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– Err... Isso é meio... – Hinata encarava seu reflexo com certo desconforto no enorme espelho a sua frente. Depois das milhares de recomendaçõese cutucõesque recebeu dairmã mais nova,resolveu experimentar a tão misteriosa roupa dentro da sacola entregue pelaconsultora de moda, que auto se nomeara assim, TenTen.

– Ficou ótima Hinata! Você parece uma pessoa normal até! – Exclamava Hanabi animada, falando totalmente convicta de que aquilo seria um elogio à garota.

– ... “Como assim uma pessoa normal...?” – Choramingou consigo mesma, lamentando ouvir tão claramente que não era nenhuma miss. – Ma-mas!Esse vestidoé muitooo curto! – Apontava para seus joelhos nus, e ao mesmo tempo segurava a bainha do vestido, tentando puxá-lopara baixo.

– Ai, Santo Deus! – A pequena colocou a mão sobre a face, fazendo a maior cara de Ó. – Larga mão de ser brega! Ta ótimo! Você que só se veste com roupa de velha!

– “Com quem será que ela aprendeu a falar assim...?” – Uma enorme gota escorria pela face perturbada da Hyuuga. Poxa, a própria irmã a ofendendo? Já era demais! Respirou fundo, engoliu a saliva e estufou o peito. – Eu vou com essa roupa hoje!

ALELUIAAA ALELUIAAAA

– ... Hanabi desliga esse rádio... Isso não é engraçado!! – Mandou totalmente sem graça.

– Hihi, desculpa não resisti!

~

Respirou fundo pela ultima vez, antes de morrer. A causa da morte? Vergonha súbita. Definitivamente não estava acostumada a receber tantos olhares, ainda mais por parte da ala masculina do colégio. Passou a mão pelos longos cabelos, os jogando para trás.

– “Argh, cabelo solto é horrível! Ele fica batendo no meu rosto!” – Pensava consigo mesma, com um ar serio e um tanto pensativo.

– Ah! Olha só! Quem é a perua metida? – Uma voz enjoada veio do meio da multidão. Hinata estremeceu. Não conseguia nem se quer se defender da sua irmãzinha quando ela lhe insultava (sem maldade é claro) quem dirá de uma das meninas do colégio? Fechou os olhos e rezou para ali aparecer umaboa almaque lhe protegesse da insultadora maligna (nome dado pela própria Hinata xD). – Hihi, brincadeira Hinatinha!

– Ino é você! – Se sentiu mil vezes aliviada por ter sido insultada pela amiga... Opa! Perai ai! – Err... Porque você disse aquilo Ino-chan? – A pobre Hyuuga tentava conter as lágrimas. Infelizmente, sempre fora extremamente sensível e... Chorona.

– Eu estava testando você! – Respondeu bastante convencia, fazendo pose de educadora.

– Mas... Pra que? – Realmente não entendia como insultar uma pessoa poderia vir a lhe ensinar algo.

– Ora! Quando você for à menina mais popular dessa escola, vai ter que aprender a lidare agüentar as invejosas. – Disse olhando “disfarçadamente” para um grupo de garotas patricinhas que passavam logo ao lado das duas naquele momento.

– “Nossa... Mas... Eu não queria brigar com ninguém... E...”

– Hinatinha.

– Hm?

– Você esta choramingando de novo.

– Ahhh desculpa! - Pegou um pequeno lenço na bolsa e passou sobre a face molhada.

– Em todo caso! Você ficou lindaaaa nessa roupa! – A loira fez questão de segurar a “aluna” pela mão e dar um pequeno giro, para avaliar o conjunto completo. Com os cabelos soltos e esvoaçastes, aquele brilho leve sobre os lábios, o lápis delicadamente aplicado sobre os olhos perolados e principalmente: o vestido curto, Hinata estava arrasando. – Espere só a TenTen te ver!

– Hã?

– Huhu! Pensando bem, quero ver a cara do Neji! – A Hyuuga já não estava entendendo nada. Ou melhor, estava entendendo uma coisa. Ino tinha um distúrbio terrível de falar sozinha. Assustador.

