The best shit escrita por LadyChase


Capítulo 27
Angélica


Notas iniciais do capítulo

Então, vamos pro assunto tenso.Por mais que eu e a leitora (ela até me mandou mensagem gente, eu entendo o sofrimento) Gaby di Angelo rezássemos, Nico é gay.É. Eu tenho a prova, já li casa de hades ;-; Então Gaby ;-; vamos superar isso ok? ;-;;-;;-;;-;;-;n vo conseguir não;-;;-;;-;;-;;-;foda-seAqui ele vai ser meio hetero. Já tenho planos pra elevoltando, Qualquer semelhança com outra história é coincidência Eu particularmente acho esse capitulo muito treta



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/163516/chapter/27

i want your eyes

Uma adolescente de cabelos louros esperava sentada na sala de espera, estava nervosa.

Há uma hora, telefonaram para sua casa, dizendo que sua mãe havia acordado do coma, seu pai havia sido enterrado a uma semana, e ela estava lidando com tudo muito bem.

Quase tudo, a não ser o fato da carta que ele deixou.

Ela passou noites acordada tentando entender a carta.

E agora sua mãe acordará, ela tinha as respostas.

Tinha que ter.

Sadie e Carter ainda estavam em sua casa, e parecia que não sairiam tão cedo, a leitura do testamento só ocorreria depois que Athena saísse do hospital.

Annabeth estava desconsolada, seu pai, ah, seu pai.

Tudo bem, que ele era bem severo com ela.

Sempre foi, mas dos dois pais, ele era o que mais a entendia, que lhe dava atenção, que cuidava dela e que respeitava suas amigas.

Mas mesmo assim era distante, e ela o perdeu pra uma distancia ainda pior.

Só queria que sua conversa com sua mãe surtisse algum efeito.

Ela estava tão confusa, talvez seu pai estivesse louco quando escreveu a carta, talvez o acidente tenha sido culpa dele, estava bêbado, e escreveu a carta bêbado.

Por que não fazia sentido algum, aquelas palavras.

–Annabeth Faust Chase, pode entrar. – anunciou uma enfermeira, já na meia idade, estava realmente cansada de esperar naquela recepção, sua mãe fora internada no hospital mais caro de Nova York.

Ali era quase realeza, ela e Annabeth.

As herdeiras Chase.

–Me leve até ela.

–Quarto 1.080.

O hospital era escandalosamente grande, disso ela sabia, ficava imaginando que a ala onde estava o quarto 1080 era uma cobertura.

Quando a enfermeira a deixou no andar certo, ela teve certeza.

Era enorme, bem equipado, e só tinha gente rica.

Ela trincou os dentes e andou pelo corredor de piso de mármore, seu All Star preto fazia um barulho detestável quando deslizava por ele, a porta branca entalhada com detalhes em madeira, tinha um letreiro dourado que doía os olhos.

1080.

Suspirou, desceu as mangas da blusa comprida preta que usava até metade da palma da mão, como fazia quando estava muito nervosa, e girou a maçaneta.

O quarto era maior que o apartamento de Thalia.

Annabeth supôs.

Sua mãe estava deitada na cama, ligada a aparelhos que Annabeth não fazia ideia do pra que serviam.

Estava escandalosamente magra, e sem maquiagem ela parecia outra pessoa, a pele era acinzentada, o cabelo era enrolado como o da filha, só que em tons muito mais escuros.

Annabeth sempre soube que herdou o cabelo loiro claro da avó, Susan Levin Faust, uma francesa, Athena puxou pro pai, Benjamin Faust.

Os olhos da mãe estavam caídos, cansados, e chorosos.

Tinham te contado sobre Frederick então.

–Mãe...

Ela virou o rosto e enxergou a filha pela primeira vez no quarto.

–Annabeth, filha... Eu soube do seu pai, espero que esteja bem.

–Eu estou mãe. Estou mais preocupada com a senhora.

–Eu te deixei preocupada? Desculpe querida.

–Mãe eu queria te pedir desculpas... Por ser tão rude nos últimos meses, agora que o papai se foi, queria te pedir desculpas. Não quero perder mais ninguém.

–Desculpas? Mesmo seu pai não estando mais aqui, entre nós, eu não podia estar mais feliz.

–Por que?

–Você me chamou de mãe de novo, é o suficiente.

–Eu não queria estragar isso, mamãe, não queria mesmo. – Annabeth se aproximou mais, e segurou a mão da mãe, seus dedos eram gelados e compridos, como os dela.

