Anata Dekinai Watashi Wa Wasureru escrita por MaryHigurashi
Notas iniciais do capítulo
Sei que prometi não atrasar, mas tive inúmeros imprevistos, mas está ai mais um capítulo pra vocês...
As folhas se desprendiam das árvores e lançavam-se ao chão com suavidade e leveza. O vento gélido do outono pairava sobre o ambiente, e homens com seus grandes machados cortavam a lenha que aqueceria os lares enquanto a noite caia lentamente. O céu esbanjava um misto de cores que o tornava completamente fascinante, e o sol despedia-se dando lugar á lua que chegava trazendo todo seu esplendor.
- Miroku... Acha que o Inuyasha e a Kagome estão bem? – Questionou Shippou com os braços carregados de lenha caminhando ao mesmo passo do houshi que seguia em direção á bela casa no centro do vilarejo.
- Não sei... Mas ele precisava dizer adeus. – Comentou Miroku parando o olhar sob á lua.
- Miroku, Shippou-Chan entrem, está muito frio ai fora. – Coordenava Sango abrindo a porta da casa. As chamas da fogueira aqueciam aquele espaço, enquanto as crianças dormiam serenamente ao lado de Shippou.
. Sango fitava o marido com seus intensos olhos cheios de preocupação. Ela sentia que havia algo estranho com o houshi.
- Miroku... O que há de errado? – Indagou a Taijiya repousando o corpo sobre as pernas de Miroku.
- Não sei explicar, mas algo dentro de mim diz que corremos perigo. – Confessava o rapaz observando as crianças que ressonavam profundamente.
- Não diga bobagens nada vai acontecer. – Tranqüilizou Sango repousando a cabeça no peito do houshi.
- Sango, eu amo você, se alguma vez me considerei um homem feliz foi quando estive ao seu lado. – Declarava o jovem enquanto pressionava o corpo da Taijiya contra o seu e emaranhava os dedos sobre seus cabelos desalinhados.
- Por que está dizendo essas coisas? – Indagou Sango aflita.
- Talvez seja a ultima vez que poderei dizer. Estamos cercados! – Anunciou o houshi levantando-se repentinamente.
- Jyaki•! – Exclamou a Taijiya seguindo o marido e alcançando o Hiraikotsu• que descansava pendurado rente á parede.
- Fique aqui dentro! – Ordenou o houshi abrindo a porta e a fechando detrás de si.
- Não! Nunca deixaria que lutasse sozinho! – Exclamou a Taijiya seguindo o marido. Ao sair de dentro da proteção de sua casa Miroku deparou-se com uma cena cruel. Um youkai com olhos flamejantes envolto por um longo manto negro e acompanhado de mais duas figuras sinistras segurava os grisalhos cabelos de Kaede enquanto suas enormes garras deslizavam pelo seu pescoço, rompendo aos poucos a frágil pele da senhora. Os longos cabelos brancos de Kaede eram manjados com seu sangue. O Youkai rapidamente separou a cabeça da Miko do resto se seu corpo que fora de encontro ao chão para seu descanso eterno. Suas mãos soltaram o arco e flecha lentamente, iria para um lugar onde não precisaria lutar nunca mais.
- Kaede-Sama! – Exclamou Miroku correndo de encontro ao corpo da velha senhora. Suas mãos tremulas fechavam-se com ira, Miroku levantou o olhar para o youkai que tomara a vida de Kaede de forma tão brutal, e Sango aproximava-se com seu hiraikotsu pronta para lutar. Os aldeões ficaram agitados enquanto espiavam pelas janelas, uns correram para o mais longe possível, outros aproximavam-se dos youkais com suas katanas frágeis prontos para lutar.
- Kaede-Sama! – Exclamou Shippou após despertar sentindo a forte Jyaki que emanava pelo ar. O pequeno youkai corria acelerado em direção ao corpo de Kaede que repousava sobre o relento, sendo coberto por seu sangue que corria desatado.
- Não Shippou! O Houshi-Sama e a Sango-Chan vão cuidar disso. Fique aqui! – Determinou Rin a linda moça dos cabelos negros e olhos amendoados. Seus traços eram delicados como uma pintura feita detalhe á detalhe. Seu corpo mudara já não possuía formas infantis. Rin tornou-se uma mulher completamente bela.
- Mas Rin... – Protestava Shippou.
- Vamos para um lugar seguro. – Finalizou a moça tomando o pequeno em seus braços, e subindo até o topo de uma arvore.
- Um houshi, uma Taijiya, e uma velha Miko, por fim encontramos o vilarejo do hanyou. – Concluiu Akana sorrindo de forma doce admirando os olhares furiosos de Miroku e Sango.
