajudar meu irmão com a mudança.

–Irmão? - Annabeth sussurrou mais alto do que deveria.

–O que disse?

–Eu? Nada. – Nico foi rápido.

Que merda.

Como ela iria chama-lo agora¿ Não ia conseguir chama-lo assim sabendo que seu melhor amigo é irmão de sua melhor amiga.

–Eu pensei ter ouvido...

–Deve ser a TV ou os vizinhos...

–Uma voz de garota. Perto de você. – Thalia fez cara de desconfiada.

–Puberdade! – ele inventou de última hora, Annabeth bateu a palma da mão contra a testa. – minha voz fica fina. Fina. Fina, fina. – ele fez sua melhor imitação de voz feminina.

–Você está meio tarde para puberdade.

–Sou atrasado.

–Você tem barba.

–É de mentira.

–Muito bem rapaz. Quem você está escondendo?

–Eu? - ele gaguejou.

Meu deus. Como ele é idiota.

–Eu tenho cara de idiota? Eu sei que você está escondendo alguém, só não saio ai fora por que está é minha casa e você ai fora poderia fazer o favor de se apresentar. Não tenho tempo para pegadinhas, meu irmão está me esperando.

Os próximos acontecimentos foram muito rápidos e gelou a barriga de Annabeth.

Num momento, Thalia estava dando sinais claros de que iria fechar a porta na cara de Anubis; Annabeth não sabe, se foi no mesmo momento ou se poderia ter acontecido segundos ou minutos depois, mas o elevador se abriu outra vez.

E Piper e Bianca apareceram.

Elas não estava olhando para o corredor, estavam conversando, Piper, de shorts e regada larga, tinha seu cabelo preso em uma trança elaborada, um brinco único de pena pendia em sua orelha. Exatamente como Annabeth se lembrava, não.

Não.

Claro que não, Piper havia claramente crescido, era uma cabeça maior que Bianca, estava magra e bonita, como se frequentasse academias ou coisas do tipo, carregava uma caixa pesada, cheia de livros e trecos masculinos que Annabeth não achou familiar. Piper estava simplesmente linda, mas não foi isso que a assustou de fato.

Foi Bianca.

Quando Annabeth fugiu, ela usou de um truque muito velho para empurrar todas as memorias do passado para dentro de uma porta, e essas lembranças não a incomodavam até que ela decidisse espiar por dentro da porta. Era seu palácio mental.

Das vezes que ela abriu a porta, só para observar, a memoria que tinha de Bianca era de uma garota miúda, magricela e acabada. A pele de uma pessoa velha, enrugada e seca, ela sempre fedia a tabaco ou a bebidas alcoólicas. Annabeth tinha outras lembranças também, de uma menina, só uma menina, chorando num corredor, gritando e arranhando as paredes. Suas amigas tentando chegar perto, mas sendo afastadas por mãos desconhecidas, não era o momento. Sua mãe estava ali, Maria di Angelo, com a mão na boca, horrorizada, seu pai a segurava com força, tentando fazer com que ela parece de se contorcer contra ele, o óculos dele estava escorregando pelo nariz, mas ele não chorava.

A família toda estava ali, menos um.

Jeremy di Angelo havia acabado de morrer.

Era uma imagem muito triste para se ter de uma amiga. Ambas as imagens.

Mas era assim que ela se lembrava de Bianca, e as vezes, quando Annabeth ia até o final, atravessava a porta de fato, e procurava com atenção, ela encontrava a memoria de dias melhores.

Quando Bianca ainda era jovem e tinha coração puro, quando a amiga se debruçava em seus amados instrumentos, tocava seu violino de olhos fechados e fazia a música tomar a mais agradável das formas.

E agora lá estava ela, a Bianca que Annabeth mais adorava se lembrar.

Uma menina, de coração puro, sorrindo como se não houvessem preocupações, rindo de Piper carregando a caixa de papelão.

Seus cabelos agora eram longos, extremamente negros e brilhantes, sua mão pendia em sua bolsa de couro, estilo antigo, assim como suas roupas comportadas, usava saia, blusa branca e um cardigan vermelho.

O que faltava de cor anos atrás, a nova Bianca compensava com bochechas vermelhas e um leve bronzeado italiano que ela possuía quando era criança.