Mas eram tão calorosos pra ela, por um momento, mesmo Annabeth odiando admitir, ela ficou com muito medo de nunca mais sentir esse calor.

–Pode falar. Estamos nos dando bem, pergunte o que quiser.

–Esqueça. É besteira, estou falando com você normalmente, sem querer te matar ou coisa parecida.

Athena riu, mas não parecia tão animada, tão fraca.

–Você está preocupada, diga o que está deixando a minha menina nervosa. – ela levantou as mão que não estava recebendo soro, e tocou o rosto delicado da filha.

–Papai me deixou uma carta, ele fez um homem escrever enquanto ele ditava, antes de morrer.

–O que dizia? - ela pareceu mais atenta, ou talvez chateada.

–Ele pediu desculpas, por não ter sido o melhor pai, essas coisas...

–E que te preocupa?

–Algo como “estou indo pro lado dela” “ela deixou uma parte dela muito importante” eu no caso... Quem é mãe?

Athena se calou, e a mão que percorria o rosto da filha voltou ao colchão.

Ela parecia mil vezes mais séria, e muito mais preocupada, quase com medo.

–Quem é mãe?

–Ele disse mais alguma coisa?

–Disse algo sobre eu ter os olhos da minha mãe. Só que mãe... Eu não tenho seus olhos. Eles são verdes.

Nesse mesmo momento ela fechou os olhos e murmurou algo inaudível, o aparelho que media sua frequência cardíaca disparou.

–Mãe? Você está bem? Desculpe? Eu paro, tudo bem não responda, meu pai devia estar confuso, ele sempre fazia esse tipo de confusão, eu... eu.. Eu vou indo, vou voltar amanhã.

–Annabeth não vá. Se ele te disse isso, então é por que ele quer que você saiba a verdade. É o ultimo pedido dele.

–Pedido?

–Você nem sabe quem é, Ruby não fala disso, e se não me engano, quando realmente aconteceu ela já tinha o Carter pra criar e estava bem longe daqui, talvez gravida da Sadie.

–Por que está falando da tia Ruby? - perguntou Annabeth, puxando um banco pra se sentar ao lado da mãe, estava mais atenta a ela, por que falar da Ruby? Até onde ela sabia, Ruby se casou com Julius Kane, e Athena odiava os Kane, ela e todos da família Faust, Ruby fugiu com ele para Europa, nunca comentava o nome dela, só quando ela voltou, muitos anos depois, com duas crianças, dizendo ser seus filhos. Carter e Sadie no caso.

–Não estou falando dela...

–Está falando de quem então?

Ela suspirou muito pesadamente, os olhos se encheram de lagrimas, ela fechou os punhos, e evitou as lágrimas o máximo que pôde.

–Estou falando da Angélica. Minha irmã mais nova.

–Angélica? Minha tia? Por que eu nunca ouvi falar dela?

–Por que ela não é sua tia...

Ela é sua mãe, Annabeth.

/-----/

–Ani! Saia dai! – Athena Faust, gritava com a irmãzinha mais nova, que subia em cima de uma arvore.

Athena era a filha prodígio dos Faust, bonita, inteligente e uma dama, tinha longos cabelos cacheados mais escuros que o de suas irmãs, ela puxou os cabelos feios do pai.

Segundo ela, esse era seu único defeito. Fazia um dia agradável na propriedade da familia, uma grande casa no campo, perto de um povoado pequeno e encantador, Valley Wind, era aquele tipo de povoado que se vê em livro de contros de fadas.

A familia que morava ali era uma das mais conservadoras que podiam existir.

Athena usava um vestido vermelho, que parecia de época, com rendas mangas e comprido, eram assim que as mulheres da família se vestiam.

Ela estava o dia todo atrás de sua irmã mais nova, Angélica Faust, uma menina linda, herdara os cabelos loiros claros da mãe, e tinha olhos de um lindo tom cinza esverdeados, que mudavam de cor como um caleidoscópio. Seu vestido era como o da irmã, só que sem mangas compridas e era azul celeste. Diziam o tempo todo que ela parecia um tipo de Alice no País das Maravilhas, tinha um olhar inocente e infantil.

–Athena me deixe em paz, só vou pegar aquela flor bonita, espera ai.

–Você pode cair. Frederick está chegando, papai quer que conhecemos ele e a família.

