Anata Dekinai Watashi Wa Wasureru escrita por MaryHigurashi


Capítulo 6
Fantasmas do Passado


Notas iniciais do capítulo

Sei que prometi não atrasar, mas tive inúmeros imprevistos, mas está ai mais um capítulo pra vocês...



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As folhas se desprendiam das árvores e lançavam-se ao chão com suavidade e leveza. O vento gélido do outono pairava sobre o ambiente, e homens com seus grandes machados cortavam a lenha que aqueceria os lares enquanto a noite caia lentamente. O céu esbanjava um misto de cores que o tornava completamente fascinante, e o sol despedia-se dando lugar á lua que chegava trazendo todo seu esplendor.

 - Miroku... Acha que o Inuyasha e a Kagome estão bem? – Questionou Shippou com os braços carregados de lenha caminhando ao mesmo passo do houshi que seguia em direção á bela casa no centro do vilarejo.

 - Não sei... Mas ele precisava dizer adeus. – Comentou Miroku parando o olhar sob á lua.

 - Miroku, Shippou-Chan entrem, está muito frio ai fora. – Coordenava Sango abrindo a porta da casa. As chamas da fogueira aqueciam aquele espaço, enquanto as crianças dormiam serenamente ao lado de Shippou.

. Sango fitava o marido com seus intensos olhos cheios de preocupação. Ela sentia que havia algo estranho com o houshi.

 - Miroku... O que há de errado? – Indagou a Taijiya repousando o corpo sobre as pernas de Miroku.

 - Não sei explicar, mas algo dentro de mim diz que corremos perigo. – Confessava o rapaz observando as crianças que ressonavam profundamente.

 - Não diga bobagens nada vai acontecer. – Tranqüilizou Sango repousando a cabeça no peito do houshi.

 - Sango, eu amo você, se alguma vez me considerei um homem feliz foi quando estive ao seu lado. – Declarava o jovem enquanto pressionava o corpo da Taijiya contra o seu e emaranhava os dedos sobre seus cabelos desalinhados.

 - Por que está dizendo essas coisas? – Indagou Sango aflita.

 - Talvez seja a ultima vez que poderei dizer. Estamos cercados! – Anunciou o houshi levantando-se repentinamente.

 - Jyaki•! – Exclamou a Taijiya seguindo o marido e alcançando o Hiraikotsu• que descansava pendurado rente á parede.

 - Fique aqui dentro! – Ordenou o houshi abrindo a porta e a fechando detrás de si.

 - Não! Nunca deixaria que lutasse sozinho! – Exclamou a Taijiya seguindo o marido. Ao sair de dentro da proteção de sua casa Miroku deparou-se com uma cena cruel. Um youkai com olhos flamejantes envolto por um longo manto negro e acompanhado de mais duas figuras sinistras segurava os grisalhos cabelos de Kaede enquanto suas enormes garras deslizavam pelo seu pescoço, rompendo aos poucos a frágil pele da senhora. Os longos cabelos brancos de Kaede eram manjados com seu sangue. O Youkai rapidamente separou a cabeça da Miko do resto se seu corpo que  fora de encontro ao chão para seu descanso eterno. Suas mãos soltaram o arco e flecha lentamente, iria para um lugar onde não precisaria lutar nunca mais.

 - Kaede-Sama! – Exclamou Miroku correndo de encontro ao corpo da velha senhora. Suas mãos tremulas fechavam-se com ira, Miroku levantou o olhar para o youkai que tomara a vida de Kaede de forma tão brutal, e Sango aproximava-se com seu hiraikotsu pronta para lutar. Os aldeões ficaram agitados enquanto espiavam pelas janelas, uns correram para o mais longe possível, outros aproximavam-se dos youkais com suas katanas frágeis prontos para lutar.

 - Kaede-Sama! – Exclamou Shippou após despertar sentindo a forte Jyaki que emanava pelo ar. O pequeno youkai corria acelerado em direção ao corpo de Kaede que repousava sobre o relento, sendo coberto por seu sangue que corria desatado.

 - Não Shippou! O Houshi-Sama e a Sango-Chan vão cuidar disso. Fique aqui! – Determinou Rin a linda moça dos cabelos negros e olhos amendoados. Seus traços eram delicados como uma pintura feita detalhe á detalhe. Seu corpo mudara já não possuía formas infantis. Rin tornou-se uma mulher completamente bela.

 - Mas Rin... – Protestava Shippou.

 - Vamos para um lugar seguro. – Finalizou a moça tomando o pequeno em seus braços, e subindo até o topo de uma arvore.

 - Um houshi, uma Taijiya, e uma velha Miko, por fim encontramos o vilarejo do hanyou. – Concluiu Akana sorrindo de forma doce admirando os olhares furiosos de Miroku e Sango.

