Preciso De Um A... E De Você escrita por SumLee


Capítulo 3
Nos Ajustes - parte 2




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2. Nos Ajustes - Parte 2

– Certo, Jake, agora as coisas estão... Perigosas. - Emmett disse, olhando diretamente para Ivy, que estava sentada em uma das mesas do refeitório, com o olhar totalmente perdido de tanta raiva.

– Eu acho melhor não ir falar com ela... - Jacob falou, como um bom medroso que é.

– Deixa disso, cara. - bati no ombro dele. - É só falar o que eu mandei e pronto, as coisas vão estar resolvidas entre vocês.

– Yeah, Jake. - Jasper o incentivou. - Só vai lá e mostra o que aprendeu com o melhor.

– Porque o melhor? - perguntei, sem entender.

– Ué, não era você que mais brigava com a Bella e agora está só love? - Emmett disse e eu bufei.

– Jacob, vai lá logo. - mandei.

Jacob respirou fundo e entrou no refeitório, olhando para nós como se pedisse socorro, o que nós fizemos questão de ignorar e mandá-lo ir. Ele parou de frente a Ivy, que levantou o olhar e rosnou, fazendo-o dar um passo para trás. Até eu fiquei com medo da sua expressão. Ela estava mesmo furiosa.

– Hey, meu amigo me falou o que aconteceu... - ele murmurou, sentando de frente para ela.

Dava para ver que o que ele mais queria era correr.

– E o que você está fazendo aqui, idiota? Veio jogar na minha cara que eu fui um tonta? - ela perguntou, com uma sobrancelha erguida.

– Não! - ele arregalou os olhos. - Longe disso. Eu vim... Pedir desculpas.

– Desculpas? - sorriu cinicamente. - Depois de fazer isso você veio me pedir desculpas? Enfia essas desculpas no seu...

– Ok, eu já entendi. - ele se levantou rápido, cortando o final da sua frase. - Estou caindo fora.

Emmett pegou uma pedra, das várias que estavam na sua mão e jogou, acertando bem na nuca do Jacob, que botou a mão ali e olhou para nós.

– Ainda bem que ser quarterback serviu para mais alguma coisa além de trazer vitória. - Emmett sussurrou e nós concordamos, rindo.

Voltamos nossa atenção para Jake, que já tinha sentado novamente.

– Você não disse que estava caindo fora? Estou esperando...

– É que... Eu não posso deixar isso assim, sabe? Se não aceita minhas desculpas, diz pelo menos que não vai ficar com raiva de mim.

– Ah, claro, Jacob. Eu não vou ficar com raiva e nós vamos virar melhores amigos. - sarcasmos puro.

– Eu desisto. - ele bateu a mão na mesa e levantou. Outra pedra. - Porra.

– Você está me xingando?! - a garota levantou, furiosa.

– Não! - Jake gritou, assustado. - É só que... Tem muito mosquitos aqui.

Ivy o olhou como se ele fosse louco, o que realmente estava parecendo.

– Jacob, quer saber? Cai fora daqui, vai!

– Eu não posso. - disse, com cara de dor. - Eu preciso me desculpar com você, Ivy. Eu estou arrependido pelo que fiz, principalmente depois de saber a garota legal que você é. Acredita em mim, por favor. Eu até não aceitei o dinheiro que tinha apostado, se isso ajuda em alguma coisa.

Ivy ficou olhando para Jacob por alguns segundos para enfim suspirar e soltar um sorriso.

– Ok, Jacob. Eu engulo essa só porque você é legal também. Mas se der outra mancada, eu te mato.

– Pode deixar que não vai ter outra. - Jacob estendeu a mão para a garota. - Amigos?

– Colegas. - ela falou e apertou a mão dele.

Emmett, Jasper e eu trocamos um toque, animados por finalmente Jacob ter virado homem e não ter fugido da garota. Era só isso que ele precisava, ir até o final da conversa. Claro que com Nessie seria mais fácil, e ela não iria querer matar. Não precisava de tudo isso, só que ele tinha que parar de fugir quando as coisas ficavam complicadas.

Emmett, para brincar, atacou mais uma pedrinha na nuca do Jacob, que deu um tapão lá.

– Está tudo bem? - Ivy perguntou, rindo.

– Está sim. - Jake olhou para nós. - É só essas drogas de mosquitos.

Fizemos um "ok" com a mão e ele revirou os olhos, sorrindo triunfante.


Um mês tinha se passado depois daquele episódio, com nada de mudanças grandes. Apenas que as coisas entre mim e Bella estavam indo de bom a melhor. E também tinha o fato de que iria ter a volta do jornal e o baile de inverno.

Tânia depois que viu como eu estava com a Bella, começou a se afastar, o que eu agradeci e muito. Ela estava era mais próxima de Brian, que aguentava ela sem reclamar. Ele disse uma vez que até a achava legal. Digo, eu também achava Tânia legal quando ela não estava se jogando pra cima de mim ou reclamando de Bella. A loira podia ser uma boa companhia para conversar e passar o tempo.

Estávamos a duas semanas do jornal voltar, com as coisas indo a todo vapor. Alice com sua animação de sempre, Emmett arrumando fofocas para a sua coluna e Bella e eu tendo que ficar até mais tarde, sozinhos, para fazer a capa. Essa sempre era a melhor parte.

Mas teve um dia em especial, que Alice fez eu e Bella ficarmos lá para desenhar alguma coisa que eu nem fiz questão de saber. Bella teve que ir na casa dela para buscar o notebook com o programa, e eu fique lá, esperando ela voltar. Estava distraído olhando para o teto, com a arte do Emmett. Ele tinha tirado os jornais que os antigos donos e nerds tinham colado ali e colocou os nossos jornais, a maioria sendo a parte da fofoca dele. Mas três batidas na porta me tiraram da distração, fazendo eu acordar. Olhei na direção e dei com uma cabeleira loura e grandes olhos azuis.

– Hey, Ed. - Tânia me cumprimentou, entrando no lugar.

Eu sentei rápido, estranhando aquilo. Bella tinha dito que eu não podia ver lideres de torcida, e como Tânia era uma, então... Ok, eu estava sendo idiota. Eu sabia que não queria ver Tânia por causa da Bella, mas sim por causa de mim mesmo, para ficar longe da grudenta.

– Hey... Tânia. - falei, não deixando escapar a careta que eu queria fazer. - O que você está fazendo aqui?

– Nada. - sorriu inocentemente e veio se sentar ao meu lado. - Então é aqui que você fica depois da aula?

– Yeah... - assenti lentamente, ainda não acreditando naquele "nada" inocente dela. - Ficamos todos aqui, ou então eu e Bella. - grifei o "e" para que ela entendesse.

– Ah sim... - fez, balançando a cabeça lentamente. - E cadê a Bella?

– Foi... Foi... - olhei de um lado para o outro, não sabendo se mentia ou não. - Foi no banheiro.

– Hum. - ela olhou para a sala.

Ela deveria saber que Bella não estava ali muito antes de perguntar, porque senão não teria aparecido aqui. Eu sabia que se falasse que Bella tinha ido na casa dela, Tânia ia continuar ali mais do que deveria. Mas se falasse que Bella estava perto, isso podia fazer Tânia ser menos cara de pau e sair logo.

– E o Brian? Está treinando? - perguntei, querendo saber realmente aonde estava ele. Fazia um tempo que não o via.

– Yeah, está. - sorriu para mim.

– Ouvi falar que vocês estão juntos, é verdade?

– Eu não sei... - deu de ombros. - Eu só vou resolver isso depois do baile.

– Depois do baile? Porque?

– Porque primeiro eu preciso saber com quem vou ao baile. Sabe, eu tenho o Brian pra ir, só que estou esperando outro convite.

– Ah. - fiz, ignorando completamente a sua indireta.

