Reborn escrita por vickdecullen


Capítulo 2
Capítulo 2




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Mudanças

Três meses se passaram desde o acidente automobilístico que Felipa Lefebvre Muller tinha sofrido com seus pais, e por sorte ou azar do destino, ela tinha sobrevivido. Sozinha no saguão do aeroporto com uma mochila muito pesada, Felipa , olhava para o nada como se o tempo fosse infinito escutando seu Ipod, os cabelos lisos descendo pelas costas, os olhos azuis brilhavam e a boca branca, indicava que esta anêmica. Podia-se ver marcar roxas em seus braços e um corte fundo em sua cintura. O pulso estava abrigado com uma faixa onde cobria um grave corte que tinha sido feito perto do tendão. Mas apesar de todos esses inúmeros ferimentos, a única dor que sentia era a de não ter mais ninguém nesse mundo.
Felipa só tinha aos pais. Os avós eram falecidos e ambos dos pais eram filhos únicos. A única coisa que tinham era o nome e o corpo físico para continuar a linhagem daqueles que já se foram.
Iria sentir saudades de sua cidade natal, da casa de pedra onde morava (e agora era vazia, sem nada), de sua mãe cozinhando no fim da tarde aquela torta de maçã e canela (que agora jurava sentir o cheiro) que tanto adorava, de quando seus pais, no frio, tomavam vinho a frente da lareira. E mais do que nunca, vai sentir saudades dos beijos de boa noite que tinham de seus pais antes de ir para cama.
Quando sentiu o olho ficar embaçado pelas lagrimas a voz de aeromoça se alargou por todo o saguão dizendo:
-Ultima chamada para Port Angels, por favor, passageiros da primeira classe, portão 3D.
Felipa secou as lagrimas que desciam e se levantou para ir ao portão 3D. Os Cullen quiseram pagar todos os custos da viajem (mesmo tendo herdado uma herança bem generosa) pelo que parecia eles eram bem ricos. Desde de Paris, França, há Washington D.C todas as escalas que fizera foram de primeira classe. Talvez quisessem fazê-la se sentir melhor, mas nem a melhor primeira classe do mundo iria fazer esquecer o que sentia dentro de si. Então o que restou foi dormir e esperar o avião possar em Port Angels, ou quem sabe, acordar de um pesadelo horrível...
A voz do piloto informava que iriam pousar. Felipa acordou logo depois do anuncio, e pelo que parecia, não tinha sido um pesadelo, era a vida real, e nela estaria conhecendo Alice e Jasper Cullen, seus futuro tutores. Mesmo não sabendo nada sobre eles, sua mãe contava sempre a historia de como os havia conhecido.
Era inverno e Pipa (como era apelidada) tinha acabado de nascer. Alice e Jasper passeavam pelas ruas chuvosas de Paris quando Giselé tinha atropesado com o bebê no colo, e antes mesmo de atingir o chão Jasper a tinha segurado enquanto Alice pegava Pipa. Depois disso se tornaram amigos, e trocaram cartas por um tempo, até pelo menos, Felipa fazer 13 anos.
Eles eram a coisa mais próximos de parentes que tinha. Parece que são nessas horas que sabemos quem são nossos amigos de verdade, afinal, ter que aturar uma adolescente de dezessete anos em casa não parece ser um luxo para muitos que seus pais consideravam amigos. Nem ao menos padrinho tinha (não era católica), então o que tinha que fazer era esperar e ver se a família seria tão maravilhosa como mostrava ser.
Depois de alguns minutos o avião pousa e após passar pela alfândega ela finalmente pode ir pegar todas as malas e ir para seu novo lar por assim dizer. Enquanto pegava a ultima bagagem um jovem e rechonchudo homem usando fardas de policial se aproximou dela.
-É a Felipa Muller?- perguntou fazendo o bigode bem aparado se mover.
-Sim sou eu- respondeu batendo as mãos (por ter ficado empoeiradas de pó).
-Seus tutores lhe esperam lá fora senhorita, me pediram para lhe encaminharem até eles, se me permite- disse fazendo sinal para que passasse a sua frente. Felipa pega o carrinho e o segue. Então era isso, era agora os conheceriam.