– Olha! Falando no priminho! – Não, aquilo que foi realmente assustador. A cara que Neji fez ao ver a prima foi a que uma criança faria ao ver um doce brilhante e suculento sobre seu prato como sobremesa. Seus orbes brilharam e ele se contia para não começar a babar, literalmente. Nem é preciso dizer que a admirada em questão, ficou vermelha que nem um pimentão.

– Hinata, você ta...

– LINDAAAAAAAAAAAAAAAA! – Uma voz estridente gritou e algo pulou sobre a pequena estrela. – Eu sabia que o vestido ia ficar ótimo em você! – Tenten apertava tanto a pequena que por um momento Hinata pensou que fosse morrer sufocada em meio a abraços.

– Tenten, você não acha que esta na hora de começar a fase dois do plano? – Ino e Tenten se encararam maldosamente, com um sorriso perverso.

– Bem... Raio de sol – E soltou a pobre garota. – Já vimos que você tem potencial, então devemos trabalhá-lo! – Estalou os dedos, como uma rapper cheia de estilo.

– Co-Como assim? – Indagou, já com medo da resposta.

– Vamos transformar você na maior paqueradora desse colégio!

POOF

– HINATA! HINATA LEVANTA! – O Hyuuga correu para socorrer a prima que acabara de desmaiar.

~

– “O-Onde eu estou...?” – Sua vista estava embaçada. Um forte odor de remédio entrava pelas suas narinas. Deduziu estar na enfermaria da escola. Odiava aquele cheiro. Trazia-lhe péssimas recordações de seus dias no colégio Kohona.

– Já disse para você vazar!

– “Começo essa voz... Nejinii-san...?” – Foi abrindo os olhos lentamente.

– Desculpa, desculpa! Mas... Aposta é aposta!

– “O que...?” – Por reflexo, fechou os olhos novamente e fingiu ainda estar dormindo. Não reconheceu a outra voz. Era uma voz masculina.

– Essa foi a pior coisa que você podia ter feito Neji! Justo o Gaara! Vai ter que pagar o que prometeu pra ele!

– Cale a boca, acha que eu não sei? Sai logo daqui, minha prima tem que descansar.

BLAM

A porta se fechou com força, dando um susto na então “adormecida” garota que não conseguiu manter os olhos fechados e deu um pequeno pulo na cama.

– Ih, foi mal! – Se desculpou o primo, meio sem graça por tê-la acordado tão drasticamente. A donzela respirou fundo (novamente) e apenas deu um pequeno sorriso. Estava extremamente curiosa para saber do que se tratava a conversa que escutara, mas achara um abuso de sua parte perguntar sobre algo que bom... Não devia ter escutado. - Você consegue se levantar?

– U-Uhum! – Mas que depressa se pois em pé. Talvez... Depressa demais. Hinata balançou para frente, pelo jeito tontura era um dos sintomas subseqüentes. Neji quase surtou com o susto. A segurou o mais depressa que pode.

– PRESTA ATENÇÃO HINATA! – Gritou. - ... Err... – Os olhos da garota se encheram de lagrimas infantis. O “herói” se xingou em pensamento. – Não me entenda mal Hinata eu só...

– Tu-Tudo bem... Eu... Que peço desculpas... – Seu rosto pálido ganhou um tom vermelho; realmente odiava ser um estorvo para o seu primo. Bem depressa se soltou dos braços do garoto e foi até a entrada da enfermaria pegar sua bolsa. – Eu já estou bem, não se preocupe, posso ir para minha sala sozinha – E sorriu. Seu sorriso de sempre. O sorriso voltado para os outros, um sorriso frio. – Então... Até... A saída!

