A perda de Hermione foi um baque significativo para todos, principalmente para Rony. Ele e Joanne iam à casa de Rony sempre, tentando animá-lo. Mostravam para ele os rascunhos, e ele adorava.

Joanne era mais genial do que Harry poderia imaginar. Era absolutamente incrível e maravilhosa. Ela parecia se conectar com o seu mundo mais do que ele próprio.

Harry acabou por largar seu emprego na livraria. Iria precisar de muito tempo para conseguir escrever a sua história, que não parecia, mas era extremamente longa.

Jo (que insistira que Harry a chamasse somente de Jo) ia para a casa de Harry, e Harry ia para a casa dela. Sempre traziam consigo páginas e mais páginas soltas, rabiscadas e desenhadas. Jo era uma ótima desenhista, além de uma feiticeira com as palavras.

Sempre havia coisas que Harry não se lembrava. Quando isso ocorria, Jo inventava palavras e fatos que muitas vezes completavam o que era necessário, além de se encaixar na história perfeitamente. Algumas vezes Jo chegava a corrigir Harry em algumas partes.

— Jo — Harry dizia sempre — ás vezes eu acho que você é mais bruxa do que eu.

Ela sempre ria quando ele dizia isso.

Ele sabia que mais ninguém no mundo poderia contar a história de Harry Potter sem ser Joanne Rowling.

Harry sempre palpitava quando era necessário — porém, nunca no texto propriamente dito, este, era todo de Joanne. Ele, por exemplo, escolhera não narrar tantos detalhes dos seus primeiros anos com os Dursley, por que foram horríveis demais.

Um dia, Harry disse à Jo:

— Quero que saiba que sem você, eu não teria chegado tão longe. Não conseguiria escrever nada, e eu acabaria esquecendo a história para sempre. Você deu a vida a Harry Potter, Jo, e eu serei eternamente grato a você. Nós não sabemos sequer se vamos conseguir publicar a história. Mas quero que você saiba disso.

Jo ficara com os olhos marejados de água, e o abraçou.

— Obrigado, Harry querido. — devido à emoção, não conseguia dizer mais do que aquilo.

O tempo foi passando rapidamente. Os Dursley se tornaram amigos de Jo, e não ligavam muito para o modo como eram retratados na história, Tia Petúnia inclusive achava engraçado.

Um dia, Joanne Rowling entrou correndo o quarto de Harry.

— Harry — exclamou ela, erguendo uma varinha imaginária — Avada Kedavra!

— Ah, não — resmungou Harry, divertido — você me pegou desprevenido!

— Adivinha? — disse ela — Tenho ótimas notícias!

Harry olhou para o pacote gordo de folhas que ela trazia junto ao corpo.

— Não me diga que...

— Sim! Eu terminei! — ela mostrou para ele.

Era um bolo enorme de folhas soltas, digitadas à máquina, e na primeira folha, o título:

“Harry Potter e a Pedra Filosofal”

E o nome dos autores, logo embaixo:

Harry Potter e Joanne Rowling

— Você terminou! — berrou ele.

Comemoraram durante várias horas. Ela fez questão que Harry relesse o livro, para ter certeza de que tudo estava certo.

Ambos tinham concordado que nada seria mencionado ao hospital ou ao coma. Seria tudo baseado no universo mágico, de modo que na história, Harry nunca acordaria de um coma.

Eles estavam sentados na sala dos Dursley, conversando.

— Harry! — Jo falava, animada — Imagine só quando for publicado! A história de um garoto que entrou em coma durante anos e anos...

— Não! — exclamou Harry, com a voz exaltada. — Não é isso o que eu quero.

Jo pareceu confusa.

— Como assim?

— Você escreveu a história. Ela é inteiramente sua. — disse Harry.

Joanne estava nervosa agora.

— De onde foi que você tirou isso? A história é sua! Eu apenas a escrevi...

Harry sorriu.

— Você não tem ideia do que fez, não é? — começou, ainda sorrindo — Você tirou toda a escuridão que tinha no meu mundo, e conseguiu transformá-la em luz! Você não dava a mínima para as minhas incertezas, você simplesmente as contornava! Ela é totalmente sua. Não saberão, nunca, da minha existência. Nem dos meus tios, de ninguém. Somente você escreveu a história. Somente o seu nome estará na capa do livro, o meu estará somente dentro. Não quero esse tipo de popularidade, seria horrível. Promete?

Jo sorrira.

— Está bem. Prometo. Mas todo o lucro que tivermos, será dividido entre nós, meio a meio. Certo?

Harry teria insistido em dizer que era para ela ficar com a maior parte, mas Jo estava com uma expressão que indicava que ela já tinha tomado sua decisão, e não adiantava tentar a fazer mudar de ideia.

Pouco após isso, durante uma semana inteira, Harry fez todas as pessoas cujo nome aparecia no livro prometer e que realmente existiam, que nunca contariam nada a ninguém. Assinaram um pequeno contrato que dizia que ganhariam um valor por ter o seu nome em um livro de aventura. Todos concordaram com isso, inclusive Snape, que ficara um pouco relutante no começo.

Já tinham meio caminho andado. Se fora difícil escrever o primeiro livro, que era somente uma parte da história inteira, que era extremamente longa, publicá-lo seria bem diferente.

Vários meses se passaram. Um ano inteiro.

Nenhuma editora se preocupava em publicá-lo.

Jo e Harry não ficaram muito decepcionados — ambos sabiam que seria difícil publicar um livro daqueles. Um livro infanto-juvenil com tantas páginas...

Mas não desistiram. Não se importaram. Continuaram a escrever o segundo volume. Quando estavam perto do meio...

— Harry! — Jo estava rouca quando conseguiu dar a notícia.

Ela tinha conseguido. Uma pequena editora resolvera publicar a história.

Jo sabia de uma coisa. Que aquilo seria grande. Harry não tinha tanta certeza assim, mas Joanne sim.

O tempo foi passando muito mais depressa. Jo escrevia sem ajuda do Harry, na maioria das vezes. Harry amava cada linha que ela escrevia. Era tudo estava tão maravilhoso...

Eles recebiam muito dinheiro, mais do que estavam acostumados. Harry sempre dava uma parte aos Dursley, e dizia que eles mereciam. Jo e Harry doavam uma parte para os hospitais onde havia pessoas com os mesmos problemas que Harry teve no passado.

Quando a fama veio, eles não estavam preparados, tampouco perceberam o que estava acontecendo no mundo.

Harry Potter era um fenômeno absoluto. Explodira em todas as partes do mundo. Fariam filmes sobre ele. Jo e Harry, quando tiveram essa certeza, ficaram atônitos e completamente felizes. A porta se abrira para eles, finalmente.

Harry percebeu, no final, que a realidade não era tão assustadora.

Todos conheceriam a história do menino que sobreviveu.