O coração começou a bater como um calibre e o estômago se revirava sobre a blusa branca. Aos poucos foram se passando pelos largos corredores até chegarem perto da saída. Foi quando no meio de uma pequena neblina que fazia devido a chuva, viu um casal incrivelmente bonito virados de costas. O homem (que supunha ser Jasper) era alto e tinha músculos definidos sobre a camiseta que usava, era loiro com cabelos rebeldes e se portava de maneira profissional com uma mão afagando as costas de, supostamente Alice, enquanto a outra ficava a frente como se segurasse um casaco. Alice, por sua vez era pequenina (batia no ombro de Jasper) os cabelos negros eram curtos e ondulados perfeitamente. Usava um vestido azul marinho de costas apertas e nos pés um salto baixo.
-São aqueles senhorita- disse o policial, que por um momento ela tinha esquecido que estava a acompanhando- Sr e Sra. Cullen- disse e o casal se virou dando de cara com Felipa, que por sua vez se surpreendeu ainda mais quando viu o rosto do casal. Se anjos existissem foram eles que moldaram o rosto deles. Olhos na cor âmbar (uma cor muito incomum) tinham os dois. Enquanto Alice tinha as sobrancelhas e as unhas bem feitas, Jasper tinha a barba e cavanhaque. Alice, quando olhou para a Felipa, teve o rosto passando por inúmeras emoções: saudade, confusão, felicidade, esperança, tristeza. Ela quis se aproximar, toca-la ver se era real, mas Jasper a impediu dizendo em seu ouvido:
-Não é ela Alice, Carlisle, saberá o que dizer.
Felipa achou estranho seu comportamento, mas não se importou, achou que talvez seria o fato de não a vê-la a anos.
-Sr e Sra Cullen- repetiu o segurança- Felipa Muller- lhe apresentou como se a conhecesse a anos.
Alice se desvencilhou do aperto de seu marido e correu aos braços de Felipa dando-lhe um abraço apertado e gelado. Felipa não soube o que fazer, mas a abraçou de novo (pois era reconfortante de certo modo, fazia muito tempo que não recebia carinho) Jasper as encarava preocupado, entregou uma certa quantia nas mãos do policial, e o mandou guardar as bagagens no porta malas da BMW estacionada ali perto.
-Alice- a chamou baixo.
Ela se virou para ele e desabraçou Felipa.
-Desculpe querida- disse com a voz emocionada- Fiquei um pouco sensível, não a vejo desde pequenininha.
-Não, está tudo bem- respondeu amigavelmente.
-Oh, sim, esse é Jasper meu marido- os apresentaram.
-Prazer Felipa, esta muito parecida com sua mãe- disse a fazendo sorrir, adorava escutar isso.
-Querido, os olhos são de Pierre- disse sorrindo, abraçando Jasper pela cintura e pousando as pequenas mãos no peito dele.
-Obrigada- respondeu sorrindo de lado.
-Bem então vamos?- disse Jasper a guiando para o carro- Só tenho que fazer uma ligação e logo partiremos, temos que avisar aos outros que a pegamos.
Em silêncio os três caminharam até o carro. Alice entra na cabine de passageiro e Felipa atras. O carro esta quente e relaxante, tem um cheiro maravilhoso de baunilha e pelo vidro embaçado Pipa pode ver Jasper ao telefone.
-É muito parecida... Não pode ser ela.... Claro... Avise os outros.... Tire Bella se for preciso.... Está bem, nos vemos daqui a uma hora- e desligou.
Felipa franze o cenho e acompanha com o olhar, Jasper entrar no carro.
-Pronto, vamos?- e assim engatou a marcha e saiu do estacionamento.
A estrada foi longa e silenciosa. Pela janela cheia de chuva podia quase ver as montanhas verde musgo, as vacas pastando, e um intenso crepúsculo se formar por entre elas. A placa Bem Vindos a Forks foi avistada depois de um tempo, população: 3500 habitantes. Entraram na cidade e nela Felipa pode ver alguns indígenas com colares coloridos e cabelos compridos andarem pela calçada, juntamente com os cidadãos locais. Tudo parecia estranhamente igual e frio. A única coisa talvez quente, fosse o carro que estava agora (que se destacava entre as inúmeras picapes e peruas) e a padaria que saia agora pães frescos e chocolates quentes.