~

–“Ahh! Mais que tonta que eu sou! Só causo problemas pro Nejiniisan!” – Andava incrivelmente devagar pelos corredores do colégio. Não queria chegar na sala. Não antes de enxugar totalmente qualquer vestígio de lágrima de sua face. – Ah! – Lembrou de um detalhe importante: já que estava na enfermaria, teria que entrar no meio da aula... Teria que pedir licença para entrar... Teria que pedir... PIM PIM! Caiu à ficha! Todo mundo iria olhar para ela! Os olhos da Hyuuga se arregalaram; Quase teve um ataque cardíaco só de pensar em todos a encarando e fazendo comentários e chacotas sobre o motivo dela estar tão “atrasada”. – Ai, essa não! Deve ter um jeito de não chamar atenção... Já sei! – Colocou a toca do vestido na cabeça. Foi até o vidro da janela e fitou detalhadamente o resultado. - ... Droga, isso não vai dar certooooo! – Colocou as mãos sobre a própria cabeça e a chacoalhou, como se tentasse fazer ela funcionar. – E agora...? – Foi parando aos poucos de se auto “torturar” mexendo a cabeça. Encarou o chão. Seus olhos estavam lacrimejando e suas mãos geladas. Suspirou com certo pesar.

– Ei! Você ta bem? – Agachou um pouco, tentando ver o rosto da pobre afligida.

– H-Hm...? – Hinata lentamente levantou a cabeça e encarou o estranho que a abordara. Cabelos castanhos, olhos igualmente castanhos e um enorme sorriso na face. Seu sorriso era tão fofo que a pobre menina não pode evitar ficar corada.

– Ah! Você esta chorando... Não chore, não gosto de ver garotas chorando. – E limpou as lagrimas que percorriam a face da pobrezinha.

Isso já foi o suficiente para o coração da Hyuuga quase sair pela boca de tanto nervosismo. Juntou o pouco de coragem e voz que ainda tinha presos na garganta e o agradeceu. Baixinho, mas foi um agradecimento.

– Haha! Não se preocupe, vai ficar tudo bem! – E fez uma pose um tanto... Engraçada. Parecia um Power Ranger tomado no Jiraya. A jovem não conseguiu conter os risos e caiu na risada ali mesmo. – Nossa... Você é ainda mais linda sorrindo... – Murmurou o garoto, meio sério com as bochechas levemente rosadas.

– Hm? – A elogiada estava tão entretida entre risos e gargalhadas que nem ouviu o comentário.

– Na-Nada não! – Respondeu rapidamente, tratando de sorrir novamente. – Ah é! Nem me apresentei! Que cabeça a minha! – Deu um tapa de leve sobre a própria cabeça, fazendo bico. – Meu nome é Kiba! Inuzuka Kiba! Da classe 1-B! – Apontou para si mesmo animado.

– Meu nome é... Hinata. Hyuuga Hinata. Do 1-A. - Falou meio sem jeito, porem com um sorriso meigo na face. Ficaram ali, se olhando que nem dois bobos por uns... 30 segundos. Logo um som alto ecoou pelo corredor, tirando ambos do transe. – Aaaah! É o sinal! Tenho que correr se não vou perder a ultima aula também! - Sem pensar em nada, correu em direção a sala de aula a mil por hora. Kiba não entendeu direito o porquê de tanta euforia.

– SERA QUE EU POSSO TE VER DE NOVO NA SAIDA? – Gritou para a garota que já estava praticamente virando o corredor.

– Uhum! – Respondeu uma Hinata totalmente afobada.

                                           ~

– Hyuuga Hinata! Sinto muito estou atrasada! – Disse firmemente ao abrir a porta da sala, em meio a sua respiração ofegante.

– Tudo bem Hyuuga-san! Seu primo passou aqui e me avisou que você estava repousando na enfermaria! – A professora apenas sorriu, para a tranquilidade da aluna. Deu graças por ter tido a ideia da touca. Abaixou a cabeça de modo que ninguém conseguisse enxergar seu rosto. Hinata fez questão de ir rapidinho para seu lugar.

– “Ufa!” – Suspirou aliviada ao sentar-se sobre a cadeira. – “A professora Kurenai é realmente uma pessoa extremamente caridosa e compreensiva. Talvez seja porque ela esta esperando um bebê. Li em algum lugar que as mulheres ficam mais amorosas quando estão grávidas! Ai, ai... Falando nisso, o Kiba também é uma pessoa muito legal! Será que eu vou encontrar com ele de novo...? Acho que não né! Essa escola é muito grande...” – De repente, um flash súbito de memória passou por sua mente.
”– SERA QUE EU POSSO TE VER DE NOVO NA SAIDA?
– Uhum!”

“O QUE FOI QUE EU FIIIIIZ???”