–O que você acha? Demasiado pequeno ou demasiado grande? -não sei bem como aconteceu mas Claire conseguiu arranjar um apartamento aqui em La Push muito barato e muito lindo. Fiquei muito impressionada com o esforço dela.

–Está perfeito Clairezinha. Bom trabalho! -felicitei, continuando a admirar os detalhes da sala bem grande e muito bem decorada em tons de preto e branco. E para a minha alegria havia uma TV enorme.

–Eu não sabia se você ia gostar da sala então decidi meter a TV enorme para deixar a sua opinião o mais positiva possível. -ela brincou, me fazendo rir da enorme verdade que ela disse sobre mim.

–Já me conhece tão bem! -rodiei a sua cintura e puxei-a para mais perto de mim.

–Obrigada senhora dona Kate. Agora como estou cheia de sono vamos é dormir. Amanhã há aulas naquela escola infernal.

–Claire! -chamei-a e ela virou-se.

–Sim?

–Você acha que iremos ter problemas com aquelas vadias dos infernos? -perguntei preocupada. Eu admito que adora me meter em confusões mas aquelas parecem bem barra pesada e não estou com paciência nenhuma para me meter com gente daquela.

–Vou ser honesta Nessinha. Não faço a menor ideia. Elas parecem bem doidas e penso que possam tentar fazer algo. Só temos que ter cuidado e viver a nossa vida. -respondeu, passando a porta da sala e indo para um dos cómodos. Eu segui-a.

–Mas não há jeito de as evitar?

–Depois do comentário ,que na minha humilde opinião ficou de arrasar naquelas víboras, sobre as caixas de camisinhas, acho que elas não ficaram nada contentes e teremos que ter mais cuidado. Além disso elas andam com aquelas caras que pensam que são mais que os outros e é preciso ter muito cuidado. Não me sinto segura ao lado deles. -Claire disse, caminhando para o que aparentava ser o seu quarto.

–Ok. Terei cuidado. Mas fala a verdade! O comentário da caixa de camisinhas arrasou ou não? -perguntei e ela soltou uma gargalhada.

–Valeu muito a pena. Ahahahahaha! -ela riu alto e eu acompanhei-a.

–Agora vou dormir. Estou completamente esgotada. Boa noite. -despediu-se e ia fechar a porta do quarto mas eu impedia.

–Hey! E onde fica o meu quarto? -perguntei como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

–O apartamento é pequeno. Você irá encontrar! -exclamou rindo e me fechou a porta na cara. Bufeu irritada e depois ri. A minha Clairezinha é um máximo!

...

–Bom dia amiga linda! -cumprimentei, pegando num copo com leite e em um cupcake.

–Você já me perdoou depois de te espantar, ontem? -perguntou admirada, deixando o seu suco de lado.

–Sim. Só para você ver a amiga fantástica, linda, perfeita, engraçada, compreensiva... -eu teria continuado a listinha mas ela me interrompeu.

–Não se esqueceu de mais nenhum adjetivo que caraterize o quanto você é perfeita?

–Por acaso ainda faltam alguns mas posso deixar para depois. Agora estou morta de fome. Nada que um cupcake lindo e delicioso não resolva. -declarei, dando uma mordida gigantesca no meu cupcake.

–Por falar em delicioso... O que é que vai rolar hoje entre você e Jacob Black? -perguntou, deixando a faceta de discreta bem de lado.

–Nada. Claire ele anda lá com aquela cambada da pesada. Além disso ele andava de rolo com a morena víbora. Por isso, nada de Jacob Black para Renesmee Cullen. -respondi convicta. Agora que consegui uma vida normal não iria acabar com tudo por um cara que não merece que eu perca o meu tempo com ele.

–Disseste Renesmee Cullen. E a Katherine Swan, será que pode?

