A situação não estava nas melhores condições. Lilith e Kyle continuavam na enfermaria e nenhuma noticia relativa a eles tinha saído ainda. Alex também continuava lá, embora fosse a menos prejudicada de todos.  Pelo colégio, o ocorrido era comentado por todos. Uma discussão rondava na sala de Trinna e tudo indicava que seria difícil de encontrar uma solução imediata. Devido ao fato que a maioria dos professores estarem fora e que não havia sido possível contatá-los, não se sabia o que fazer em relação ao inicio das aulas. O General ainda discutia, mas não era algo em que ele pudesse interferir, já que ele só é chefe dela no exercito.

-Diga o que quiser, mas você não possui direitos sobre essa escola. – Trinna rebateu. – Espero que você tenha reorganizado todos os papeis e formulários. Comunicaram-me que nosso estoque de armamento e matéria prima anda em falta e se isso for verdade, esteja pronto para  sentir a minha ira.

-Minha cara guerreira, sacerdotisa, professora e diretora. – ele emendou. – Estou resolvendo isso. E o que você faz em sua escola não cabe a mim julgar ou até mesmo estabelecer limites. Só que a Imperatriz anunciou que as aulas iniciariam hoje e é o melhor que isso aconteça, para o melhor de todos.

-E será muito fácil fazer isso sem a maioria de nosso corpo docente...Sim, isso é perceptível. – ironizou, batendo a mão na mesa o que não a ajudou em nada para se acalmar. – Com somente eu e Hanesyd para cuidar de muitas crianças, embora eu tenha total capacidade e  falta de vontade para fazê-lo...

- Compreendo sua situação. – ele murmurou, tentando parecer sutil o que fez com que ela revirasse os olhos. – E a qualquer instante o pior pode nos acontecer e é por isso que devemos manter os estudantes a salvo.

-Entendo o que quer dizer, mas pelo que você disse anteriormente estaria aqui a negocios e tudo o que eu escutei  até agora não é relacionado a tal tema.

-Ah sim. – ele riu. – Sei que é cedo para isso, mas gostaria de lhe fazer uma proposta:  uma competição entre os alunos para ver quem é capaz de criar ou recriar o melhor  instrumento de guerra e nisso somente três estudantes, que serão de turmas e séries diferentes, poderão ganhar um premio especialpara cada um que vier a vencer e os detalhes você saberá em breve.

- Daria uma boa ideia, contudo, tenho de pensar e analisar vem antes de lhe dar uma resposta definitiva. – ela indagou, fingindo que anotava alguma coisa em seu bloco de papel. – Não depende somente de mim, sabe disso.

-Sim, eu sei. – disse, levantando da cadeira e indo em direção à porta. – Só se lembre de que não é sempre que eu estarei aqui e quando eu morrer é bom que esteja pronta para assumir a liderança do exército.

-Ótimo. – comentou sendo sarcástica e preferindo não pensar a respeito da mudança repentina de assunto. Ela moveu a mão e fechou a porta assim que ele passou por esta.

-As guerras são muito importantes em nosso mundo.  – Hanesyd disse, pressionando suas mãos sobre a mesa. Ela e todos os alunos haviam ido para o auditório já que não poderiam ficar no refeitório, pois este lugar estava sendo inspecionado. – São elas que regem o nosso futuro e marcaram o nosso passado, e mantém somente os fortes e poderosos vivos. E, dão um pouco de diversão de vez em quando.

-Ela parece a Sacerdotisa Trinna falando. – Alexia sussurrou para Leo. Os dois apareceram pouco depois que a confusão havia se normalizado; já que não encontraram nenhum responsável  e foi inútil procurar por alguém sem ter idéia de onde ir.

-Mas não se preocupem com isso. – Hanesyd prosseguiu. – Pelo menos não agora. As últimas grandes guerras ocorreram em 1483 e 1666 e desde então só tivemos registros de batalhas civis ou pequenas invasões entre países. Sei que nesse exato momento existem muitos conflitos nas mentes de vocês e quem tiver com algum é só me perguntarem agora, pois este é o momento adequado para isso. Não é sempre que eu estou com vontade de responder a perguntas desse tipo.

