The best shit escrita por LadyChase


Capítulo 32
Tijolo por Tijolo


Notas iniciais do capítulo

Antes de explicar por que eu sumi:
A fic agora tem um "tempo especifico", A fic começou no final do ano letivo, ou seja, no verão. The Best Shit vai terminar um ano depois do começo, ou seja, no verão. O tempo vai ser contado por estações, exemplo, no começo de todo capitulo (ou no meio) vai ter um titulo em negrito falando quantas estações faltam pro final da fic, tipo "2 estações antes, 1 estação antes"

O capitulo está ruim por que eu escrevi ele muito rápido e não revisei ele nenhuma vez. Esse foi um dos motivos por que eu não poster todo esse mês, não tem mais nenhum capitulo pronto de The Best Shit, e eu fiquei num vácuo eterno pra poder escrever esse. Então, está bem ruim.
O outro motivo por eu não ter postado semana passada foi que eu viajei esse mês



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–2 estação antes-

Conhece aqueles momentos insanos?

Quando você jura que está mantendo tudo sobre controle? Mas na verdade é só uma desculpa pra dor que está sentindo.

Isso não faz sentido. Foi a última coisa que Thalia Grace consegue se lembrar daquela tarde de março.

É verdade. Meu nome verdadeiro é Jordan Grace. Reyna é minha ex namorada.

A primeira reação foi ficar incrédula, que droga Jason. Então ela realmente não é louca.

A segunda foi olhar para Piper, que tentava não deixar nenhuma emoção passar, ato bem rápido da parte dela. Já que Thalia não conseguia ver nada depois daqueles olhos. Ela sabia de Reyna.

Thalia conseguia perceber disso, Piper deve ter conversado com Jason sobre os ex namorados. Mas estava na cara que ela não sabia sobre Jordan Grace.

Reyna parecia triunfante, enfim mostrando a todos que não estava louca. Mesmo assim, parecia furiosa, como se mesmo que Jason dissesse que ela é a razão do universo não seria o suficiente.

Um assobio cortou o silencio. Sadie Kane deixou escapar sem querer, encarava todos no cômodo tentando enxergar se mais alguém estava tão perdida quanto ela. Hazel deu um cutucão na amiga e tentou puxar a amiga para fora da enfermaria, mas esta recusou.

–Hei Hazel, me deixe ver o final!

–Cale a boca Sadie.

Não deviam ter se passado nem um minuto inteiro quando Piper tentou se levantar e olhou para Reyna, mas antes da mesma falar a porta se abriu. Revelando um homem de terno um pouco acima do peso com um bigode branco fofo.

–Senhora Bersec? Disseram que estaria aqui.

–Já está na hora de ir? - ela perguntou seca, evitando os olhares sobre ela.

–Está sim, senhorita.

Motorista. Foi o que Thalia concluiu, já conviveu com muitos por causa de Annabeth.

–Já vou Rarold. – Reyna deu as costas e foi. Sem dar explicações, sem gritar com Jason uma ultima vez antes de sair.

Piper deu um passo a frente, como se quisesse segui-la. Mas era tarde demais.

–Pips... – Jason chamou atrás dela. Piper crispou os lábios e olhou pra ele, antes de sair porta a fora. Ele se levantou apressado e desajeitado da maca, evitando o olhar de Thalia de uma maneira estranha, e correu atrás de Piper.

–Sério¿ SÉRIO¿ Eu perdi aula pra isso? Cadê a graça? - comentou Sadie enquanto puxava Hazel para fora da enfermaria. – vamos, Clarisse está esperando.

[...]

O que tinha acontecido depois disso, Sadie estava curiosa pra saber, mas se limitou a ir com as amigas até o Starbucks mais próximo, ela não gostava tanto quanto Hazel – ou Annabeth-, mas era um lugar muito confortável para ficar com as amigas, o frio era de congelar, até andar pela rua parecia suicídio, não estava nevando ainda, mas o Natal estava chegando, e logo viria uma nevasca que deixaria todos aqueles prédios cinza brancos e fofinhos. O que não era bem verdade, já que a moça do tempo disse que a nevasca que estava por vir era daquelas bem ruins. Bem ruins mesmo.