–Nem uma nem outra. Eu só quero distância dele. Que fique lá com as suas víboras que eu não me irei envolver. Eu não me deixarei derreter por um cara daqueles. -vamos combinar que eu já estava mais que derretida por aquele moreno perfeito e lindo. Mas a Claire não precisa de saber a história toda.

–Come o cupcake rápido para irmos. Também quero definir um plano para evitarmos aqueles loucos irritantes! -informou, enfiando o resto do sanduíche na boca e engolindo rápido. Parei um pouco o que fazia e fiquei a admirar a forma rápida como ela comia.

–O que foi? -perguntou com a boca cheia.

–Eu não sabia o porquê de você ainda não ter namorado mas agora já sei. Você parece uma porca a comer. -provoquei, querendo ver a sua reação.

–Você não falou isso!! -exclamou vermelha de irritação. Aquela sensação de dever cumprido atravessou a minha mente, me deixando orgulhosa. Eu sou má, admito!

–Já não se pode dizer porca? Desculpe! Você parece um bacorinho.

–É hoje que mato você! -ameaçou, me olhando raivosa.

–Mas não agora porque o dever nos chama. A escola está a implorar pela nossa presença. Anda Clairezinha. -a puxei pela mão para fora do apartamento e esperei que ela fosse buscar o carro. Olhei a fachada do prédio e fiquei um pouco confusa. Virei-me para trás e Claire tinha parado um fusquinha à minha frente.

–Claire! -chamei-a.

–Sim?

–Você pode olhar para o prédio lá mais em cima? -pedi sorrindo.

–Porquê?

–Simplesmente faça o que eu pedi.

–Ok. -ela concordou e olhou com atenção para o prédio, com um semblante confuso por causa do meu pedido.

–Porque é que parece que os apartamentos dos andares de baixo só dão para 2 quartos e os de cima dá para uns 5 quartos.

–Oh Meu Deus! -exclamou, percebendo que o prédio aumentava para os lados à medida que subia.

–Você nem para arranjar um prédio que seja direito consegue. Como é que eu posso confiar em você para seja o que for? -mas alguém pode acreditar que ela arranjou um apartamento num prédio que mais parece a Torre de Pizza em Itália!? Mas a Claire é tão sem noção.

–A culpa não é minha! -tentou se desculpar.

–Não é sua? Você arranja a Torre de Pizza e um fusquinha na mesma semana e ainda está se tentando desculpar? ´-perguntei irritada. Mas será que não dava para as coisas correrem bem pelo menos 1 vez na minha vidinha depressiva!?

–Desculpa! Eu não tinha reparado. E só aluguei o fusquinha porque já não tinha muito dinheiro e ele até tem uma pintura bonita. E eu não olhei para a zona mais alta do prédio. -explicou-se envergonhada. Fui até ela e abraçei-a.

–Você não precisa de ficar assim. Coisas como esta... Podem acontecer aos mais distraídos. -tentei dizer a frase sem magoar os seus sentimentos e parece que resultou, me deixando orgulhosa.

–Você tem razão. Agora vamos! -exclamou e entrámos no fusquinha. Apesar de pequeno até era bastante confortável.

–É melhor do que eu pensava. -disse admirada, me ajeitando no banco.

–Eu sabia que você ia gostar. -Claire dirigiu calmamente pelas ruas de La Push, em direcção ao liceu. Chegámos em 5 minutos e fomos em direcção ao portão do liceu, já que estava quase a bater o sinal.

Fomos andando rapidamente para a sala onde teríamos Inglês e nos sentamos nas mesas do meio. Claire foi logo tirando o caderno.

–Eu odeio Inglês! -exclamou sem paciência, bufando irritada.

–Mas será que existe alguma disciplina que você goste? -perguntei com falsa curiosidade.

–Sinceramente, N-E-N-H-U-M-A!! É tudo muito chato!

–Eu ainda sou cantora e o que é que a preguiçosa irá fazer da sua vida desocupada?

–Estava à espera que a minha melhor amiga fantástica me deixasse ser a sua assistente... -pediu com jeitinho.