Viver nessa cidade talvez seria mais difícil do que se imaginava. Passaram pela rua principal, depois pela rua de casas e entraram novamente na estrada. Pensou, por um momento, que por um milagre não iria morar lá, mas tudo se foi por água a baixo quando o carro virou para uma estreita entrada e subiu uma colina rodeada de arvores.
De longe começou a avistar uma enorme casa de três andares. Casa? Mansão, seria mais apropriado ser chamado aquilo. As janelas eram enormes e as cortinas eram grosas e compridas, numa cor nude muito elegante. Sua sorte de morar em Forks não fora atendida, mas que iria se sentir muito bem, em sua nova casa, não teria como negar aquilo.
-Chegamos- disse Alice sorrindo para ela- Vamos querida vou lhe apresentar meu pais e irmãos. Moramos todos juntos.
Felipa saiu do carro e assim pode observar melhor aquela monstruosidade. Se sentia muito pequena perto das colunas que sustentavam a casa. A grama era verde musgo e bem aparada, na frente da casa, tinha um pequeno jardim de rosas brancas. A escadaria era muito bem lustrada e a varanda era imensa com um balanço estofado com almofadas listradas em azul e branco.
Felipa parou na frente da escaria e arfou.
-Não se preocupe- disse Alice ao seu lado- eles não mordem- e deu uma risadinha graciosa.
Pipa se preparou para subir a escadaria e quando colocou o pé no primeiro degrau a porta da frente se abriu e dela saiu uma jovem de (parecia ter) dezoito á vinte anos de cabelos castanhos e longos, era branca como a neve e os olhos tinham a cor âmbar. Usava jeans e uma blusa verde e quando a viu parou brutalmente. Os olhos se regalaram e a boca se abriu, logo depois, apareceu um homem atras dela (com mais ou menos a mesma idade) que a segurou pela cintura e a abraçou.
-Esses são Edward e Isabella- diz Alice- Essa é Felipa- os apresenta.
-Olá- diz ela sorrindo e estendendo a mão (mal tinha notado o quão rápido tinha subido as escadas)
Bella apenas a abraçou. Apesar de estar gelada, o abraço era reconfortante e quente. Bella suspirou e deitou a cabeça na dela, algo muito maternal. Para Felipa, o tempo tinha parado. Nada se movia, e a única coisa que podia sentir era os braços daquela estranha ao seu redor e foi quanto ela viu...
Isabella estava em uma floresta clara e usava um vestido branco com faixa azul, o sol brilhava, literalmente, em sua pele, parecendo que seu corpo fosse rodeado de swarovski. Os cabelos estavam soltos e estava de costas. Quando se vira, Felipa pode ver uma linda criança aos seus braços sendo lançada para cima e sendo resgatada por Isabella. As duas riam e os cachinhos da criança caiam sobre seus ombros. A menina brincava e colocava, de vez enquanto, a mãozinha gorda no rosto de Isabella, que ria e beijava sua bochecha enquanto Bella dizia: Minha Reneesme

Felipa abriu os olhos e arfou. O que tinha se passado com ela? Talvez um déjà vu, pois tinha a estranha sensação de já ter presenciado aquela cena.
-Felipa esse é Edward- diz Alice fazendo Bella se afastar dela e dar espaço ao marido.
-Oi- diz fraternalmente estendendo a mão para cumprimenta-la.
-Venha vamos lhe apresentar os outros...
Alice coloca as mãos nas costas de Pipa para que possa entrar na casa. Ela dá uma ultima olhada para Isabella e Edward (que vão ficando para trás) e volta a olhar para frente.
-Vamos meu amor, depois voltamos- diz Edward para Bella que apenas balança a cabeça e desaparecem da varanda.