Era claro o por que de não ter reconhecido Anubis como irmão de Bianca, agora, olhando nos olhos da amiga, via seus negros olhos brilhantes reluzindo, como os do irmão, a pele dos dois tinham o mesmo tom, o cabelo negro dos dois era extremamente escuro, e era claro a descendência italiana em ambos.

Antes, os olhos de Bianca não brilhavam, eram sempre apagados de tristeza e dor. Não eram parecidos com os olhos de Anubis.

Essas percepções de mudança em Bianca, ocorreram em milésimos de segundos na mente de Annabeth, ela levou aquilo como um soco no estomago, um empurrão violento.

Ela perdeu.

Annabeth havia perdido tudo isso.

Bianca havia retornado a ser quem sempre deveria ter sido, era claro que havia se reabilitado de seu vicio. Era possível ver como agora ela estava saudável e livre de seus demônios.

E Annabeth, que sempre prometeu estar ao seu lado, principalmente quando ela se decidisse a mudar, não estava ali quando isso aconteceu.

Annabeth foi para trás, como se realmente tivesse sido empurrada por alguém.

Foi quando Thalia, quase fechando a porta, viu Annabeth de frente para ela.

Anubis arregalou os olhos quando viu a irmã, cujo sorriso desapareceu de seu rosto.

Piper derrubou a caixa no chão, Annabeth mal ouviu o som, que foi o único que pode ser ouvido naqueles segundos, quando todos permaneceram em silencio mortal.

A menina não sabia o que estava esperando delas, de seus olhares.

Raiva?

Ódio e desprezo?

Para tudo ela estava preparada. Menos para a dor e o espanto nos olhos de Thalia.

Annabeth correu, Anubis berrou seu nome enquanto ela disparava para o elevador, e porta se fechou, e ninguém havia se mexido, as meninas não haviam saído do lugar, nem para tentar parar as portas que as separavam mais uma vez de Annabeth.

Enquanto estava confinada naquele cubículo, a dor finalmente veio.

As lembranças que ela trancoua atrás da porta, suas meninas.

Seus amigos,

Luke, Leo, Jason, Willian, Jake da festa de pré verão.

Thalia, Piper, Bianca, Zoey, Sadie.

Angélica.

Seu pai.

Ah, seu pai.

Ela nunca acessou suas memorias para ele, nunca elevou seus pensamentos até ai.

Nem quando Athena a abraçou, ou quando entrou na mansão.

As memorias e a dor vieram ali. Quando ela recuou.

Quando ela foi fraca.

Fugiu mais uma vez por que não suportou a rejeição.

Então ela viu seu pai, de pé na soleira da porta, de terno e luvas elegantes, ele geralmente tinha um olhar muito sério, então sua menininha surgiu correndo pelas escadas, usando vestido rodado de bonequinha.

A imagem elegante de seu pai se virou para ela, ele era incrivelmente alto, podia ser intimidador.

Mas isso, para Annabeth, ele jamais foi.

Quando ela apareceu fazendo barulho, um sorriso gigantesco iluminou o rosto de Frederick, que muitas vezes parecia triste, e agora Annabeth sabia por que.

Mas quando ele estava com a filha, seu pequeno pedacinho do mundo, tão pequena e frágil, ele nunca foi nada além de pai.

E quando ele a puxou para seus braços, as mãozinhas de bebê de Annabeth foram para sua gravata, desdando o nó e amassando o tecido.

A gravata era nova, tinha sido um presente e era muito cara, mas ele não entortou os lábios nem repreendeu a filha, ele só sorria para ela e ajudava na tarefa de amassar ainda mais a gravata.

Ela era sua filha.

E não havia mais nada no mundo que seja mais importante que ela. E ele olhava para ela e via o sol.

Os olhos que pertenceram a mãe dela não o machucavam. Annabeth não era uma substituta para Angélica. O coração de Frederick, que antes tinha apenas uma vaga, que pertencia totalmente a sua mulher, havia se dividido em metades exatas. Ele não amava mais Angélica que Annabeth, nem sua filha mais que sua mãe.

Ele as amava igualmente, e mesmo que uma delas já não estivesse mais ali, seu lugar não seria ocupado.