-Por que têm comentado tanto sobre as gêmeas de Battleon e que nossos imperadores desonraram uma promessa antiga? – um aluno do segundo ano questionou. Mesmo sem sair do lugar, Alexia estava cabisbaixa e sentia que todos olhavam para ela. Se a irmã estivesse ali, sabia que ela se aproveitaria da situação.

-Bem. É que existe uma competição não obrigatória entre irmãos sobre qual fica com o poder do outro, mas isso depende muito de qual família esteja em questão.  E na última grande guerra que aconteceu, selaram um pacto entre os governantes de Lorosia, Fairy Tail, Athenas e, obviamente, Battleon, em ter somente um filho,já que o líder tem de ser o mais poderoso de toda a nação e ter apenas um filho evitaria que uma confusão acontecesse, considerando que a magia é hereditária aumentando a intensidade de progenitor para descendente e quando um ou os dois pais morrem, eles passam seus poderes para os filhos e os que não possuem, doam seus poderes para o parente mais próximo.

“Por ironia do destino, nasceram duas crianças gêmeas, Alexia e Alexandra Crawford, e por mais ironia ainda, elas são as nossas princesas imperiais. Sim, todo o Mundo Mágico já sabe da existência delas e tudo isso vem sido debatido cautelosamente, porém advirto-lhes que isto é algo no qual não devem intervir para o bem de todos. Se haverá uma guerra? Eu não sei. Contudo, uma coisa é certa: vocês tem de viver cada dia como se fosse o ultimo de suas vidas, pois a qualquer instante uma guerra poderá eclodir e se isso acontecer, não será uma das mais bonitas de se presenciar.”

Hanesyd suspirou, aliviada. Todos estavam estupefatos. Cada palavra dita por ela gerava um estado de transe geral, com exceção de Alexia que afundou de vez em sua cadeira, desejando poder sumir dali.  Nada do que a professora de história disse lhe deixou encantada, o que não aconteceu com a maioria dos estudantes dali.

-Você vai morrer.- um garoto mais velho que estava sentado atrás dela sussurrou em seu ouvido, atenuando a irritação dela.

-Todos nós vamos. – ela disse com clareza.

- Não, senhorita Crawford. – Hanesyd rebateu, voltando a andar pelo auditório. – Nem todos nós vamos morrer. Essa exceção se aplica aos praticantes da Magia Antiga, conhecidos como Feiticeiros da Morte, e um exemplo destes é a dona desta propriedade, Prestrinna Rothermell e ela é a melhor e mais poderosa que existe viva, se tratando desse tema. E existem as Amazonas que são um grupo feminino onde suas componentes não envelhecem, mas podem cair em batalha e saibam que todas elas são frias e cruéis.

-Só existem os praticantes da Magia Antiga? – Ramona praguejou, erguendo sua mão educadamente.

-Que bom alguém perguntou isso e esse alguém foi você, senhorita Martines. – Hanesyd respondeu. – Sua irmã fez a mesma pergunta em seu primeiro dia aqui. Existem diversificados tipos de feiticeiros, mas só temos conhecimento dos mais numerosos e/ou raros que são os metamorfos, curandeiros, feiticeiros da morte, empáticos e adivinhativos. Tem-se também os que fazem coisas mais simplórias como somente a telecinesia, por exemplo, e estes são chamados de feiticeiros comuns ou normais. Só vocês descobriram o que são a partir dos doze anos e talvez demore mais tempo para isso ocorrer.

-Ah pelo visto encontraram algo com que se entreter. – Trinna disse. Imediatamente todos olharam para ela, que estava na porta parada empunhando sua espada. – Eu ia sugerir para fazermos uma aula compartilhada ou treino após a seção de meditação, mas se você prefere deturpar as mentes deles com fatos que só servirão para conturbá-los, tudo bem. Eu me divirto sozinha.

Percebendo sobre o que ela falava, todos se levantaram indo em direção à saída. Foram precisos muitos berros para que se acalmassem. Hanesyd suspirou e ajudou a controlá-los, enquantro Trinna preferiu ficar quieta em seu canto, brincando com sua espada, usando-a para cutucar os que estavam mais desobedientes e bagunceiros.