NUNCA que eu iria chamar Tânia para ir ao baile. Eu já tinha o meu par - mesmo sem ter chamado ainda -, mas mesmo assim tinha. Se Bella negasse, eu nem ligaria, porque chamaria ela para fazer outra coisa. Qualquer coisa que eu estivesse com ela. Não iria a esse baile sem ela.

– E você, Edward, já tem algum par? - perguntou, erguendo uma sobrancelha.

– Uhum. - assenti rápido, vendo seu sorriso morrer e sua expressão virar uma de decepção.

Eu, querendo acabar logo com tudo aquilo, disfarçadamente enfiei minha mão no bolso e apertei o botão de discagem rápida, ligando para Bella.

– Ah. - murmurou, triste. - E posso saber quem é?

– Claro... - sorri, mas então fingi uma surpresa. - Espera um minuto, Tânia, que tem alguém me ligando.

Eu levantei e peguei o celular, o levando ao ouvido. Graças a Deus foi bem na hora que Bella atendeu, ou então eu teria que inventar um teatro de que estava falando com ela.

– Seja legal e me tire daqui.– ela falou num desespero que me assustou.

– O que? - perguntei, ouvindo ela bufar.

– Esquece. O que você quer, Edward?

Bella não parecia estar em um bom humor, então optei por esconder a parte que Tânia estava aqui.

– Nada, só... - olhei para Tânia, que acenou. - SABER AONDE VOCÊ ESTÁ?

– OH MEU DEUS! – Bella gritou e eu afastei o celular do ouvido. – Me esqueci.

– Sério? Nem percebi isso.

– Quem é, Isa? É seu namorado? Uhh, gostosão namorado da Isa.– uma voz fina e distante falou. – Cala a boca, Eliza!– Bella falou e segurei uma risada.

Então ela tinha falado para alguém que éramos namorados?

– Quem é essa? - perguntei.

– Ninguém!– Bella disse rápido demais.– Hey! Se seu namorado quer me conhecer, me apresente!– a mesma voz fina falou. Ela era tão infantil, lembrava até um pouco a da Alice.– Não vem ficar com medo dele se apaixonar por mim.

– Apaixonar por quem? - prendi outra risada.

Quem quer que fosse, estava tirando Bella do sério.

– Por ninguém, merda! CALA A BOCA, ELIZA!– outro grito, outra afastada de celular. – Olha, Cullen, eu já estou indo, ok? Estou ai em menos de dez minutos.

Yep, Bella estava de muito mal humor, primeiro por me chamar de Cullen e depois por simplesmente desligar o celular na minha cara. Eu suspirei e me virei, dando com Tânia, que me encarava curiosa. Eu até tinha me esquecido que ela estava ali.

– Algum problema? - perguntou.

– Sim. - assenti. - Que Bella disse que encontrou Ylsa e por isso estava demorando, mas que ela já está voltando. Então, Tânia, acho melhor... - indiquei meu olhar para a porta. Não estava com paciência agora para ser educado e esperar que ela saísse por vontade própria. O que eu sabia que não iria acontecer. - Sabe como é... É trabalho, não pode ficar outras pessoas de fora aqui...

– Ah, sei sim. - ela sorriu e veio até mim. - Nos vemos por ai, Ed.

Tânia foi mais rápida que eu, e antes que pudesse me desviar, ela me deu um beijo na bochecha e saiu. Suspirei irritado e cai deitado no sofá, esperando Bella chegar. Ainda estava curioso para saber quem era a dona daquela voz fina e infantil. Sabia que era alguma Eliza, mas não sabia quem era. Bella nunca tinha comentado nenhum nome assim comigo.

Quinze minutos depois eu me assustei com gritos no corredor, então levantei e fui ver o que era. Me assustei quando vi Bella vindo do final dele, correndo.

– Isabella? - chamei, esquecendo totalmente do apelido.

– NAMORADO DA ISA!

Duas garotas loiras apareceram na minha frente e pularam em cima de mim, e por me pegar de surpresa, acabaram me derrubando. Olhei para elas, totalmente assustado com tanta energia.

– Oi. Oi. Oi. - elas falavam juntas, me deixando ainda mais assustado.

Eram idênticas! Irmã gêmeas muito idênticas, mudando apenas o estilo.

– O... Que...? - olhei na direção da Bella, que estava encostada na parede e ofegante.

– Edward, essas são Eliza e Emily. - indicou cada uma, mostrando que a que mais parecia uma patricinha era a Emily e a roqueira era a Eliza, aquela que eu tinha ouvido no celular. - E meninas, esse é Edward Cullen.

– Caramba. Ele é um... Gato! - Eliza falou.

– Er... Obrigado. - murmurei, me sentindo constrangido por receber um elogio desse de uma garota com menos de dez anos.

– Sim. - a outra loirinha, Emily, falou. - Ele é de uma beleza radiante.

Foi impossível não sorrir para as duas, que estavam tão sorridentes. Mas então elas trocaram um olhar e mudaram suas feições para uma careta.

– Pode tirando o olho. Ele é meu. – Eliza falou.

– Nada disso. Ele é meu.– Emily discordou.

– Sai fora. – Eliza empurrou Emily. - Eu vi primeiro.

– Não. - Emily empurrou Eliza. - Fui eu quem o vi primeiro.

– ELE É O NAMORADO DA BELLA! - as duas falaram juntas.

– Não é não. - Bella engou e eu a encarei por reflexo, vendo-a corar.

– ENTÃO ELE É MEU! - as duas se agarraram no meu pescoço, me sufocando.

– Também não. - Bella falou com a voz carrancuda. - Saiam daí, suas assanhadas. - tirou-as de cima de mim, me deixando respirar novamente.

Depois dessa cena, Bella conseguiu distrair as gêmeas um pouco com chocolate e me explicou que elas eram filhas adotadas de Esther e que Renée ofereceu ela para cuidar das duas, já que a babá não podia. Ela também me explicou o porque de Eliza achar que somos namorados, e o porque de negar. Depois disso decidimos ir logo fazer o que Alice tinha pedido, mesmo com as gêmeas fazendo perguntas e querendo dar uma volta no colégio.

Percebi que Bella não tinha paciência nenhuma com elas, principalmente quando as gêmeas começaram uma discussão de qual delas era a minha namorada. Me assustei quando elas começaram a se baterem bem ali, com eu no meio. Não foi difícil de separá-las, só precisei empurrar cada uma para seu canto. Foi por causa disso que eu decidi salvar a pele da minha namorada - e a minha também já que se continuasse assim ela ficaria de muito mal humor. Propus sair com as gêmeas, que aceitaram na mesma hora.

Levei Bella e as gêmeas ao parque de diversão que tinha em Port Angeles. Foi legal e bem divertido, até a parte em que eu tive que usar minha mira - que aprendi com Emmett quando jogávamos futebol americano - para consegui ursinhos para as mulheres da minha vida. Foi assim que Eliza usou uma vez, quando estávamos na fila da montanha-russa. Antes era apenas Esme e Alice, agora eu tinha Bella, e como pacote veio Eliza e Emily. Mesmo dando atenção as gêmeas, que falavam como ia ser nosso triangulo amoroso e que eu teria que ir em um jantar na casa delas para me apresentar a Esther, eu tinha percebido que Bella estava silenciosa e inquieta demais no lugar, olhando sempre para cima quando um carrinho passava rápido demais por nós.

E essa inquietação só piorou quando chegou nossa vez, que a gêmeas decidiram que iriam bem no primeiro carrinho e nós tivemos que ir atrás dos delas. Seu olhos chocolates estavam assustados, e eu percebia suas mãos apertando fortemente a barra de ferro. Sabia o que significava todas aquelas reações, pois já tinha presenciados elas uma vez, com Alice, quando ela era criança e veio a primeira vez no brinquedo. Era medo.

– Bella? - chamei.

Eu precisava saber se estava tudo bem, se ela queria mesmo fazer aquilo. Eu não me importava nem um pouco se ela quisesse sair dali.