–-

Annabeth não havia percebido o momento que seus pés haviam saído do prédio e alcançado a rua.

Tanta dor que ela havia evitado por todo esse tempo, a dor da qual ela fugiu, ela não sabia como lidar com isso...

–Hey Chase!

Paralisou no meio da calçada, um senhorzinho quase trombou nela, ela esperou pela voz rabugenta que a xingaria de nomes que ela só havia visto nos livros, por que aquilo era Nova York e todos eram assim.

–Cuidado fia! Nam vai si machuca. – o senhorzinho de origens simples e que provavelmente vinha do interior sorriu para ela e seguiu seu caminho por uma cidade que não merecia sua gentiliza ou sorriso.

Annabeth se virou, agora preparada para ver a dor nos olhos de Thalia.

Novamente ela não se preparou o bastante.

Lá estavam elas. Piper, Bianca e Thalia.

Elas não tinham mais dor e espanto nos olhos.

Havia algo de novo naquilo, algo que Annabeth não conseguiu enxergar.

–Uma vez, Chase. – Thalia disse seu sobrenome do mesmo modo que sempre disse tantas vezes só para deixar Annabeth um pouco mais brava. – você prometeu que seria minha puta para sempre, vai manter sua palavra?

Não foi romântico, não foi dito na entonação mais linda, não seria lembrado como a maneira mais bonita de se receber alguém de volta nem estaria em um cartão de aniversário.

Mas foi o bastante, foi perfeito o bastante para Annabeth correr de volta e se jogar no colo das três, não foi confortável, considerando a quantidade de cotovelos e joelhos nos quais ela se jogou com força.

–-

Mais uma vez as memorias de ter chegado em um lugar desapareceram na memoria de Annabeth, que se viu sentada no sofá da sala de Thalia. A casa dela sempre teve cheiro de algodão, rosas e bacon. O cheiro veio muito bem vindo para alguém que passou ali metade da vida mas não via o lugar há muito tempo. A caixa que Piper estava carregando aparentemente era de Jason, que estava em algum lugar no brooklyn que Annabeth não compreendeu, o por que das coisas serem de Jason, ela não entendeu nem tentou compreender.

Antes que ficasse nervosa de novo, as palavras começaram a rojar de sua boca como um turbilhão, e ela não parou de dar explicações, desculpas e revoltas.

–Eu fugi por que precisava me reconstruir depois da demolição. Já não acreditava mais em “uma cara metade” e em nada que pudesse me completar para que eu voltasse ao normal. Foi quando percebi que ninguém tem sua metade. Uma pessoa deveria ser inteira, e não depender para sempre da metade de alguém. Eu fui embora para salvar minha vida. Não foi a decisão certa, mais foi a mais fácil.

Não foram as primeiras palavras que Annabeth havia soltado sobre os motivos de ter fugido, mas foi a unica vez que uma das outras meninas começou a falar depois que ela havia terminado.

–Olha aqui, antes de pensar que te perdoamos... – era Piper, começando o que deveria ser um grande sermão sobre como Annabeth foi o ser mais desprezível e asqueroso do universo. – se está aqui, é por que provavelmente sabe que foi uma grande idiota. E espero que realmente saiba, por que só assim você vai entender o que eu vou dizer. Annabeth, você nunca precisou fugir...

A boca da loira se abriu para revidar mas Piper apontou o dedo para que ela se calasse.

–Não, é sério. Sei que você não quer voltar e rever os cacos que eram sua vida. Foi embora por que sua família estava destruída, por que seu pai está morto, sua mãe biológica também e sua mãe adotiva não queria te ver. Mas me deixe mostrar uma coisa que você não percebeu; Quando seus pais sofreram o acidente, onde você estava? Com quem? Quando você passou mal naquele dia, quem segurou seu cabelo e trocou suas roupas? Annabeth, com quem você se perdeu na floresta, quem te ensinou a fazer uma fogueira ou reconhecer as constelações? Para onde você fugia quando se sentia ignorada e mal entendida pelos seus pais? Já faz muito tempo que não somos só amigas Annabeth. Você perdeu seu pai. Mas você ainda tem família.

Como se volta para casa depois de tantas luas terem passado, como se recupera sua antiga vida?