 - Maldita! Você vai morrer! – Determinou Miroku sacando alguns pergaminhos de dentro do seu Kimono. – Seibai! – Exclamou o houshi lançando seu poder de Buda em direção ao tenebroso youkai. Akana segurou os pergaminhos com facilidade entre suas delicadas mãos.

 - Humanos insignificantes. – Zombou Akana com um leve sorriso.

 - Hiraikotsu! – Esbravejou a Taijiya jogando sua arma de encontro aos youkais. Akana  parou o grande osso apenas com seu dedo indicador.

 - Onde está o hanyou? – Questionou a bela figura dos longos  cabelos rubros aproximando-se do houshi lentamente.

 - Cala a boca! – Ordenou o Miroku usando seu bastão para criar uma barreira protegendo-se junto de Sango. A hime ao lado de seus servos caminhou lentamente para a barreira com um sorriso sarcástico, a barreira se desfez com o simples toque de Akana.

 - Mitoku, Katsuo... Sabem o que fazer. – Determinou a hime vendo seus servos acercando-se da destemida, e desarmada Taijiya.

 - Fiquem longe dela! – Esbravejou Miroku colocando Sango para detrás de si. – Vou te proteger. – Prometeu o houshi fitando os olhos assustados de sua esposa.

 - Houshi... Não atrapalhe. – Pediu Akana tomando Miroku pelo pescoço e o erguendo. – Você vai me dizer onde o hanyou está. – Concluiu a hime sorrindo.

 - Malditos! – Protestava o jovem. – Soltem ela! – Gritou Miroku ao ver Sango sendo tomada pelos braços daqueles youkais. O rapaz tentava se mexer, mas do corpo  de Akana exalava um veneno forte  que paralisava seus movimentos.

 - Diga Miroku... Onde está o hanyou? – Insistiu Akana.

 - Soltem ela! – Continuou Miroku.

 - Já que não diz nada, vai morrer agora. – Finalizou a hime fechando a mão com brutalidade. O sangue do houshi espirrou para todos os lados.

 - Adeus Houshi. – Despediu-se Akana soltando Miroku lentamente.

 - Miroku! – Gritou Sango vendo o marido partindo-se em dois. Cada poro de Sango esbanjava dor e sofrimento suas lágrimas insanas percorriam sua face. O único homem ao qual amou... Miroku estava morto, e ela não pôde evitar. Um misto de raiva, sofrimento, e culpa a percorria.

 - Onde está o hanyou? – Questionou Akana  lentamente.

 - Miroku! – Esbravejou a Taijiya reunindo forças que sequer sabia que possuía e soltando-se dos youkais que á prendiam. Sango correu enfurecida ao encontro da hime.

 - Tola. – Zombou Akana.

 - Vou matar você! – Prometeu a corajosa Taijiya fechando os punhos e socando á gélida face da hime que sorriu ironicamente.

 - Humana... Vou perguntar apenas mais uma vez... Onde está Inuyasha? – Continuou Akana.

 - Vá para o inferno! – Gritou Sango pronta para atacar outra vez. Em um rápido movimento as grandes garras de Akana perfuraram o peito de Sango.

 - Maldita... – Sussurrou a Taijiya com dificuldade.

 - Insignificante. – Concluiu Akana alcançando o coração de Sango que pulsava acelerado e o arrancando com crueldade. A Taijiya caiu sem vida ao lado do corpo do marido.

 - Descobriu algo? – Indagou Katsuo acercando-se da hime.

 - Não... Matem todos. Isso atrairá o hanyou, estaremos esperando por ele. – Determinou a mulher caminhando em direção á escuridão da floresta. – Acabem com todos dessa vez. – Recomendou Akana perdendo-se em meio ás arvores por fim.

As pequenas casas iam sendo destruídas uma á uma. Os aldeões eram mortos de forma súbita pelos dois demônios que divertiam-se naquele cenário horripilante. Em poucos minutos o vilarejo converteu-se em ruínas. O lugar onde a poderosa Miko Kikyou vivera... O lar da Taijiya e do famoso houshi... O esconderijo do hanyou... Não passavam de escombros e pó, em meio á inúmeros corpos mutilados.

 - Acabou? – Questionou Katsuo á  Mitoku que caminhava lentamente.

 - Não. A hime disse todos... Ainda restam dois. – Concluía Mitoku acercando-se á grande árvore onde Rin e Shippou afugentavam-se. – Adoro sangue de lindas jovens. – Declarava o youkai encontrando Rin, a puxando pelos cabelos, e jogando o pequeno Kitsune-Youkai• para longe. Seus caninos estavam prontos para sugar a jugular da moça, quando uma forte luz surgiu á tomando de suas mãos.

 - Pra onde foi? – Questionou Katsuo confuso. Rin fechara os olhos esperando que o youkai levasse sua vida, mas já não estava em perigo. Sentia um cheiro conhecido a envolvendo. A moça abriu os olhos lentamente e um sorriso repleto de esperança enfeitou sua face automaticamente.