– O... - pigarreou. - O que?

– Você está bem? - perguntei e ela apenas assentiu. Claro que Bella iria negar, isso era tão óbvio. - Não parece... - insisti, pegando a mão dela. - Está gelada.

– Essa é minha temperatura. - puxou a mão rápido. - E... Eu estou bem. Meninas? - chamou.

Bella não sabia mentir e também não tinha como mentir para mim. Eu a abraçava e a tocava, sabia que ela não era gelada, ao contrário, sua pele era bem quente.

– Oi? - as gêmeas falaram juntas.

– Tudo bem ai?

– Tudo ok. - Eliza quem respondeu.

Um garoto veio verificar se estava tudo ok, e depois fez o sinal para ligar o brinquedo. Senti quando Bella ficou ainda mais tensa, apertando fortemente o ferro. Eu não sabia mais o que falar, porque Bella só sabia negar, dizendo que estava tudo bem. Se eu fizesse uma cena lá em baixo, com certeza ela ficaria com raiva depois, e agora... Bem, agora não tinha mais como eu parar aquilo.

Eu não desviava meus olhos de Bella, que em um segundo me encarou, mas depois virou para a frente. Aquele um segundo foi o suficiente para eu ver o pavor que ela estava sentindo, o que me deixou angustiado. Eu realmente deveria ter feito uma cena lá em baixo. Só quando entramos no túnel escuro que eu perdi ela de vista. Mas não me impossibilitou de ouvir seu gemido. Aquilo fez eu repeti minha pergunta.

– Tem certeza que você está bem?

– Te-tenho. – gaguejou.

– Isabella? - eu não aguentava mais daquilo, ela não parecia nem um pouco bem. Peguei sua mão novamente com a minha, sentindo que estava ainda mais gelada que antes, se é que era possível. - Você está muito gelada.

Bella não respondeu nada, nem sequer emitiu algum som quando o carrinho desceu loucamente. Dava para ouvir o grito de todos, mas nada da Bella. Ela apertou minha mão com muita força, fazendo o sangue parar de correr por ali. Apertei de volta, aliviando um pouco e querendo loucamente parar aquele carrinho e tirá-la dali.

Quando o carrinho começou a subir novamente, saindo para fora daquele túnel escuro, eu pude finalmente, com alivio, ver Bella. Mas me desesperei ainda mais quando vi que ela estava muito pálida e se possível, até um pouco verde. Bella, com toda certeza, não estava nada bem.

– Isabella! Isabella! Bella! - a chamei, desesperado

Bella abriu os olhos, olhou para os lados até parar em mim. Eles estavam marejados, o que fez eu me sentir imponente diante daquele medo dela. Novamente eu perdi o contato visual quando entramos em outro túnel e veio mais uma descida, e sem nenhum grito vindo da parte de Bella, apenas o aperto desesperado, que eu retribui numa forma de acalmá-la. Ela murmurava algumas coisas que eu não conseguia entender, principalmente por causa dos gritos.

Foi quando o carrinho parou de repente, me assustando. Não desviei meus olhos dela, ainda a vendo ficar encolhida no banco, mais pálida do que já é.

– Nossa! - Eliza exclamou, tirando a proteção e saindo do carrinho.

– Foi sensacional. - Emily falou.

As duas saíram andando, totalmente alheias ao que acontecia com Bella. Decidi tirá-la daquele transe que parecia se encontrar.

– Bella. - toquei o braço dela com a mão que estava livre, ao mesmo tempo que apertava a outra. - Isabella, abre os olhos. Bells! - gritei, mas nada. Ela parecia com medo de fazer aquilo. Então, já entrando em desespero com medo dela ter dado um ataque de panico, comecei a sacudi-la. - Bella!

Ela abriu os olhos e como tinha feito lá em cima, olhou para os lados. Eu esperei alguma reação quando ela me encarou, até quando seus olhos caíram sobre nossas mãos e ela se afastou rápido, saindo dali. Eu também me soltei rápido e a segui.

– Bella? Isabella! - a chamei, não sabendo o que ela estava fazendo.

Bella sentou em um banco que havia ali e colocou a cabeça entre as mãos, parecendo um pouco perdida. Eu andei calmamente até o seu lado, não querendo assustá-la. Me sentei ao seu lado, sem saber o que fazer.

– Você está bem? - optei por perguntar.

– Não. - murmurou com a voz chorosa.

– É esse o seu trauma?

Eliza tinha falado algo assim quando chegamos no parque, tanto que Bella ficou nervosa com isso e negou. Claro que eu não acreditei, ou porque então Eliza, uma criança, inventaria uma coisa dessas do nada? Ela tinha dito que era medo, mas Emily explicou que era um trauma, o que fez eu não acreditar ainda mais em Bella, porque Emily era inteligente, sabia o que falava.

– Um deles. - levantou a cabeça e me encarou. - Eu tenho medo de crianças, ok? Tenho pavor de crianças. - suspirou e eu continuei a olhar, ainda sem saber o que falar. - E eu tenho medo de montanha-russa. - completou, abaixando a cabeça.

– Porque?

– Todo mundo fala que crianças são inocentes, mas é mentira. Elas não são inocentes. Quando existir uma, me mostre.

Foi então que eu entendi o porque de tudo aquilo. Bella tinha sofrido bullying quando criança, e saber aquilo fez meu coração doer. Eu não sabia como essas crianças que sofriam disso se sentiam, mas não gostava de ver. Eu nunca sofri, porque sempre tinha Emmett, que sabia proteger eu e Alice, assim como a baixinha, que tinha nós dois por ela. Só que Bella era sozinha, ela não tinha irmãos ou alguém maior que pudesse protegê-la. De repente, eu senti raiva daquelas crianças, ou de qualquer outra que fizesse essas coisas.

– Você... Elas eram más com você? - perguntei.

– É. Por isso que eu fiquei com medo da Eliza e da Emily. Para mim todas são iguais. - negou rápido com a cabeça. - Elas são más a ponto de te colocar numa montanha-russa, no primeiro carrinho, quando você não quer. - soltou um risada. - Sozinha. Eu fui sozinha. E eu estava no parque por diversão, e acabei indo para enfermaria por desmaio. Isso não é legal? Não é a melhor experiência?

Percebi que Bella estava abalada mesmo. Ir na montanha-russa não tinha feito nenhum bem a ela.

– Isabella...

– Eu sei. - me cortou. - Eu achei que quando fui com Charlie, tinha superado isso, mas... Sou idiota demais para vê que não.

– Talvez você não tenha superado esse medo, mas superou o de crianças.

– Emily me aju... OH MEU DEUS! - ela ficou em pé num pulo, me assustando. - CADÊ AS GÊMEAS?!

Eu olhei para os lados, também me perguntando aonde elas estavam. Não tinha as visto desde que saíram do carrinho, e agora foi que realmente tínhamos percebido que elas haviam sumido.

– Nós temos que achá-las. - falei, ficando em pé. - Vamos nos dividir.

– Ok. – concordou. - Qualquer coisa ou se achar elas, liga.

O parque não era tão grande assim, então eu torcia para que fosse fácil encontrá-las antes de fechar. Fui para a parte que ficavam as barracas com doces e brincadeiras, mas não as encontrei por lá. Perguntei para algumas pessoas, e essas falavam que não as tinham visto. Algumas até diziam que se vissem, levariam para a entrada e avisariam por lá. Eu agradeci por isso e continuei procurando. Foi quando Bella me ligou e falou que sabia aonde elas estavam. Acho que não me surpreendi muito quando me contou que era na caverna dos horrores, mas mesmo assim fui pego de surpresa. Elas não eram crianças comuns, assim como Bella não era uma garota comum. O que mais eu poderia esperar?

Assim que cheguei ao local, não encontrei Bella, então fui para aonde entravam para o lugar. Passei na frente de algumas pessoas na fila, com elas reclamando, mas nem me importei de explicar o motivo. Era um cara magrelo e cheio de espinha que estava lá, olhando entediado para o nada. Eu o cutuquei, fazendo-o me encarar.

