The best shit escrita por LadyChase


Capítulo 2
O primeiro indicio


Notas iniciais do capítulo

Sorte de quem leu esse capitulo até o dia 21 de julho de 2014, por que vocês viram o capitulo original, estou alterando vários capítulos da fic para ficar mais coerente



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As garotas estavam curtindo sua festa de pré-verão. Aquela era uma antiga tradição do colégio que frequentavam.

Eu sei. Não da pra entender, quem faz uma festa de pré-verão? Mas é bem simples se você parar para entender, eles fazem uma grande festa todo ano 3 semanas antes do verão para começar a descontrair. Só mais uma desculpa para encher a cara e fingir que só fez todas aquelas merdas por que estava bêbado.

Agora fica bem mais simples não é?

A loira gelada no sofá, a punk arranjando briga, a morena linda dançando, e a pobre garota perdida enchendo a cara.

Que bela maneira de se começar uma história.

Tão diferentes umas das outras, tão opostas. Amigas há tanto tempo.

A tragédia era o que tinham em comum, eram meninas tortas. Rebeldes, extremas.

Annabeth, a rica filha dos banqueiros, tão solitária, tão esquecida e apagada. Mas se ela fosse realmente assim, ninguém nunca percebeu por trás daquela camada de cabelos loiros, gritos histéricos e sorrisos irônicos. Ela era extrema, era louca e perdida.

Ela parecia nunca estar calma, sempre gritando, sempre rindo alto.

A menina que brigava com um pobre individuo logo ali perto era sua melhor amiga. A punk Thalia Grace.

A maior amante de brigas que Annabeth Chase conhecia. Ela ainda se lembra de dias melhores, quando Thalia era só uma menina feliz com um belo gosto para o Rock e seriados antigos. Passavam as duas todas as tardes de verão assistindo Star trek na velha TV de Thalia, sem nenhum problema aparente. Apenas um mundo colorido aos olhos de crianças de Nova York. Não existiam os pais brigando, os divórcios e os gritos. Não existia a mãe descontrolada de Thalia, que toda vez que ficava chapada levantava a mão para filha, tão jovem. Tão inocente para entender por que casamentos não davam certo.

Ah, ai vem a menina mais trágica, vindo do banheiro, capengando pelas paredes e se segurando nos moveis para não cair no chão, era Bianca. O rosto vermelho e o cabelo desarrumado eram os indícios mais óbvios de que em poucos minutos ela já tinha atingido o auge da bebedeira da noite, e que, com certeza, tinha conseguido drogas com um retardado na festa.

Ninguém mais tinha pena de Bianca. Depois de tanta besteira que a própria fez, todos se esqueceram dos motivos que a levaram para destruição. Seu irmão estava morto. Bianca era a culpada, seu pobre irmãozinho estava morto por sua culpa. E nos meses que seguiram a morte de Jeremy di Angelo, Bianca jamais se perdoou por um segundo sequer, não existiam os dias em que ela não pensava nele. Seu garotinho, seu primeiro confidente. Ela nunca foi capaz de encarar os pais, jamais. Seu irmão mais velho sequer compareceu ao enterro, mas ela sabia que Nico a culpava também. Todos culpavam. Haviam aqueles que a chamavam de assassina, que picharam as paredes de sua casa, e jogaram coisas nela.

Bianca se entregou a qualquer coisa que fizesse sua dor sumir.

Mas seu sofrimento foi esquecido, as pessoas não se lembram da dor dos outros, agora só resta as impressões que os outros tiram dela quando a veem se drogando nas festas. Uma sem rumo, era isso que ela era.

A porta da casa se abriu mais uma vez, ninguém notou a garota que entrava, muita gente estava chapada demais pra ver a menina bonita de olhos impressionantes acenar para Annabeth do outro canto da sala.

Piper entrou andando como se fosse deus, seu sorriso era brilhante e ela parecia feliz. Tão bonita e perfeita, diriam dela. Uma garota tão boa.

Eles só não sabiam das pequenas coisas. Como da mochila de tintas e spray em baixo da cama de Piper, reservadas para pichações nos muros de prédios da cidade, não sabiam de pequenas coisas que ela aprontou, que quase a levaram pra cadeia.

Isso, claro, se não fossem os privilégios de ter seu pai. O famoso Tristan Mclean, o rei entre os galãs.

Piper odiava cada segundo disso. Odiava ver seu pai longe o tempo todo. Odiava vê-lo a abandonando para filmar pelo mundo, levando com ele sua unica irmã, Silena.