–Ele deve estar querendo é nos casar com o riquinho. – uma terceira menina apareceu.

Rubyane era simplesmente a ovelha negra, usava calças jeans e blusas pretas rasgadas, no momento seu cabelo tinha sido tingido de ruivo e seus olhos azuis brilhavam ao sol.

–Ruby, vista seu vestido. – mandou Athena.

–É. No mesmo dia que você mandar em mim.

–Parem vocês duas! – pediu Angélica lá de cima.

–Ani! Desça dai! O convidado está chegando. Papai vai ficar bravo se te pegar ai.

–É só uma flor Ná!

Ná. Era assim que Angélica chamava sua irmã mais velha, seu exemplo, as duas irmãs tinham aquele elo inquebrável.

Ruby, era a rebelde, sempre distante.

–Ná, me ajuda, acho que vou ca.... – ela tentou gritar por ajuda antes de um galho de partir, Athena gritou em desespero e Ruby arregalou os olhos.

–Ani!

–Te peguei. – um jovem de cabelos castanhos, mais ou menos da idade de Athena, conseguiu segurar Angélica nos braços fortes antes que ela chegasse ao chão.

Ela era infinitamente menor que ele, parecia uma pequena boneca de porcelana no colo de um príncipe.

–Você está bem?

–Ah... Sim, que susto! – ela sorriu para o rapaz, que levou um surpreso com atitude feliz da menina. Não estava nem assustada.

–Ani! - Ruby chegou mais perto, correndo, tirando a irmãzinha do colo do estranho, passando pro seu próprio. Athena e ela nunca se deram, mas Ruby amava Angélica, sua pequena menininha, tão pequena e inocente pra sua idade, sempre seria uma criança ao olho da irmã mais velha - Quem é você?

–Frederick, Frederick Chase.

–Ah. O tal filho do banqueiro. – Ruby concluiu sem grassa, arrumando Angélica em seu colo, a pequena menina mantinha os braços presos em torno do pescoço de Ruby.

–É um prazer senhor Chase. Obrigada por salvar a minha irmã, Angélica é um pouco desastrada. – Athena se apresentou educadamente, parecia encantada com o rapaz, ele parecia tão educado e bonito.

–É, é. Obrigada por salvar a Ani. – comentou Ruby de mal humor. Angélica se curvou para o ouvido de Ruby e sussurrou algo. "ele é bonito".

Ruby sorriu de leve para irmãzinha, ma a carranca logo se voltar para Athena e Frederick.

–Não há de que. E, você quem é? - os olhos azuis do rapaz brilhavam diante da beleza de Athena.

–Athena, filha de Benjamin.

–Sim, é um prazer conhece-las.

–Você se apaixonou por ele. – concluiu Annabeth, ainda sentada, ouvindo a história de Athena tentando ao máximo não interromper.

–Desde o primeiro momento, ele tinha salvado a Ani, minha preciosa Ani.

–E ele?

–Frederick? Até hoje não sei o que era aquele brilho nos olhos dele. Eu só sei que me apaixonei, não o amor de uma menina por uma homem rico, eu nem me importei com o dinheiro, eu só me apaixonei.

–O que achou das minhas filhas rapaz? - perguntou Benjamin durante o jantar, os pais de Frederick, o senhor e a senhora Chase estavam bem aconchegados ao lado do filho na mesa de jantar.

–São ótimas senhor, de tamanha beleza e inteligência. As 3.

–Que idiota. – Ruby murmurou baixo. – olha to saindo. Boa noite Senhor e senhora Chase, foi um prazer.

–Onde está indo? Rubyane, não me diga que é com aquele sujeitinho asqueroso.

–O nome dele é Julius pai. Isso é racismo. Seu problema com ele é só por que ele é negro não é?

Silencio na mesa.

–Ele é um ladrãozinho, não presta.

–Vou repetir, pare de dizer essas coisas do meu namorado.

–Ele só vai ser seu namorado se eu permitir.

–Não preciso da permissão de um velho. Julius é meu namorado, não preciso ficar aqui nesse jantar, sou comprometida, não cabo nos padrões para me casar com o Frederick, só tenho pena de Athena e Angélica que vão ser forçadas a isso. Só me faça o favor de empurrar a Athena com mais força, Angélica é inocente demais pra isso.

–RUBYANE!

–Grita. Grita pai. Enquanto isso, estou indo.

–Não volte.

–Não pretendo.