Sadie estava se sentindo muito confortável dentro do starbucks, as janelas pareciam pintadas de vapor, estava quentinho e aconchegante ali dentro, as meninas fizeram questão de se sentar do lado do aquecedor. Sadie tapou a boca com o cachecol enquanto Clarisse ia buscar café.

–Por que está tão frio hoje? - Nyssa comentou, arrumando o casaco. O dia estava feio, cinza e seco. Sadie achava que nunca veria Nyssa se acostumar com o frio dos Estados Unidos ou de Nova York no inverno, a amiga era Mexicana, aceitava o sol como se fosse parte dela.

–Sadie bem que queria o homem dela a esquentando agora. – brincou Hazel, colocando “café no açúcar”, Sadie não entendia a necessidade de algumas pessoas de adoçarem tanto o café, é feito para ser uma bebida amarga, se quer doce vá tomar suco de morango. Ambas Clarisse e Nyssa bebiam chocolate Frappucino, pelo qual Clarisse era completamente viciada.

–Meu homem está muito ocupado, desculpe. – Sadie riu, batendo com a ponta das unhas na xicara de café americano, sua bebida favorita, o barulho era irritante mas ela não se importava.

Esse estava se tornando um assunto polemico.

Quem era o namorado de Sadie Kane¿

–Vamos lá Kane, só uma pista.

–Acho que vou pedir Earl Grey depois o que acham¿

Clarisse fez cara feia, odiava Earl Grey.

–Não desvie de assunto Sadie. – dessa vez foi Hazel a ficar curiosa.

–Não vou dizer o nome dele.

Nyssa revirou os olhos, irritada.

–A cor do cabelo então.

–Preto. – a loira disse tranquilamente.

–Idade? - Clarisse começou um interrogatório enquanto Nyssa foi buscar Earl Grey para Sadie e para ela.

–Não.

–Olhos?

–Não vou dizer.

–Estilo de música. -

–Rock.

–Primeira letra do nome.

–N.

–Inteligente?

–Sei lá.

–Sadie vamos lá, quem é?

–Não posso contar.

[...]

Thalia tinha acabado de se despedir de Luke no celular quando abriu a porta do novo apartamento do pai.

–Pai! Cheguei, o senhor ligou? Minha mãe não está...

–Thalia, venha até aqui. – a voz do pai de Thalia sempre foi rouca, mas ela nunca se assustou com ela. Quando criança ela imaginava que a voz do papai noel fosse assim.

–Onde o senhor está? - ela jogou a mochila no sofá e tirou o par de All Star. Como ele não respondeu ela tentou seguir sua voz, parecia vir do pequeno escritório que ele montou no apartamento.

Estava tudo muito quieto, ela ouvia o barulho dos carros buzinando lá embaixo, quem não morava na cidade consideraria o barulho infernal, mas Thalia nasceu em Nova York, estava mais do que acostumada com a poluição sonora.

–Pai? - ela empurrou a porta do escritório, a taboa solta do assoalho rangeu embaixo dos seus pés quando ela entrou no quarto pouco iluminado, já se passava das 9 da noite, a luz estava apagada, o quarto era iluminado pela grande luminária no centro da mesa, seu pai estava sentado na cadeira atrás dela, a cabeça apoiada nas mãos. Thalia só percebeu que a janela estava aberta quando sentiu um vento forte no rosto, ela se segurou para não esfregar as bochechas ou lhe dar um tapa para trazer o calor que fora roubado com o vento, o frio naquela semana estava matando sua paciência.

Foi a primeira vez que notou que Jason Nivans estava encostado na janela, seu rosto expressava dor.

–O que está acontecendo aqui?