Ela sempre ficava para trás, por decisão dela. Se ela fosse junto, ela seria fotografada o tempo todo, seria perseguida, teria que aguentar todos os compromissos do pai, aguentar as pessoas tirando conclusões sobre sua calça rasgada e pela trança mal feita no cabelo, passar por flashes o dia todo, ser o foco da mídia por ser filha de Tristan. Isso é o que ela dizia para o pai. Mas a verdade doía dentro dela.

Ela era incapaz de brincar de família feliz para mídia e para o pai depois que perdeu sua mãe pro câncer. Encenar todos os dias que está feliz, mostrar para o pai o quanto amável ela era. Perto de Tristan ela nunca poderia mostrar o quanto sentia falta da mãe, o quanto ainda doía tê-la perdido. O quanto foi terrível vê-la definhando por anos. Ela era a confidente da mãe, Afrodite Mclean não contava como se sentia para mais ninguém. Tristan se destruiria e Silena não ia aguentar ver como ela estava apavorada por estar morrendo.

A mais jovem dos Mclean não aguentava também. Mas nunca deixou isso transparecer para mãe, deixando que ela descarregasse tudo nela, e aos poucos. O sofrimento de Afrodite era o dela, ela sentia o câncer da mãe como se fosse o dela próprio, e quando ela se foi, Piper entrou em choque. Por que ela ainda estava viva? Ela devia morrer também, morrer com a mãe. Piper era o câncer no sangue de Afrodite. Esse problema psicológico da filha nunca chegou aos ouvidos de Tristan, ele nunca foi tratado.

Piper é o câncer que nunca foi curado e que não acabou mesmo depois da morte.

Reagir. Reagir. Reagir.

Era tudo o que aquelas 4 meninas faziam, reagir a dor, reagir a solidão, reagir a morte.

Não empaque na dor. Ignore, reaja.

E por todo aquele tempo, as 4 ignoraram a dor em vez de expurgá-la. Sem perceber o quanto estavam erradas.

E de toda essa reação surgiu a rebeldia.

A unica coisa intacta dentro daqueles corações tortos e secos era a amizade.

As 4 se conheciam desde sempre, primeiro Annabeth e Thalia, depois Piper se muda para Nova York, e por fim, elas conheceram Bianca aos 12 anos. Inseparáveis, contrárias.

Veja bem, quando criança, Annabeth queria ser princesa. Bianca queria ser cantora. Piper queria ser... Na verdade, Piper queria viver de favor até o resto da vida. E Thalia... Bem, Thalia queria ser assassina em serie.

Opostas e unidas.

Cada uma estava em um canto diferente da casa do popular Jake.

Os pais do garoto estavam em uma viajem ao Egito.

Então a casa de 3 andares estava liberada.

Jake era um grande amigo de Annabeth, eram vizinhos desde criança, e mesmo depois que Jake ficou super popular, ele levou Annabeth junto com ele.

A casa era toda branca, com um grande jardim e uma piscina do lado de fora, a festa acontecia no primeiro andar, mais alguns escaparam para o segundo e o terceiro pra ter privacidade.

Claro, Jake trancou os quartos para que ninguém entrasse e bagunçasse tudo.

Alguns mais atrevidos, pulavam na piscina de roupa e tudo, Jake mandara decorar tudo com bolas de neon vermelho.

Bianca fazia o que sempre fazia em festas. Enchia a cara.

Thalia brigava com uma patricinha que tinha jogado suco em seu cabelo. A pobre patricinha não teve um final feliz.

Piper estava na pista de dança, ganhando os olhares de todos os garotos a sua volta.

Já Annabeth lia um livro em voz alta pra sua amiga disléxica. Ela era do tipo de pessoa que fazia isso, ler livros em voz alta em festas, ninguém estranhava, era algo completamente comum vindo dela. Ela jamais conseguiu entender as pessoas que viviam sem livros, principalmente Lara, que não conseguia decifrar nenhuma palavra de um livro tão fácil como aquele. Sua amiga estava louca ler este livro, mas não conseguia, por mais que tentasse. Então pediu que Annabeth lesse pra ela.

Annabeth é uma rata de biblioteca, passava mais tempo com livros do que com os amigos. A garota aceitou de bom grado, haviam começado a leitura há alguns dias, pena que naquele dia Annabeth estava uma pilha de nervos depois de ter fugido do jantar na mansão dos Chase.

Ela já tinha lido o livro que estava em seus braços uma centena de vezes, até que gostava dele, não fazia seu tipo mas descia natural como água.

Realmente uma pena, que ela estivesse tão irritada, Lara teria ouvido a voz de Annabeth cantando com as palavras, não a impaciência e a raiva da loira se elevando pelas linhas.

Atena era tão irritante.

Frederick era tão obtuso.

Por que não entendia?

Por que?