–Acho que a sua melhor amiga não é tão burra assim! Mas você tem razão, ela é fantástica! -o sinal bateu, não deixando Claire rebater a minha provocação.

Logo a turma da pesada entrou na sala e eram todos os caras que estavam na mesa ontem, junto com a Marie e a Leah. Engoli em seco e senti o meu coração apertar quando vi Jacob abraçar a víbora morena e se sentar a seu lado, cheio de sorrisinhos e confidencias. A minha raiva só aumentou mais. Eu não pudia aguentar Jacob mas era mais que óbvio que ele mexeu e muito comigo.

Olhei para Claire e ela também parecia nervosa do meu lado, sabendo que eles provavelmente iriam tentar alguma coisa para o nosso lado.

Mas felizmente a professora entrou na sala e começou logo a dar matéria, antes que eles viessem fazer gracinhas para o nosso lado.

A aula passava sem grandes problemas apesar de sentir as minhas costas queimarem com os cochichos e piadinhas do grupinho da pesada. Por vezes obrigava-me a olhar para trás e e ver o quanto Jacob estava entretido ao lado de Leah. E admito que aquilo me estava a fazer sofrer! Apesar de descobrir o tipo de cara que Jacob é ele tinha deixado a sua marca na minha mente e no meu coração.

Finalmente tinha conseguido fugir da jaula que era a minha vida. Mas ao olhar para Jacob e sentir o que sinto, nunca a minha liberdade pareceu custar tanto. O pouco tempo que tenho estado com Jacob e o tenho visto, sinto mais de mil borboletas no estômago, esperando que ele venha até mim ou me note. Tudo o que tenho sentido por ele nem se comparar ao que alguma vez senti por Nahuel. É algo... Sublime...

–AIIII! Mas você é maluca Claire!? Isso dóii!! -a voz irritante de Marie se instalou na sala, me fazendo ficar confusa.

–Mas eu não fiz nada! -Claire se tentou defender, indignada pela situação. Eu a olhei confusa.

–Você me deu um pontapé e me chamou de vadia! Isso é nada!? Professora! -a ficha logo caiu e vi que Marie inventava tudo para deixar Claire em uma situação comprometedora. Assim que raciocinei senti as minhas veias queimarem de raiva por aquela biscate estar a tentar atingir a minha amiga com os seus planinhos diabólicos.

–O quê!? A Claire não fez nada! Você devia se tratar garota! -atirei irritada, me virando para olhar a cara da vadia em questão. Também pudia observar as expressões divertidas da sua turminha de amiguinhos e a expressão deliciada de Leah.

–Desculpa!? Professora ela me está a insultar e a pôr em causa a minha sanidade!

–Mas você é muito falsa! Mais parece uma Barbie descabelada! -nunca tinha visto Claire tão danada na vida. Ela nutria um grande ódio por Marie, era visível.

–CHEGA! Claire e Katherine para a diretoria! -a cara de dragão tinha acreditado no teatrinho patético da Marie... Só pode estar a zuar com a minha cara!

–Mas nós não fizemos nada! -Claire tentou nos livrar da detenção mas a cara de bruxa da professora metia medo.

–Agora na diretoria! -ordenou e nós seguimos derrotadas pelo "passeio da vergonha", enquanto o grupinho da pesada gargalhava alto, quase tendo um treco na cadeira. Olhei de relance para Jacob que permanecia sério no seu lugar, olhando fixamente para mim. O meu coração se alegrou por instantes mas o medo de ele me poder magoar era maior.

Claire e eu fomos para a diretoria em silêncio e pudia ver o ar abatido da minha amiga. Ao início eu achava a ideia de mudar de identidade bem mas se eu soubesse que teria que passar por isto, eu nunca teria me metido nesta confusão.