–Thalia... – o pai começou, e Jason finalmente se virou para ela.

–Jason, onde está Piper? Ela está bem? - o tom de voz da garota se elevou.

–Piper já sabe de tudo. – o loiro se afastou da janela e se apoiou na bancada na mesa de mogno. - ela queria vir aqui comigo mas achei que não seria apropriado.

Thalia fechou os olhos.

–Alguém pode explicar o que está acontecendo?

–Houve um incidente na escola hoje. – o pai de Thalia começou. – não houve, Thalia?

–O que...?

–Não tem maneira mais simples de te dizer isso. Mas antes eu preciso falar sobre sua mãe.

–O que tem minha mãe?

–Nós brigamos hoje de tarde.

–Novidade.

–Dessa vez foi sério. – a voz dele ia abaixando conforme ele ia dizendo as palavras. - Ela estava bêbada e histérica. Não estava medindo as atitudes, Thalia, sua mãe...

A pressão de Thalia caiu de uma vez, e o mundo rodou a sua volta. Não sentiu os braços de Jason segurando-a enquanto ele gritava seu nome para Zeus, que havia se levantado da cadeira no segundo que ela ameaçou cair.

–Pai, pai, o que aconteceu com minha mãe?

–Calma, se acalme filha, não aconteceu nada grave... Leve ela até o sofá Jordan!- ele quase gritou a ordem, Jason a carregava de mal jeito até a sala, a aconchegou entre as almofadas e segurou sua mão enquanto esperava passar, seu pai voltou segundos depois com um saleiro em mãos, ela estendeu a mão para ele, como já tinha feito tantas vezes na infância e colocou o sal embaixo da língua.

–O que aconteceu com ela? - ela praticamente cuspiu as palavras.

–Ela estava fora de si, houve um acidente, com o carro...

–SERÁ QUE DEUS NÃO TEM CRIATIVIDADE? - ela berrou, sua garganta doeu com o ato e ela sentiu ânsia de vomito. – não bastava matar o pai de Annabeth agora vai matar minha mãe de acidente de carro também?

–Thalia ela não está morta, escute o que estou dizendo.

–Então o que aconteceu?

–Ela está bem se acalme, está no hospital passando por cirurgia, quebrou alguns poucos ossos. Ela está bem, me escute. – Zeus se sentou no chão e apertou os ombros da filha de maneira reconfortante. – ela está bem.

–Por que ele está aqui? - ela perguntou, enquanto Jason soltava a mão dela e caminhava até a varanda.

Zeus suspirou.

–Foi por isso que sua mãe e eu brigamos.

–Por causa de Jason Nivans? - ela perguntou irônica. – o que ele fez de tão grave? Jason, você andou dormindo com minha mãe?

Jason pareceu achar engraçado, pois deu um sorrisinho de lado, porem Zeus não achou tão engraçado.

–Thalia. Preste bem atenção no que vou dizer...

–Que merda está acontecendo? Que droga Jason Nivans faz aqui em casa-contrações no estomago.

–Esse não é o nome dele de verdade sabe...

Thalia revirou os olhos.

–Eu sei, fiquei sabendo o nome dele de verdade hoje. – os olhos azuis de Jason a encaram e ela foi parando a frase. – o nome dele é... – a luz de Nova York, no escuro da sala, aqueles olhos eram tão...

–Thalia.

–Jordan. – Thalia fechou os olhos quando disse, e antes de falar de novo seus olhos azuis encontraram com outros da mesma tonalidade, Jason a encarava. – o nome dele é Jordan Grace.

A respiração de Zeus falhou.

–Isso não é real. Não pode ser. É muita coincidência. Sabe quantos Graces existem no mundo? Você quer dizer que justo esse é meu parente? - ela disse isso mais brava do que gostaria.

–Ele não é só seu parente Thalia. Você sabe. Você já juntou tudo.

–Não.

–Thalia. Ele é seu irmão.