– Preciso que você faça alguma coisa que pare tudo lá dentro. - disse e ele ergueu uma sobrancelha.

– Em primeiro, não da pra fazer isso. E em segundo, qual o motivo?

Respirei fundo, controlando uma raiva por ver tanta lerdeza da parte dele.

– Porque, eu não sei como ou de onde saiu tanta burrice, deixaram entrar duas crianças ai dentro. E eu tenho certeza que elas não deveriam ter estar lá - apontei para o lugar -, então acho melhor você da algum jeito de parar isso ou fazer alguma coisa que possam as tirar de lá.

O garoto me encarou por alguns segundos, e olhou novamente para a "casa".

– Dá pra você andar logou com isso?! - rosnei e ouvi umas risadinhas femininas atrás de mim.

– Ok, cara, ok. - o garoto levantou e pegou um Walk-talk, apertando um botão. - Hey, Cabeça, tem um cara aqui falando que nós deixamos duas crianças entrar ai... É, é, duas crianças... - se virou para mim. - Como elas são?

– Loiras e gêmeas.

– São gêmeas, Cabeça... Sei lá, vê o que você pode fazer... Ok, aviso. Falou. - desligou o walk-talk e virou para mim. - O cabeça falou que que é pra você esperar lá no fundo que ele vai procurar as suas filhas.

– Em primeiro, eu não tenho cara de pai, e em segundo, obrigado. - soltei em um rosnado e dei as costas para o idiota.

Quando sai da fila dei com Bella, que olhava desesperada para lá. Ela até parecia que estava novamente na montanha-russa, toda pálida, gelada e tremendo. Tive que praticamente segurar todo o seu peso - que não era muito - ou então Bella já teria desmoronado. Não demorou muito e logo as gêmeas apareceram depois de alguns monstros, que reclamavam. Era o tal do "Cabeça" que trazia ela, as duas com sorrisinhos sacanas. Elas explicaram que sumiram porque não queriam ir embora, e como viram eu e Bella conversando, tiraram essa conclusão. Não foi de se surpreender ao saber que elas tinha batido nos monstros por assustá-las. E eu achando que isso era pouco vindo da parte delas...

Nós saímos logo daquele parque e eu as levei para um Mc Donalds, já que nós todos estávamos com fome. Ouvimos elas narrarem como foi lá dentro, e depois fomos para casa. Eu insisti para levar Bella pra casa, mas ela disse que não iria deixar o carro dela sozinho lá no estacionamento, então acabei por desistir. Assim que cheguei em casa, Alice apareceu na minha frente.

– E então, como ficou o meu desenho? - perguntou, saltitando.

– Legal. - murmurei, indo me sentar no sofá, muito cansado para ficar em pé.

– Nossa cara, que preguiça que esta vindo de você. - Emmett apareceu da cozinha, trazendo uma tigela de sorvete. - A Bella abusou muito de você hoje?

– Vou ignorar o sentido duplo da sua frase. - fechei os olhos. - Estou pensando seriamente em não ter filhos.

– Não fale uma coisa dessas! - Allie bateu no meu braço. - Porque?

– Você não sabe como crianças dão trabalho. - olhei para os dois, cada um sentado ao meu lado. - Elas fazem você sentir desde surpresa a medo, cara.

– É por isso que eu gosto de crianças. - Emmett sorriu. - Curto muito adrenalina e tenho disposição de sobra aqui para elas. - comeu um pouco de sorvete. - Eu e Rosalie vamos ter um time de futebol.

– Americano? - Alice perguntou.

– Não, não. Futebol de Copa mesmo, com onze jogadores.

Com essa nos gargalhamos. Nunca que Rosalie, vaidosa como é, irá ter essa loucura de filhos. Isso detonaria o corpo de qualquer mulher.

– Isso foi hilário, Emmett. - falei.

– Ué, porque? - perguntou, sem entender.

– Esquece. - Alice mandou. - Mas porque essa ideia agora, Edward?

– Bella hoje apareceu no jornal com duas gêmeas, que são filhas adotivas de Esther. E Deus, aquelas gêmeas tem uma animação pior do que a sua, Alice. Eu as levei no parque, e essas duas aprontaram... - então eu narrei o que elas aprontaram, fazendo Emmett e Alice gargalharem.

O maluco do meu irmão até queria conhecê-las, pois falou que elas seriam as filhas perfeitas para ele. Eu até senti um certo medo de imaginar Emmett e as gêmeas juntos. Torcia para que isso não acontecesse. Emmett me contou sobre o festival que iria ter em Port Angeles, que eram os colégios da península que estavam se juntando para arrecadar dinheiro para doação, e disse que a maioria do pessoal do FHS estaria lá, então eu convidei Bella para ir comigo e essa perguntou se as gêmeas podiam ir junto. Mesmo elas me dando um susto e tanto, eu tinha gostado delas, então é claro que concordei.


Eu fui passar na casa da Bella para buscar ela e as meninas, e a viagem inteira as meninas foram contando como foi a noite delas com Alice e Nessie lá. Quando chegamos no festival Emmett já veio marcar presença com as piadas dele, e depois que conheceu as gêmeas, se esqueceu completamente de mim e da Bella, para nosso alivio. Com o nosso pessoal todo reunido, nós entramos no lugar, que estava lotado de adolescentes e pais com crianças. Bella estava calma em relação das gêmeas com Emmett, mas eu não, sabia como aquele garoto era um cabeça de vento e com o local cheio de crianças, era bem capaz dele confundir elas com outras e acabar levando o filho de alguém ou invés das gêmeas.

Eliza pediu para nós irmos ver os palhaços, então fomos para lá, encontrando o pior de todos, o mais feio. Mas é claro que ela não se importou com isso e adorou ele. Isso até ele falar que não sabia fazer um macaco de bexiga. Depois disso, Eliza declarou guerra ao palhaço e quem teve que separá-la fui eu. Isso acabou dando uma confusão que no final teve eu e Bella escondido no castelo de ar com várias crianças pulando em volta de nós. Mas apesar disso, o dia foi divertido e finalmente Jacob mostrou que não era um marica e conseguiu chegar em Nessie, fazendo daquilo se tornar o que nós todos queríamos.

Depois do festival, eu ajudei Bella a levar as gêmeas na casa de Esther e depois a deixei em casa. E foi depois dali que Bella começou a ficar diferente.

Eu finalmente a chamei para ir para o Baile de Inverno, e Bella aceitou. Ela não pirava como Alice, o que era um alivio para mim, e fazia eu querer ficar ainda mais tempo com ela. Já que em casa, Alice estava levando todo mundo a loucura, mas ninguém reclamava. Faltava menos de um ano para a baixinha ir pra universidade cursar jornalismo, e Esme e Carlisle estavam triste com isso - assim como eu - então, eles a compreendiam da maneira que podia. Como eram pais corujas sem nem precisar disso, agora vendo que a filhinha deles ficaria longe, estavam pior ainda.

No dia do baile, foi Alice praticamente quem me arrumou, mas deixou eu dar meu toque final. Eu estava nervoso, porque eu iria me apresentar para Charlie como namorado da Bella. Já tinha passado por isso duas vezes, mas era diferente, eu não, eu era mais... Moleque. Com Bella eu sentia a coisa ser mais séria, então tinha que fazer certo. Jasper e Emmett me falaram que era só agir normalmente como eles tinham feito, pois foi assim que conquistaram os pais. Tudo bem que era muito mais fácil para Jasper por Carlisle já conhecê-lo, e Emmett também, e tinha o fato de que os sogros deles não era policial. Era essa parte que me deixava com medo. Não que ele fosse me dar um tiro ou coisa assim, mas...

– Edward, só relaxa. - Emmett bateu no meu ombro, rindo.