Entrámos dentro da sala e lá estava a diretora com os pés em cima da mesa e lendo uma revista de fofoca. Tirou os olhos da revista por 2 segundos para nos encarar e voltou ao que estava a fazer.

–Se sentem e tentem fazer o mínimo de barulho! -ordenou com a voz carregada. Eu me sentei na cadeira mais próxima mas Claire se manteve em pé.

–Não devia nos dar um sermão sobre termos sido mal educadas!?

–Hoje não está realmente a ser o meu dia. Não tente acabar com a minha paciência menina Gomez. -respondeu friamente, sem tirar os olhos da revista. Claire com um semblante espantado se sentou ao meu lado.

...

–A próxima aula já está quase a começar! Estão dispensadas! -informou, saindo da sala onde estava. Olhei entediada para Claire que me retribuiu a faceta. Tinha sido a hora mais longa da minha curta vida.

Ficámos caladas, quietas a ouvir os comentários daquela mulher chata sobre as notícias da vida dos famosos. Vá lá que quando apareceu uma notícia minha, ela disse que gostava de mim, me fazendo ficar orgulhosa.

–Continuo sem acreditar que aquela vadia da Marie me fez ficar na detenção, ouvindo uma quarentona mal amada a falar o quanto sonhava poder se casar com o Justin Bieber que deve ter, pelo menos, uns 20 anos a menos que a mulher. -Claire disse me fazendo soltar uma gargalhada.

–Sonhar não custa nada Clairezinha.

–Pois... Então eu devo estar num pesadelo com 2 bruxas da Sibéria. -Claire disse e eu ri. Quando saí da sala da diretora, olhei para o lado e encontrei Jacob. Estava encostado à parede, com as mãos nos bolsos e parecia esperar alguém. Assim que me viu veio ao meu encontro.

–Gostava de falar com você. -ele disse com aquela voz que fazia qualquer uma se jogar a seus pés. Reparei que Claire se afastou um pouco, me deixando sozinha com a "minha perdição".

–O que foi? -perguntei rudemente.

–Queria pedir desculpa pelo que aconteceu na aula de Inglês. A Marie consegue ser bem cretina quando quer. -ele se explicou um pouco envergonhado mas sem perder a pose de badboy que ele exalava.

–E pode me explicar o porquê de eu querer saber das suas desculpas? -apesar do meu coração acelerado ao ele estar a falar comigo, eu continuava a ser inteligente o suficiente para não cair nos joguinhos dele. Ele devia ser exactamente igual aos seus amiguinhos. Um cretino pegador.

–Pensei que nos tínhamos dado bem na sexta passada. -ele respondeu um pouco confuso.

–Mas muita coisa mudou desde a sexta passada. Incluíndo você. -com toda a coragem do mundo, dei as costas e o deixei a falar sozinho. Já estava puta da vida com todo o que ocorreu e não tinha paciência para ouvir as desculpas de Jacob.

Segui para a minha aula de Geografia e passei o resto do dia distante de todo o mundo. Não voltei a encontrar Claire que, provavelmente também estava alheia a este dia tão difícil.

Para além de estar chateada com Jacob, eu também estava irritada por ter de conviver com aquela turminha da pesada, principalmente com Marie e Leah. Eram duas vadias que não valiam o chão que pisavam e que só existiam para torrar a paciância dos outros.

–KATE!! -ouvi uma Claire ofegante gritar atrás de mim. Eu já estava a caminho do fusquinha que Claire tinha arranjado para esperar por ela.

–Claire respire por amor de Deus! -exclamei ao ver a minha amiga quase a colocar os bafos de fora.

–Tenho... Uma pergunta... Para te Fazer... -falou entre as fortes respirações que dava. Olhei para ela interessada.

–O que foi?

–Eu soube pela Jessica que haverá uma festa na praia e para desanuviar de toda a situação queria saber se você me concede a honra de me acompanhar. -explicou mais calma. Apesar de o meu humor não estar para festas até que não era má ideia.

–Ok. Eu vou.