Wood Heart escrita por LastOrder


Capítulo 6
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

NOssa novas leitoras *-*
Sinceramente eu até tinha pensado em abandonar a fic, mas dai eu vi gente postando comentarios e resolvi por de novo mais um cap.
Espero que gostem ^^' eu não sou a maioral com cenas de açao por isso esse não é um dos meus caps favoritos, mas não sei como podia simplesmente pula-lo.



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O quarto era pequeno e escuro, não haviam janelas, apenas duas portas, uma que levava para o banheiro e outra, para o labirinto de corredores.

Além disso, a cama de solteiro com um lençol vinho que não a esquentaria nas noites frias (com certeza) e uma cômoda, vazia, diga-se de passagem, num canto.

Hana estava sentada com as pernas cruzadas sobre o colchão... Nunca pensou algum dia que sentiria tanta falta de Suna. Será que já haviam notado sua falta? Será que Chiyo havia notado sua falta?! E seus alunos! Quem estava cuidando deles agora?!! Talvez ainda estivessem a procurando, mas Suna acabava de sair de uma guerra, a aldeia tinha coisas mais importantes para se preocupar, certo?

Suspirou.

Lançou os olhos para a pulseira de ônix em seu pulso. Hoje seria o dia em que lutaria com Sasori para tentar entrar naquela organização que não queria entrar.

Droga, droga, droga!

É claro que estava com medo... Se fosse qualquer outra pessoa (incluindo o homem tubarão) ela saberia que ainda teria uma chance maior de sair viva, mas...

A porta se abriu chamando sua atenção, uma mulher bonita de cabelos azuis e olhos cor de laranja entrou.

– Ah, vejo que já está acordada. - Sorriu. - Isso é bom. - Ela também usava um daqueles casacos negros com nuvens vermelhas.

– Meu nome é Konan, você deve ser Hana, certo? - Hana balançou a cabeça confirmando. - Bem, eu vim aqui para te acordar para o teste, mas você facilitou meu trabalho, está pronta?

A garota engoliu em seco e sentiu todo o sangue fugir do rosto. Sabia que não lutava mal, mas agora não tinha nenhuma de suas marionetes e sua Kekkei Genkai não funcionava! E como se não bastasse isso ainda achava que ia morrer de dor com aqueles ferimentos.

Então, não, não estava nem um pouco pronta!

– Sim... Estou.

– Ótimo, então me siga.

E assim o fez, ambas caminharam pelos corredores por algum tempo em silêncio. Hana não tinha ideia para onde estava indo.

– Sabe... - A mulher comentou de repente. - Você não precisa ter medo, todo mundo fez esse teste antes de entrar.

A morena manteve seus olhar nas mangas extra largas da sua blusa.

– Você teve que fazer o teste? - Não havia mesmo muito interesse em seu tom de voz.

– Sinceramente... - Konan parou na frente de uma porta que se camuflava na parede de pedra, fez um selo com as mãos e a porta se abriu. - Não.

Do lado de fora o céu estava encoberto por uma camada espessa de nuvens escuras, Hana não se lembrava da última vez que havia visto a chuva em sua vida. Realmente, se morresse hoje seria muito irônico da parte do destino.

Ela e Konan caminharam para a clareira circundada pela floresta densa. Num canto não muito afastado, puderam ver Deidara, Kisame, um moreno com rabo de cavalo e... Sasori.

O marionetista sorriu de canto ao ver como a garota praticamente vinha escondida atrás de Konan. Não passava de uma criança.

– Hmn... Talvez o líder tenha exagerado um pouco desta vez. - Comentou Kisame. - Não seria melhor deixá-la se recuperar um pouco antes da luta, ela parece uma criança abatida...

–Tem razão, Kisame. Hmpf, e eu que pensei que fosse me divertir um pouco com essa luta.

Ela franziu o cenho com aquela conversa... Era só impressão ou a estavam subestimando?

– Não falem assim dela... - Hana deu um pequeno sorriso. Isso mesmo Deidara, defenda-me!– ... Ela pode estar ferida, acabada, sem armas e Kekkei Genkai, mas se o Pein-sama pediu que entrasse na Akatsuki é por que alguma coisa ela deve fazer, né?

O que...? Sem palavras.

– Deidara tem razão, Sasori... - O moreno que até então não havia se pronunciado disse. - Se você matar a garota teremos problemas, então não fique muito animado.

Ele revirou os olhos.

– Que seja, não era como se eu estivesse pensando em lutar a sério.

Aquela havia sido a gota d'água.