Annabeth agora mantinha a porta aberta.

Não tinha mais medo das memorias. Sim, ainda doía muito.

Ela não se esqueceu, nem se forçou a fingir que não se importava.

Ela só deixou a dor ali, no lugar certo, do lado das boas lembranças.

Não estava mais se escondendo, estava seguindo em frente. Ela sempre se lembraria da pessoa que costumava ser. E isso é bom, mas devemos continuar nos movimentando.

E o tempo que parou naquele dia, na casa de Percy Jackson, começou a se mover de novo.

{..}

Athena fugiu com Annabeth. Mãe e filha que nunca tiveram tempo suficiente passariam seus melhores momentos juntas.

Não, dizer fugir, é um absurdo.

Annabeth e Athena tomaram juntas a melhor decisão que poderia ter acontecido na vida dessas duas.

Sim, estavam partindo. Partindo para finalmente começar, depois de todos esses anos em que moraram juntas na mansão Chase, finalmente eram mãe e filha.

As amigas de Annabeth sofreram, é claro que sofreram. Mal sua melhor amiga voltou, e já está partindo de novo.

Mas não era bem assim, elas sabiam, tinha consciência de que esse era o certo. Dessa vez, elas não ficaram zangadas com a decisão dela.

A caixa de papelão estava aberta aos pés da cama de Annabeth.

E ela estava olhando seu novo quarto, nem de longe grande como o quarto na mansão. Mas era melhor, ele tinha o tamanho certo.

Nele havia uma varanda de madeira adorável, que tinha a magnifica vista do jardim e do bosque se estendendo pela colina. Finalmente, um quarto de verdade.

Uma casa que pudesse chamar de lar.

Aquela foi a casa de suas 2 mães, e agora ela dormia na cama que um dia, dormiu a pequena Angélica Faust. Annabeth quase podia ver sua alma ali, no papel de parede com desenhos de fantasia, no báu de madeira no pé da cama, no guarda roupa e na cama com flores entalhadas, e nas estantes, agora vazias.

Ela podia ver Angélica se esgueirando no meio da noite, sem conseguir dormir, e pegar um livro de sua estante lotada, Annabeth via com clareza a mãe de baixo das cobertas, com uma lanterna na mão, se deliciando com as palavras impressas e a encadernação de couro de seus livros preciosos, exatamente como a filha veio a fazer tantas vezes durante a vida.

O abajur delicado, o chapeleiro e a penteadeira seguiam o mesmo estilo do quarto. Há um ano. Annabeth não teria gostado. Teria dito que não era seu estilo, que faltava modernidade.

Mas agora, nesses tempos em que ela tanto mudou, era perfeito, aquele quarto sempre pareceu dela. Como se tivesse dormido ali todas as noites de sua vida.

Annabeth se arrastou pela colcha branca até alcançar a caixa, estava cheia de lembranças. Que não eram dela, ela não havia trazido isso de Nova York, a caixa já estava ali.

Aquele era o pedacinho escondido de Angélica que Annabeth estava excitante de descobrir, fotos transbordavam, assim como cartas, ursinhos de pelúcia, uma caixinha de música e algumas poucas joias.

Athena trouxera pra ela, fez questão de apresentar o mundo perfeito em que Angélica cresceu. Mostrou a Annabeth as arvores, os bancos onde sua verdadeira mãe adorava sentar no fim de tarde, seus esconderijos secretos e o melhor lugar para se ler.

Do lado da caixa, sua mochila de escola repousava.

Annabeth iria terminar seu terceiro ano do ensino médio na Academia Arendelle, onde Athena e Angélica estudaram a vida inteira. Era um internato, o que significa que infelizmente Annabeth não dormiria naquele quarto perfeito todas as noites, apenas nos finais de semana.

Seus cadernos novos e o uniforme estavam em cima da penteadeira, ela olhou para eles insegura. Lera todos eles no tempo que reservara só pra isso. Ela perdera boa parte do conteúdo das aulas do terceiro ano, as aulas haviam começado em Setembro, e ela não apareceu em praticamente em nenhuma aula enquanto estudava na Good.