Mas ela não prestou atenção, nem ouviu, pois já estava vomitando tudo o que tinha comido no dia.

–Jason! Jason! – gritou Zeus quando o vomito começou a virar sangue. – vá até o vizinho do 579, ele é médico!

E um risco loiro corria porta fora, como se seu irmão estivesse fugindo dela.

[...]

–Pai, me deixe. O Médico já disse que é só uma virose. – ela ralhou pela milésima vez, quando seu pai continuava falando coisas estupidas sobre ela não estar bem.

A febre dela era alta, mas ela estava se sentindo muito melhor, não estava sentindo mais a ansia, Jason a carregara até o quarto que agora era de Thalia e a cobrira com todas as cobertas que tinham no guarda-roupa.

–Quando vai parar de me segurar no colo?

–Irmãos devem cuidar um do outro. – ele disse extremamente baixo, Thalia podia ter imaginado.

–Quero saber. Pai. Me conte direito o que está acontecendo.

–Você não está bem. Deixe pra amanhã.

–Não. Eu quero saber agora. Podem me contar ou eu ligo para Piper, Jason já disse que ela sabe de tudo. Ela vai me contar.

O loiro suspirou, estava sentado na cadeira de balanço que Thalia tinha colocado no canto do quarto quando se mudou com o pai.

–Conte a ela. Não é uma bomba tão grande assim.

–Ah não é? O namorado da minha melhor amiga é meu irmão e ele está convivendo comigo a meses e não disse nada. Isso é quase a mesma coisa que nada, acontece sempre.

–Conto eu ou você?- Jason perguntou a Zeus, sentado ao lado de Thalia na cama.

Mas ele não esperou que Zeus dissesse algo e soltou a primeira verdade obvia.

–Sou bastardo.

–Eu já tinha concluído isso gênio.

Zeus suspirou e começou a contar uma história que finalmente fazia sentido.

–Sabe Thalia, eu e sua mãe paramos de nos dar bem logo no segundo ano de casamento. Ela começou a ser menos agradável e eu a viajar mais. Em uma viagem de negócios a Miami eu conheci a mãe de Jason, Estela. Acho que ela me lembrava muito como sua mãe era antes de começarmos a nos odiar. Por um mês eu me deixei pensar que ela era sua mãe, e que estávamos em algum tipo de segunda lua de mel. Ela sabia que eu teria que partir uma hora, e ela tentava entender. Eu me apaixonei por ela, não por ela ser parecida com sua mãe, me apaixonei por Estela ser quem ela era. Eu ia me separar de sua mãe, ia morar com Estela na Califórnia. Ia esperar voltar pra casa, com a promessa de que voltaria para Estela. Mas nunca pude fazer isso, foi em junho de 1996, eu voltei para casa sabendo que ia partir, mas algo me impediu de voltar para Estela pra sempre...

–Minha mãe estava gravida. – Thalia adivinhou.

–Sim. Ela esperou que eu voltasse pra contar. Eu já te amava Thalia, não poderia jamais abandonar minha filha por uma paixão. Então inventei para sua mãe que eu deveria voltar para Miami, tinha negócios finais. Fui direto ver Estela, mas não para ficar com ela, foi um adeus. Eu não me arrependi, meses depois você nasceu e eu não poderia estar mais feliz. Sua mãe estava quem ela era antes, eu podia amar o jeito de Estela, mas antes de ver quem ela era de verdade eu me apaixonei por ela se parecer com sua mãe. Eu amei sua mãe primeiro, e ela estava radiante como você. Não ousei contar a ela meu segredo, cuidamos de você, aos poucos ela foi murchando de novo...

–Pula pra parte em que Jason é meu irmão.