– Eu to relaxado. - menti, seguindo em direção ao Volvo.

– Aham, claro. - ele sorriu zombeteiro antes de entrar no Jipe. - Te vejo no baile.

– Até.

Eu fiquei escutando música até a casa da Bella para ver se me acalmava um pouco, e tentava não ligar para as mãos e nuca suando. Quando estacionei o carro em frente a casa, falei para mim mesmo que tudo ia dar bem e que ele não iria me receber com uma arma ou qualquer coisa e fui até a porta, tocando a campainha. Quem atendeu foi Mary, que sorriu carinhosamente para mim. Eu já a conhecia pelas vezes que vim aqui com Bella, e ficava conversando com ela e Renée na cozinha, e também com a Anne.

– Entre, Edward. - falou, sorrindo.

Eu murmurei um "com licença" baixo e entrei, dando com Charlie que estava parando ao lado da escada.

– Boa noite, chefe Swan. - falei o mais cordialmente possível.

– Boa noite, Edwar...

– Edward, querido! - vovó Swan falou alto do topo da escada, e desceu, vindo me abraçar. Ela nem ligou para o fato de ter cortado Charlie, que olhou para ela com uma sobrancelha erguida.

Ela parecia mesmo cansada, como Bella tanto falava, e também Tio Aro, que sabia que vovó estava doente. Claro que não contei isso a Bella, porque ela já estava preocupada demais, estranha demais, e isso a faria ficar ainda pior. Mas não foi por escolha minha, foi mesmo por que ele me pediu - ou melhor, me fez prometer - para não falar nada, e deixar que quando chegasse a hora, a vovó iria contar ela mesmo. Eu só não entendia o porque dela demorar tanto. Ele disse que era pra não preocupar Bella, pois essa tinha mania de exagerar nas coisas. Palavras da Anne, acrescentou.

– Oi, vovó. - falei, retribuindo a abraço. - Como você está? - perguntei baixinho.

– Estou muito bem, bonitão. - piscou um olho quando se afastou. - Então finalmente vocês decidiram levar o namoro de vocês a sério? - eu assenti, olhando para Charlie. - Eu vou te ajudar, Edward. - sussurrou, me fazendo sorrir.

– Acabou ai, mamãe? - Charlie perguntou e eu fingir não me surpreender pelo modo que a chamou.

Claro que eu também chamaria Esme assim mesmo se eu tiver sessenta anos e ela oitenta e cinco.

– Já sim, Charlie. - ela respondeu bom um bico. - Vem, queridos, vamos nos sentar.

Ela me puxou para sentar com ela no sofá e empurrou Charlie para a poltrona. Este não parecia que ia a qualquer momento sacar uma arma, apontar para mim e me mandar ficar longe da única filha dele, o que era uma coisa aliviante para mim. Na verdade, ele não parecia muito bravo comigo, não que eu tivesse feito algo que o deixaria assim...

– Então... Você vai levar minha Bells ao baile? - perguntou.

– Sim, chefe Swan. - respondi.

– Me chame de Charlie, Edward. - deu um sorriso minimo. - Não pretende trazer ela muito tarde, certo?

– Claro que...

– Para com isso, Charlie. - vovó o repreendeu e ele fez um bico igual ao dela. - Sabe que Bella nunca fica até tarde em qualquer lugar, e ela já saiu com Edward, lembra? Não é a primeira vez.

Ok, eu não sabia que vovó Swan estava me ajudando ou me atrapalhando!

– Eu sei, mamãe. Mas eu preciso botar uma ordem, certo? Então, não me atrapalhe. - ele falou para ela e depois se virou para mim. - Sabe como isso funciona, não é, Edward? Bella não deve ser a sua primeira namorada, e nem a primeira que você leva ao baile.

– Eu sei sim, senhor. Não trazer muito tarde, tomar cuidado dela, levá-la e trazê-la com segurança, ficar com minhas mãos longe dela. Carlisle falou isso para Jasper.

Ele e Anne começaram a rir, e eu soltei um riso nervoso. Ok, isso estava sendo estranho.

– É isso mesmo, garoto. - mexeu a mão, concordando. - Você está se saindo bem, por enquanto.

– Ohh, isso é bom. - vovó falou, sorrindo. - Mas vamos diminuir essas regras, ok? Tem que trazer Bella inteira, até ai tudo certo, agora sobre manter as mãos longe dela... Por favor, vocês são namorados!

– Mamãe! - Charlie a repreendeu e vovó bufou. - Continua as regras.

– Eu sei. - falei, olhando de canto de olho para vovó, que ainda bufava.

– Edward, eu só espero que você tenha respeito com a minha Bella, e não seja esses moleques que só usam garotas, porque se você a magoar, mesmo eu tendo muito respeito por Carlisle, eu juro que sou capaz de arrancar a sua cabeça.

– Mas não sem antes deixá-lo preso vinte anos, hein, Charlie. - vovó falou olhando sério pra mim também e Charlie concordou.

– Isso, e em uma cela aonde caras odeiam garotos que magoam garotas apaixonadas. E eu estou falando sério. - se inclinou um pouco na poltrona, olhando diretamente para mim. - Escutou?

– Sim. - fiz de tudo para não gaguejar. - Eu entendi, e sei que Carlisle vai ajudar o senhor a fazer tudo isso se eu fazer alguma coisa de errado.

– Bom... Bom... - encostou na poltrona novamente e sorriu.

– Mas não vamos precisar nos preocupar, Charlie, porque Edward gosta muito da nossa Bells, e ele jamais faria uma coisa dessas. - vovó me deu um abraço de lado.

– Eu sei. - Charlie assentiu e olhou para a TV, que passava um jogo de beisebol. - Gosta dos Yankees?

Eu percebi que naquela pergunta a tempestade já tinha passado. Soltei a respiração que nem tinha percebido que estava presa e sorri também.

– O que? Eu torço para os Yankees!

– Esse é dos nossos! - vovó sorriu cúmplice para Charlie e depois para mim. - Agora sim mais um torcedor aqui.

Depois disso ficamos alguns minutos comentando do jogo, e foi quando eu ouvi barulhos de salto. Automaticamente olhei para trás, para dar com Bella ainda mais linda, se é que era possível. Alice tinha me falado que o vestido que ela havia escolhido era perfeito para Bella, e agora eu não podia duvidar. Bella ficava perfeita de azul.

Eu levantei e fui até a escada, para ajudá-la descer. Bella sempre insistia dizendo que caia de salto, então estava ali para qualquer coisa, mesmo parecendo que ela tinha tudo sobre controle. Charlie estava ao meu lado, sorrindo para a filha, e vovó estava na minha frente, com uma câmera fotográfica. Que ela ligou bem na hora que Bella ia descer o ultimo degrau, fazendo o flash desequilibrá-la, e a sorte foi que eu fui rápido o suficiente.

Depois de uma pequena seção de fotos, nós saímos da casa e eu pude olhar melhor para Bella e constatar o que eu já sabia, ela estava muuuuuuito linda. Ainda mais quando eu a elogiei e ela ficou corada, dando o toque final.

O baile foi legal, e divertido, até sob os olhares maldosos de Tânia. Mas eu tinha percebido que aquilo não era o tipo de coisa que Bella curtia - e nem eu -, então decidi que estava na hora de Bella conhecer o meu lugar, um mirante, já que eu já tinha conhecido o seu, que era o observatório. Assim como eu fiquei a primeira vez que vim aqui, Bella ficou encantada. Nós conversamos um pouco, até eu lembrar que ainda não a tinha pedido em namoro oficialmente. E foi o que fiz, falando toda a verdade e tudo que eu sentia, e que ela fez eu sentir quando disse que me amava.