Felipa ao entrar na casa pode notar a grandeza dela. Era ampla e com cores claras. Ao lado da porta da frente tinha dois pés de laranjeiras pequenas que dava um toque de estilo retrô. Logo na frente tinha uma escadaria alta que daria ao segundo e terceiro piso, andando mais a frente se encontrava duas entradas uma para sala e outra para cozinha. Alice a quia para a sala de estar que ao entrar encontra mais uma vez um bando de pessoas maravilhosas de pé e paradas como se fossem feitas de mármore. Era como uma fotografia perfeita. Havia um casal em forma formal ao lado direito e ao esquerdo uma mulher de cabelos loiros e incrivelmente bem penteados estava sentada em posição de rainha em um sofá de cor bege e atras dela com uma mão em seu ombro um alto rapaz de ombros largos e cabelos negros. O casal da direita era completo por uma mulher jovem de pelo menos trinta, trinta e cinco anos de cabelos castanhos avermelhados e o homem (da mesma faixa de idade) de cabelos loiros e bem arrumados no gel.
-Olá- diz Alice para os casais- pessoal essa é Felipa. Felipa, aqueles são meus pais, Esme e Carlisle Cullen- aponta para o casal da direita (onde Felipa mal pode acreditar que são pais de Alice eram jovens demais)- E aqueles são Emmett e Rosalie.
-Seja bem vinda querida- diz Esme vindo de braços abertos para poder lhe abraçar- Quero que se sinta em casa, não exite em pedir nada esta bem?- diz pegando no rosto da menina.
-Obrigada Esme- respondeu sorrindo envergonhada.
-Felipa- fala a voz rouca de Carlisle- espero que fiquei bem acomodada aqui. Como minha mulher disse, não exite em nos pedir nada, Alice é a sua tutora, mas seremos, digamos como seus avós- sorri para ela ( que tem uma enorme vontade de rir por poder pensar naquele lindo casal cinematográfico sendo seus avós).
Rosalie esta de pé agora e ao lado de Emmett, que também afaga suas costas.
Porque a minha chegada afeta todos ao meu redor? Parece um velório pensa consigo mesma.
-Seja bem vinda Felipa- diz Emmett.
-Oh, sim seja bem vida querida- diz Rosalie parecendo que ia chorar.
-Obrigada, e se quiserem pode me chamar de Pipa- diz olhando para todos que apenas sorriem.
-Bem, você deve estar cansada, Emmett ajude Jasper a levar as coisas de Felipa para cima. As suas coisas chegaram ontem a noite, espero que não se importe por termos arrumado para você- diz sorrindo.
-De jeito nenhum. Eu agradeço!
-Magina, foi um prazer- respondeu passando as mãos sobre as coxas- Bem, então vamos te apresentar o seu quarto, mas antes, está com fome?
-Não, eu, hã, comi no avião.
Sabia que começar mentindo não era uma boa maneira de começar uma vida nova, mas não queria incomodar e tão pouco queria comer, o estômago revirava em suas entranhas devido a cena de Bella e Reneesme.
-Então vamos querida, vou levá-la ao quarto.
E passou a acompanha-la subindo os degraus da escadaria e indo até o final do corredor onde era seu novo quarto. Ao entrar viu seu antigo quarto de Paris montado a sua frente. Os moveis de madeira estavam colocados ao lado da cama, todos eles já preenchidos com os livros que tinha lido e os que tinha herdado de seus pais. A escrivaninha ao lado da varanda grande e larga, estava já posta com o antigo abajur de prata, com rosas vermelhas cravadas nele, e em cima um painel de fotos tiradas com sua câmera de resolução instantânea que estavam ordenadas. A cama era maior que a sua da casa anterior, mas ainda tinhas as luzinhas natalinas envolta da grade. A colcha era feita de retalhos e as almofadas eram todas distintas. O armário de roupas grudado ao lado da cama e mais para o lado tinha um banheiro privado.
-Está tudo como gosta?- pergunta Esme.
-Está sim, obrigada Esme- respondeu dando um abraço nela.