–Eu vivi mais alguns anos sem saber sobre Jason, ele é só alguns meses mais novo que você. Estela engravidou no tempo que passamos juntos, ainda não sabia quando terminei com ela para criar você. Mas depois que descobriu não me contou. Fiquei sabendo só por causa de uma carta que recebi dela depois de algum tempo, dizia que tínhamos um filho. Só isso. Então fui atrás dela, não a encontrei. Só uma senhora e um garoto com os cabelos loiros dela, e meus olhos azuis. Eu sabia que ele era meu filho, não duvidei por um segundo. Sua mãe estava ficando violenta na época e Jordan tinha a avó para cuidar dele. – a menção da avó, Jason fez uma carranca, como se odiasse a lembrança. – não podia traze-lo para morar conosco, sua mãe podia mata-lo. Então eu tive que tomar a decisão mais difícil da minha vida, me separar do meu filho, ir ve-lo apenas poucas vezes ao ano. E sustentei essa vida por muito tempo até... – Zeus virou o rosto pra Jason, uma pergunta silenciosa. “posso contar a ela?” – um dia Jordan simplesmente sumiu e eu não o encontrei até...

Jason tomou as rédeas da história.

–Até Reyna quase morrer por minha causa.

–Você o que?! - Thalia cuspiu, seus olhos se arregalaram de surpresa.

–Minha mãe está morta Thalia. Minha avó está morta. Eu era extremamente jovem. Fugi e sobrevivi do meu jeito. Do jeito errado. Conheci Reyna e começamos a namorar, e... – Jason ficou roxo e depois verde.

–Não precisa me contar Jason. Não agora. Esse papo de ex namorada deve interessar só a Piper, não ligo para o que aconteceu com a Reyna. Contem o resto.

Zeus segurou a mão de Thalia enquanto continuava.

–Eu o encontrei, demorei anos fazendo isso. Ver seu irmão destruído daquela forma... – Zeus fechou os olhos, como se tentasse evitar ver alguma coisa. – eu lhe dei um novo nome, e o trouxe pra Nova York, o processo de divorcio com a sua mãe estava apenas no começo, não podia soltar essa bomba de adultério justo naquele momento, Jason foi morar com a irmã de Estela, Elena Nivans.

–Isso não é bem verdade.- Jason interrompeu. - Eu escolhi não contar nada, não precisava ser mais um problema, não podia simplesmente aparecer pra minha irmã e acabar com um casamento. Eu escolhi ser um Nivans e não um Grace. Mesmo assim, ele preferiu me colocar na Good High School. Queria que eu visse minha irmã. Eu entrei apenas a tempo de ir no acampamento da escola. Eu procurei por você. – ele riu da lembrança. – achei que finalmente tinha te achado enquanto andava pela praia do acampamento. Não queria ir falar com você, mas foi mais forte que eu.

–Não me lembro de você ter ido falar comigo. – Thalia franziu o cenho, revirando a mente pra lembrar de Jason no acampamento, mas ela não conseguia lembrar de tê-lo visto antes de vê-lo com Piper.

Ele sorriu.

–Era uma garota bonita sentada no píer sozinha. Eu joguei uma bola de basquete de proposito na cabeça dela.

Thalia soltou uma sonora gargalhada que fez sua barriga doer. Conhecia essa história.

–Piper! Você achou que Piper era eu?

–Ela me chamou atenção. Não sabia o por que na hora, achei que talvez seria por que ela tinha o mesmo sangue que eu. E eu me apaixonei por acidente pela melhor amiga da minha irmã.

[...]

Luke e Piper foram os primeiros a aparecer para visitar a enferma Thalia.

Ambos sabiam. Jason contou para Piper primeiro pois eles tiveram uma briga assim que Piper saiu da enfermaria no dia que Reyna apareceu.

–Ele tinha um segundo nome e não me disse nada. Eu fiquei extremamente ofendida. – brincou a amiga.

Piper também era a única que sabia da verdade sobre Reyna. Thalia não perguntou.

Thalia não queria perguntar mais nada. Luke conversou muito com Jason depois disso, e pela primeira vez Jason pode admitir que sempre esteve em olho em Luke. Jason estava protegendo sua irmã.