- Maldita! Você vai morrer! – Determinou Miroku sacando alguns pergaminhos de dentro do seu Kimono. – Seibai! – Exclamou o houshi lançando seu poder de Buda em direção ao tenebroso youkai. Akana segurou os pergaminhos com facilidade entre suas delicadas mãos.
- Humanos insignificantes. – Zombou Akana com um leve sorriso.
- Hiraikotsu! – Esbravejou a Taijiya jogando sua arma de encontro aos youkais. Akana parou o grande osso apenas com seu dedo indicador.
- Onde está o hanyou? – Questionou a bela figura dos longos cabelos rubros aproximando-se do houshi lentamente.
- Cala a boca! – Ordenou o Miroku usando seu bastão para criar uma barreira protegendo-se junto de Sango. A hime ao lado de seus servos caminhou lentamente para a barreira com um sorriso sarcástico, a barreira se desfez com o simples toque de Akana.
- Mitoku, Katsuo... Sabem o que fazer. – Determinou a hime vendo seus servos acercando-se da destemida, e desarmada Taijiya.
- Fiquem longe dela! – Esbravejou Miroku colocando Sango para detrás de si. – Vou te proteger. – Prometeu o houshi fitando os olhos assustados de sua esposa.
- Houshi... Não atrapalhe. – Pediu Akana tomando Miroku pelo pescoço e o erguendo. – Você vai me dizer onde o hanyou está. – Concluiu a hime sorrindo.
- Malditos! – Protestava o jovem. – Soltem ela! – Gritou Miroku ao ver Sango sendo tomada pelos braços daqueles youkais. O rapaz tentava se mexer, mas do corpo de Akana exalava um veneno forte que paralisava seus movimentos.
- Diga Miroku... Onde está o hanyou? – Insistiu Akana.
- Soltem ela! – Continuou Miroku.
- Já que não diz nada, vai morrer agora. – Finalizou a hime fechando a mão com brutalidade. O sangue do houshi espirrou para todos os lados.
- Adeus Houshi. – Despediu-se Akana soltando Miroku lentamente.
- Miroku! – Gritou Sango vendo o marido partindo-se em dois. Cada poro de Sango esbanjava dor e sofrimento suas lágrimas insanas percorriam sua face. O único homem ao qual amou... Miroku estava morto, e ela não pôde evitar. Um misto de raiva, sofrimento, e culpa a percorria.
- Onde está o hanyou? – Questionou Akana lentamente.
- Miroku! – Esbravejou a Taijiya reunindo forças que sequer sabia que possuía e soltando-se dos youkais que á prendiam. Sango correu enfurecida ao encontro da hime.
- Tola. – Zombou Akana.
- Vou matar você! – Prometeu a corajosa Taijiya fechando os punhos e socando á gélida face da hime que sorriu ironicamente.
- Humana... Vou perguntar apenas mais uma vez... Onde está Inuyasha? – Continuou Akana.
- Vá para o inferno! – Gritou Sango pronta para atacar outra vez. Em um rápido movimento as grandes garras de Akana perfuraram o peito de Sango.
- Maldita... – Sussurrou a Taijiya com dificuldade.
- Insignificante. – Concluiu Akana alcançando o coração de Sango que pulsava acelerado e o arrancando com crueldade. A Taijiya caiu sem vida ao lado do corpo do marido.
- Descobriu algo? – Indagou Katsuo acercando-se da hime.
- Não... Matem todos. Isso atrairá o hanyou, estaremos esperando por ele. – Determinou a mulher caminhando em direção á escuridão da floresta. – Acabem com todos dessa vez. – Recomendou Akana perdendo-se em meio ás arvores por fim.
As pequenas casas iam sendo destruídas uma á uma. Os aldeões eram mortos de forma súbita pelos dois demônios que divertiam-se naquele cenário horripilante. Em poucos minutos o vilarejo converteu-se em ruínas. O lugar onde a poderosa Miko Kikyou vivera... O lar da Taijiya e do famoso houshi... O esconderijo do hanyou... Não passavam de escombros e pó, em meio á inúmeros corpos mutilados.
- Acabou? – Questionou Katsuo á Mitoku que caminhava lentamente.
- Não. A hime disse todos... Ainda restam dois. – Concluía Mitoku acercando-se á grande árvore onde Rin e Shippou afugentavam-se. – Adoro sangue de lindas jovens. – Declarava o youkai encontrando Rin, a puxando pelos cabelos, e jogando o pequeno Kitsune-Youkai• para longe. Seus caninos estavam prontos para sugar a jugular da moça, quando uma forte luz surgiu á tomando de suas mãos.
- Pra onde foi? – Questionou Katsuo confuso. Rin fechara os olhos esperando que o youkai levasse sua vida, mas já não estava em perigo. Sentia um cheiro conhecido a envolvendo. A moça abriu os olhos lentamente e um sorriso repleto de esperança enfeitou sua face automaticamente.