– Ei! - Hana gritou saindo detrás de Konan. Todos de repente pareceram perceber sua presença. - Não falem de mim como se eu não estivesse aqui! E fiquem sabendo que eu poderia derrotar qualquer um de vocês a hora em que eu quisesse ouviram!

A pulseira desapareceu na nuvem de fumaça e Hana segurou a foice com uma mão antes que ela caísse no chão.

– Agora vamos logo com isso!

Sasori deu um passo a frente, se aproximando da menina que seria sua oponente... Talvez não fosse ser uma perda de tempo apesar de tudo.

– Vai demorar muito? - Perguntou arqueando uma sobrancelha o cabo da foice apoiada no ombro. - Achei que não gostasse de fazer os outros esperarem, senhor marionetista.

Ele sorriu de lado e deixou um rolo de invocação descer pela manga do casaco.

– É melhor estar pronta, garota. - O rolo se desfez, os olhos lilases se arregalaram, não podia ser. - Espero que você seja digna de lutar contra a minha melhor criação.

– Não...Não...

E de repente envolto pela nuvem de fumaça que acabara de aparecer, eis que surgia o terceiro Kazekage, mas não era ele, pelo menos não era como havia visto nas figuras dos livros de Suna... Sua pele estava mais escura , a expressão vazia era quase medonha.

– O quê...? - Hana perdeu as palavras quando o Sandaime foi sustentando no ar pelas cordas de chakra que saiam das pontas dos dedos de Sasori.

– O que houve? Está muito assustada para continuar? - O sorriso sínico no rosto apareceu ao ver a expressão da garota. - Bem, lamento, mas é tarde demais para voltar atrás agora.

Foi preciso apenas um único movimento de seus dedos para que a marionete fosse em sua direção, garras afiadas saíram de um compartimento do braço direito formando uma nova arma pegando Hana de surpresa.

Droga!

Bloqueou o ataque com a lamina da foice, e com a força do impacto pulou para longe do boneco.

Caiu de joelhos no chão arrastando terra na derrapada e quando achava que tinha alguma vantagem com a distância o braço de laminas voltou, e desta vez, Hana não foi rápida o bastante para desviar sem sair completamente ilesa.

A dor fez com que cambaleasse para frente, um ferimento sobre um ferimento.

– O que foi? - Conseguiu ouvi-lo de trás da marionete. - Não vai me dizer que já desistiu.

Grunhiu baixo. Além de tudo seu oponente tinha que ser aquele ruivo irritante. Se ao menos houvesse um jeito de chegar perto dele... Ah não ser que...

Ah! Como eu sou burra!

– Bem, se você não vêm... - O braço esquerdo do Sandaime levantou-se, a manga da roupa que usava desceu até o ombro.

Novos dispositivos escondidos apareceram, desta vez, selos. Hana já havia visto aquilo antes, não era um bom sinal. Seus olhos se arregalaram. Mais essa agora!

Eram centenas, quem sabe até mesmo milhares, de braços finos de madeira que vinham com uma velocidade e força tão grandes que juntos foram capazes de formar uma cratera funda no solo quando ela saiu correndo para fugir do ataque.

E o pior era que quanto mais corria para fugir da onda de braços, mais longe ficava do seu verdadeiro alvo que... Sério, ele está rindo?! Isso só pode ser brincadeira! Nada poderia ficar pior, a não ser...

As barras das calças se desprenderam em algum momento da luta , ela não havia percebido e terminaram por fazê-la tropeçar no momento menos apropriado.

Os braços de madeira da marionete soterraram a garota e por um momento o silêncio foi quase palpável no ar, todos que assistiam ficaram sem palavras, era quase impossível que a kunoichi tivesse sobrevivido a um ataque daqueles.

Sasori moveu o indicador e o mínimo da mão esquerda fazendo com que o braço da marionete se soltasse e pudesse voltar a movê-la livremente. Seu rosto era inexpressivo.

– Hmn... Talvez eu tenha exagerado um pouco...

Mas antes que pudesse pegar o pergaminho para guardar o boneco, uma sombra sobre si chamou sua atenção... Não era possível...

– Eu já disse para não me subestimar!

Jutsu de substituição? Foi a única explicação plausível que o ruivo conseguiu encontrar na situação em que se encontrava. A garota caia do céu com uma enorme luva de ferro na mão direita e se não agisse rápido a vitória seria dela.

Vai ser agora! Era sua única chance, tinha que atacar agora, o mais rápido possível, antes que ele pensasse em alguma coisa para desviar do seu ataque. Por um minuto desejou inutilmente que a aceleração gravitacional fosse um pouco mais veloz.