–Eu sou a mais velha aqui irmãozinho.

–Eu sou mais responsável.

Bianca apareceu apenas uma vez para visita, a vida da amiga parecia perturbadora como sempre.

A visita mais estranha não foi a de Percy Jackson, mas no momento em que ele entrou pela porta foi.

Jason estava parado no assoalho olhando desconfiado. Ele estava praticamente morando com Zeus agora. E estranhamente, eles eram uma família.

–Oi Thalia.

–Percy? O que faz aqui?

Thalia não falava com Percy há meses, ele andava apenas com Grover e os irmãos Stoll ultimamente. Ele e Rachel Dare tinham finalmente terminado e ela estava namorando com um tal de Octavian.

–Acho que precisava vir falar com você. Sobre...

–Annabeth. Eu sei. Sente-se.

Ele se sentou na cadeira de balanço que agora ficava do lado da cama de Thalia para que ou Zeus ou Jason a vigiassem ou cuidassem dela quando passasse mal.

–Fiquei sabendo sobre Jason.

–Como? - Thalia se sentou na cama e arrumou o travesseiro surpresa.

–Ainda conversa com Luke.

–Faz sentido. Ele é um fofoqueiro.

–Só queria te dizer o que disse pra Annabeth antes dela ir embora.

Thalia parou de olhar pela janela do quarto e encarou Percy.

–O que?

O garoto mexeu nos cabelos impaciente, olhando para a janela que não tinha lá uma vista descente. Os últimos dias estavam sendo mais frio do que Thalia gostaria, Percy estava usando um moletom verde escuro que combinava com a cor de seus olhos.

–Sabe Thalia. Eu fui a ultima pessoa a ver Annabeth.

–Que? - Thalia repassou a frase de Percy uma, duas, três vezes na cabeça tentando entender o que ele queria dizer.

–Quando ela fugiu, ou tentava fugir, eu a vi.

Thalia fechou os olhos descrente. Não grite com ele Thalia. Jason está na sala. Ele vai ouvir você berrar.

–Quando foi isso? Onde a viu?

–Na biblioteca.

A menina engasgou com a própria saliva.

–O que você fazia na biblioteca?

Thalia tentou decidir se o vermelho nas bochechas de Percy era vergonha ou frio.

Ele não admitiria que nos últimos meses, até quando conheceu Annabeth e achou que ela fosse louca, ele sempre ia na biblioteca ao lado da escola. Sentava por horas em uma cadeira perto de janela e se esforçava para ler alguma coisa, na tentativa talvez de ver Annabeth. E ela sempre estava lá, sempre. Todos os dias na semana antes do acampamento e até quando voltaram. E então, depois da morte do pai, as visitas dela eram menos frequentes. Percy continuava a ir todos os dias, e quando a via, era como um presente.

Da ultima vez que a viu, levou um susto tão grande que teve que ir falar com ela, coisa que ele nunca fez na biblioteca, ele tinha consciência de que ela não fazia ideia de que ele ia lá todos os dias ou que pisou lá alguma vez na vida.

O cabelo dela era quase branco ao sol, o loiro era tão forte que doía aos olhos. Ele sabia que ela sempre se vestiu de maneira um pouco pesada, mas aquilo era completamente anormal, ela estava vestida como uma puta do Rock. A bibliotecária quase não a deixou entrar. Mas depois de uma boa briga Annabeth pulou as regras e caminhou pelas prateleiras, olhando tudo com atenção. Como se nunca mais fosse ver aquilo, como se precisasse lembrar.

–Deixe me ver se entendi. Você sabia que ela ia fugir. Ela contou pra você.

–É.

–E você simplesmente deixou que ela fugisse da família dela. Da mãe dela.

–Acha que sou idiota? Não ia deixá-la fugir assim tão fácil. Eu fui conversar com ela, claro que brigamos quando ela contou o que pretendia.