- Sesshoumaru-sama! – Exclamou a garota com um misto de alivio e felicidade. Ele permanecia exatamente como constava em suas lembranças. Rin o abraçou forte, já não havia problemas, tudo estava resolvido, seu Sesshoumaru estava lá, e isso era o que á importava. Os olhos de Rin marejaram-se instantaneamente.
- Por que chora? – Questionou o rapaz das belas madeixas prateadas.
- Você está aqui. – Respondeu a moça sem soltar-se dos braços do rapaz.
- Não queria que estivesse? – Continuou Sesshoumaru.
- Contei os segundos para te ver novamente. – Confessou Rin.
- Fique aqui. – Determinou Sesshoumaru colocando a moça ao chão e caminhando em direção aos youkais que o fitavam curiosos.
- Sesshoumaru? Bom vê-lo novamente... Mas não queremos lutar... Não agora. Diga á seu irmão que esperamos por ele. – Declarava Akana emergindo em meio á seus servos.
- Akana... Como conseguiu voltar? – Indagou Sesshoumaru confuso.
- Até breve Sesshoumaru. – Finalizou a hime desaparecendo junto de seus servos em meio á uma grande explosão negra e cheia de Jyaki.
Sesshoumaru fitava o cenário ao redor enquanto sua katana vibrava enlouquecida, ele entendera o recado que ela o transmitia, mas não estava disposto á ouvi-la.
A moça sentia o calor á percorrer sua face, o sol á invadir suas pálpebras, e seu corpo flutuar sem rumo. Seus pensamentos mesclavam-se com sonhos estranhos. Ela abriu os olhos com dificuldade, sua visão estava embaçada, e seu corpo fraco insistia em desfalecer. Esforçou-se ao máximo para se manter consciente. Podia ver o sol que esbanjava seus primeiros raios anunciando que era sua vez de brilhar.
- Kagome... Você está bem? – A pergunta fora proferida de forma suave em meio á aquela voz. A garota ergueu o rosto e fitou o rapaz que a mantinha envolta em seus braços. Já não sabia o que pensar, talvez tivesse morrido e aquela fosse uma versão do paraíso.
- Inuyasha. – Balbuciou Kagome confusa.
- Tudo vai ficar bem. – Prometeu o Hanyou parando de caminhar e sentando-se á grama. Ele caminhou por horas, e parou em um campo florido, nem sabia como havia chegado até ali.
- Eu morri? – Indagou a moça tentando sentar-se, logo sendo amparada pelos braços do hanyou.
- Baka! Claro que não. – Contou Inuyasha a abraçando forte entre seus braços. Estar com ela era tudo o que precisava. Kagome sentou-se novamente e segurou o rosto do hanyou entre suas mãos que tremiam, enquanto seu coração batia acelerado.
- Não é uma ilusão. Você está aqui! – Exclamou a moça não contendo as lágrimas que brotavam de seus olhos de forma natural.
- Sim. – Concordou Inuyasha tomando a garota em um abraço forte, e não fazia questão de esconder suas lágrimas. O silencio pairou solene, só ouvia-se a respiração acelerada do hanyou.
- Eu senti sua falta... Kagome. – Declarou Inuyasha cortando o silencio de forma suave.
- Você quis que eu ficasse aqui... Não precisava mais de mim. – Ponderou a garota livrando-se daquele abraço e encarando os belos olhos dourados de Inuyasha, não existiam palavras que expressassem o que sentia naquele momento.
- Sempre precisei de você... Sempre. – Retrucava o hanyou sem conter as palavras.
- Inuyasha. – Gaguejou a moça.
- Eu preciso de você. – Completou o rapaz aproximando-se ainda mais da garota, ele acariciava sua face, e enxugava suas lágrimas lentamente.
- Por que demorou tanto? – Questionou a moça.
- Não sei, mas agora eu estou aqui... – Continuou o rapaz. A moça voltou a abraçar o hanyou enterrando o rosto sobre seu peito. Chorava em meio á milhares de sentimentos confusos. Inuyasha ergueu o rosto de Kagome e a contemplou de forma doce. – Eu amo você. – Declarou Inuyasha livrando-se de seus medos e pudores. Passou muito tempo culpando-se por nunca ter dito isso em voz alta, agora que tinha uma nova chance não desperdiçaria de novo.
- Você... – Balbuciava a garota. Por fim escutara as palavras que tanto quisera ouvir, mas seu coração receoso temia que fosse tarde demais.
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Dicionário:
Jyaki = Energia maligna
Hiraikotsu = Osso Voador
Kitsune-Youkai = Demônio Raposa
Espero que gostem. Não esqueçam de deixar seus comentários, criticas, e sugestões nos reviews.
Beijos
Beijo especial pra Dani-Chan