Não foi rápida o bastante, embora Sasori realmente tivesse sido pego de surpresa conseguiu ser ágil o bastante para trazer o boneco do Sandaime na sua frente e bloquear o ataque.

O soco de Hana acertou o rosto da marionete em cheio, despedaçando-a, mas não teve mais força para continuar o ataque. E por isso saltou para longe, quase três metros de distância voltavam a separá-los agora.

Aterrissou sobre os pés, mas a dor nos ferimentos fez com que caísse sobre um dos joelhos. Segurou o machucado, que ainda sangrava, com a mão livre sem tirar os olhos de Sasori, queria ver qual seria sua próxima ação.

Os olhos castanhos foram da criação quebrada para a garota ferida. Ela não conseguiu ler nenhuma emoção neles.

– Ao que parece você de algum jeito consegue manipular a areia de ferro dessa pulseira. Me pergunto se é por que você absorveu o chakra magnético que foi armazenado nela pelo Sandaime enquanto ele ainda era vivo...

Hana se levantou com dificuldade e deixou que a areia se desprendesse de seu braço para assumir uma nova forma. Em pouco tempo as limalhas de ferro se uniram numa katana negra.

– Você... Fala demais... Sabia? - Ofegou, era difícil respirar.

Sasori sorriu malicioso, já era obvio quem ia ganhar, apenas queria ver até onde ela era capaz de chegar. Uma lâmina de ferro desceu pela manga do casaco.

– Isso está ficando realmente interessante. - E então atacou.

A seqüência de golpes parecia interminável para Hana, que só conseguia pensar em se defender e em tentar encontrar uma fresta no ataque dele. Quase impossível...

Quanto mais se afastava para conseguir espaço, mais ele vinha atrás dela para atacá-la, não tinha tempo para pensar. O som das armas se chocando machucava seus ouvidos e as gotas de chuva fria que começavam a cair queimavam sua pele.

E mesmo que estivesse mantendo o ritmo, defendendo-se de todos os ataques como se os previsse, foi preciso apenas um momento de distração para que a espada voasse para longe de sua mão.

Quando deu por si já estava estirada no chão lamacento com a lâmina fria em seu pescoço e o corpo de Sasori sobre o seu impedindo que mexe-se um músculo sequer.

Ele queria matá-la, queria e podia. Pein e ninguém o julgaria por aquilo, a Akatsuki não precisa dela, não precisavam daquele dom extravagante para conseguir os bijus, era apenas um capricho inútil e desnecessário, não haveria problemas em se livrar dela.

Mas mesmo assim, não conseguia mover um centímetro que fosse para feri-la. Sua mente exigia que seu braço se mexe-se, mas seu corpo não respondia o comando, por um instante pensou que houvesse sido pego em outra armadilha e fios de chakra houvessem sido colocados em seu corpo... Impossível, ela já estava fraca demais para isso.

Então por que? Por quê?!

– O que você está esperando?

E ainda havia aquele olhar que praticamente o desafiava a cortar sua garganta e ao mesmo tempo ria dele como se soubesse que não conseguiria fazê-lo.

Não seria nada fácil lidar com ela. Aquela garotinha irritante.

Hana ficou sem palavras quando de repente a arma se afastou dela e Sasori se punha em pé sem nem sequer lhe lançar o olhar.

– O-o que...?

A lâmina desapareceu dentro da manga de seu casaco, a chuva já era forte o bastante para encharcar os cabelos de ambos. Ele olhou para baixo, a garota ainda atônita não entendia o que havia acontecido... E nem ele.

– Você passou.

– Como é?

As palavras que disse em seguida seriam as mesmas que algum dia fariam com que desejasse voltar a esse exato momento para impedir a si mesmo de proferi-las.

– Você está oficialmente na Akatsuki agora.


(...)


A última coisa que ela se lembrava eram das palavras do ruivo e do frio que fazia por conta da chuva, não estava nem um pouco acostumada àquele clima. Depois daquilo havia apagado e acordado em seu quarto. Inspirou fundo e se enrolou mais no cobertor, não tinha a mínima vontade de levantar agora.

"Acho que depois de tudo... Posso dormir mais um pouquinho. Ninguém vai se importar..."

Sorriu satisfeita e por um instante fechou os olhos para se permitir ter o descanso que tanto merecia... Sem testes, sequestros, apresentações, lutas...

O som de algo explodindo fez com que abrisse os olhos novamente... E agora ouvia vozes discutindo. Não podia ser verdade.

Colocou os travesseiros sobre as orelhas para abafar o som, mas nem isso faria com que pudesse voltar a dormir.

– Quer saber! - Sentou-se - Você venceu, grande força que me odeia! EU. DESISTO!