–“Então não vá embora. Respondi. Incapaz de conter o desejo em minha voz. Isso é bom pra mim. respondeu ele (...) Sou seu prisioneiro (...) Mas suas longas mãos formaram algemas em meus pulsos enquanto ele falava – Annabeth lia fazendo Lara sorrir com o romance - (...) Não é para ser assim? Ele sorriu. A gloria do primeiro amor. Pelo amor de Deus Lara! Você gosta mesmo dessa porra? – disse Annabeth perdendo totalmente a paciência e jogando o livro longe. Atravessando cabeças, batendo justamente na de Thalia, que quando se virou, viu uma garota com o exemplar na mão, a pobre garota o pegou do chão, estava completamente bêbada e não entendia o por que de um livro cair do céu. Sem condições de explicar que não havia sido ela a jogar o livro em Thalia, recebeu tapas xingamentos e socos da punk.

Lara formava um perfeito “O” com a boca enquanto Annabeth se recostava no sofá sem se importar.

–Bipolar. – podia se ouvir Lara reclamar baixinho.

Bianca foi para o palco, onde uma banda do colégio se apresentava e arrancou o microfone da mão do vocalista e o empurrou pra fora do palco.

–Sai é minha vez!

Alguns pararam pra ver o que ela ia fazer, outros já estavam acostumados com essa situação.

E alguns deles eram Thalia, Annabeth e Piper. Estavam tão acostumadas com Bianca fazendo essas coisas estupidas em festas que a preocupação já não era um sentimento entre elas há muito tempo.

–Vai tirar ela de lá? – perguntou Annabeth não tirando os olhos do livro que havia trazido na bolsa, aquela festa não estava deixando a loira confortável, sua cabeça doía com a música ruim e ela sabia que se entrasse no meio dos festejos ia acabar cuidando de bêbados, como Bianca.

–Não. Deixa ela lá mais um pouco. – respondeu Thalia, cruzando os braços e se sentando no sofá comendo as unhas.

–Ok.

As duas voltaram a fazer o que estavam fazendo enquanto Bianca cantava desafinadamente no microfone: “Eu Bebo sim e to vivendo! Tem gente que não bebe e ta morrendo, Ahh eu bebo sim”

Piper jogou uma almofada na cabeça dela. Mais Bianca continuava a cantarolar uma nova música.

–“Era uma vez, um elfo encantado que morava num pé de caqui. Em cima morava um duende safado que vivia fazendo pipi, Um dia o elfo se aborreceu, e na porta do duende bateu. Foi nessa ocasião que eles então se casaaaaaaram”

Bianca cantava toda feliz uma musica de um filme infantil.

–Essa é a musica do filme “O Bicho que vá se cata?” – perguntou Thalia nas primeiras palavras de Bianca.

–É o bicho vai pegar Thalia. - Annabeth respondeu sem dar atenção.

–Ah é.

Quando ela acabou a primeira parte, começou se preparar pra cantar a segunda, Annabeth gritou “Tira ela agora de lá Thalia!”

Thalia subiu no palco enquanto Bia cantava feliz, e a tirou de lá pelo cotovelo.

–“Eu sou um abacaxi, você é meu amigo e vai ter que me engolir”.

–Bia você ta bêbada?

–Toooo. – ela disse escorregando no chão molhado de cerveja e vodka.

A noite passou sem mais vexames de Bianca cantando “Eu sou uma abacaxi”.

Thalia se meteu em mais algumas brigas, o tempo que Annabeth não leu e conversou com Jake, Piper dançou até sentir suas pernas doerem e se jogar em Thalia.

Todas voltarão pra casa tarde.

Annabeth chegou e seus pais nem notaram que ela havia saído, sua empregada a ajudara a fugir. Tomou um banho e caiu na cama.

O pai de Thalia dormia no sofá. De novo.

Ela tirou os saltos e andou o mais devagar que conseguiu até seu quarto, chutando vasos no escuro e se segurando para não reclamar da dor.

Piper mora com a avó, a velha senhora dormia sobre a mesa de jantar com um gorro de lã nas mãos.

–Vovó, vá para o quarto dormir.

–Piper querida, você esqueceu seu gorro.

–Estamos perto do verão ainda vovó.

–Mas e se fizesse frio?

Piper sorriu, sua avó sempre cuidava dela. E ajudou a velhinha ir para seu quarto descansar.

Bia... Bom, Bia não se lembra quando chegou em casa muito menos que saiu da festa.

Ela só se lembra que acordou na banheira do seu quarto com apenas um par da bota e um ursinho de pelúcia sem a cabeça na mão.

Ela não fazia a minima ideia do que tinha feito com ele.




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Notas finais do capítulo

Mereço Reviews? *uma bosta eu sei. Mas melhora.



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