Mas o momento perfeito foi quebrado quando Charlie ligou falando que vovó Swan não estava bem, e que quando chegamos lá, descobrimos que ela tinha tido um começo de ataque cardíaco. Foi ai que começou a coisa mais torturante que eu podia imaginar. Ver Bella sofrendo e sem poder fazer nada fazia eu me sentir tão imponente que me deixa com raiva e mal humor. Ela, depois que viu como Anne estava, simplesmente se fechou para tudo, entrando em um estado de topor que ninguém conseguia tirar. Nem chorar eu a via fazer, o que me deixava mais desesperado, porque não sabia o que se passava na sua mente. E a única coisa que eu podia fazer era ficar ao lado dela, mesmo que isso não bastasse para mim.

Eu só vi alguma reação de Bella uma semana depois, quando ela finalmente reagiu a alguma coisa. Muito mal, mas reagiu. Primeiro quando ela entrou no Volvo vestida como a conheci, com a roupa que ela mais detestava. Estranhei, mas não falei nada. Eu tentei controlar minha cabeça dura quando Bella foi ignorante comigo, e falei para mim mesmo que ela só precisava de tempo. Como acontecia com Alice quando ela ficava assim, eu fugia, mas com Bella eu não podia fazer isso, tinha que ficar com ela.

Na hora do almoço, eu seguia com Emmett para lá, quando encontrei Alice, que parecia bufar de raiva.

– Hey, o que aconteceu, baixinha? - Emm falou, rindo.

– Vai se ferrar, idiota. - ela mandou, passando por nós.

– Eita, a coisa não parece que foi boa pra ela hoje. - ele murmurou e eu concordei.

Como agora tinha virado um costume sentar com Alice, Nessie e Bella, eu e Emmett fomos para lá, e logo apareceu Jake, Jasper e Rosalie, mas nada da minha namorada. Já haviam se passado uns bons dez minutos e nada dela.

– Você não acha que ela foi embora? - Rosalie perguntou, também preocupada.

Todos ali estavam, até Alice, apesar dela não ter falado nada desde que sentou a mesa.

– Ela veio comigo, e se fosse, acho que me avisaria... - eu disse, olhando para os lados. - E Bella não iria assim, do nada. Teria que ter um motivo...

– E ela tem. - Alice falou e eu me virei para ela.

– Como assim?

– Eu e Bella... Nós brigamos. Eu a chamei para ir na festa que vai ter, falei que ela tinha que parar com aquilo, e nós acabamos... Discutindo.

– Alice... - rosnei.

– Eu sei, foi idiota da minha parte, ok? Mas poxa, é horrível ver ela assim.

– Ótimo, agora eu não sei aonde vou encontrar ela! - levantei rápido, pegando minha mochila.

– Talvez ela nem tenha ido embora... - Jasper falou e eu o olhei. - Digo, Bella pode esta em qualquer lugar, Edward. Procura primeiro por aqui.

Eu assenti e sai do refeitório, indo pelos corredores. Passava mil lugares daqueles prédios em que Bella poderia estar, até eu ouvir a voz conhecida dela. Eu virei para o corredor que vinha, e outra voz fez eu acelerar ainda mais os passos.

– Edward é meu! Ele gosta de mim e não de você. Isso deve ser para me fazer ciumes, porque ele me beijou! - Tânia berrou alto o suficiente, me fazendo revirar os olhos.

Eu virei o corredor e dei com Irina e Jéssica, que arregalaram os olhos assim que me viu. Passei por elas, me aproximando de Bella, que estava de costas para mim.

– Idiota, ele te usou! - Bella soltou.

– Isso é mentira! - Tânia gritou para qualquer um ali ouvir.

Percebi que aquilo era uma "briga" dela com Bella, e também percebi o estado de Bella, com o cabeço bagunçado. Isso fez eu pensar suposições que não eram nada agradáveis, o que me fez ficar com raiva de Tânia. Eu precisava acabar com aquilo logo, fazer ela perceber que nunca aconteceria algo com nós dois.

– Isso é verdade. - eu falei, parando ao lado de Bella.

– O... O que? Edward, fala que é mentira! - Tânia pediu. - Fala que Isabella é uma fracassada, que você me ama e que só está fazendo isso para me causar ciumes. Fala! - ela tentou se aproximar, mas Bella a empurrou.

– Não chega perto dele. - Bella falou quase como um rosnado.

– A Bella quem tem razão, Tânia. - disse, puxando Bella para perto de mim. Pela visão periférica vi que ela sorria com isso, mas continuei encarando Tânia. Ia dar um fim naquilo, mesmo que não fosse certo o que eu iria falar. - Eu usei você aquele dia porque queria saber o que eu sentia por Bella. - algumas lágrimas escaparam do seus olhos, me deixando um pouco mal, mas não parei. - Eu já gostei de você, Tânia, mas foi quando eu não sabia o quão vadia você era. Sua arrogância e sua falsidades...

– Edward... - ela balançou a cabeça. - Não pode ser isso! NÃO PODE SER! - berrou e tentou se chegar mais perto, só que Bella a empurrou novamente.

– Já disse pra você ficar longe dele! - Bella assumiu um tom de possessão. - Cai na real, garota. Edward não gosta de você! Eu disse que ele era diferente, que não era um vampiro em buscar de popularidade. Só você é assim, Tânia.

– Não... - ela escondeu os rostos nas mãos. - Isso é mentira. Você não pode me trocar por ela! - virou para mim. - Isabella não tem nada, eu tenho tudo, Edward! Ela é uma sem graça.

Bella tentou ir para cima de Tânia, mas eu a segurei. Tânia já estava apanhando demais verbalmente, era bom as cicatrizes que ela teria por dentro, não por fora. Só isso podia fazer ela parar com aquilo que eu ainda não entendia. Como ela podia achar que ser bonita, ser popular e essas coisas era tudo? Jéssica, Kate e Irina não eram amigas dela? Ela não sabia o que significava isso? Ou qualquer sentimento bom? Será que para Tânia tudo tinha que ser material e exterior?

– Está errada novamente, Tânia. É Bella quem tem tudo e você nada. Ela quem é legal, inteligente, amiga, verdadeira e tem um coração que sabe amar mais alguém além de si. Eu acho que está na hora de você começar a pensar nas coisas que fez antes de falar mais alguma coisa.

– Mas... Mas... - ela gaguejou, sem saber o que falar. - Edward, eu não sei...! Eu não sei...!

– Pois você precisa saber, Tânia. Esta na hora de parar de ser o que é e perceber como são as coisas de verdade. Sabe que você não é essa vadia, só precisa mostrar para todos isso.

Depois de deixar Tânia para trás com as amigas dela, eu fui cuidar de Bella. Tânia tão tinha feito muito estrago, porque Bella não era uma pessoa que se deixava abalar tão facilmente com palavras - ou pelo menos não demonstrava. Pelo menos era isso que eu achava até ver a forma que ela parecia tão... Desesperada quando me beijou. Pedindo que eu a fizesse esquecer das coisas. Até aquele momento eu não sabia que tinha esse efeito sobre ela, achava que era só eu que acabava daquele jeito.

Quando Bella pegou meu rosto e puxou, eu percebi que aquele beijo não seria como os outros. Estava mais rápido, Bella não parecia ela ali. Eu tive que me controlar, pois sabia que com ela poderia perder o controle rápido, e como Bella parecia tão... Delicada, eu tinha medo de machucá-la. Porque se Tânia a havia deixado vermelha apenas apertando o braço dela, se eu apertasse então...

Eu perdi a linha do raciocínio quando Bella puxou os fios da minha nuca com força, e apertou as pernas em volta da minha cintura. Eu, sem pensar direito, apertei minhas mãos em volta da sua cintura e a puxei mais para a ponta da pia, fazendo-a ficar ainda mais próxima. Bella parecia não perceber nada, pois continuou ainda mais com as provocações. Se ela ficava assim quando estava com raiva, acho que queria a Bella com raiva muito mais vezes.