Empurrou as cobertas e viu um papel sobre o criado mudo, um bilhete... Franziu o cenho, se fosse outro teste, ela mesma se mataria.

Hana,

Encontrei algumas roupas minhas que talvez sirvam em você, estão meio gastas, mas ainda são melhores que as roupas de Sasori.

Além disso, também deixei sua capa nova e seu anel.

Konan.

PS: É indispensável que você use o anel no indicador direito. Então...Use-o.

Vestiu-se  com a regata azul marinho, o short preto e a luva da mesma cor escura e, é claro, colocou o estranho anel azul claro onde se lia perfeitamente " Deus do leste".

Ainda estava em duvida se usaria a capa ou não, mas deixou isso pra depois assim que se viu presa em um novo dilema. O que fazer com aquelas roupas?

Se elas fossem de qualquer outra pessoa poderia simplesmente limpa-las e devolvê-las ao dono, mas nãaao! Droga, o mundo sempre tinha que ir contra sua sorte!?

Acabou por deixá-las ali mesmo, ele nunca sentiria falta de duas peças de roupa, e se sentisse... Bem... Que viesse buscar então, afinal, ela não era escrava de ninguém, ainda mais daquele maluco.

Caminhou pelos corredores seguindo os ruídos das discussões e ao chegar mais perto, reconheceu as vozes de Deidara e do homem tubarão. O corredor terminou numa porta e por debaixo dela saia muita água.

– Olha só o que você fez com essa porcaria!

Os gritos com certeza vinham por detrás daquela porta. Hana hesitou... Entrar ou não entrar...

– Não chame minha arte de porcaria!

Tudo bem, entrar!

Abriu a porta e deu direto com a cena do pandemônio.

Bem... Aquilo devia ser uma sala, havia alguns sofás envolta de uma televisão e num canto, umas estantes com livros de capa grossa que não pareciam muito convidativos à leitura.

Mas não se parecia nem um pouco com uma sala, graças ao aquário quebrado numa das paredes que explicava os cacos e a água pelo chão. Ah, e os peixes carbonizados! Hana franziu o cenho, como haviam peixes carbonizados ali?

Os dois que discutiam ainda não haviam notado a sua presença.

– Vejo que já está recuperada.

Hana olhou para o lado e se deparou com o moreno de rabo de cavalo. Não tinha ideia de qual era o nome dele.

– Ah... Sim...

Ele percebeu o desconforto da garota mesmo sem tirar os olhos da discussão que ainda ocorria.

– Meu nome é Itachi, caso não tenham lhe dito ainda.

Sentiu uma gota escorrer pela sua cabeça. Aquele sim tinha um jeito estranho.

– Hehe... Prazer, eu sou...

– Shimizu no Hana. - Cortou-a. - Todos já sabem quem você é.

E naquela altura ela também já sabia que não adiantava tentar ter uma conversa normal com esse tal de Itachi.

– Ah, é? - Virou-se para Deidara e Kisame, os dois começavam a jogar peixes mortos um no outro.

– Sim, não é qualquer um que quebra a marionete favorita de Sasori e sobrevive para contar a história.

– Hmn... - Ela parou um pouco para pensar encarando a pulseira no pulso. Aquela marionete estranha do terceiro Kazekage será mesmo que... - Ei! Eu quase me esqueci! - Disse de repente atraindo a atenção do Uchiha.

– O que?

– Quando vocês vão devolver minhas marionetes? O que vocês fizeram com elas?! E Hikaru! Vocês tem a menor noção de quanto tempo eu...

– Elas estão com Sasori. - Aquilo realmente era inesperado.

– Perdão?! - Sua voz subiu duas oitavas.

– Ele é um marionetista e saberia onde guardá-las por isso foram entregues a ele. - A cada palavra Hana sabia que o que estava por vir não seria bom. - Se quiser posso te levar até o quarto dele para que você as peça de volta.

Tudo bem... Esse era um momento muito delicado que exigia muita atenção para análise minuciosa. As queridas marionetes que levaram anos e anos de trabalho e dedicação para ficarem prontas estavam nas mãos da única pessoa na face na Terra que ela não podia matar com a Kekkei Genkai, e que, muito pior do que isso, tinha motivos de sobra para querê-la sob sete palmos de terra, ainda mais agora que havia destruído seu boneco favorito... Agora a pergunta, será que elas valiam tanto assim?

Ok... Numa situação dessas só havia uma coisa a fazer... Hana sorriu amarelo e tirando a coragem das entranhas mais profundas de seu ser...

– Tudo bem, mas só se não for incomodar.




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