Será que daria conta de acompanhar a nova turma de colégio, tendo perdido tanto tempo? Athena a tranquilizou por horas, dizendo que era obvio que Annabeth conseguiria, e ainda sem fazer esforço nenhum. Pois sua filha era a adolescente mais inteligente que já vira, e as aulas que perdeu não fizeram quase nenhuma falta, Annabeth já conhecia o conteúdo, por causa de suas aulas na turma avançada na Good.

Mas em Arendelle eles não tinham latim, como Annabeth temeu que não tivessem, sua matéria preferida agora era praticamente inútil. Em vez disso tinham francês, Alemão e...

Ah, como ela odiou de ter pensado isso.

Ora Annabeth, por que latim é sua aula preferida? Nunca foi. Será por que foi nessa aula que conheceu um certo rapaz que ultimamente não conseguia escapar de sua mente?

Que droga.

Percy Jackson.

Ele sequer sabia que ela tinha tomado a decisão de “voltar”.

Mas para que precisava? Eles sequer eram amigos, e ela não tinha voltado de verdade.

Estava longe de Nova York do mesmo jeito, para ele, de qualquer maneira, Annabeth ainda estava fugindo.

Ele só não sabia que dessa vez era paro lugar certo.

Thalia queria contar. Ah.

Como ela queria.

Mas Annabeth implorou com todas as suas forças para que a amiga não o fizesse. Não estava pronta.

Em sua mente, ela dizia a si mesma que era por que não havia necessidade que ele soubesse, não se viam a meses e não era amigos ou qualquer coisa do tipo.

Qualquer coisa do tipo eles obviamente eram.

A verdade, é que ela não queria que ele a visse ainda, enquanto ainda estava se montando, reorganizando suas peças, se tornando alguém melhor.

Até que não estivesse pronta, moldada e soldada, Percy não a veria. Nem ele nem os outros amigos que ela fez mal.

Claro que isso não incluía suas meninas, delas, Annabeth nem ousaria pensar em não ver.

Elas eram parte fundamental, precisava delas para se tornar alguém, e delas ela jamais se soltaria. Alguns namorados desconfiavam, Luke já tinha sacado, pela felicidade que Thalia tinha nos olhos ultimamente, Jason, que surpreendentemente era irmão de Thalia, também sabia agora.

Irmão.

Annabeth queria cair para trás só com a lembrança. Thalia tinha um irmão.

Um de verdade.

Ela quase ficou com ciúmes. Jason era seu irmão de verdade, partilhavam sangue família, e como ela queria ser irmã de Thalia.

O namorado de Bianca, Will, era um pouco lerdo demais para notar, mesmo o irmão de sua namorada sendo o melhor amigo de Annabeth. Leo demorou mais para chegar a uma conclusão, sabia que alguma coisa acontecera, mas não chegou em um resultado exato.

Annabeth também não queria que Percy fosse o único a não ficar sabendo de sua volta. As amigas de Sadie também não faziam ideia. Estava tudo potencialmente equilibrado.

Ela ouviu um barulho terrível de alguma coisa muito pesada batendo contra o chão, e depois Anubis praguejar em italiano o que não deveria ser algo educado. Logo depois veio a voz de Sadie, resmungando com ele de novo. O sotaque britânico dela soando potencialmente irritadiço.

Annabeth havia se esquecido da presença dos dois na casa, os Kane vieram de Nova York para ajudar na mudança, Carter, Sadie e a mãe deles, Ruby vieram em um carro separado levando coisas menores e essenciais da mansão, os 3 não iriam mais morar lá, e por um tempo, a mansão Chase iria permanecer desocupada.

A família Kane alugou um apartamento em Manhattan, já que a escola e a faculdade de Sadie e Carter era na ilha, mas havia outra mansão de portas abertas para eles, Amós Kane, tio dos dois, morava no brooklyn e sempre insistia para que os dois se mudassem, mas nenhum deles quis abandonar seus locais de estudo. E ainda havia a pequena Isis, a irmãzinha de Carter e Sádie, que já havia saido da fase de bebê e falava pelas ventas, como uma mini Sadie Kane. Era mais esperta que a maioria das crianças e tinha um farto vocabulário.