Pensar nisso fez eu me lembrar o porque e aonde estávamos, então eu desacelerei o ritmo, só que Bella puxou meu rosto e soltou um pequeno muxoxo, fazendo voltar ao estado de antes. Mas dessa vez, eu fiquei consciente de mim, até quando não deu mais para ficar sem respirar.

Depois desse "momento" eu decidi que já tínhamos muito de escola por aquele dia e levei Bella ao mirante e lá eu a fiz voltar pelo menos um pouco ao normal. Tudo bem que foi mal o que Tânia fez, mas estava agradecido a ela por ter feito Bella acordar um pouco, pois ela agora falava mais. A conheci um pouco mais, e fiquei sabendo dos seus surtos, que davam de repente. Fiz uma coisa que a ajudaria e que me ajudaria também, porque eu precisava de mais fotos dela no mural metálico que ela havia me dado. E depois disso, fiz Bella finalmente libertar o que ela tanto queria, e também ir visitar a avó no hospital, uma coisa que ela não fazia desde o dia do baile.

Para o final daquele dia longo estava tinha sido ótimo, com eu e Bella na lanchonete tomando cappuccino e comendo muffins, mas eu estava enganado. Ela não tinha terminado, mesmo depois de deixá-la em casa. No caminho eu repassei aquele dia na cabeça, e me senti mal por Tânia. Não queria ter sido tão cruel com ela, mas a ocasião pedia. Quando alguém fazia algum mal para Bella, ligava meu lado superprotetor, e eu não me importava mais com a pessoa, só com ela.

Com esses pensamentos eu estacionei o carro na garagem, vendo que só o carro da Alice estava ali, sem o do Carlisle e do Emmett. Sai do carro e segui para dentro de casa, encontrando Esme na cozinha. Ela estava com uma expressão séria, e tomava um café.

– Oi, mãe. - a cumprimentei com um beijo na testa, como sempre fazia.

– Hey... - murmurou, sorrindo.

– Cadê o pessoal?

– Emmett saiu com um amigo, um tal de Brian, e seu pai vai trabalhar até um pouco mais tarde. Alice está no quarto dela, com Jasper.

– Hum. - torci a boca.

– Bella está bem?

Esme sabia o que tinha acontecido, porque em desespero eu recorri a ela, perguntando o que podia fazer.

– Está melhor... - sorri. - Hoje ela foi visitar Anne.

– Isso é bom. - percebi que Esme estava um pouco tensa, e aquilo me preocupou. - Aconteceu alguma coisa...?

– Você tem uma visita. - falou simplesmente.

– Tenho? - franzi as sobrancelhas. - E quem é?

– Bem... Sobe lá no seu quarto que você vai saber.

– Ok...

Eu não estava gostando desse suspense que Esme estava fazendo, e quem quer que seja a minha "visita" não devia ser boa, porque se não ela tinha falado. Eu sabia que não era Jasper porque ele estava com Alice, e nem Jake porque se fosse ele estaria aqui com Esme, conversando e comendo - como algumas vezes o encontrava - e não me esperando no meu quarto. Eu não fazia a menor ideia de quem poderia ser.

Subi as escadas correndo e no corredor esbarrei com Alice, que estava encostada na parede com uma expressão não muito boa. Jasper estava atrás dela, a segurando pelos ombros.

– Eu quero saber o que aconteceu. - ela falou antes de entrar no quarto dela, sendo seguida por ele, que fez uma expressão estranha.

– Maluca... - murmurei comigo mesmo, indo para o meu quarto.

A minha surpresa de encontrar Tânia ali foi enorme, porque depois do que eu havia dito para ela hoje achei que nunca mais iria querer olhar na minha cara. Na minha ou na de Bella. Não foram palavras boas, principalmente a parte em que eu disse que tinha usado ela. Poxa, eu admiti que a usei e ela ainda estava ali, sentada na minha cama!

– Tânia? - perguntei, chamando a atenção dela, que estava toda no quadro de metal que Bella tinha me dado, e lá tinha muitas fotos.

– Hey. - deu um sorriso minimo. - Estava te esperando...

– Yeah, Esme me disse. - apontei para fora e ela assentiu. - E então, não querendo ser indelicado nem nada, mas o que você está fazendo aqui?

– Eu queria... - caminhou até mim e fechou a porta, eu apenas a segui com os olhos. - Eu só queria conversar com alguém. - disse por fim, parando na minha frente.

Ergui uma sobrancelha em confusão. Se ela queria conversar, não era mais fácil ir falar com uma de suas amigas ou qualquer outra pessoa que não seja eu? Digo, acho que eu não era a pessoa certa para ela desabafar sendo que tinha sido eu quem causou o que quer que ela esteja sentindo. E com certeza não era bom.

– E porque você veio aqui? - sentei na minha cama, ainda a encarando.

– Edward, eu não estou... Me sentindo muito bem pelo que aconteceu na escola hoje. - suspirou e sentou ao meu lado. - Acho que quero me desculpar, não sei! Só sei que não estou me sentindo bem e fico me remoendo por tudo aquilo.

– Hm. - fiz.

Eu sabia que era insensível da minha parte ser tão frio assim, mas o que ela tinha feito com Bella não era uma coisa que eu poderia esquecer. Ela tinha machucado a minha namorada, a magoado falando coisas horríveis! E se fazia mal para Bella, também estava fazendo para mim. E Tânia não era muito de pedir desculpas, o que me deixava ainda mais desconfiado com ela estar ali, ter fechado a porta e falar com a voz mais doce possível. Tudo bem que ela sempre falava assim, mas era um tipo doce diferente, muito calma.

– Eu sei que você não está acreditando. - ela murmurou, olhando para a frente. - Nem eu mesma acreditaria em mim depois de tudo que fiz.

– Ainda bem que você sabe. - soltei, sem dó nenhuma.

Não ia me fazer de agradável para alguém que não merecia. E Esme que me perdoasse depois se descobrisse como eu estava falando com uma garota.

– Eu acho que mereço todo esse desdem. - ela sorriu triste e por um segundo eu senti remorso por como a estava tratando, mas logo passou ao lembrar que ela foi muito pior com Bella. - Até mereço pior.

Eu assenti, concordando com aquilo. Ela merecia, só que por enquanto estava bom daquele jeito.

– Tânia, o que você veio realmente fazer aqui? O que você quer conversar? - perguntei, querendo logo acabar com aquilo.

Tânia levantou da cama e caminhou novamente até a parede que estava o quadro magnético. Eu a segui com os olhos, vendo-a sorrir para as fotos. Se virou de volta pra mim.

– Bella não acha ruim? - apontou.

– Não. - dei de ombros. - Bella não repara nisso, ela só gosta de como as fotos são.

Ela deu um sorriso triste.

– Eu sou uma idiota mesmo. - disse. - Se eu fosse ela, já teria arrancado todas. Acho que você escolheu a pessoa certa...

Assenti, sorrindo. Claro que eu tinha escolhido a pessoa certa. A mais que certa.

– Bella compreende as coisas, Tânia. Ela sabe o que cada coisa significa, e não tira conclusões precipitadas, não é?

– Yeah. - voltou a olhar para o quadro, seu sorriso sumindo. - Eu não sei nem por onde começar... Quando você tirou essa foto? - perguntou.

– Antes do ultimo treino que vocês tiveram. - me levantei e fui até seu lado. - Vocês ainda iam começar a treinar, estavam todas sentadas na arquibancada. Eu fui lá para falar com Emmett, e quando vi vocês todas assim, decidi tirar uma foto. - dei de ombros.

– Eu nem percebi. - ela sorriu e eu retribui.

– Ninguém nunca percebe. - confessei. - Mas então...?

Tânia me encarou por alguns segundos, antes de soltar um suspiro e olhar para suas mãos.