–Benjamin! É nossa filha, vai deixa-la embora? - a mulher loira, muito parecida com Angélica se pronunciou.

–Susan, essa menina me envergonha, ainda por cima na frente dos meus convidados.

–Ela é sua filha...

–Não. Deixa mãe. Meu pai nunca vai mudar. Boa noite, desculpe pelo incomodo Senhor e senhora Chase, Frederick, meu problema não é com vocês. Com licença. - antes de sair porta a fora, ela foi em direção a Angélica, seus pés não chegavam sequer no chão, parecia uma criança de 8 anos. Ruby lhe beijou a testa e se ajoelhou pra abraçá-la.

–Onde você vai? - sussurrou ela.

–Não se preocupe pequena Ani, volto pra te ver.

–Foi nesse dia que a tia Ruby fugiu?

–Ela planejava fugir a semanas, ninguém desconfiou. Quando mamãe encontrou o armário dela vazio que percebemos que ela sempre quis ir embora, Ani chorou a noite toda.

–Ani não corra! Ruby não merece suas lagrimas! – gritou Athena, quando Ani saiu correndo do quarto em direção ao gigantesco jardim, chorando,

–Ela é sua irmã também Ná! Como pode dizer isso? Eu quero a Ruby de volta!

–Ani volte aqui! Está escuro não vamos conseguir te achar! Ani!

–Eu não sabia que Frederick foi atrás dela, ele se simpatizou pela causa, ele a viu chorar e correr. E também viu que eu não consegui ir atrás.

–Você está bem? - Frederick finalmente tinha a encontrado em baixo de um velho carvalho branco.

–Não... Ruby se foi.

–Você a amava não é? Afinal é sua irmã.

–E-eu sei que todos me dizem que sou só uma criança inocente. – ela disse, soluçando entre uma lagrima e outra. – mas eu sei o que está acontecendo com a minha irmã ta legal? E sei que ela não vai voltar.

–Ruby é sua irmã, se ela te ama como você a ama, com certeza vai voltar, pelo menos só para ver você.

–Você acha?

–Certeza. Eu não tenho irmãos, deve ser legal ter companhia...

–É sim.

–hei, aqui. – ele estendeu a mão.

–O que é isso?

–É a flor que você queria pegar mais cedo não é?

–Onde você a encontrou? - Angélica tocou a flor na palma da mão de Frederick com seus dedos delicados, a flor era surpreendente bonita.

–Caiu junto com você, pena que só consegui te dar agora.

–Obrigada senhor Chase.

–Me chame de Frederick, ou Fred, é mais curto, tudo bem assim Angélica?

–Ani, me chame de Ani.

Ele sorriu pra ela, e o efeito foi fascinante.

–Deixe-me por no seu cabelo, flores tem que permanecer juntas para serem realmente bonitas não é?

Ela riu enquanto ele colocava uma mecha do seu cabelo loiro pra trás e colocava a flor atrás da orelha.

–Eu pretendia dar essa flor pra Athena, ela parecia bem triste ultimamente. – Ani tocou a flor com a ponta dos dedos.

–Você tem uma irmã muito bonita.

–Athena é linda.

–Ele gostava de você? - Annabeth perguntou, sem conseguir encarar Athena nos olhos.

–É mais complicado que isso.

/--/

Nas próximas semanas, Frederick vinha nos ver quase todos os dias.

Athena gostava das tardes que passava com ele.

Tão educado, mesmo não sendo completamente conservador.

–O amarelo lhe cai muito bem Athena. – se referindo ao vestido amarelo que sua mãe fizera ela colocar para receber Frederick.

–Eu não gosto muito... – respondeu um tanto constrangida.

–Fica ótimo em você.

–Ná, Fred! Olhem aqui, tem um filhotinho de esquilo aqui em baixo! – chamou a inocente e doce Angélica.

–Ani, tome cuidado!

–Venha ver! – chamou ela, surgindo do meio das arvores trajando um lindo vestido, ainda azul, com mangas e rodado, usava meias compridas brancas e uma bota de couro marrom claro, o cabelo loiro cacheado caiam em cascata pelos ombros.

Toda vez que Frederick olhava pra ela, pensava em Alice Liddel, a protagonista de Alice in Wolnderland.

–Olhe suas meias, estão sujas! Mamãe vai implicar.

–Deixe pra lá Athena, vamos, me mostre onde você achou o esquilo. – Frederick se levantou da grama e foi em direção de Angélica, lhe oferecendo a mão para que fossem juntos.