.Ísis murou na casa do brooklyn com Amós, Julius e Ruby. Carter e Sadie ficaram morando na casa dos Chase por algum tempo, ficaram com Annabeth o tempo todo e esperaram por ela quando fugiu.

Já no caso de Anúbis, ele veio por insistência de Annabeth, uma mão forte a mais para levar os livros de sua amiga, os dois vieram no Volvo recém recuperado dela, lotando a parte de trás com as tralhas que ela mais gostava no quarto da mansão, Athena precisou de um caminhão e alguns carros da empresa só para levar seus pertences favoritos. Não foi uma mudança muito grande, não precisaram de caminhões para levar a mobília, pois o casarão Faust já era mobiliado, só faltava abrir a casa depois de todos os anos em que esteve vazia. Clarie, a governanta dos Chase, veio junto, assim como Rodney o motorista e sua mulher, que agora ocupava o lugar de cozinheira e jardineira. A mulher que limparia a casa era da aldeia próxima ao casarão.

Pelos barulhos grosseiros que ecoavam, parecia que Anubis e Sadie estavam em pé de guerra novamente, eles simplesmente não conseguiam controlar os genes quando estavam perto, sempre extrapolando e saindo dos limites.

Mas de repente, conversavam como se fossem amigos a vida inteira, Annabeth tentou ao máximo não ficar com ciúmes de Anubis as vezes dar mais atenção a Sadie do que a ela.

Mas na verdade, ela adorava isso. Ria sozinha e torcia secretamente pelos dois. Nada a deixaria mais feliz do que ver Sadie feliz e Anubis fazendo parte de sua família. Além disso, Sadie e Annabeth eram as únicas pessoas que tratavam Anubis pelo apelido.

Para os outros ele era Nico di Angelo, responsável rapaz que cursava história numa faculdade que surpreendentemente não era muito longe da nova casa de Annabeth. Mais um motivo para se sentir feliz em mudar, não ficaria sozinha o tempo todo. Ela tentou fazer Sadie querer se mudar também, mas a prima recusou, ficando vermelha quando Annabeth comentou que Anubis fazia faculdade por perto.

Então Sadie se rendeu a prometer que voltaria com Thalia para visitar a prima todo mês.

–Você é um trolho sem jeito, di Angelo. – ela ouviu a voz impaciente de Sadie soar no corredor.

O casarão dos Faust era velho e bem ventilado, dava para se ouvir todos os rangidos e gritos mesmo que Sadie estivesse do outro lado do casa.

–Você que deixou cair essa porcaria, você não segurou direito. Quero só ver quando Annabeth descobrir que você derrubou os livros dela no chão.

A cabeça de Annabeth apontou para fora do quarto.

–Que merda vocês dois fizeram? - ela tentou localizar Anubis e Sadie, seu quarto era o terceiro no corredor, onde logo depois uma escada de madeira tão natural e que combinava tanto com a casa que parecia que nascera das paredes, lá em baixo os dois estavam na sala gigantesca e espaçosa da casa, felizmente esse cômodo sempre fora mobiliado, assim com a maior parte da casa, foi só tirar os lençóis que os cobriam e tirar o pó dos moveis.

Anubis estava tentando levantar uma caixa grande demais para que ele levasse sozinho, a ponta dela estava tombada pro chão, e seus livros estavam esparramados pelo tapete.

–O que vocês fizeram com meus bebês? Seus idiotas! - ela deu um tapa forte na nuca de Anubis e catou os livros que caíram no chão, os ninando nos braços como um bebê.

–Ai! Foi ela! – Anubis apontou para Sadie, que erguei os braços para cima sinalizando que não sabia do que ele falava. – bata nela, não em mim.

–E você acha que eu sou idiota? Você por acaso já viu o tamanho das unhas dela? Vamos vocês dois. Ao trabalho. Levem essa caixa pro quarto, ou preferem que eu diga a minha mãe que vocês preferem descarregar as peças do guarda roupa dela?

Sadie e Anubis se mexeram instantaneamente, pegando cada um de um lado da caixa, e com dificuldade a levantaram do chão.

–Quantas caixas dessa ainda faltam? - Sadie perguntou, olhando para baixo para ver onde seus pés passavam para não se socar em outra coisa de novo.

–Três. – Anubis choramingou.


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