Thalia bufou.

–Qual foi seu ato heroico?

–Será que você não entende Thalia? Eu a amava. Eu tomei consciência disso a pouco tempo, mas é verdade. Eu a deixei ir por que ela precisava.

–Precisava?! Ela sumiu a meses Jackson. Meses! Acha que isso é bom¿

–Não acho que foi bom. Eu briguei com ela. Briguei com ela pela ultima vez e na hora eu sabia disso, acha que não doeu? Mas eu a deixei ir por que ela me disse uma coisa. Vocês 4 viveram em um mundo de castelos durante tempo demais. Até Bianca, que corria pro seu mundo de sonhos toda vez que acontecia alguma coisa ruim! Todas vocês passaram por coisas ruins, mas superaram isso pelo lado errado. Vivendo num mundo de sonhos por que sua vida real é trágica.

–O que ela fez então foi certo? Fugir é a solução pro mundo dos sonhos Jackson¿?

–Thalia. Foi por isso que vim. Annabeth não desmoronou com seus castelos. Ela construiu um maior ainda. Fiquei sabendo das coisas que estão acontecendo com você, coisas ruins e boas. Vocês, Piper e Bianca, derrubaram os castelos que tinham construído todos esses anos. Só queria pedir, que se Annabeth voltasse, vocês ajudassem ela a destruir o dela. Tijolo por tijolo.

–É difícil destruir um castelo com uma pá.

–Você conseguiu.

Thalia olhou para Percy. Ele estava desesperado. Ele viu Annabeth no auge da destruição, Thalia podia perceber o quanto a imagem tinha o destruído por meses. Ela podia definir aquele olhar, “louco”. Ele estava completamente maluco por Annabeth. Mesmo não estando presente Annabeth Chase estava destruindo Percy Jackson por dentro.

E Thalia percebeu, não era o castelo de Annabeth que ele veio pedir ajuda para derrubar, era o dele.

–Percy. Annabeth não vai voltar.

[...]

A segunda visita estranha apareceu no final da semana. Thalia estava perfeitamente bem, Jason tinha finalmente voltado para a casa da tia e Piper agora começava a fazer piadas sobre a situação dos irmãos.

Nesses meses em que se conheceram, Jason não passava do namorado de sua melhor amiga. Agora ele era seu irmão mais novo.

E era como se ela fosse obrigada a amá-lo. Não conseguia se enxergar nele, as vezes não conseguia acreditar na loucura toda.

Então havia aqueles momentos quando ambos Piper e Jason vinham até a casa de Thalia, e Jason olhava para Piper como sempre fez, então ele se virava para olhar para ela e sorria. Nada além de um sorriso. O mesmo sorriso que Annabeth lhe mandava as vezes, aquele sorriso familiar. Então ela sabia que ele era seu irmão, assim como Annabeth foi.

Jason não poderia cobrir o enorme buraco que Annabeth deixou, assim como garota nenhuma por muito tempo poderia fazer isso com Percy Jackson. Mas ela tentava ignorar tudo isso, e tratava Jason como se ele fosse seu irmão durante todos os anos que Thalia viveu.

Mas nem Piper nem Jason estava lá quando a visita chegou. Ela estava sozinha em casa assistindo TV quando a campainha tocou. De moletom preto e meias ela se levantou e foi abrir a porta em passo lento.

Quem a esperava era um garoto com um estilo meio gótico, mas não exagerado. Tinha grandes olhos negros e usava uma jaqueta de aviador grande demais pra ele. Ele era extremamente familiar, e logo depois que ele falou ela entendeu o porquê.

–Thalia Grace? - ele perguntou. Até o tom de voz lembrava o dela.

–Sou eu. Precisa de alguma coisa¿

–Tenho que falar com você. É muito importante. Sou Nico di Angelo.


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Notas finais do capítulo

uVou ter que pedir 5 review ou nada de capitulo, preciso saber quem ainda acompanha a fic