E os dois sumiram entre as arvores, Athena optou por suspirar e continuar sentada a margem do lago.

O tempo entre nós ia ficando mais longo, se passaram anos.

Frederick sequer tinha me roubado um beijo, achei que ele era muito conservador, mas eu estava esperando, ele tinha crescido, tinha 19 anos, eu o conheci quando tínhamos 14, Angélica tinha inocentes 12 anos na época em que o vimos pela primeira vez.

–Athena, Angélica, estão prontas? Frederick vem hoje.

–Não precisa anunciar mamãe, sabemos, nem precisamos nos arrumar. – respondeu Angélica a mãe, os cabelos loiros com os anos tinham ficado ligeiramente mais lisos e compridos, usava um vestido comum, nada de extravagante, branco de renda com um laço na cintura.

–Mas tenho a impressão de que hoje é um dia especial – a mãe lançou as filhas um olhar misterioso e contente.

Ele viria pedir a mão da filha dos Faust, passei horas na frente do espelho me arrumando, coloquei um vestido amarelo, a cor que ele disse que ficava bonita em mim. Eu estava radiante de felicidade. Angélica nem se arrumou, talvez não entendesse o que mamãe queria dizer, por que não era com ela.

E quando ele chegou, eu não continha minha felicidade, vieram me chamar no quarto, minha mãe quase chorava.

–Athena, venha, temos grandes novidades. Você irá vibrar!

Eu quase corri pra sala, mas quando cheguei a porta me acalmei, e abri um lindo sorriso para todos verem, só para ver o meu amado sentado ao sofá...

Do lado dele, minha querida irmã Angélica segurava sua mão com um sorriso no rosto.

Athena minha querida! Olhe só que alegria para nossa família, Frederick acaba de pedir Angélica em casamento! Não é ótimo?

Meu pai abriu um sorriso enorme, nunca vi minha família tão feliz.

–Devo admitir que nunca pensei que fosse Angélica, todo esse tempo, achei que fosse minha Athena. – Benjamin riu.

Eles estavam juntos a anos.

Meu amado e minha irmã...

Eu nunca sequer desconfiei.

Angélica me contou que ele só a tinha pedido em casamento por que eles tinham brigado, foi por causa disso que ela parecia tão chorosa nos últimos dias. Ela me disse que ele veio até ela naquele dia, e...

–Você sabe que eu vou te amar pra sempre, eu só não quero mais esconder, Ani, eu te amo.

–O que quer dizer? E a briga?

–Eu não me importo com a briga, nesses últimos dias eu nunca senti tanto a sua falta, o seu cheiro, você não saia da minha cabeça um segundo, foi igualzinho a época que eu percebi que estava apaixonado por você.

–Fred... – ela tocou seu rosto com os dedos, e deu aquele sorriso,

O sorriso que fazia o coração de Frederick mais forte.

–Escute, eu quero você por inteiro, agora e para sempre.

–Você está falando daquilo de novo? - perguntou Ani um pouco receosa, achava que Frederick falava de sexo novamente com ela.

–Não, eu prometi te esperar, mas eu quero que você seja minha, em todos os sentidos. Ta vendo esse sorriso? Esse sorriso que eu amo tanto, quero que ele seja só meu. Quero acordar com esse sorriso de manhã, não quero que nenhum outro homem o tenha. Apenas eu.

–Frederick...?

–Angélica, meu amor, minha doce Ani, casa comigo?

Eu achei que nunca mais ia amar, eu não sabia se sentia ódio.

Só queria morrer ali. Ele a amava , não a mim.

E todos esses anos, quando eu sonhava com ele, era com ela que ele dormia.

Sabe Annabeth, eu realmente achei que nunca ia amar outra pessoa, e eu não amei.

E os vi casar, eu sorri pela minha irmã. Por que eu a amava, mas nunca mais consegui ficar por perto, e eu fui vestida de amarelo, quando ela entrou de branco.

Meus pais morreram pouco tempo depois, meu pai morreu de câncer, e minha mãe morreu de depressão, uma semana depois chegou a noticia que Angélica estava gravida, e eu fiquei tão sozinha, se minha mãe soubesse de você ela nunca teria partido.

Então você nasceu.

E a vida deles era perfeita, e eu ainda revivia aquele dia nos meus sonhos.