– Não sei mesmo por onde começar. - admitiu, sua voz já rouca. - Eu fiz tantas coisas que não tem explicação ou desculpa. Edward – me encarou. -, eu tenho... Ou acho que tenho um motivo, não sei. É tudo tão sem sentido, e sem noção que até eu me pergunto como pude chegar a esse ponto. - soltou outro suspiro. - Eu sei que tudo isso é errado, essas coisas que eu faço com as pessoas. Sei e mesmo assim faço, por ser uma idiota. Eu não queria... - parou de falar.

– Não queria, mas continua fazendo. - completei por ela.

– Isso. - assentiu. - Na verdade, eu não era assim, só que acontecem coisas na nossa vida que faz nós mudarmos. Você nunca teve nada assim? Algo tão forte que fez você parar de ser algo que era e se transformou em outra pessoa? Mesmo que não ruim como eu, mas em algo bom também!

Eu balancei a cabeça, vendo o rosto de Bella na minha mente. Ela tinha mudado uma parte de mim, eu sabia disso. Nunca fui como estou sendo com ela. Só era mesmo com Alice e Esme, mas com outra mulher, eu não era.

– É isso que aconteceu comigo. Algo fez eu mudar para a pessoa... Ruim que sou hoje. O problema é que eu não consigo reverter, mesmo que queria. É como se... Já fizesse parte de mim ser assim, a minha essência.

– Não, não é. - neguei. - Você disse que tem um motivo, e se você diz, então é porque tem. Todos tem um motivo para ser o que é, Tânia, por mais pequeno que ele seja.

Tânia me encarou e seus olhos se encheram de lágrimas, mas nenhuma caiu. Ela deu um sorriso triste.

– Edward, eu sei que você ainda vai ficar com raiva de mim depois de eu explicar o porque, então... Me desculpa, ok? - eu assenti, ainda esperando. - Eu tenho duas irmãs, que se não fosse por sangue, não poderiam ser consideradas isso... Elas são como eu sou, essa... Coisa toda de ser popular, maior que todos e que faz eu parecer a pior pessoa daquele colégio. E por ser alguns anos mais velhas que eu, elas queriam que eu fosse igual a elas. E foi com essa coisa na cabeça, que o meu inferno particular começou...

Tânia me contou tudo o que tinha acontecido com ela, em como suas irmãs foram umas verdadeiras vadias para fazerem ela se tornar o que é. Nós passamos pelo menos duas horas no meu quarto, com ela apenas contando e eu ouvindo. No final, eu não sabia se ficava com mais raiva dos pais dela ou das irmãs dela. Mas eu sabia que eu não tinha mais toda aquela raiva que eu sentia antes de encontrá-la no meu quarto. Tânia só queria uma coisa na vida, alguém que amasse ela, que cuidasse dela, e que fosse realmente verdadeira com ela. Só que por ela não ser esse tipo de pessoa, acabava achando que ninguém era.

– Bem... É isso. - Tânia olhou para as mãos dela.

Nós estávamos na varanda do meu quarto, sentados no chão. Vimos quando Jasper foi embora e quando Carlisle chegou do trabalho. Eu olhei para Tânia, que ainda continuava olhando para baixo. Tinha alguns vestígios das várias lágrimas que ela deixou cair ali, e que eu não tive coragem de secar. Eu na verdade, desde que ela começou a contar, só conseguir a chamar para a varanda, depois disso não falei mais nada, apenas a ouvindo.

Tânia era como Renée, tinha se deixado levar pela pressão e tinha se transformado em um tipo de pessoa que não era bom pra ninguém e nem para si mesmo. Ela, assim como Renée, ainda sentia culpa, mas mesmo assim, não parava. Então, da mesma forma que Bella havia me contato que vovó conversou com Renée, eu decidi conversar com Tânia.

– Isso não é desculpa, não é? - perguntou, com um sorriso triste. - Eu sei, Edward. E eu não espero que você me desculpe pelo que fiz a Bella. Sabe, eu acho que até seria certo você não me desculpar, porque assim você vai estar do lado da sua namorada. E Bella vai estar certa em querer que eu fique afastada de você... E eu não vou mais me meter. Digo, você foi uma das poucas pessoas que me tratava verdadeiramente bem naquele colégio, sem ser por eu ser popular ou por se sentir obrigado. Eu me sentia especial com você, entende? Acho que foi por isso que eu fiquei com raiva dela, por ver que você também a tratava bem, e que não era só comigo. Uma besteira minha, eu sei... - suspirou. - Eu sou uma idiota.

Eu me sentei ao seu lado e peguei sua mão.

– Olha Tânia, foi realmente errado tudo que você fez, e o seu motivo... Bem, você tem os seus. Cada um tem o seu, como eu disse. Não posso te julgar por nada. E sabe o que eu acho? - ela me encarou. - Que você não deve pedir desculpas para mim e sim para todos que você não foi legal. Está na hora de você ser a Tânia que você disse que ia ser quando suas irmãs fossem embora. Começar a ser mais legal, ser mais amiga. Tenho certeza que Jéssica, Irina e Kate não vão se importar nem um pouco com a nova Tânia, e acho até que vão adorar. - nós rimos.

– Você tem razão... - ela suspirou e olhou para a frente da casa.

Segui seu olhar, vendo o carro do Brian parar lá e Emmett descer dele.

– Ele quem te trouxe? - perguntei e Tânia assentiu. - Então acho que está na hora de você ir.

– Yep. - balançou a cabeça novamente. - Sabe, Brian é legal. Ele me lembra um pouco você. - sorriu.

– Aprendeu com o melhor. - brinquei, fazendo-a rir. - E ele gosta de você.

– Eu sei. É por isso que estou dando uma chance para mim e para ele.

– Isso é bom.

– É.

Tânia olhou para mim e se aproximou, me dando um beijo na bochecha, depois ela levantou e seguiu em direção a porta, mas parou quando a abri-la.

– Nos vemos na festa, Edward?

– Hum... Eu ainda não sei se vou...

– Ah é, tem Bella. Esme me explicou que ela estava com alguns problemas quando nós conversamos lá em baixo.

– Esme o que?

– Não fique bravo com ela. Esme estava preocupada com Bella, e quando eu disse que você estava demorando por minha causa, por eu ter feito algo a você e a Bella, ela me contou, então... A culpa é minha. - sorriu. - Então eu acho que é até segunda.

– É, até segunda. - concordei.

Ela se virou para ir, mas então voltou.

– Eu sei por quem começar a me desculpar, Edward. - murmurou. - Acho que Bella tem que ser a primeira.

Eu concordei com a cabeça antes de Tânia sair e fechar a porta. Olhei para fora e depois de alguns minutos, ela apareceu aonde estava o carro do Brian, entrou e os dois foram embora.

– Um... - fechei os olhos. - Dois... Três...

– Pode me contar tudo! - Alice apareceu na porta trazendo seu travesseiro embaixo do braço e de pijama. - Hoje eu vou dormir aqui.

– Ok. - levantei do chão com a ajuda dela. - Só não durma antes de eu terminar.

– Nunca, Edward, nunca.

Eu neguei com a cabeça e segui para o banheiro. Precisava de um banho depois desse dia longo até demais, e também para encarar a curiosidade de Alice.

(...)


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Notas finais do capítulo

Yeah, eu sei que demorei muuuuito para vir com esse capitulo, kk. Mas fala sério, esse grandão deu pra me desculpar, hum? me desculpem gatinhas pela demora, mas aconteceram alguns imprevistos, cuidar da minha amiga que ficou doente, e eu tive um bloqueio, que graças a Deus já foi embora.
Mas então, o que acharam de tudo? E sobre Tânia? O motivo dela todos só vão saber no próximo capitulo de Revista Nerd, quando ela e Bella tiver uma conversa mais civilizada, kk.
Ahhh, e uma boa noticia: EU ESTOU DE FÉRIAAAAAAAAS O/ Isso significa mais tempo escrevendo. E também, uma surpresa nova que ainda está em construção *-* Mas eu tenho certeza que vocês vão amar.
Bem, é isso. Nos vemos nos reviews e no próximo capitulo de RN :*