 - Sesshoumaru-sama! – Exclamou a garota com um misto de alivio e felicidade. Ele permanecia exatamente como constava em suas lembranças. Rin o abraçou forte, já não havia problemas, tudo estava resolvido, seu Sesshoumaru estava lá, e isso era o que á importava. Os olhos de Rin marejaram-se instantaneamente.

 - Por que chora? – Questionou o rapaz das belas madeixas prateadas.

 - Você está aqui. – Respondeu a moça sem soltar-se dos braços do rapaz.

 - Não queria que estivesse? – Continuou Sesshoumaru.

 - Contei os segundos para te ver novamente. – Confessou Rin.

 - Fique aqui. – Determinou Sesshoumaru colocando a moça ao chão e caminhando em direção aos youkais que o fitavam curiosos.

 - Sesshoumaru? Bom vê-lo novamente... Mas não queremos lutar... Não agora. Diga á seu irmão que esperamos por ele. – Declarava Akana emergindo em meio á seus servos.

 - Akana... Como conseguiu voltar? – Indagou Sesshoumaru confuso.

 - Até breve Sesshoumaru. – Finalizou a hime desaparecendo junto de seus servos em meio á uma grande explosão negra e cheia de Jyaki.

 Sesshoumaru fitava o cenário ao redor enquanto sua katana vibrava enlouquecida, ele entendera o recado que ela o transmitia, mas não estava disposto á ouvi-la.

A moça sentia o calor á percorrer sua face, o sol á invadir suas pálpebras, e seu corpo flutuar sem rumo. Seus pensamentos mesclavam-se com sonhos estranhos. Ela abriu os olhos com dificuldade, sua visão estava embaçada, e seu corpo fraco insistia em desfalecer. Esforçou-se ao máximo para se manter consciente. Podia ver o sol que esbanjava seus primeiros raios anunciando que era sua vez de brilhar.

 - Kagome... Você está bem? – A pergunta fora proferida de forma suave em meio á aquela voz. A garota ergueu o rosto e fitou o rapaz que a mantinha envolta em seus braços. Já não sabia o que pensar, talvez tivesse morrido e aquela fosse uma versão do paraíso.

 - Inuyasha. – Balbuciou Kagome confusa.

 - Tudo vai ficar bem. – Prometeu o Hanyou parando de caminhar e sentando-se á grama. Ele caminhou por horas, e parou em um campo florido, nem sabia como havia chegado até ali.

  - Eu morri? – Indagou a moça tentando sentar-se, logo sendo amparada pelos braços do hanyou.

 - Baka! Claro que não. – Contou Inuyasha a abraçando forte entre seus braços. Estar com ela era tudo o que precisava. Kagome sentou-se novamente e segurou o rosto do hanyou entre suas mãos que tremiam, enquanto seu coração batia acelerado.

 - Não é uma ilusão. Você está aqui! – Exclamou a moça não contendo as lágrimas que brotavam de seus olhos de forma natural.

 - Sim. – Concordou Inuyasha tomando a garota em um abraço forte, e não fazia questão de esconder suas lágrimas. O silencio pairou solene, só ouvia-se a respiração acelerada do hanyou.

 - Eu senti sua falta... Kagome. – Declarou Inuyasha cortando o silencio de forma suave.

 - Você quis que eu ficasse aqui... Não precisava mais de mim. – Ponderou a garota livrando-se daquele abraço e encarando os belos olhos dourados de Inuyasha, não existiam palavras que expressassem o que sentia naquele momento.

 - Sempre precisei de você... Sempre. – Retrucava o hanyou sem conter as palavras.

 - Inuyasha. – Gaguejou a moça.

 - Eu preciso de você. – Completou o rapaz aproximando-se ainda mais da garota, ele acariciava sua face, e enxugava suas lágrimas lentamente.

 - Por que demorou tanto? – Questionou a moça.

 - Não sei, mas agora eu estou aqui... – Continuou o rapaz. A moça voltou a abraçar o hanyou enterrando o rosto sobre seu peito. Chorava em meio á milhares de sentimentos confusos. Inuyasha ergueu o rosto de Kagome e a contemplou de forma doce. – Eu amo você. – Declarou Inuyasha livrando-se de seus medos e pudores. Passou muito tempo culpando-se por nunca ter dito isso em voz alta, agora que tinha uma nova chance não desperdiçaria de novo.

 - Você... – Balbuciava a garota. Por fim escutara as palavras que tanto quisera ouvir, mas seu coração receoso temia que fosse tarde demais.


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Notas finais do capítulo

Dicionário:
Jyaki = Energia maligna
Hiraikotsu = Osso Voador
Kitsune-Youkai = Demônio Raposa
Espero que gostem. Não esqueçam de deixar seus comentários, criticas, e sugestões nos reviews.
Beijos
Beijo especial pra Dani-Chan



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