Você era linda, e o que mais doeu quando eu te segurei pela primeira vez, foi que você não se parecia com ele, você tinha os olhos dela.

Os olhos que eu sempre quis ter, os olhos por qual Frederick se apaixonou.

Então o dia maldito chegou, você tinha 3 meses acho, ela saiu da mansão... Ani foi assaltada, ela se recusou a dar a bolsa, sabe o que tinha lá? Meu presente de aniversario, Angélica viu o quanto eu fiquei sozinha quando nossos pais morreram, era meu aniversário, ela tinha conseguido recuperar o colar favorito da nossa mãe, era o meu preferido também, ela ia me dar de presente, mas então os ladrões levaram a bolsa e a vida dela também.

–Então ela está morta? - perguntou Annabeth segurando as lágrimas, não iria chorar na frente de Athena, que já desabava.

–Nos meses seguintes eu nunca me senti tão culpada, minha amada irmã, foi culpa minha, eu vi Frederick chorar no enterro com você no colo, eu o via gritar de desespero por perde-la. Ele nunca amaria alguém como a amou.

Eu cuidei de você durante meses... Eu e seu pai te chamávamos de Annie...

Eu não conseguia gostar de você no começo, a filha dela, você devia ser minha.

Mas quando você me disse mamãe pela primeira vez, foi quando as coisas mudaram... Eu me senti culpada de novo.

Por que essas palavras tinham que ter sido pra ela, você devia ter chamado ela mãe pelo menos uma vez.

Eu me casei com Frederick, por que ele percebeu que eu era quem cuidava de você, já me chamava de mãe, ele queria que eu ficasse por perto pra cuidar de você.

Eu não sei se ele me amou em algum ponto da vida, eu não faço ideia.

Mas você deve ter percebido que em um ponto, nós nos distanciamos de você...

Você tinha os olhos dela, você estava se tornando ela, até o jeito inocente. Isso doeu tanto...

Mas quando você notou nosso jeito, você mudou...

Você se tornou tudo o que ela nunca seria, mas eu a via em você do mesmo jeito, quando você não estava perto da gente você se parecia tanto com Angélica... Ela te amou tanto, é tão injusto eu ter passado tanto tempo com você e ela tão pouco.

–Para, para por favor. – Annabeth não aguentou, colocou a cabeça entre os joelhos e chorou, e chorou.

Como ela nunca nem suspeitou disso? toda essa história por trás dos panos, todo esse tempo ela procurando alguma coisa por baixo do dinheiro, e sempre teve, teve um segredo tão grande que ela queria que só existisse o dinheiro agora.

Era mais fácil.

–Eu sei que você me odeia. Por que eu não sou a mãe que você queria. Eu não sou a Angélica... Ela teria te amado tanto, ela... Ela... Ela seria perfeita pra você. Você não seria tão triste, seria mais feliz, não seria rebelde ou com transtorno bipolar, é tudo minha culpa. Eu não sou ela, eu não sou sua mãe.

–PARA! PARA POR FAVOR! – Annabeth ergueu os olhos e a encarou.

Os olhos dela, os olhos de Angélica estavam chorando.

–Foda-se a Angélica, eu não a conheci. Ela se foi. Você é minha mãe, e por mais imperfeita que você foi, você foi mãe;

–Annabeth...

–Chega. Eu não quero mais ouvir. Estou indo pra casa ok? Eu te amo mamãe, isso não muda nada. – ela deu um beijo na testa da mãe, suas mãos tremiam, mas ela não iria retirar ou colocar mais palavras, apenas saiu do quarto, do hospital.

O barulho do seu tênis pelo piso não a irritava mais, o luxo do hospital não a incomodava mais.

Ela não notava mais nada, nem as pessoas, nem as cores, nada.

O motorista ainda a esperava do lado de fora, ela apenas foi pra casa pulou pra fora do carro quando teve chance, e seguiu da garagem repleta de carros para a porta dos fundos, e ignorou Carter e Sadie na sala, esperando por ela, dizendo que suas amigas tinham ligado.

Ignorou quando Clarie tentou para-la na escada, perguntando o que tinha acontecido.

Ela ignorou tudo.

Ela só correu pro seu quarto, seria mentira dizer que estava tudo bem.

O buraco que Annabeth tinha caído agora era muito mais profundo, ela pensou que ficaria tudo bem, por apenas alguns segundos.

Ela disse que nada mudaria

Ela mentiu.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The best shit" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.