-Magina, só quero que se sinta em casa- responde com voz de choro- É bem, vou deixa-la para poder descansar- passa as mãos no rosto dela- Até amanha querida, qualquer coisa é só pedir- ela dá um beijo em sua bochecha e sai do quarto deixando apenas ela e Alice no aposento. Jasper e Emmett entram em seguida com as malas, mas se retiram logo depois com um boa noite e um sorriso amigo.
-Acho que vai gostar daqui- diz Alice para ela que se vira e sorri.
-Eu também acho- responde sincera.
-Desculpe o comportamento de minha família- pede- é que eles são muito sentimentais e bem... Há motivos para isso.
-Sim, há- responde triste.
-Bom, melhor eu deixa-la descansar, amanhã podemos sair para fazer algo o que acha? Assim nos conhecemos melhor.
-Claro, vamos sim, mas Alice- chama antes que ela saia- Quantos anos tem seus pais? Desculpe ser indelicada, é que eles são muito jovens!
-Eles são meus pais adotivos- sorri- pegaram todos nos ainda adolescentes e eles já tinham trinta anos, hoje estão com quarenta e cinco- sorri.
-Não parece- responde surpresa.
-Sim, não parece mesmo. Espero poder envelhecer como eles- ri fazendo Felipa rir também- Boa noite querida- e sai do aposento.
Depois de sua saída, Felipa olhou a sua volta mais uma vez. Decidiu por fim tomar uma ducha e ir se deitar. Abriu sua mala e tirou a necessaire e um conjunto de roupa de baixo, pegou o pijama quente e entrou em seu banheiro. Ao entrar olhou a imagem no espelho e pensou que, se visse ela a três meses atrás com certeza diria que a de agora não era a mesma pessoa. Estava mais pálida e fraca. A cor de seus cabelos estavam sem cor e os lábios, antes rosados, agora não tinha cor. O medico dissera que estava com anemia e precisava ingerir ferro, porem ela nem se importava, por ela ficava assim como estava... Sem vida.
Balançou a cabeça rindo sem humor enquanto tirava as coisas de sua necessaire aos poucos. Perfumes, maquiagem, escova de cabelo, seus materiais para higiene bucal. Quando terminou tirou os utensílios para remontar seus ferimentos, colocou um do lado do outro, e passou a se despir.
Tirou a blusa e depois o jeans. O corte fundo em sua cintura estava roxa e vermelha (infeccionado), a atadura de seu pulso cocava e pulsava. O resto de seu corpo que fora golpeado estava roxo amarelado. Tirou todos as ataduras, jogou no lixo e entrou no banho. A agua estava quente e pesada, densa. Entrou de cabeça e gemeu de dor quando a agua bruscamente atingiu seus ferimentos. O pior de tomar banho em suas condições atuais era pelo fato de estar completamente arrebentada. Como o medico havia explicado, passou o sabonete perto dos cortes deixando a agua levar o sapão até eles. Mais gemidos de dor. Felipa passou a chorar.
A dor dos machucados era ruim, mas a dor da perda era maior. A cada momento que pensava em estar sozinha no mundo, Felipa ficava desesperada. E mesmo sabendo que toda aquela tragédia era real e que nada podia fazer para mudar o passado, Felipa apenas se permitiu a chorar, pois aquilo (como o banho) lavava a alma, tirava as impurezas enlaçadas nas entranhas, e por mais estranho que parecia, fazia a sua dor física e emocional passar.
De banho tomado e ferimentos trocados, Pipa colocou seu pijama e foi se deitar. A cama era macia e o travesseiro era feito de penas de ganzo (os mesmos que tinham em Paris, o cheiro era o mesmo ainda). Pegou seu coelhinho branco com um macacão azul de listras brancas , que se chamava Coelho, e se agarrou a ele. Aquele era seu porto seguro, seu amigo fiel desde que era apenas um embrião.
-Boa noite, maman. Boa noite, papa. Je t'aime
E fechou os olhos para mais uma noite onde podia sonhar, pois nos sonhos entramos num mundo inteiramente nosso, onde podia mergulhar no mais profundo oceano, ou flutuar na mais alta nuvem.*





*Essa frase pertence a J.K.Rolling, no livro Harry Potter e o Prisioneiro de Askaban

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